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Mundo

Após 11 anos, líder do Irã vai a Riad para cúpula sobre Gaza: ‘Mundo deve ver a real face dos EUA’

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

O chefe de Estado do país persa ainda acrescentou que “a máquina de guerra na Faixa de Gaza está nas mãos dos EUA, que estão impedindo um cessar-fogo em Gaza e não expansão da guerra. O mundo deve ver a verdadeira face dos Estados Unidos”, complementou.

Por sua vez, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que “a cúpula enviará uma mensagem forte aos fomentadores da guerra na região e resultará na cessação dos crimes de guerra na Palestina”.

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

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Brasil

Egito convida Lula para cúpula sobre Gaza; presidente enviará representante

O governo do Egito enviou um convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o brasileiro participe de uma cúpula para lidar com a crise no Oriente Médio. A reunião ocorrerá no sábado (21), no Cairo, e tem como objetivo ainda lidar com a questão humanitária, a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e a criação de corredores de abastecimento de alimentos e remédios.

Fontes de alto escalão do Palácio do Planalto confirmaram que o convite foi destinado ao presidente Lula. Mas ele não tem autorização para pegar aviões — ainda está se recuperando de uma cirurgia.

O governo brasileiro debate, neste momento, quem irá participar da cúpula. Mas já há uma definição de que o país estará presente.

Uma das opções poderia ser a ida do chanceler Mauro Vieira. Mas o diplomata viaja para Nova York para presidir reuniões do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil é o presidente do órgão no mês de outubro e, portanto, a presença do ministro é considerada indispensável.

Outra alternativa seria ainda a participação do assessor especial da presidência, Celso Amorim. Amplo conhecedor da região e com contatos em todos os países no Oriente Médio, o embaixador esteve envolvido na costura das ligações de Lula para presidentes de países árabes, para Israel e Irã na busca de uma solução para os brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Além do Brasil, participarão do evento governos como o do Qatar — que tenta negociar uma liberação dos reféns israelenses feitos pelo Hamas —, Iraque, Turquia e Jordânia.

A Espanha, que preside neste semestre a União Europeia, também foi convidada. O Egito ainda consultou a possibilidade da presença da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Nesta quarta-feira (18), porém, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, deixou claro que uma abertura indiscriminada de sua fronteira para refugiados palestinos não ocorrerá. Ele citou pelo menos três motivos para sua recusa.

O primeiro seria o esvaziamento da causa palestina, caso essa população saia de Gaza. Outro elemento que ele alerta é o da segurança. Para o Egito, o temor é que milhares de palestinos se instalem no Sinai, região que por anos foi alvo de forte instabilidade.

O receio é que, se isso ocorrer, Israel passará a atacar o território egípcio cada vez que voltar a se sentir ameaçado por algum dos grupos islâmicos palestinos. Isso, portanto, reabriria a tensão entre Egito e Israel, um capítulo fechado na relação entre os dois países.

Outro argumento do Egito é que o desembarque desses grupos no país poderia significar uma ameaça à própria estabilidade do regime.

*Jamil Chade/Uol

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Mundo

Irã lança alerta de ameaça regional e Egito propõe cúpula

O governo do Egito propõe a realização de uma cúpula para tentar dar uma resposta à crise entre palestinos e israelenses, enquanto a diplomacia internacional se mobiliza para tentar impedir que a nova etapa do conflito se transforme em uma guerra regional. Os esforços ocorrem num momento em que o governo iraniano faz um alerta de que não há como garantir que uma invasão de Gaza não resulte num confronto regional.

Neste domingo, o Egito enviou convites a governos estrangeiros e principalmente para países do Oriente Médio.

De acordo com as autoridades do Cairo, há uma tentativa de que haja uma coordenação para que a ajuda humanitária também possa chegar aos palestinos. O governo egípcio, porém, mantém sua postura de que os palestinos não devem ser deslocados da Faixa de Gaza e de que precisam ser mantidos na região.

O argumento oficial é de que o êxodo esvaziaria ainda mais a causa palestina, ainda que diplomatas garantam que a medida tem como objetivo evitar a criação de um gueto palestino em seu território, que faz fronteira com Gaza.

Não há, por enquanto, qualquer indicação de quando essa reunião poderia ocorrer.

