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É guerra! Lava-Jato em São Paulo pede demissão coletiva. Interlocutores de Aras acusam retaliação política

Depois de Deltan Dallagnol se demitir do comando da Lava-Jato no Paraná, sete procuradores da força-tarefa de São Paulo comunicaram ao procurador-geral Augusto Aras nesta quarta o pedido de exoneração coletivo dos trabalhos.

“Cumprimentando-o, os membros ora signatários vêm solicitar – pelas razões expostas à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal no âmbito da Sindicância nº 1.00.002.000060/2020-17 (Ofício 1259/2020 – PRR3a-00022502/2020), relativas, em síntese, a incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida Força-Tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez – seus desligamentos da Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, com a consequente revogação de suas respectivas designações, contidas na Portaria PGR nº 23, de janeiro de 2020”.

“Esse movimento é retaliação contra a procuradora Viviane, que vinha investigando a distribuição irregular de processos entre os procuradores na Lava-Jato, uma coisa a PGR está determinada a coibir”, diz um interlocutor de Aras.

Nesta mesma quarta, o Conselho Superior do Ministério Público determinou que o grupo de trabalho da Lava-Jato no STJ seja proibido de redistribuir processos entre os procuradores que atuam no grupo sem o aval e o conhecimento da procuradora natural do caso na Corte, Áurea Maria Etelvina Nogueira Lustosa Pierre.

Para interlocutores de Aras, a demissão dos procuradores seria uma “retaliação política” por causa da postura do procurador de assumir o controle dos procedimentos nas forças-tarefas e de normatizar a distribuição de processos, conduta identificada como irregular em São Paulo.

Nos mesmo ofício em que comunicam a decisão, os procuradores especificam datas de saída para uma transição. “Em favor de um período de transição, estão à disposição para adotarem providências finais a parte dos casos que vinham sendo conduzidos, e solicitam, para tanto, seja o efeito do desligamento ora solicitado iniciado a partir das datas discriminadas”, diz o texto.

Os procuradores que pediram exoneração e as datas em que cada um pretende se desligar da Lava-Jato:

Guilherme Rocha Göpfert: a partir de 08/09/2020

Thiago Lacerda Nobre: a partir de 08/09/2020

Paloma Alves Ramos: a partir de 11/09/2020

Janice Agostinho Barreto Ascari: a partir de 30/09/2020

Marília Soares Ferreira Iftim: a partir de 30/09/2020

Paulo Sérgio Ferreira Filho: a partir de 30/09/2020

Yuri Corrêa da Luz: a partir de 30/09/2020

A Lava-Jato em São Paulo é, no momento, uma das grandes frentes de investigação do MPF sobre casos importantes de corrupção descobertos pela Lava-Jato no Paraná e que acabaram desmembrados e enviados ao estado.

Uma série de delações contra políticos, partidos, empresas e integrantes do submundo da corrupção no estado e fora dele estão em fase de investigação e apresentação de denúncia no grupo.

O Radar entrou em contato com integrantes da Lava-Jato, mas eles não quiseram comentar a decisão.

 

*Da Veja

 

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Matéria Política

Fachin dá 72 horas para CNMP explicar adiamento de julgamento de Deltan da Lava Jato

Ministro do Supremo Tribunal Federal quer informações sobre pedido de providências apresentado por Lula contra o coordenador da força-tarefa em Curitiba que não foi julgado desde 2016.

O ministro Edson Fachin abriu prazo de 72 horas para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apresentar manifestação, por meio da Advocacia-Geral da União, sobre os sucessivos adiamentos de julgamento contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O despacho foi proferido em ação apresentada nesta sexta, 21, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer obrigar o ‘Conselhão’ a julgar Deltan na próxima terça, 25, pela apresentação de power point contra o petista, em 2016. Segundo a defesa do ex-presidente, o pedido de providências apresentado ao conselho teve a análise adiada 42 vezes nos últimos quatro anos.

Lula acusa Deltan de utilizar a estrutura da Procuradoria para posicionamentos políticos e jurídicos durante a coletiva de imprensa em que, ao denunciar Lula no caso do triplex do Guarujá, utilizou um power point para promover ‘reprovável julgamento paralelo e antecipado, com afirmações caluniosas e difamatórias’.

“Em vista das alegações trazidas pelo requerente (Lula), solicitem-se informações da requerida (AGU), no prazo de 72 horas (setenta e duas horas), contadas em dias corridos”, determinou Fachin.

O pedido de providências contra Deltan foi pautado na última sessão do CNMP, na terça, 18, com pedido de preferência. Mesmo assim, o processo não foi julgado e foi adiado para a sessão seguinte. A defesa de Lula questiona os adiamentos sucessivos, alegando que eles aumentam a ‘impunidade’ de Deltan. O petista pediu ao Supremo que defira liminar para garantir a análise do processo na sessão da próxima terça, 25.

Além do pedido de providências de Lula, Deltan responde a outros dois processos no Conselhão por sua atuação na Lava Jato e que pedem sua saída da operação. Ambos foram suspensos na segunda, 17, por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo.

Os casos miravam a conduta do procurador nas redes sociais, ao criticar a condução da eleição para a presidência do Senado no ano passado, e supostas atitudes de promoção pessoal, como, por exemplo, a tentativa de criar uma fundação com recursos obtidos pela Lava Jato.

Celso de Mello apontou em decisão que a remoção de um membro do Ministério Público ‘deve estar amparada em elementos probatórios substanciais’ e em processo com ‘o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa’.

Na mesma segunda, o ministro Luiz Fux decidiu que uma advertência aplicada contra Deltan não deveria ser considerada no julgamento dos processos no Conselhão. Na prática, a liminar ‘limpa’ a ficha do procurador da Lava Jato, dando uma espécie de garantia de ‘bons antecedentes’. O CNMP leva em consideração punições passadas aplicadas aos procuradores e promotores que respondem a processos no órgão.

Deltan recebeu a advertência em novembro de 2019 por oito votos a três. O procurador foi punido pelo Conselhão por afirmar em entrevista de rádio que três ministros do Supremo Tribunal Federal formam uma ‘panelinha’ e passam para a sociedade uma mensagem de ‘leniência com a corrupção’.

 

*Do Estadão

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Matéria Opinião

A justiça vai cobrar explicações de Dallagnol por R$ 2,5 bilhões da Petrobras?

Nesta quinta-feira, acordamos com a notícia de que Steve Bannon, por ter desviado dinheiro de doação privada para a construção do tal muro entre México e EUA, foi preso. Mais tarde, chega a notícia de que ele pagou fiança no valor de US$ 5 milhões, ou seja, referente a aproximadamente R$ 25 milhões e responderá em liberdade por seu crime.

Já passa de um ano e meio que, assim do nada, caiu na conta de Deltan Dallagnol a bagatela de R$ 2,5 bilhões da Petrobras e até hoje ele sequer foi acionado pela justiça para dar explicações desse milagre que faz, como em um magnífico sonho, aparecer em sua conta, através de caminhos subterrâneos, essa montanha de dinheiro público que se transformaria em uma suposta fundação privada a ser gerida pelos procuradores da Lava Jato para, segundo eles, combater a corrupção, com o aplauso de Moro, já ministro da Justiça e Segurança Pública.

Para se ter ideia da gravidade do fato, é só imaginar o carnaval que a Globo faria se descobrisse que, ao arrepio da lei, R$ 2,5 bilhões desapareceriam dos cofres da Petrobras e, de forma esplendorosa, apareceriam na conta de Lula ou de Dilma. Imagina você adormecer e, quando acordar, dar de cara com esse montante em sua conta corrente em nome de um idealismo absoluto de combate à corrupção.

O que faria a fauna inteira do jornalismo de banco se um fantasma qualquer saísse das névoas assoviando e, por molecagem, colocasse essa grana toda na conta de Lula para ele criar um instituto?

Pois bem, Raquel Dodge, PGR na época, por pressão da sociedade, abortou a picaretagem e o STF, tomando ciência da malandragem, sequestrou os R$ 2,5 bi que repousavam na conta de Dallagnol à espera da melhor oferta de rendimento dos bancos.

Mas, e depois disso, o que aconteceu? Ficou elas por elas e não se fala mais no assunto, deixando os brasileiros boquiabertos com o corporativismo que, simplesmente, aboliu essa história tenebrosa que até hoje cheira a chulé nos anais da justiça paratatá.

Então, é assim? Esse absurdo de dinheiro público vai parar na conta de um procurador como uma azeitona na empada e a justiça ignora o fato, porque o procurador dos procuradores “equivocou-se” do caminho da legalidade dando uma rosca nos tentáculos do próprio Ministério Público para esse dinheiro azeitar a sua conta?

Quando já se ouviu falar numa história como essa em que um procurador federal se locupleta desse monumento de recursos públicos e sequer é incomodado pela justiça de seu país? Que belo tipo de justiça nós temos! Com que higiene moral a nossa bíblica justiça nos brinda com esses direitos particulares que os procuradores gozam nesse país?

Se isso não é um anacronismo “padrão supremo” do próprio sistema de justiça brasileiro a partir da graça do malfeitor, eu não sei o que é. A única coisa que sei é que essa história mofa, cheirando a podre dentro do STF e da própria PGR, sem que a sociedade seja devidamente informada no que deu essa belezura de picaretagem, foi devidamente encerrada.

Uma coisa é certa, Dallagnol não teve que pagar qualquer fiança como Steve Bannon para responder pelo crime em liberdade, porque, pelo jeito, a coisa foi amarrada de tal forma que esse absurdo que provocou azia na sociedade, sequer fosse considerado crime pela Corte da justiça nativa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Celso de Mello livra Deltan Dallagnol do julgamento que poderia afastá-lo da Lava Jato.

O ministro do STF Celso de Mello suspendeu hoje (17) dois processos contra Deltan Dallagnol no CNMP em que analistas davam como certo seu afastamento da direção da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Porém, o terceiro processo foi mantido na pauta do CNMP, justamente o que é movido pelo ex-presidente Lula.

Celso de Mello alegou o direito de ampla defesa e contraditório, para suspender as duas ações.

A concessão do recurso remove os dois processos que estavam para ser julgados nesta terça-feira. Já o que é movido pelo ex-presidente Lula, não tem data prevista para ser pautado.

A decisão de Celso de Mello dá sobrevida a Dallagnol na Lava Jato.

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Para incriminar Lula, Palocci embolsou R$ 30 milhões e não agiu sozinho

Antonio Palocci não vale nada, já se sabia, mas é preciso também verificar a responsabilidade dos policiais federais e do desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, na fraude que foi a delação do ex-ministro.

Durante mais de dois anos, Palocci se ofereceu a Moro para delatar. Ameaçou entregar a Globo e bancos, em depoimento que tratou de outro assunto.

Até a força-tarefa de Curitiba rejeitou, talvez em uma estratégia que só se compreenderia mais tarde: terceirizar a responsabilidade.

Na época, em chat privado, a procuradora Laura Tessler chegou a comentou sobre a farsa, como se saberia pela Vaza Jato.

“Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.

“O melhor é que (Palocci) fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, acrescentou Antônio Carlos Welter.

Moro também achava a delação fraca, segundo as conversas do chat que se tornariam públicas.

Mesmo assim, divulgou um dos anexos da delação quando faltava uma semana para o primeiro turno das eleições de 2018.

Quem negociou delação e tomou os depoimentos foi a Polícia Federal em Curitiba — braço da Lava Jato. E quem homologou foi o amigo de Moro no TRF-4, João Pedro Gebran Neto.

Com o acordo, Palocci deixou a cadeia, com 30 milhões de reais lavados pela Justiça, já que esse dinheiro se encontrava bloqueado por ser resultado dos crimes que o próprio ex-ministro cometeu.

Em reportagem publicada hoje, com base no relatório da PF para investigar denúncias apresentadas na delação sobre vazamento de informação privilegiada do Banco Central, o Conjur informa os únicos delitos comprovados até agora “foram praticados pelo próprio Palocci”.

Ele “falsificou agendas de compromissos e contratos para dar ares de veracidade ao que disse”, registra.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, não tem dúvida de que a delação atendeu a interesse político.

“Sempre dissemos que a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para praticar lawfare contra o ex-presidente Lula. Na semana passada o Supremo Tribunal Federal acolheu um dos recursos que levamos à Corte para reconhecer que Moro agiu de forma ilegal e com viés político ao anexar, de ofício, essa delação ao processo de Lula seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018. Agora a Polícia Federal concluiu que a mesma delação é um nada. Isso reforça que sempre estivemos na direção certa e que Moro e a Lava Jato praticaram intenso lawfare para tentar aniquilar Lula e para isso colocaram o país numa situação terrível”, afirmou.

Com fortuna legalizada, Palocci aplicou um golpe, mas se engana quem imagina que a Justiça foi vítima.

Como mostram os diálogos da Vaza Jato, só acreditou nele quem quis ou quem também viu algum benefício nas mentiras que Palocci contava.

Benefícios não para o sistema de justiça, mas para se encaixar em jogo político ou algo ainda mais imoral do que isso.

Se não forem responsabilizados — e é difícil que seja, já que a delação é como um contrato e, portanto, se caracteriza como ato jurídico perfeito –, os responsáveis pela delação de Palocci devem ser expostos à execração pública.

São cúmplices.

 

*Joaquim de Carvalho/DCM

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Globo, Moro, Dallagnol e PSDB, arquitetos da prisão de Lula, já estão no cadafalso

Como se diz por aí, todos sabem como começa um golpe, mas não sabem como termina.

Imaginar que o Brasil teria um presidente comemorando o fato de que “só” 130 milhões de brasileiros acham que ele é um genocida, é algo fora de qualquer manual da bizarrice universal.

Precisou uma agência russa corrigir a Folha, colocar os pingos no lugar e dizer o que tinha que ser dito: a maioria dos brasileiros considera Bolsonaro responsável pelas dezenas de milhares de mortes por covid-19.

A Folha preferiu azeitar a vida de Bolsonaro destacando que 47% isentam o genocida de responsabilidade, ao interpretar os dados do Datafolha.

Mas certamente a pergunta de como um animal como esse chegou à presidência da República, catapultado por todo tipo de imundície brejeira, é um fato que levará séculos para uma análise acurada do esgoto em que se transformaram as instituições do país.

O fato é que o vento virou para os golpistas.

Agora somos nós da esquerda que esperamos de camarote o Jornal Nacional colocar no ar o vídeo de Dario Messer, o doleiro dos doleiros, delatando os Marinho. Afinal, filme com delação virou especialidade da casa nos últimos 6 anos. Colocará?

Como disse Leandro Demori, do Intercept: “A regra do JN ao longo de seis anos foi levar ao ar vazamentos de delação. Mas é a primeira vez que vejo um taxativo “não há provas”. Em muitas outras também não havia, mas o tom era acusatório e definitivo.”

Dallagnol, aquele procurador da Lava Jato que reza e faz jejum para que seus inimigos morram, está na marca do pênalti e pode ter o pescoço abraçado por uma forca esta semana por uma série de picaretagens jurídicas que armou com seu chefe, Sergio Moro, outro que caiu do cavalo alado e está totalmente sem rumo vendo, no STF, se agigantar a sua suspeição na perseguição política a Lula, em parceria com a Globo.

O finado PSDB, literalmente virou cachorro morto, a tirar pelos decompostos Aécio, Serra e Alckmin que, agora, são alvo primeiro da Lava Jato que eles ajudaram a virar coqueluche.

O curioso é que a Lava Jato de Moro demorou cinco anos para descobrir, da noite pro dia, que os tucanos são corruptos, sublinhando com caneta piloto vermelha o que todo ser minimamente pensante denunciava: a Lava Jato é parcial, chega a ser parte do próprio PSDB.

Mas agora que a Lava Jato está tão ou mais desmoralizada que o PSDB, os lavajatistas resolveram fazer dos caciques, tucano a molho pardo.

Grosso modo o que se pode afirmar é que o tiro de canhão que essa gente deu para acertar o PT, Lula e Dilma, saiu pela culatra e se transformou numa bomba como a do Rio Centro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por que essa turma da Lava Jato se agarra tanto ao cargo na Força Tarefa.

Quanto vale a compra de uma facilidade? Obviamente, essa resposta depende da dimensão da dificuldade criada. A operação Lava Jato, além de ter criado dificuldades monumentais para o país, destruindo o tecido político e propiciando o surgimento do fascismo bananeiro religioso, criou problemas enormes para diversos setores.

Qual seria o sentido de pessoas como Deltan Dallagnol, que se diz tão desapegado do poder e da notoriedade, se agarrarem fortemente a um cargo e a liderança de uma força tarefa e se julgarem tão insubstituíveis? Ou essas pessoas são tão arrogantes e vaidosas, a ponto de considerarem que são fundamentais para a execução da força tarefa, julgando serem insubstituíveis, ou tem coelho nesse mato. Afinal, ninguém quer sair do cargo que ocupa, nem para ascender na escala do Ministério Público Federal.

Deltan apresentou hoje um recurso ao STF para permanecer à frente da Lava Jato, mesmo que os processos no Conselho Federal do Ministério Público (CNMP) o afaste. Em outras palavras, Deltan Dallagnol está disposto a morrer junto com o barco da Lava Jato, naufragando, mas, abraçado nos mais de 180 terabytes de dados que resiste em compartilhar com a PGR.

O Brasil entrou numa espiral ridícula em que os de menor patente não respeitam os órgãos superiores. Por exemplo. Quem monta e decide a liderança, ou a continuidade de uma força tarefa, é o Procurador-geral da República, hoje, Augusto Aras. Mesmo que o atual PGR seja um pau-mandado de Bolsonaro, quem decide pela continuidade ou a remoção de um procurador em uma força tarefa é o PGR, pau-mandado ou não.

O recurso ao STF em si, já demonstra que a decisão do CNMP tende a ser pelo afastamento. Lembrando que somente o CNMP pode afastar um procurador da liderança de uma Força Tarefa ainda em vigor e fora da data de renovação. Deltan, quer ficar na marra.

Porém, esse desejo tão grande de ficar na marra não é por acaso. Acho que ninguém esqueceu da Fundação Lava Jato, que Deltan e seus os demais “filhos de Januário” tentaram criar, roubando bilhões da Petrobras, com permissão da justiça americana?

Estar na Lava Jato, além de ser lucrativo diretamente, cria um grande mercado de possibilidades, como palestras milionárias e o prestígio que, aos poucos, vai acabando.

Com tudo isso, não se deve esquecer que Dallagnol tem a aspiração de se tornar pastor. Nesse sentido, existe um outro fator perigoso, o sentimento de predestinação divina e aqui, Dallagnol abraça Bolsonaro, tanto quanto os bispos abraçam o “capeta”.

É óbvio que não podemos afirmar que o pastor Dallagnol está criando dificuldade para vender bem cara a facilidade, até por que, isso seria corrupção e da grossa. Ironicamente, um predestinado divino não pode trair seus princípios de moralidade religiosa. Talvez esse último parágrafo seja tão cínico quanto o autor dessa matéria.

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‘Lavajatista’, Fachin está blindando a si mesmo e não à Lava Jato.

Para quem não recorda, o ministro Edson Fachin chegou à relatoria da Lava Jato, com a morte do ministro Teori Zavaski, em um “acidente” aéreo ocorrido no auge na operação. Há diversos momentos em que a preocupação dos procuradores de Curitiba, em especial de Deltan Dallagnol, era de certificar que o relator estava do lado da acusação. Momentos esses, vazados pela “Vaza Jato”, no site The Intercept Brasil, no ano passado. Quem não lembra do “Uh! Fachin é nosso, aha uhu!”?

Ora, as principais definições da operação que, na aparência, era comandada pelo Ministério Público Federal, foram referendadas e em diversos momentos houve a manipulação do envio de recursos, ou para o pleno do Supremo, ou para a segunda turma. As decisões de Fachin eram sempre de encaminhar para a votação no plenário que menos conviesse aos réus, em especial, o ex-presidente Lula, ou o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Afinal, qual seria o problema de compartilhar os quase 200 terabytes de informação coletadas pelas escutas da Lava Jato, com a cúpula do Ministério Público, já que a própria operação é realizada pela PGR, que dirige o MPF?

A resposta nem cabe, para esse pergunta. Notemos, enquanto havia a santidade da Lava Jato, o próprio então juiz Sérgio Moro, aprovou o compartilhamento de dados da Lava Jato com demais instância de investigação da República. Obviamente, como todas as decisões da operação, essa de Fachin, em bloquear o compartilhamento dos dados com o próprio órgão que compõe a Lava Jato, por lógica, protege os procuradores da acusação e de auditoria possível, sobre os dados, cujo possível crime seria a espionagem, a invasão de privacidade e a coleta ilegal de dados telemáticos de quase 30 mil pessoas. Trata-se de um escândalo similar à NSA, nos EUA.

Fachin, como o ministro que se mostrou ideologicamente “lavajatista” e punitivista, parece estar agindo para proteger a própria reputação e, por tabela, da própria Lava Jato e do possível candidato à presidência, Sérgio Moro.

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O que está em jogo é: XP x SUS. O SUS representa a vida e a XP, a morte

Acabo de ver um representante da Firjan com o velho cerca Lourenço em que está sendo criada uma falsa dicotomia entre voltar ou não as atividades econômicas. Solução para o que eles chamam de bom termo? Nenhuma, somente aquelas velhas chantagens pra lá de puídas que Bolsonaro já arrotou inúmeras vezes.

Para não dizer que o que verdadeiramente está em jogo é a vida e a morte, todo o resto é conversa fiada. Mais do que isso, a morte fica para os pobres e a vida e os lucros, para os ricos.

Grosso modo, foi exatamente isso que disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrando que não nega a raça na sua submissão à XP Investimentos, a mesma XP que fez uma super campanha para derrubar Dilma e, depois contratou Deltan Dallagnol e Luiz Fux para que dessem garantias a banqueiros nacionais e internacionais de que Lula não disputaria a eleição de 2018 e que, portanto, Bolsonaro assumiria a presidência e o banquete da agiotagem estava garantido, como foi denunciado pelo Intercept através da Vaza Jato.

Moro, que sempre foi o queridinho da XP, também esteve há poucos dias palestrando para investidores, revelando claramente que é o povo quem produz a riqueza, paga os impostos e quem se locupleta dos lucros e das próprias instituições do Estado são os parasitas de sempre.

A XP nada mais é do que a babá dos parasitas. Essa gente que não produz um parafuso sequer, não planta um grão de arroz que, mesmo na crise da pandemia, continua recebendo os juros da dívida pública. Ou seja, lucrando e muito com a desgraça alheia. E ainda acha pouco, quer mais.

Como bem disse o Neto do Ministro do Planejamento da ditadura militar, Roberto Campos, cada cadáver que a pandemia gerar, mais lucros os investidores terão.

Então, que se abram as comportas e que morram 10 milhões, porque, nas contas de Campos Neto e de Bolsonaro, isso renderá lucros nunca vistos para os parasitas do país.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Tacla Duran dá o troco em Dallagnol: por que vocês nunca processaram Dario Messer, o doleiro dos doleiros?

Segundo o Uol, “Como o Dario Messer, que pagava mensalão a Januário Paulo, não foi investigado pela Força-tarefa de Curitiba?”

Essa é a pergunta que está em todas as rodas hoje no Brasil.

Logo o doleiro dos doleiros, que movimentava tanto dinheiro não ter sido investigado.

Conexão não faltava para isso. Dario Messer lavou propina da Odebrecht.

A CPI do Banestado, em 2004, apontou Dario Messer como um dos maiores doleiros do mundo.

Alberto Youssef, em depoimento formal à justiça, declarou que Messer era o doleiro dos doleiros.

Há mais de 30 anos Messer é apontando como grande doleiro e Moro sempre soube disso.

Qual o motivo de ser investigado pelo Rio, e não por Curitiba?

Numa matéria de El País de 2018, o jornal afirma que:

“Segundo informações do Ministério Público Federal, ao menos 1 bilhão de dólares teriam sido movimentados pelo doleiro entre 1998 e 2003. Mas o nome de Dario veio à tona a partir das investigações do caso Banestado (antigo Banco do Estado do Paraná), ocorrido na segunda metade dos anos de 1990 e que envolveu remessas de dinheiro ilegais para o exterior via contas correntes, onde Alberto Youssef, o mesmo que deu o ponto de partida à Lava Jato, era personagem central”

Quem era mesmo o juiz do caso? Moro!

Quais procuradores da Lava Jato participaram do caso Banestado? Januário Paludo, Deltan Dallagnol e Carlos Fernando.

Ainda sobre esse caso o El Pais ainda noticiou:

“O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou o escândalo do banco paranaense recomendou, em 2004, o indiciamento de Messer por sua atuação no envio de valores para outros países. A menção ao seu nome o elevou ao status de gigante do setor.”

Messer também aparece em escândalos internacionais como mostraram as planilhas vazadas do banco HSBC, no caso conhecido como Swiss Leaks.

Segundo a revista Veja, “o doleiro Benjamin Katz, um dos operadores do ex-deputado Eduardo Cunha, era cliente de Messer. Ele também teria participado do esquema que lavou dinheiro para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.”

Tudo isso e muito mais na ficha corrida de Messer e a Lava Jato de Curitiba jamais se preocupou em investigá-lo.

Como pergunta Tacla Duran: Por que será?

 

*Da redação