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A facada de Adélio, o enigma político da década, permanece sem solução, por Luis Nassif

A facada de Adélio Bispo Oliveira em Bolsonaro ainda é um mistério à procura de uma explicação. É o fato político mais importante da década, porque viabilizou uma mudança radical na política brasileira.

Os efeitos políticos da facada nas eleições eram tão óbvios que, no dia seguinte, Bolsonaro já havia se tornado o franco favorito.

Seria possível simular um atentado tão arriscado, a ponto da vítima correr um risco de vida calculado para viabilizar um projeto político?

Há duas versões para o atentado.

A versão oficial é que um sujeito, desequilibrado óbvio, decidiu matar Bolsonaro e foi mal sucedido.
A versão conspiratória é que foi um ato planejado visando garantir a vitória eleitoral de Bolsonaro.

Bolsonaro comparecia a todos os eventos com um colete à prova de balas e de facadas e tinha uma cirurgia marcada, para remover um câncer. Portanto, bastaria simular a facada, conduzir Bolsonaro com segurança a um hospital local e depois transferi-lo para um hospital em São Paulo, para efetuar a cirurgia contra o câncer.

Após o atentado circularam vídeos pelas redes sociais mostrando a extraordinária desenvoltura com que Adélio infiltrou-se pela multidão e passou pelos seguranças até enfiar a faca em Bolsonaro.

Há um complicador nessa versão: o fato de duas equipes de hospitais conceituados, a do Sírio Libanês e a do Alberto Einstein. Ambas foram a Juiz de Fora e Bolsonaro optou pelo atendimento no Alberto Einstein.

Há uma explicação para o ferimento: a de que a faca resvalou por uma brecha no colete, ferindo efetivamente Bolsonaro. O que seria, nessa versão, um acidente de percurso.

Entre essas duas hipóteses, há uma série de evidências que não batem com a versão do crime comum bancado por um psicopata.

São os seguintes fatos.

A ida anterior de Adélio ao Clube de Tiro frequentado por Eduardo Bolsonaro.

Como um sujeito limítrofe, que trabalhava em um açougue, localiza o clube de tiro em Santa Catarina e vai até lá. E vai para quê? Até agora não houve uma resposta satisfatória.

Análise de probabilidade:

Hipótese 1 – foi até lá combinar os detalhes do atentado: 70% de probabilidade
Hipótese 2 – Foi até lá para conhecer o ambiente de treinamento do filho de Bolsonaro, sabe-se lá para quê: 30% de probabilidade

A ida de Adélio à Câmara Federal para uma visita a um deputado do PSOL.

O sujeito, que hipoteticamente planeja um crime de repercussão nacional, vai até a Câmara e deixa um registro oficial de visita a um parlamentar do PSOL. Depois, se descobre que ele nunca teve nenhuma relação com o PSOL.

Análise de probabilidade:

Hipótese 1 – foi com a intenção de criar um falso vínculo com o PSOL para estabelecer uma motivação política para o atentado: 50% de probabilidade.
Hipótese 2 – tinha uma simpatia política pelo PSOL: 50% de probabilidade.

O papel dos advogados de defesa.

Da noite para o dia aparecem advogados de Belo Horizonte, indo de jatinho a Juiz de Fora, para defender Adélio. Fazem mais do que isso: isolam-no completamente de qualquer contato com a imprensa. E demonstram tal influência, que conseguem manter o isolamento total até hoje.

Ou foram bancados por grupos bolsonarista, visando manter Adélio a salvo da óbvia falta de vontade de cobertura da mídia; ou por grupos ligados à Igreja de Adélio, que jamais foram identificados.

Tempos depois, o deputado federal Fernando Francisquini, uma das pontas de lança do bolsonarismo, entrou com ação na Justiça para impedir Adélio de dar uma entrevista.

Análise de probabilidade:

Hipótese 1 – foram bancados por grupos bolsonaristas: 70% de probabilidade.
Hipótese 2 – foram bancados por grupos que queriam a morte de Bolsonaro: 25% de probabilidade. Se houvesse qualquer indício de conspiração contra Bolsonaro, não haveria como não ser descoberta.
Hipótese 3 – foram bancados por grupos ligados à igreja de Adélio: 5% de probabilidade.

O papel da Polícia Federal.

As investigações concluíram pela ação individual de Adélio. Bolsonaro reagiu com fúria, não aceitando as conclusões do inquérito – mas nada fez para avançar nas investigações.

Não bate. O presidente controla completamente a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Qual a razão, até agora, para jamais ter se chegado aos financiadores dos advogados de Adélio? Respeito às prerrogativas de advogados? Com Sérgio Moro? Conte outra!

O carnaval de Bolsonaro, exigindo novas investigações, criticando o fato de não se chegar aos financiadores dos advogados, não bate com o poder de polícia quase ilimitado de seu Ministro da Justiça. Se houvesse vontade política, o caso seria resolvido e a identidade de quem contratou os advogados seria levantada em dois tempos. E não haveria nenhuma força oculta capaz de demovê-lo dessa empreitada. Não se levantaram os nomes dos responsáveis porque não é de interesse de Bolsonaro levantar. Simples assim.

A versão da conspiração contra Bolsonaro seria muito complexa de administrar porque envolveria outros personagens e situações, incluindo inúmeras variáveis que poderiam ser desmentidas, em qualquer falha de narrativa. Apontar Adélio como único responsável resolveria a questão e mataria qualquer tentativa de aprofundar o inquérito.

Análise de probabilidade.

Hipótese 1 – ocultar as motivações políticas pró-Bolsonaro: 70% probabilidade.
Hipótese 2 – aceitar como verdadeiras as conclusões do inquérito, de ação individual de um alucinado: 30% de probabilidade.`

Pode ser que tudo não passe uma teoria da conspiração. Mas a sucessão de fatos sem respostas sugere que há mais segredos entre o céu e a terra do que supõe a vã teoria dos idiotas da objetividade.

 

 

*Do GGN

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A culpa é do porteiro

Numa velocidade espantosa, arrumaram um culpado para o caso Bolsonaro/Marielle, o porteiro.

O Planalto moveu terras e mares, recorreu à própria estrutura do Estado para provar que Bolsonaro tem um passado ilibado e jamais se envolveria com milicianos assassinos, torturadores e traficantes de armas. Tudo não passou de um fake news, como disse o Procurador-geral da República modelado, Augusto Aras, por uma flagrante pressão ilegal de Moro, Polícia Federal e a milícia digital.

Montou-se rapidamente um campo de batalha para que todos os fuzis mirassem na cabeça do porteiro, como se não tivesse qualquer ligação de Bolsonaro com Ronnie Lessa ou com Élcio de Queiroz que saíram de dentro do condomínio onde residem Bolsonaro e Carluxo para assassinar Marielle e Anderson em um lugar previamente escolhido onde não haveria registro por câmeras do fuzilamento dos dois.

O fato é que, como sempre, o mais fraco e, nesse caso, o absolutamente mais fraco, o porteiro, ficou com a brocha na mão para caracterizar o produto do crime contra o inocente Bolsonaro, esse santo homem que nunca empregou parentes de milicianos em seu clã, que ninguém sabe onde começa e onde termina, tal o fracionamento da picaretagem entre os quatro, o pai e os três filhos, Flávio, Eduardo e Carluxo.

Em coisa de 15 horas tudo foi resolvido com a tenacidade do herói Moro, o destemido herói nacional que só não consegue encontrar o Queiroz. Ou seja, a “mentira” do porteiro não prosperou. Bolsonaro é uma criatura escolhida por Deus, de comportamento humano quase divinal, assim como a barbaridade cometida por Adélio Bispo, de esfaqueá-lo de forma tão fria que até hoje não se sabe o paradeiro do sangue e, muito menos o da cicatriz no local aonde supostamente foi desferida a tal facada.

Tudo isso com a mesma veracidade do hacker de Araraquara, dos 39kg de cocaína no avião presidencial, claro, é tudo culpa do sargento. Do cheque depositado na conta da Michelle, da multiplicação milagrosa dos imóveis de Flávio e de um número sem fim de depósitos de Queiroz fez em sua conta, provando que Queiroz é outro culpado por tudo.

Tem também a Wal do Açaí, porque a imprensa cisma de atacar as pessoas em torno de Bolsonaro, como ele mesmo disse. O tio miliciano de Michelle, a mãe e a avó estelionatárias, todos pessoas de bem que poderiam estar perfeitamente na Av. Paulista em protesto contra a corrupção, como tantos outros picaretas.

Também tem a culpa dos índios do dia do fogo que devastou a floresta amazônica no incêndio criminoso e, como não poderia faltar, a Venezuela de Maduro culpada pelo derramamento de óleo no litoral nordestino.

Como se vê, é muita gente torcendo para dar errado, gente como o porteiro que tem um poder incomensurável, um globalista que acredita até que a terra seja redonda, um homem que, certamente, merecerá frases que causam ascos vindas de Olavo de Carvalho. O porteiro hiena, o porteiro piranha, também retratado em vídeo por Carluxo e o porteiro mordomo, porque, no final das contas, a culpa é sempre dele.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Queiroz, em novo áudio, diz que Adélio Bispo está “hiperprotegido”. O que isso significa?

Ao se queixar da “hiperproteção” dada ao autor da facada em Bolsonaro, Queiroz omite quem estaria oferecendo essa segurança a Adélio Bispo e manda um recado de que a própria segurança estaria sendo negligenciado por quem deveria protegê-lo.

Nos áudios de Fabrício Queiroz divulgados nos últimos dias, o que parece ser um mero detalhe, que tem sido pouco abordado, pode revelar muito sobre os motivos da divulgação das gravações, quem divulgou e, principalmente, a reação de Jair Bolsonaro, que tratou o ex-assessor do filho como “soldado”, um amigo com quem mantém relações desde 1985.

“O cara lá (Adélio) tá hiper protegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Vê, tal. É só porrada cara, o MP está com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente e não vem ninguém agindo”, disse Queiroz no último áudio, divulgado domingo (27), se referindo à Adélio Bispo dos Santos, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha, segundo o jornal O Globo, que diz ter a gravação completa do material.

Ao se queixar da “hiperproteção” dada a Adélio, Queiroz omite quem estaria oferecendo essa segurança ao autor da facada e manda um recado de que a própria segurança estaria sendo negligenciado por quem deveria protegê-lo.

Os áudios revelam que bem mais que um ex-assessor de Flávio Bolsonaro responsável pela prática de “rachadinha”, Queiroz atuava – e parece ainda atuar – junto ao amigo Bolsonaro nas nomeações e exonerações dos gabinetes de todo o clã, como sinaliza em uma gravação que seria de março deste ano.

“Na época, o Jair falou para mim que ele ia exonerar a Cileide porque a reportagem estava indo direto lá na rua e para não vincular ela ao gabinete. Aí ele falou: ‘Vou ter que exonerar ela assim mesmo’. Ele exonerou e depois não arrumou nada para ela não? Ela continua na casa em Bento Ribeiro?”, diz o ex-assessor no áudio, gravado em março deste ano.

Avesso à política, como disse em entrevista recente, Bolsonaro ocupou o Congresso por 27 anos fazendo politicagem, atuando como lobista para grupos e movimentos de ódio, além de homenagear e empregar, via indicações de Queiroz, membros das milícias no Rio de Janeiro.

Bolsonaro conhece bem os porões por onde passou e as pessoas que ele representava desde que foi alçado à política. E sabe também que não se deve abandonar soldados feridos no campo de batalha.

 

 

*Com informações da Forum

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Não interessa o que Bolsonaro fala, mas o que ele não fala.

É preciso pensar no que está por trás das falas histriônicas de Bolsonaro, merecedoras de tanta discussão. É preciso refletir seu comportamento diametralmente oposto quando ele quer fugir de determinados assuntos. Seus apologistas agem da mesma forma, não são idiotas, são tão racistas quanto ele, tão dementes quanto ele, mas pensam do mesmo modo que Bolsonaro no que se refere à luta de classes. Por isso também fogem de assuntos espinhosos ligados ao “mito”.

É preciso entender o fogo que está por trás da fumaça que Bolsonaro faz. Assim, descobre-se a sua origem porque Bolsonaro só grita aquilo que lhe interessa e abandona qualquer entrevista se for indagado sobre certo assunto que lhe cause um mínimo de desconforto. E morreu Maria, porque a grande mídia não volta a tocar na questão. É um jogo combinado.

E é aí que Bolsonaro tem que sentir o peso da oposição, porque, infelizmente ele, malandramente, vai orientando a oposição através de suas falácias com uma tática estrambótica, mas engenhosa para tirar o foco de sua podridão guardada a sete chaves no submundo que de fato ele habita.

O que interessa é o que Bolsonaro não fala: Queiroz, coca no avião, hacker de Araraquara, vizinho miliciano, Dia do Fogo, Adélio, etc.

Agora mesmo há um exemplo claro disso, falou-se muito do panelaço contra Bolsonaro, mostrado até pela globo, mas nada se falou da investigação e punição dos criminosos que atearam fogo na floresta amazônica. Bolsonaro pulou essa parte em sua fala em rede nacional, pois é próprio dele criar um amontoado de especulação sobre o caso para que não se chegue a ele que, na verdade, foi quem comandou o dia do fogo através dos fazendeiros do bolsonistão.

Assim que o rapaz foi morto pela polícia no episódio do sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói, Bolsonaro não quis saber de nada sobre a sua vida, foi para o twitter comemorar, pintando-o como um assassino cruel que merecia morrer, mas cadê essa mesma valentia na hora de falar de seu vizinho miliciano? Na verdade, ele não quer ouvir ou mencionar nada sobre esse assunto.

Por que não quer? São essas perguntas que não são feitas, mas que deveriam ser. Porque nesse caso, estamos falando de um criminoso de altíssima periculosidade que mora no mesmo condomínio que o Presidente da República e que, segundo informações publicadas pela grande mídia, um de seus filhos teria namorado a filha do miliciano. E Bolsonaro foge desse assunto? Não quer explorá-lo como faz com qualquer assunto que lhe interessa? Por que esse assunto lhe causa tanto incômodo?

Outro caso de uma pessoa incomunicável como os personagens polêmicos que cercam Bolsonaro, é o de Adélio Bispo. É preciso ser muito boboca para cair na conversa de que o suposto criminoso que lhe deu a suposta facada e que ninguém viu sangue, quando absolvido, Bolsonaro não entrou com recurso com a ridícula justificativa de que, se entrasse, Adélio seria condenado por pouco tempo e que, do contrário, ele estará eternamente preso em uma instituição psiquiátrica.

Outro caso curioso é o da cocaína encontrada no avião presidencial atribuída a um militar de sua comitiva, que também está incomunicável e sobre o qual a mídia permanece calada.

Bolsonaro é que, por motivos óbvios, não vai tocar no assunto. O mesmo acontece com o hacker de Araraquara, também incomunicável, a mando de Sergio Moro, ministro da justiça de Bolsonaro, sobre o qual a mídia também emudeceu.

Agora mesmo fala-se muito mais do suposto desprezo de Bolsonaro por Moro do que pelo seu malandro desprezo pelo assunto Queiroz, que é, sem dúvida, o pior dos assuntos para Bolsonaro, porque é mais do que cristalino que Queiroz é muito mais do que um gerente de rachadinhas do clã Bolsonaro, ele é a ponte da família com o submundo do crime. Ou seja, é o homem chave daquilo que Bolsonaro mais quer ver escondido quando cria seus enfeites retóricos, cheios de malabarismos verborrágicos para fugir desses assuntos como o diabo da cruz.

Lembrem-se, Bolsonaro passou a campanha inteira de boca fechada, fugindo de debates e, assim, conseguindo se eleger. Cair novamente nessa esparrela de Bolsonaro, é muita ingenuidade da oposição. Essa foi a tática de Bolsonaro durante toda a sua vida política, criar polêmica rasteira diante dos holofotes da mídia para esconder sua nulidade como parlamentar que, durante 30 anos sugou milionários recursos públicos, legal e ilegalmente, na Câmara dos Deputados sem produzir um único projeto em benefício da sociedade.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas