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Assista ao vivo o julgamento de Bolsonaro, com sua presença, e demais acusados

Primeira Turma do Supremo define se aceita ou rejeita a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente e outros acusados em relação a uma suposta tentativa de golpe de Estado

Após a sustentação das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete pessoas, o julgamento no STF foi para o intervalo. A expectativa é de que ele seja retomado às 14h, com a fala do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que apura a suposta tentativa de golpe. Se necessário, o fim do julgamento pode ser adiado para a quarta-feira (26/3). Essa é a ordem do que ainda falta acontecer:

  1. Voto do relator Alexandre de Moraes nas preliminares (questionamentos das defesas sobre o processo que não têm a ver com o mérito)
  2. Votos dos demais ministros sobre preliminares, na seguinte ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin
  3. Voto do relator Alexandre de Moraes sobre mérito da denúncia
  4. Votos dos demais ministros sobre o mérito, na seguinte ordem:

https://youtu.be/C1bUGmUGi-Q

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Sustentações orais de comandantes preocupam entorno de Bolsonaro

Defesas de Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier podem isolar Bolsonaro como responsável pela articulação golpista.

Às vésperas da fase de sustentação oral no julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal (STF), as atenções no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro se voltam com apreensão para duas manifestações específicas: as defesas do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, e do ex-ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

A inquietação não é à toa. Ambas as peças, embora formuladas com base em estratégias processuais para isentar seus clientes, reforçam de maneira indireta — e em alguns trechos de forma quase explícita — a narrativa da PGR de que Jair Bolsonaro era o centro de articulação do núcleo político da suposta tentativa de golpe de Estado.

No caso de Paulo Sérgio Nogueira, a defesa admite a existência de reuniões em que se discutiu a legitimidade do processo eleitoral e aponta que o então ministro teria apenas “endossado a narrativa de fraude no sistema eletrônico de votação”. Segundo a peça, ao se referir à Comissão de Transparência Eleitoral como algo “pra inglês ver”, Paulo Sérgio limitou-se a manifestar opinião política, e não a instigar qualquer ação subversiva. A defesa, no entanto, destaca que o então presidente Bolsonaro, ao lado de outros membros do alto escalão, teria conduzido as principais decisões e discursos com viés golpista.

Um dos trechos mais incisivos da denúncia transcrito na defesa afirma que:

“JAIR MESSIAS BOLSONARO, junto com ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM, ALMIR GARNIER SANTOS, ANDERSON GUSTAVO TORRES, AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA e WALTER SOUZA BRAGA NETTO, integrantes do alto escalão do Governo Federal e das Forças Armadas, formaram o núcleo crucial da organização criminosa […] Deles partiram as principais decisões e ações de impacto social que serão narradas nesta denúncia.”

Ainda assim, a defesa ressalta:

“[…] endossar uma opinião crítica sobre a confiabilidade do sistema não equivale a adesão a qualquer plano ilícito. Trata-se de opinião política, sem qualquer consequência penal concreta.”

Bolsonaro cercado preocupa aliados
A manifestação apresentada pelos advogados de Almir Garnier Santos sustenta que o ex-comandante da Marinha jamais promoveu, apoiou ou participou de qualquer trama golpista. A peça ressalta que Garnier não integrou qualquer estrutura de comando, nem praticou ato que configure tentativa de ruptura institucional.

Implícita na argumentação, porém, está a ideia de que a condução da articulação estaria concentrada na figura de Jair Bolsonaro, cuja atuação não é questionada diretamente pela defesa, mas sugerida como excludente da responsabilidade de seu cliente.

A peça afirma:

“O acusado nega ter praticado qualquer conduta criminosa. […] não há qualquer ação objetiva, concreta e dolosa que possa ser atribuída a ALMIR GARNIER SANTOS como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.”

E complementa:

“[…] as decisões estratégicas, conforme se observa na própria denúncia, eram tomadas por outros integrantes do núcleo político, que detinham poder de comando e capacidade de mobilização direta.”

Nos bastidores do PL e de assessores próximos a Bolsonaro, há consenso de que ambas as sustentações orais, previstas para ocorrer ainda nesta semana no STF, devem adotar tom firme e objetivar o distanciamento absoluto dos generais em relação a qualquer plano golpista.