Num comunicado, o governo apenas afirmou que está “pronto para fazer qualquer esforço para acalmar a situação atual que envolve os combates entre Israel e o Hamas”. Mas também deixou claro que sua segurança nacional não seria rifada.

O anúncio ocorre no momento em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarca no Cairo para consultas. Nos últimos dias, ele esteve em cinco países árabes, na esperança de costurar uma posição conjunta de condenação ao Hamas. Nesta segunda-feira, ele está sendo esperado em Tel Aviv.

Irã lança alerta
Apesar dos esforços americanos, o governo do Irã fez um alerta de que “ninguém pode garantir” o controle do conflito se houver, de fato, uma invasão terrestre de Gaza por parte de Israel.

A declaração ocorreu num momento ainda que o governo dos EUA enviou um segundo porta-aviões para a região, supostamente para impedir que a crise transborde para outros países.

“Se os ataques do regime sionista (Israel) contra os cidadãos indefesos e o povo de Gaza continuarem, ninguém poderá garantir o controle da situação e a não expansão dos conflitos”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian. Ele esteve com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, debatendo a situação.

Um dia antes, ele se reuniu com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Catar. Num comunicado do grupo islâmico, foi anunciado que o encontro serviu para que houvesse um acordo para “continuar a cooperação”.

Ainda segundo o comunicado, oi iraniano elogiou o ato do Hamas o qualificou como uma “vitória histórica” contra Israel.

*Jamil Chade/Uol

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Política

90% da cúpula da Marinha é a mesma da época de articulação golpista

Sete dos oito almirantes do Comando da Marinha estavam no posto no fim do governo Bolsonaro; Cid delatou articulação golpista de comandante.

Sete dos oito almirantes do Comando da Marinha já estavam no posto no fim do governo Bolsonaro, quando, segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, o então chefe da Força concordou com um plano golpista após as eleições. Nesta quinta-feira (21/9), o ministro da Defesa, José Múcio, alegou que a revelação de Cid “não mexe com ninguém que está na ativa”, mas, até agora, o ex-comandante Almir Garnier não respondeu se, ao sinalizar o apoio a Bolsonaro, tinha o respaldo do restante do Almirantado, que incluía o atual comandante da Marinha, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

Cid afirmou em delação à Polícia Federal que, após ser derrotado nas urnas, Bolsonaro recebeu do assessor Filipe Martins uma minuta de um decreto golpista. Ainda de acordo com Cid, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, concordou com o plano ilegal nos bastidores. O conteúdo do depoimento de Cid foi revelado nesta quinta-feira (21/9) pelos jornalistas Aguirre Talento e Bela Megale.

Múcio tentou distanciar a cúpula da Força dessa suspeita: “Essas coisas que saíram hoje são em relação ao governo passado, comandantes passados, não mexe com ninguém que está na ativa”, afirmou. Contudo, cerca de 90% da cúpula da Marinha segue a mesma e, portanto, permanece na ativa.

O único almirante promovido por Lula foi Eduardo Machado Vazquez, que é secretário-geral da Marinha. A nomeação foi publicada em abril. Na época, Vazquez foi descrito em reportagens como um militar bolsonarista.

No fim do ano passado, o Comando da Marinha era formado por Garnier, o então comandante; Marcos Sampaio Olsen, o atual comandante; José Augusto Vieira da Cunha de Menezes; Petronio Augusto Siqueira de Aguiar; Wladmilson Borges de Aguiar; Cláudio Henrique Mello de Almeida; Arthur Fernando Bettega Corrêa; e Carlos Chagas Vianna Braga.

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Justiça

Cúpula do MPF quer apuração sobre eventual omissão da PRF em motociatas de Bolsonaro

Colegiado do Ministério Público entende que não se justifica ausência de autuações diante de condutores sem capacete.

Segundo a Folha, a 7ª CCR (Câmara de Coordenação e Revisão) do MPF (Ministério Público Federal), encarregada do controle externo da atividade policial, quer apuração de eventuais omissões da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na fiscalização das motociatas de Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

O ex-presidente promoveu mais de 30 motociatas em 2021 e 2022 em diversos estados, iniciativa de cunho eleitoral e sem relação com a função pública que exercia. Ele geralmente pilotava moto sem capacete, o que configura infração gravíssima no Código de Trânsito Brasileiro. Ele era seguido de vários apoiadores, muitos também sem o equipamento de segurança.

Unidades do MPF nos estados foram acionadas para averiguar se agentes rodoviários federais deixaram de cumprir o seu dever de fiscais de trânsito durante essas motociatas. À época, a PRF alegou que estava atuando apenas na segurança do então mandatário, e os casos foram arquivados.

Em sessão deliberativa de fevereiro destinada a revisar as conclusões da primeira instância, a 7ª CCR do MPF discordou e devolveu os casos para que as apurações prossigam. O colegiado analisou episódios ocorridos na Bahia, no Ceará, em Goiás e em Pernambuco.

Foi a mesma 7ª CCR que, no ano passado, pediu a abertura de inquérito policial para apurar a conduta do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques no comando da corporação. O colegiado funciona em Brasília e é vinculado à PGR (Procuradoria-Geral da República).

Nos últimos quatro anos, a PRF mostrou alinhamento com o bolsonarismo e protagonizou situações como o aperto da fiscalização a ônibus no segundo turno das eleições em regiões onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha melhores índices de intenção de votos.

Os pedidos de apuração enviados ao MPF apontam que a Polícia Rodoviária Federal fez vista grossa a eventuais infrações de trânsito cometidas em série por Bolsonaro e outros participantes das motociatas, como a falta do uso de capacete de segurança.

Durante o governo Bolsonaro, a pedido do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, agentes rodoviários atuaram na escolta do comboio presidencial durante as motociatas, sobretudo como batedores.

Foi essa, inclusive, a principal alegação da gestão anterior da PRF nos estados para justificar o fato de que não poderia aplicar eventuais penalidades administrativas. A corporação argumentou à época que seus agentes atuavam no aparato de segurança do ex-mandatário e não na fiscalização de trânsito.

Integrantes da 7ª CCR entenderam que, se há prova de infrações registradas em vídeos com identificação de veículos e autores, não há justificativa para ausência de autuações. Os titulares da câmara são os subprocuradores Elizeta Ramos, José Adônis e Maria Iraneide.

O colegiado concluiu que as apurações devem responder se houve efetiva fiscalização, além de identificar policiais que estavam escalados para o acompanhamento das motociatas.

Segundo os subprocuradores, também é preciso apontar “itinerários efetivamente percorridos sem a utilização do necessário equipamento de proteção (capacete)”.

Em setembro de 2022, por exemplo, Bolsonaro participou de uma motociata sem capacete ao fazer campanha em cidades de Pernambuco. Os atos foram encerrados com discursos em Caruaru e Garanhuns, terra natal de Lula.

A câmara de controle externo da atividade policial destacou ainda que é preciso averiguar se a PRF instaurou apurações internas para responsabilizar servidores por eventuais omissões, sejam de chefes ou subordinados. Procurada, a PRF não informou sobre a existência desses procedimentos.

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Política

Em cúpula, Lula propõe ação internacional contra desinformação nas redes

Jamil Chade*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá defender medidas e cooperação internacional que impeçam que as redes sociais e a Internet sejam uma “terra sem lei”. A mensagem do brasileiro será lida nesta quarta-feira na Unesco, que será sede da primeira tentativa global para lidar com a desinformação e o discurso de ódio nas redes sociais.

Mais de 3 mil representantes de governos, empresas, especialistas e sociedade civil farão parte da iniciativa, que ainda contará com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, e Felipe Neto.

A conferência responde a um apelo global de ação feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, para enfrentar a disseminação da desinformação e a negação de fatos cientificamente estabelecidos, que representam “um risco existencial para a humanidade”.

A conferência, na realidade, faz parte de um processo de consultas globais para definir diretrizes comuns para tratar deste assunto. A Unesco finalizará e publicará as diretrizes em meados de 2023. A esperança é de que elas sejam então utilizadas pelos governos, órgãos reguladores e judiciais, sociedade civil, mídia e as próprias empresas digitais para ajudar a melhorar a confiabilidade das informações on-line, promovendo ao mesmo tempo a liberdade de expressão e os direitos humanos.