A leitura feita por auxiliares jurídicos é que, para absolver seus clientes, as defesas devem reiterar que a responsabilidade pelos atos narrados na denúncia — inclusive a tentativa de manter-se no poder à revelia da Constituição — é “exclusiva e pessoal” de Jair Messias Bolsonaro.

De acordo com o ICL, esse movimento preocupa aliados do ex-presidente, pois, embora não o acusem diretamente, tais manifestações têm potencial de isolar politicamente Bolsonaro no processo e dar força à tese de que ele instrumentalizou militares e instituições em benefício próprio. Com os holofotes do julgamento voltados para o núcleo do alto comando das Forças Armadas, as declarações e estratégias dessas defesas podem se tornar o ponto de inflexão do caso.

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O caminho de Bolsonaro até a prisão caso STF aceite a denúncia da PGR por golpe

Segundo especialistas, Bolsonaro pode ser condenado a mais de 30 anos de prisão.

A denúncia contra Jair Bolsonaro e mais acusados do núcleo 1 da trama golpista será julgada nesta terça-feira (25) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Se maioria dos ministros aceitar a denúncia, o ex-mandatário e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal na Corte.

Segundo especialistas, Bolsonaro pode ser condenado a mais de 30 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por chefiar uma organização criminosa armada, além de envolvimento em tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A denúncia inclui ainda os crimes de dano qualificado, por meio de violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de bem tombado, em referência aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O núcleo 1 é formado pelos seguintes denunciados:

  1. Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  2. Walter Braga Netto (general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  3. General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  4. Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin);
  5. Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal);
  6. Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  7. Paulo Sérgio Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa);
  8. Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

Qual é o caminho de Bolsonaro até a prisão? Entenda os próximos passos:

Caso a denúncia seja aprovada, inicia-se o trâmite judicial completo, conforme o devido processo legal. Os acusados terão garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa. A etapa seguinte incluirá a coleta de provas, depoimentos de testemunhas e demais fases processuais típicas de um julgamento criminal, segundo Leonardo Sobreira, 247.

Todo o andamento ocorrerá dentro das regras previstas para ações penais, com a continuidade das investigações e a possibilidade, ao final, de uma condenação. De acordo com o Código Penal brasileiro, uma pessoa só pode cumprir pena de prisão após ser condenada em definitivo — ou seja, quando todas as possibilidades de recurso tiverem sido esgotadas.

Quem julgará Bolsonaro?
A Primeira Turma é composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

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As quatro golpistas traídas por Bolsonaro

Por que os Bolsonaro não intervêm junto a Trump pelas bolsonaristas foragidas do 8/1, presas após entrarem ilegalmente nos EUA? Devem se perguntar, por que Jair e Eduardo Bolsonaro se esqueceram delas?

Por que não foram citadas por Bolsonaro para ajudar na convocação para outra manifestação pelo genocida?

Por que os “íntimos amigos” de Trump não intervêm por elas nos EUA, já que são bolsonaristas fugitivas da justiça brasileira por participarem da tentativa de golpe comandada por Bolsonaro?

O que a Débora Rodrigues, condenada a 14 anos pela justiça brasileira por tentativa de golpe no mesmo 8 de Janeiro tem que elas não têm?

O circo montado por Bolsonaro e Eduardo não cita a prisão das golpistas pela polícia de Trump?

Por quê?

Traição da grossa com quem participou da tentativa de golpe comandada pelo canalha mor do clã Bolsonaro e, por tabela, uma desbundada no palavrório de Eduardo Bolsonaro que se diz intimo de Trump.

Isso é um pedregulho na língua dos dois golpistas hipócritas, o que acaba sendo um mata-leão no discurso funesto de quem está com um pé dentro da cadeia e não se aguentando de cagaço da decisão do STF.

Quem são as bolsonaristas fugitivas do 8 de Janeiro de 2023:

Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, é natural de Joinville (SC). Ela foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes, como golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público, e possui mandado de prisão aberto no Brasil. Ela nega que tenha destruído bens.

No mês de abril 2024, ela fugiu com um grupo de militantes por meio do norte de Santa Catarina para a Argentina. Ela permaneceu no País vizinho até 17 de novembro. Depois, foi para o Chile e cruzou o deserto do Atacama e chegou ao Peru pela cidade de Santa Rosa. Rumo à Colômbia, entrou no México e no, dia 12 de janeiro tentou entrar nos EUA pela cidade de La Grulla, no Texas, onde acabou sendo detida. Em 19 de janeiro, transferida para a Unidade de Detenção da ICE EI Valle, em Raymondville (EUA).

Rosana Maciel Gomes, 51, é natural de Goiânia (GO). Ela foi condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8 de janeiro, e há dois mandados de prisão abertos e uma ordem de extradição na Argentina. Em janeiro de 2024, Gomes fugiu para o Uruguai. No mês de abril, chegou a Buenos Aires, na Argentina, onde permaneceu até novembro. Depois, partiu com um grupo para o México. Ela foi presa no dia 21 de janeiro de 2025 ao tentar entrar nos EUA pela cidade de El Paso. No dia 27 de janeiro, transferida para a detenção da ICE na mesma cidade.

Segundo a defesa no STF, Rosana “entrou no Palácio do Planalto viu que os bens públicos estavam danificados e não danificou qualquer bem, tanto que ficou em estado de choque de ver uma situação daquela”.

Michely Paiva Alves, 38 anos, é de Limeira, em São Paulo. A comerciante é ré por cinco crimes no 8 de janeiro, e tem um mandado de prisão em aberto. De acordo com a Polícia Federal, ela organizou e financiou um ônibus com 30 pessoas de Limeira para Brasília, e admitiu o ocorrido aos investigadores.

A defesa de Alves disse que “não há provas de que a acusada depredou o Congresso Nacional, bem como [de que] participa de movimentos criminosos”. A comerciante fugiu para a Argentina em setembro de 2024, e, no mês seguinte, embarcou aos EUA, onde foi presa em 21 de janeiro na cidade de El Paso.

Cristiane da Silva, 33 anos, é de Balneário Camboriú, Santa Catarina. A garçonete foi condenada pelo STF a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime nos atos de 8 de janeiro, e possui um mandado de prisão no Brasil. A defesa dela afirmou que “não estava envolvida no protesto e sequer esteve acampada durante dias” na frente de quartel do Exército. Também ressaltou que ela foi a Brasília “para passear”. Silva fugiu em junho de 2024 para Buenos Aires. No mês de novembro se juntou a um grupo rumo aos EUA, onde foi presa tentando passar pela cidade de El Paso.

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Celso Amorim sobre a irrelevância política de Bolsonaro: “Ficou pequeno”

Ex-chanceler minimiza importância de Bolsonaro para Donald Trump e alerta para desafios da soberania brasileira diante das big techs.

O assessor especial da Presidência da República e um dos mais respeitados diplomatas brasileiros, o ex-chanceler Celso Amorim, afirmou que Jair Bolsonaro perdeu relevância no cenário internacional, especialmente para o governo de Donald Trump.

A declaração foi .

dada em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, publicada neste sábado (22), em um momento crítico para o ex-presidente brasileiro, que pode se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima terça-feira.

Amorim avaliou que, há alguns anos, ter um governo de extrema direita no Brasil era relevante dentro da geopolítica internacional, mas que o contexto atual é outro.

“O Bolsonaro ficou pequeno diante das grandes questões do mundo hoje”, comentou o ex-chanceler.

Ele explicou que Trump respeita o poder e aqueles que demonstram força e influência, citando sua relação com líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping.

“Trump respeita o poder. Pessoas que são capazes de agir. Ele acaba de dizer que gosta do Putin. E pode até não gostar, mas ele respeita o Putin. Respeita o Xi Jinping”, afirmou Amorim.

No entanto, ao analisar a relação de Trump com Bolsonaro, Amorim sugere que o brasileiro não tem o mesmo peso e não é levado a sério por Trump.

“Agora, se ficar lá querendo adular, como fizeram o [Volodimir] Zelenski e alguns europeus, ele não respeita”, completou.

Big Techs e a soberania nacional
Outro tema abordado por Amorim foi a disputa entre big techs e o Estado brasileiro. O ministro do STF Alexandre de Moraes tem alertado para os riscos que essas empresas representam ao desrespeitarem a jurisdição de países fora dos Estados Unidos, adotando uma postura de “tudo ou nada” diante das regulamentações nacionais.

Para Amorim, esse embate reflete o avanço da extraterritorialidade das leis estadunidenses e o poder que as gigantes da tecnologia exercem na economia e na política dos EUA.

“Os americanos sempre tiveram essa visão da extraterritorialidade da lei americana. Mas agora eles têm a possibilidade técnica para efetivar isso”, afirmou.

Ele citou a posse de Trump, que contou com a presença de figuras como Elon Musk, para exemplificar a proximidade entre o governo norte-americano e as grandes empresas de tecnologia.

“São egos muito grandes ali. Eu acho que vai acabar havendo uma diferença entre as big techs, que têm um interesse puramente econômico, e a política”, ponderou o diplomata.

Amorim também observou que as big techs estão começando a compreender que o Brasil não abrirá mão de sua soberania e que, se quiserem atuar no país, deverão seguir as regras estabelecidas pelo governo brasileiro. Com Forum.

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Por que Bolsonaro foi chamado de ‘Yoon Suk Yeol brasileiro’?

Ex-presidente do Brasil e mandatário afastado da Coreia do Sul usaram táticas tradicionais da extrema direita, como discursos de confrontação e ódio, para promover golpes de Estado, avaliam analistas.

Quando o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), junto com 33 de seus aliados, por um plano que pretendia romper a ordem democrática do país e impor um golpe de Estado, a imprensa sul-coreana se deparou com uma espécie de déjà vu. Jornais tradicionais como Kyunghyang e Hankook Ilbo referiram-se ao político como “o Yoon Suk Yeol brasileiro”.

O político que foi o principal adversário de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022 encara, na próxima terça-feira (25/03), o início do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que decidirá se ele se torna réu, em uma situação que se assemelha ao que vive o mandatário asiático, afastado do cargo, no outro lado do mundo.

Em ambos os cenários, existe um ponto em comum: a tentativa fracassada de golpe.

Embora Yoon tenha recentemente sido solto da prisão por uma decisão do Tribunal Distrital de Seul, onde pemaneceu após ser acusado de pelos crimes de insurreição e abuso de poder no âmbito da decretação da lei marcial, em 3 de dezembro de 2024, ele segue aguardando o julgamento do Tribunal Constitucional, que analisa um pedido de impeachment aprovado na Assembleia Nacional. A expectativa é de um desfecho sobre este caso durante esta semana.

No caso brasileiro, uma denúncia de 272 páginas foi apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet em 18 de fevereiro detalhando as articulações de Bolsonaro e de seus aliados, as quais teriam tido seu início em meados de março de 2022, sete meses antes das eleições presidenciais daquele ano – nas quais o então candidato à reeleição seria derrotado por Lula.

O documento conclui que o ex-presidente tentou impor um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, a partir da conformação de uma organização criminosa, e outros crimes que, juridicamente falando, levariam a uma pena altíssima.

Não é mera coincidência que duas lideranças políticas que compartilham do mesmo viés ideológico foram equiparadas, apesar das diferenças contextuais. Chamam a atenção algumas das estratégias que foram usadas por ambos para a execução de seus respectivos planos. Em especial, as alegações de fraude eleitoral e o fomento de um sentimento contrário a uma suposta ameaça comunista.

‘Presidencialismo da confrontação’
Os dois líderes usaram alegações de irregularidades nas urnas eletrônicas para questionar a legitimidade dos processos eleitorais. A denúncia da PGR menciona algumas datas em que Bolsonaro teria atacado o sistema de votação para se blindar de uma possível vitória eleitoral de Lula.

Em 29 de julho de 2022, pouco antes do pleito, o ex-presidente fez uma transmissão ao vivo das dependências do Palácio do Planalto, em Brasília, criticando o funcionamento das urnas. Em 10 de agosto daquele ano, mesmo com a decisão da Câmara de manter a votação digital, o ultradireitista insistiu em atacar o sistema. Um ano antes, nas manifestações de 7 de setembro de 2021, na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro fez um discurso no qual “deu a conhecer seu propósito de não mais se submeter às deliberações provenientes da Suprema Corte, confiado no apoio que teria das Forças Armadas”, segundo o documento.

Com a aproximação das eleições presidenciais, os ataques ao sistema de votação foram intensificados, com acusações infundadas sobre supostas vulnerabilidades das urnas e fraude eleitoral.

“Bolsonaro começou atacando a velha política e ela foi encarnada na figura do Rodrigo Maia, [então] presidente da Câmara. Depois passou a atacar os jornalistas, a mídia tradicional, cientistas, intelectuais, professores, universidades, até que veio uma pandemia. E nessa pandemia, Bolsonaro foca esse presidencialismo de confrontação atacando a ciência”, explicou.

Superada a pandemia, o especialista aponta que Bolsonaro passa a atacar “com muita força” o sistema eleitoral e os ministros do STF.

“O sentido de vida do bolsonarismo no espectro político é o confronto, é o constante ataque. Se formos ver, de uma maneira paralela, o [estrategista norte-americano] Steve Bannon acabou fazendo com que o [presidente dos Estados Unidos Donald] Trump usasse a mesma tática, que é a ideia de inundar o debate público com questões que geram comportamentos e sentimentos de estranheza, de ódio, de repulsa, porque a extrema direita sabe que esses elementos que mobilizam os sentimentos ganham tração e compartilhamento, especialmente nas redes sociais”, afirmou.

Construção de inimigos
Durante os dois anos em que Bolsonaro e Trump coincidiram em seus mandatos (2020 e 2021), o brasileiro adotou uma política externa alinhada à do republicano. Aproveitou, ainda, para se aproximar de outros líderes conservadores, como por exemplo o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que anos depois seria responsável pelo massacre na Faixa de Gaza.

Nesse contexto, Bolsonaro seguiu um discurso crítico aos governos de esquerda, principalmente da América Latina, confrontando o “comunismo” de nações como Venezuela e Cuba.

De acordo com Prando, é da natureza da extrema direita a necessidade de “construir inimigos”.

“Esse inimigo pode ser o estrangeiro, o jornalista, o intelectual ou, muitas vezes, o comunismo, os progressistas […] Tudo isso faz parte de uma estratégia muito bem delimitada, compartilhada e utilizada com bastante eficiência por vários líderes da extrema direita mundial. E Jair Bolsonaro, entre outros, utiliza muito desta técnica”, afirma.

*Opera Mundi

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O último suspiro: Bolsonaro convoca ato de desespero, diante possível prisão

Na capital paulista, no entanto, o golpista pretende reunir apoio ao pedido de anistia, junto ao Parlamento. A mensagem, no entanto, ocorre diante a expectativa de que ele se torne réu no julgamento marcado para o dia 26 de março.

Líder o golpe fracassado em 8 de Janeiro e alvo de um julgamento que se inicia nesta terça-feira com o poder de torná-lo réu, diante o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), em uma noite de insônia, convocou nesta madrugada em suas redes sociais, um ato político na Avenida Paulista, para o dia 6 de abril. O último, na Avenida Atlântica, em Copacabana – Zona Sul do Rio de Janeiro – no domingo passado, foi um fiasco de público.

Na capital paulista, no entanto, o líder da tentativa de golpe pretende reunir apoio ao pedido de anistia, junto ao Parlamento. A mensagem, no entanto, ocorre diante a expectativa de que ele se torne réu no julgamento marcado para o dia 26 de março. Bolsonaro é acusado de liderar a trama golpista que tentou subverter a ordem constitucional e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na mensagem publicada às altas horas, Bolsonaro afirma que “o que está acontecendo em nosso país é inaceitável e precisa chegar ao fim” e acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “ultrapassar todos os limites”.

Vítimas
“Em nome da vingança política, pessoas humildes estão sendo massacradas e humilhadas pelo Estado brasileiro. É chegada a hora de dar um basta nisso e trazer paz para o nosso país com a anistia”, escreveu. Ao longo do texto, Bolsonaro não menciona diretamente os ataques às sedes dos Três Poderes, mas trata os manifestantes já condenados por atos golpistas como vítimas de um Estado “persecutório”.

A convocação do ato ocorre num momento de crescente pressão judicial sobre o ex-mandatário, que é alvo de múltiplas investigações, incluindo a que apura a liderança de Bolsonaro e outros envolvidos no golpe de Estado, revelada pela Polícia Federal (PF), em fevereiro. Segundo o inquérito em curso, Bolsonaro teria liderado um grupo que planejou manter-se no poder mesmo após a derrota eleitoral, por meio de medidas como um decreto de estado de sítio baseado em falsas denúncias de fraude nas urnas.

Na publicação, Bolsonaro afirma que “a pauta da anistia está avançando no Congresso com o apoio crescente de parlamentares e partidos”, mas que agora “a bola está com a gente”. Ele convoca os apoiadores a “mostrar para aqueles que ainda estão indecisos que essa pauta é urgente e reflete a vontade da maioria dos brasileiros”.

Ao convocar o ato, movido pelo medo de passar um longo tempo na cadeia, Bolsonaro usa a estratégia de tensionamento institucional, aplicado de forma recorrente ao longo de sua trajetória política. O momento atual, no entanto, encontra-se no contexto de um avanço significativo das investigações e possível responsabilização penal, diz o Correio do Brasil.

Julgamento
A partir das 9h30 desta terça-feira, o STF inicia o julgamento que poderá transformar Bolsonaro e sete de seus aliados em réus por crimes relacionados ao golpe de Estado fracassado no 8/1. Um esquema especial foi preparado pela Corte para enfrentar a gravidade do caso, considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) uma das mais graves ameaças já feitas ao Estado democrático de direito no país desde a redemocratização.

Não tem saída, Bolsonaro será preso.

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O real motivo das lágrimas fake do estrambótico Malafaia

Não! Malafaia não chorou ao descobrir que o presidente do partido de Tarcísio não apoia anistia.

Malafaia não se expôs ao ridículo com seu choro fake pelo fracasso de Bolsonaro no último domingo em Copacabana, por achar que teria 400 mil pessoas quando só deu 18 mil, enquanto Malafaia apostou em 1 milhão,

Malafaia fez beicinho por algo muito mais caro a ele, o seu fracasso pessoal na manifestação de domingo que flopou, já que ele arrotou aos quatro cantos que, junto com Bolsonaro, arrebanharia 1 milhão de “patriotas”, mas não deu 1% de seu palavrório.

Isso significa um tombo político de Malafaia dentro de seu reduto no mundo da picaretagem evangélica.

Isso não é pouca coisa.

Então, Malafaia, não querendo se confessar derrotado dentro de seu próprio quintal, jogou no ar que descobriu que o presidente do partido de Tarcísio não apoia a anistia.

O sujeito não economiza no quesito gritaria. Vendo que seu chão está mole no universo dos pastores charlatães, a luz amarela acendeu para ele.

O impostor sentiu o tranco e quis compartilhar a ideia de que estava preocupado com a anistia de Bolsonaro quando, na verdade, quer se cacifar na direita, porém, seu rebanho virou as costas para ele, revelando que não tem 1% da força que imaginava ter nesse universo evangélico.

Simples assim.

O resto é teatro do estrambótico bufão que precisava comentar o fracasso e não queria admitir sua falência política onde um dia já foi rei.

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Sob o governo Trump, ídolo dos Bolsonaro, liberdade de expressão está em xeque

Quem imaginaria isso, não é?

Os democratas tupiniquins de ocasião têm em Trump a imagem de um Deus supremo.

Agora, diante da chuva de críticas estampadas nos jornais sobre a censura à liberdade de expressão nos EUA, o espetáculo de Eduardo e Jair Bolsonaro cai ainda mais no ridículo.

O peso pesado da extrema direita mundial dando exemplo de tirania, cala a boca dos bocas abertas do clã Bolsonaro.

Em outras palavras, nada está tão ruim para Bolsonaro que não possa piorar.

O STF deve estar inteiro gargalhando dos extremistas gaiatos brasileiros, os lambe-botas de um governo norte-americano que já nasceu morto.

É um complexo de inferioridade que envergonha o Brasil.

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A reação de Bolsonaro após Nunes Marques votar a favor de Moraes

Indicado por Bolsonaro ao STF, ministro Kassio Nunes Marques votou a favor da permanência de Alexandre de Moraes no “inquérito do golpe”

Jair Bolsonaro se mostrou decepcionado com Kassio Nunes Marques após o ministro do STF, indicado por ele à Corte, votar pela permanência de Alexandre de Moraes no “inquérito do golpe”. O ex-presidente não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas confidenciou a aliados que ficou “perplexo” e “triste” com o voto de Nunes Marques, que foi contra o pedido de Bolsonaro para afastar Moraes do caso.

Para Bolsonaro, o voto de Nunes Marques foi “inexplicável”, uma vez que a suspeição de Alexandre de Moraes para julgá-lo seria “evidente”. A tese do ex-presidente é que, por ser vítima do investigado plano de assassinato por militares, Moraes não poderia relatar o inquérito nem julgar o caso.

Já o entendimento majoritário da Corte é que um golpe de Estado atingiria a democracia e a coletividade como um todo e, por isso, refutou a teoria de que Alexandre deveria ser afastado. André Mendonça foi o único voto vencido.

Sobre a participação de Nunes Marques no jantar na casa de Alexandre de Moraes, junto com outras autoridades do STF e do governo Lula, Bolsonaro foi mais comedido e evitou comentar o assunto.