A situação brasileira é alvo de especial atenção por parte da comunidade internacional, principalmente diante da avalanche de desinformação durante a campanha eleitoral de 2022 e o estabelecimento de estratégias por parte do governo de Jair Bolsonaro de atacar a ciência e adotar o negacionismo em diversos setores.

Agora, o Brasil vai defender uma regulação das redes que garanta o equilíbrio entre o direito de liberdade de expressão, mas também a proteção da integridade das democracias e a capacidade da sociedade de lutar contra a desinformação.

A avaliação do governo Lula é de que qualquer regulação terá de ser um processo transparentes e com a participação da sociedade civil.

O governo não quer deixar nas mãos das grandes empresas do setor o debate e insiste que o processo precisa ser debatido por governos e especialistas de todo o mundo, dentro do marco multilateral.

Lula ainda vai usar os ataques contra os três poderes no Brasil em 8 de janeiro para mostrar como os atos contra a democracia foram resultados de uma campanha de mentiras que se iniciou muito antes.

Segundo ele, tal campanha usou as plataformas digitais para chegar a seu objetivo, fato que é visto em outros lados do mundo e com violência em outras partes do mundo.

Lula vai pedir um basta. O presidente já tinha evocado o tema quando esteve com Joe Biden nos EUA, no início de fevereiro. Um dos objetivos do governo brasileiro é ainda a de impedir que sejam as empresas do setor digital que determinem o destino das democracias.

Vencedora de Nobel, Barroso, Felipe Neto e Patrícia Campos Mello

Além de Lula, o evento conta com Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz, a vencedora do Prêmio Pulitzer, Julia Angwin, Irene Khan, a Relatora Especial da ONU sobre o Direito à Liberdade de Expressão, Daniel Motaung e Christopher Wylie, ambos lançadores de alerta do Facebook. O evento ainda conta com a presença da jornalista brasileira Patrícia Campos Mello.

Um dos centros do debate é uma ameaça à integridade da informação e à liberdade de expressão representadas pelas plataformas de mídia social.

“Enfrentamos um dos desafios mais complexos e decisivos de nosso tempo. Vamos enfrentá-lo juntos, estabelecendo princípios comuns baseados nos direitos humanos, em particular a liberdade de expressão””, disse Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco.

Na avaliação da entidade, “embora tenham revolucionado as comunicações e a disseminação do conhecimento, hoje, as plataformas de mídia social também são, por vezes, responsáveis pela disseminação da desinformação, do discurso do ódio e das teorias da conspiração”.

“Os algoritmos integrantes da maioria dos modelos de negócios das plataformas de mídia social muitas vezes priorizam o engajamento em detrimento da segurança e dos direitos humanos”, afirma.

A Unesco destaca que muitos países em todo o mundo emitiram ou estão atualmente considerando legislação nacional para lidar com a disseminação de conteúdo nocivo.

O problema, segundo a entidade, é que “parte desta legislação corre o risco de infringir os direitos humanos de suas populações, particularmente o direito à liberdade de expressão e de opinião”.

“Há também grandes disparidades na distribuição dos recursos de moderação entre regiões e idiomas. É urgentemente necessária uma abordagem consistente em todo o mundo, baseada em padrões internacionais de direitos humanos”, defendeu.

*Uol

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Política

Cúpula da CPI decide convocar Braga Netto e acelerar final dos trabalhos

O primeiro capítulo do relatório da CPI da Pandemia, com cerca de 400 páginas, já está pronto.

Após a tumultuada sessão do depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), a cúpula da CPI se reuniu no gabinete do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), onde tomou duas decisões: a CPI deve acabar até a primeira quinzena de setembro e, para que ela acabe, é preciso ouvir o ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

A avaliação é a de que já há elementos suficientes para a elaboração do relatório final. O primeiro capítulo, inclusive, com cerca de 400 páginas, já está pronto e trata de uma forma geral sobre os supostos crimes sanitários do governo na pandemia.

O segundo capítulo ainda começará a ser redigido e abordará a segunda fase dos trabalhos da CPI, com crimes de corrupção e de divulgação de fake news. Há uma percepção no grupo de que a comissão não mais produz fatos novos e que não haveria muito ainda para onde avançar e que por isso já é o momento de entrar na fase final.

A ida de Braga Netto, que comandou a Casa Civil e, portanto, coordenou grande parte das ações do governo na pandemia foi um pedido do relator Renan Calheiros (MDB-AL), que teve o aval dos demais. Estavam presentes, além de Omar, Alessandro Vieira, Simone Tebet, Humberto Costa, Rogerio Carvalho e Eliziane Gama. Alessandro Vieira será o responsável por refazer um requerimento de convocação do general que deverá ser votado na próxima terça-feira.

O grupo ainda avaliou o depoimento de Barros hoje. Houve um mea culpa, uma vez que a o líder do governo compareceu sem que as quebras de sigilo do deputado estivessem em posse dos técnicos da CPI. A conversão dele de convocado para convidado também foi vista como um erro, pois nada havia a fazer diante do que o grupo considerou mentiras dele.

*Caio Junqueira/CNN

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Brasil boicotou cúpula em que China ofereceu crédito de US$ 1 bi para vacina

O governo Bolsonaro faltou a um encontro entre chanceleres latino-americanos e a China, em julho do ano passado. Na pauta: o acesso da região às vacinas que seriam produzidas no país asiático e o anúncio de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para permitir que os governos da América Latina pudessem ter acesso aos produtos.

Naquele momento, a ausência do Brasil causou indignação no meio científico nacional. No Instituto Butantan, a opção do país foi alvo de críticas internas. A coluna apurou que, entre diplomatas em Pequim, a decisão do Itamaraty de não aderir à coordenação foi recebida como um sinal de que o governo federal não estava interessado em negociar um maior acesso a vacinas ou insumos.

Do lado latino-americano, a organização ficou sob a responsabilidade do governo mexicano, que confirmou que entregou um convite ao Itamaraty. O México, porém, indicou que a chancelaria brasileira sequer explicou o motivo pelo qual não participaria do encontro. Procurado pela reportagem, o Itamaraty não respondeu.

A coordenação do México ocorria por conta de o país ser o presidente, em 2020, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Poucos meses antes, o Itamaraty havia decidido suspender sua participação no bloco latino-americano, considerado como inadequado aos novos interesses da política externa de Ernesto Araújo.

Ainda assim, os mexicanos decidiram convidar o Brasil para a reunião sobre vacinas com os chineses. O encontro foi liderado pelo secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e pelo chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

Sem o maior país da América Latina, a reunião contou com os chanceleres da Argentina, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai, Barbados, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Panamá e Trinidad e Tobago.

Governos de direita e esquerda reconheceram papel da OMS

Wang ainda indicou no encontro que a China estava disposta a enviar missões de médicos para ajudar os países da região. Um programa amplo com cinco pontos foi oferecido por Pequim.

O chanceler chinês, na ocasião, informou que o Programa Especial de Créditos entre a América Latina e China seria mobilizado para atender às necessidades da covid-19.

Na região, o governo do Equador foi outro que confirmou que o encontro serviu para que Pequim acenasse com dinheiro para vacinas. “China expressou seu desejo de contribuir de maneira direta com os países da América Latina, para os quais informou que entregará US$ 1 bilhão em créditos que irão ao acesso de vacinas e medicamentos”, explicou o Ministério de Relações Exteriores de Quito.

Ao final do encontro, uma declaração final foi assinada pelas maiores economias latino-americanas, com governos de direita ou de esquerda.

Num comunicado, o governo mexicano indicou que a reunião teve como objetivo “consolidar a cooperação internacional contra a covid-19 e enfrentar de maneira conjunta os desafios derivados da pandemia”. Já Wang agradeceu à América Latina por sua cooperação durante “o período mais difícil da pandemia”. Ele apresentou projetos de cooperação da China com países da América Latina focados no combate à pandemia.

No texto conjunto assinado por todos os governos, os chanceleres reconheceram “a liderança da OMS [Organização Mundial da Saúde] na coordenação da cooperação global contra a covid-19”.

*Jamil Chade/Uol

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Política

Os ‘sentinelas da nação’ acantonados no alto escalão dos Correios

Carta Maior: Os ‘sentinelas da nação’ acantonados no alto escalão dos Correios: empresa ameaçada de privatização para reduzir despesas do Estado, mais que dobrou cargos de assessores especiais para acomodar o patriotismo verde-oliva (fonte: Valor)

Veja o quadro abaixo: