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Edir Macedo prepara desembarque da candidatura Bolsonaro

história se repete. Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, se prepara para abandonar a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, diante de uma provável vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A revelação foi feita, em conversas reservadas, por um bispo da Universal. Ex-pastores e outros religiosos confirmaram as conversas ao Intercept.

Segundo o Intercept, Edir Macedo já pulou do barco na campanha de seu então candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, em 2018, à época no PSDB. Às vésperas do primeiro turno da última eleição, o bispo abandonou Alckmin, por acaso hoje o vice de Lula, ao intuir que Bolsonaro seria o provável vencedor nas urnas.

A avaliação é de que a eleição não será decidida no primeiro turno. No segundo, a igreja faria acenos aos dois lados. Macedo não quer se arriscar a perder verbas publicitárias da Record, vindas do governo federal, ao declarar apoio oficial a Lula. A emissora do bispo foi a mais beneficiada com fatias da publicidade federal no começo do governo, e, ao final de 2021, a Globo recuperou essa liderança, pois Bolsonaro precisou também da emissora carioca para divulgar suas realizações. Assim, segundo pessoas próximas à Universal, Macedo, com receio de secar a fonte, fará o jogo duplo num eventual segundo turno, liberando bispos e pastores candidatos da igreja, então já eleitos, para pedir o voto de fiéis ao petista.

Bolsonaro, nesse caso, deixará de ser enaltecido, e Lula não mais criticado nos meios de comunicação ligados à Universal. Dessa forma, Edir Macedo mantém o pé em duas canoas e fica bem com qualquer um que vencer a eleição.

A estratégia atribuída a Macedo vazou após conversas que teriam sido mantidas, em julho, por dirigentes da campanha petista com o ex-deputado federal Bispo Rodrigues, homem de confiança de Macedo e um dos poucos remanescentes do núcleo fundador da Universal. Segundo religiosos próximos à cúpula da igreja ouvidos pelo Intercept, o candidato do PT teria pedido um encontro com Macedo para falar sobre as eleições, mas o bispo evitou recebê-lo. Macedo teria indicado então Rodrigues, que foi coordenador político da igreja durante muitos anos, para atender os emissários petistas.

Rodrigues havia desaparecido da cena política. Ele foi preso em 2006 na Operação Sanguessuga, um esquema de compra de ambulâncias superfaturadas, e novamente em 2013, após condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão. Oficialmente, Rodrigues foi afastado. Mas continua dando expediente na sede da igreja no Rio, segundo integrantes da instituição. Na coordenação política da Universal, o cargo de Rodrigues foi ocupado depois pelo bispo Marcos Pereira, deputado federal e presidente do Republicanos. Hoje, o coordenador político da igreja é o bispo Alessandro Paschoal.

“Há uma divisão entre Bolsonaro e Lula na Universal e nas igrejas em geral. Isso vai muito da pessoa. E o Edir Macedo é Centrão. Para se manter no poder, com qualquer um que ganhar, ele tem de fazer o jogo. O Centrão trabalha dessa forma. Uma parte está com um, outra parte está com o outro. O que se quer é estar no poder, não importa quem vença”, atestou o apóstolo Márcio Líbano, presidente da Associação de Ministros Evangélicos Interdenominacionais, a Amei, e próximo da Igreja Universal.

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Política

Fechado com Bolsonaro, Edir Macedo usa Igreja Universal para atacar Lula

Editoriais da Folha Universal afirmam que o “PT e o Lula vão implantar uma ditadura comunista no Brasil”.

Aliado do presidente Bolsonaro (PL), o bispo Edir Macedo colocou a estrutura da Igreja Universal para atacar o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Uma das ferramentas que está sendo utilizada pelo religioso são os meios de comunicação, tanto impresso quanto o digital.

Por meio de editoriais, a Igreja Universal, que foi fundada por Edir Macedo, tem afirmado que, caso Lula ganhe a eleição deste ano, ele e o PT vão implantar uma “ditadura comunista”.

“Luís Inácio Lula da Silva quer uma ditadura comunista para o Brasil a partir de 2023. O objetivo fica claro com as declarações que ele tem feito à mídia e dado o contexto histórico de aliança entre ele, o Partido dos Trabalhadores (PT) e governos de esquerda em outros países – entre eles, Cuba e Venezuela”, diz um texto publicado em forma de editorial.

Em outro momento, o texto da Folha Universal afirma que o Lula e a esquerda “são contra os valores cristãos”.

“É preciso compreender que as narrativas da esquerda política são contra os valores cristãos e os valores conservadores. Esta é a mão pesada do comunismo: a perseguição. Os partidos de viés esquerdista iludem as pessoas com promessas de que vão ajudar a população “dando” (porque nada é de graça) benefícios sociais, entretanto, na realidade, o que eles oferecem no médio prazo é a extinção da liberdade individual e o enriquecimento de suas elites. A esquerda política inveja e quer instalar este regime em nosso País. Fique atento”.

*Com Forum

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Após pedido de Edir Macedo, Bolsonaro barra abertura de capital estrangeiro na mídia

Emissora do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, tenta conter entrada de grupos internacionais no capital de concorrentes.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cedeu à pressão do bispo Edir Macedo, dono da Record, e barrou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) do Ministério das Comunicações que prevê uma reforma na radiodifusão e a abertura da mídia ao capital estrangeiro.

Hoje, a Constituição veta estrangeiros no controle de empresas de comunicação. A participação financeira de grupos de fora está limitada a 30%.

Apesar de discordarem dos mecanismos de abertura existentes na minuta da PEC, as demais emissoras —principalmente Globo, Band e RedeTV!— defendem a entrada irrestrita dos estrangeiros no país.

Os canais viram na postura da Record uma forma de retardar a internacionalização dos concorrentes, que, segundo pessoas que participam das conversas, prospectam parceiros globais.

Assessores do Palácio do Planalto afirmam que o pleito da Record, uma das principais aliadas do governo, ocorreu em uma conversa de Bolsonaro com o bispo Macedo há cerca de dois meses.

Por meio de sua assessoria, Macedo disse que “jamais conversou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre qualquer assunto relacionado a propostas de emenda constitucional”.

Ainda segundo seus assessores, o presidente concordou que a entrada de estrangeiros neste momento poderia colocar em risco seu plano de reeleição e o avanço das emissoras que, desde sua vitória nas eleições de 2018, tornaram-se próximas ao Planalto.

“Esse governo é totalmente contrário à entrada de estrangeiros”, afirmou à Folha o ministro das Comunicações, Fábio Faria. “E digo mais: nem o PT é a favor dessa abertura.”

Faria negou a existência de uma PEC sobre o assunto em sua pasta e disse que as emissoras tentam obter essa mudança na Constituição via Congresso, onde também existe uma proposta parecida.

No entanto, emissoras consultadas pela Folha afirmaram que existe uma minuta da PEC concluída pela área técnica do ministério, que aguardava a realização do leilão do 5G para avaliar a oportunidade de dar início às discussões entre governo e Congresso.

A posição do governo contraria o próprio ministro, que, em janeiro deste ano, afirmou em um evento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que a pasta começaria a discutir o fim das restrições a estrangeiros na mídia.

A quebra dessa barreira foi uma recomendação da OCDE para ajudar o Brasil a ganhar pontos na disputa por uma vaga no grupo.

Os interesses das emissoras são bastante diferentes em relação à parceria com estrangeiros. A Record, ainda segundo assessores do Planalto, não tem planos de atraí-los.

No mercado, especula-se que o SBT já procura compradores. A Band teria interesse em conseguir um parceiro capaz de injetar recursos em troca de 49% de participação.

Para isso, as emissoras buscavam modificar os termos da PEC do ministério que também promoveria uma mudança mais ampla nas regras da radiodifusão. Em outra frente, trabalhavam no Congresso, Casa na qual uma outra PEC está paralisada.

De acordo com as emissoras, a PEC do governo é bem diferente daquela elaborada pelo deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP), que prevê somente a ampliação da participação estrangeira de 30% para 49%.

As empresas insistem para que não haja limites e estrangeiros possam deter o controle de empresas de comunicação.

Para ser aprovada, é preciso passar pelas comissões do Congresso e ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado.

*Com informações da Folha

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Cotidiano

Doze pastores da Universal deram uma volta de R$ 3 milhões em Edir Macedo. Vão todos para o céu

Edir Macedo acionou a polícia para dar um “peguei” num grupo de 12 pastores vigaristas que roubavam dinheiro de dízimo da igreja Universal que lavaram como “faraó dos bitcoins”.

Aliás, esse faraó dos bitcoins é uma das grandes lavanderias desse país. O Ministério Público disse que essa empresa de picaretagem já atuou em sete países.

E foi com essa pirâmide que os pastores meteram a mão na cumbuca de Edir Macedo, que é um pós-doutor no assunto picaretagem do dízimo.

O dono da Record, que também é aliado de Bolsonaro, acionou a polícia do Distrito Federal, mais precisamente o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado para dar um bote nos próprios alunos do reverendo 171.

Como diz o ditado popular, vão todos para o céu, porque ladrão que rouba de ladrão, tem cem anos de perdão.

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Mourão abaixa a cabeça para Bolsonaro e vira office boy 4 estrelas de Edir Macedo em Angola

Até pouco tempo seria inimaginável um general 4 estrelas, condecoração máxima do exército, abaixar a cabeça e acatar ordens de um mero capitão, pior, um capitão reformado na marra para ser expulso das Forças Armadas com um pouco menos de desonra, já que todos sabem da história do indigesto tenente que se envolveu em garimpo ilegal e, depois, quis emparedar o comando do exército ameaçando até com atos terroristas.

Hoje, essa hierarquia militar que mantém institucionalmente quilômetros de distância entre Mourão e Bolsonaro, não só inexiste, como tem um sentido inverso.

Não se trata de uma questão do vice não apitar nada, essa jabuticaba brasileira acabou por produzir uma das cenas mais humilhantes para as Forças Armadas, que foi o general Mourão ter sido escalado por Bolsonaro para resolver pendengas que envolvem Edir Macedo em Angola.

A missão de Mourão era a de intervir no país africano em benefício do tio de Crivella, Edir Macedo, já que os africanos não suportaram mais as malandragens do proprietário da Igreja Universal.

Pois bem, Bolsonaro ainda estava na elaboração da farsa do cocô quando passou tranquilamente não a faixa presidencial, mas o abacaxi de Edir Macedo para que Mourão fosse à Angola descascar a fruta.

Ato que não prosperou, porque o presidente de Angola tem verdadeira aversão não só por Edir, mas pelo círculo político que chancela suas picaretagens.

Ou seja, Mourão, além de não apitar nada no governo Bolsonaro e em Angola, foi apitado aqui no Brasil por Edir Macedo via Bolsonaro e voltou do país africano numa situação mais humilhante do que a que o levou até lá.

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Bolsonaro manda Mourão à Angola resolver crise da Igreja Universal

Presidente pediu a vice intervenção na gestão de um problema sobre a atuação da agremiação neopentecostal no país africano; governo tenta evitar perda do eleitorado evangélico.

Segundo o Estadão, o presidente Jair Bolsonaro escalou o vice-presidente Hamilton Mourão para intervir diretamente na gestão de uma crise privada que envolve denúncias sobre a atuação da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) em Angola. Com as pesquisas que sinalizam a erosão do eleitorado evangélico, Bolsonaro colocou o governo para atuar como mediador de um problema sem nenhuma relação institucional com a República.

Mourão confirmou ao Estadão que esteve com o presidente de Angola, João Lourenço, na semana passada, e que tratou diretamente do assunto, atendendo a um pedido expresso de Bolsonaro. “Por orientação do PR (presidente da República), conversei com o presidente angolano”, afirmou, numa referência ao embate na Universal. “A diplomacia está buscando uma forma de fazer com que as partes se entendam.”

Em uma viagem de três dias a Angola, onde o objetivo oficial era participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o vice-presidente se reuniu na sexta-feira passada com o presidente João Lourenço e pediu a intermediação para resolver o conflito na igreja. Para cumprir a missão, o vice deixou o Brasil mesmo com Bolsonaro hospitalizado.

Integrantes da Universal disseram ao Estadão, porém, que ainda não há perspectiva de que a crise seja resolvida. A briga começou ainda em 2019, quando integrantes da igreja evangélica no país africano se rebelaram contra a direção brasileira da Universal – comandada pelo bispo Edir Macedo – e divulgaram um manifesto que acusa o comando geral de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. Representantes da igreja no Brasil foram removidos de postos-chave em Angola e a filial da TV Record foi fechada naquele país.

No mesmo dia em que conversou com o presidente de Angola, Mourão deu entrevista à Agência Lusa, de Portugal, e cobrou uma solução para o conflito. “Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui (no Brasil), com um partido que é o partido Republicanos, que representa o pessoal da igreja”, argumentou o vice.

O Estadão não conseguiu contato com a Universal para comentar o assunto. A Record não se manifestou sobre o tema.

Fundada e liderada por Edir Macedo, que também é dono da TV Record, a Universal é um dos polos de apoio ao governo de Jair Bolsonaro. O grupo é representado no Congresso pelo partido Republicanos – que faz parte do Centrão e da base aliada do Palácio do Planalto – e controla o Ministério da Cidadania, hoje sob o comando do deputado João Roma, da ala laica da legenda.

Embora a disputa na Universal não seja nova, Bolsonaro tem sido cada vez mais chamado a intervir e muitos de seus seguidores evangélicos ameaçam nas redes sociais até mesmo não apoiá-lo na campanha à reeleição.

Os bispos da igreja no Brasil chegaram a se queixar da falta de apoio do Ministério das Relações Exteriores nessa questão. A Record tem feito críticas ao Planalto sobre o assunto e acusado Bolsonaro de omissão no caso. “O Ministério das Relações Exteriores, que deveria proteger os brasileiros em Angola, falhou na missão. E o governo brasileiro também foi omisso, e não atuou de forma ativa para evitar a deportação dos missionários”, declarou o apresentador Luiz Fara, no Jornal da Record, o principal programa jornalístico da emissora, no fim de maio.

Em outra tentativa de ajudar a Universal, Bolsonaro resolveu indicar o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) para embaixador do Brasil na África do Sul. Com o cargo, Crivella – que é bispo da igreja e sobrinho de Edir Macedo – teria influência para tentar resolver o conflito do grupo no continente africano. A articulação está travada porque Crivella, após ser alvo de denúncias de propina quando era prefeito, teve o passaporte retido.

O Palácio do Planalto também tenta organizar uma missão diplomática ao país africano, que seria comandada pelo presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), também bispo licenciado da Universal. Mas Angola resiste a aceitar a delegação e usa a pandemia da covid-19 como justificativa.

‘Apelo’

Em julho do ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou carta escrita pelo pai e direcionada ao presidente de Angola. “Meu apelo a Vossa Excelência é para que se aumente a proteção de membros da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), a fim de garantir sua integridade física e material e a restituição de propriedades e moradias, enquanto prosseguem as deliberações nas instâncias pertinentes”, pediu Jair Bolsonaro.

Crise

Mesmo assim, a crise não arrefeceu e o país continua dando prosseguimento à deportação de missionários brasileiros da igreja. Já foram deportados cinco grupos. O caso mais recente ocorreu em junho.

*Com informações do Estadão.

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Igreja Universal, R$ 6 bilhões de movimentações atípicas em somente um ano

Movimentações atípicas realizadas pela Igreja Universal do Reino de Deus, totalizando quase R$ 6 bilhões, chamaram a atenção do Ministério Público do Rio de Janeiro para possíveis crimes envolvendo a IURD.

A informação consta de um documento enviado à Justiça pelo subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos do MPE-RJ, Ricardo Ribeiro Martins, obtido pelo G1. Na petição, a igreja é citada por ter chamado a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) após movimentar R$ 5.902.134.822 entre o dia 5 de maio de 2018 e 30 de abril de 2019.

As suspeitas sobre a IURD têm relação direta com o escândalo do QG da Propina, que está sendo investigado pelo MP na prefeitura do Rio de Janeiro. Entre os alvos da operação, está o prefeito Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal e aliado do empresário investigado Rafael Alves, que ganhou fama por mensagens nas quais ameaçava revelar supostos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o prefeito, sua família e a igreja. Alves é apontado como um ator influente no governo municipal e suspeito de arrecadar propina com a conivência de Crivella.

Segundo o MP, outro nome importante na trama é o de Mauro Macedo, primo do fundador da IURD, Edir Macedo, que coordenou campanhas de Crivella e é suspeito de ter recebido Caixa 2 e de aliciar empresários para diferentes tipos de corrupção.

Para o Ministério Público, ainda de acordo com o G1, seria “verossímil concluir” que a Igreja Universal está sendo “utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal”.

 

*Com informações do Sputnik Brasil

 

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MP encontra indícios de que a Igreja Universal lavou dinheiro da corrupção na prefeitura do Rio

Promotores analisam trocas de mensagem encontradas em celular de Rafael Alves, suposto operador do prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Relatório de Inteligência anexado à investigação cita que, entre maio de 2018 e abril de 2019, a igreja movimentou de forma “atípica” R$ 5,9 bilhões de reais.

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) diz ter encontrado indícios de “bilionárias movimentações atípicas” da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e afirmou ser “verossímil concluir” que a entidade religiosa está sendo “utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal” do Rio. O prefeito Marcelo Crivella é bispo licenciado da Iurd.

O G1 entrou em contato com a Igreja Universal, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A análise está presente em documento de 262 páginas, assinado com data de 2 de setembro deste ano, enviado à Justiça pelo Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos do MPE-RJ, Ricardo Ribeiro Martins.

Nessa petição, a que o G1 teve acesso, o sub-procurador geral cita a existência de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, apontando que a entidade religiosa “foi objeto de comunicação em razão da identificação de movimentações financeiras de R$ 5.902.134.822,00”, entre o dia 5 de maio de 2018 e 30 de abril de 2019.

O G1 apurou que o RIF reúne informações de vários CNPJ’s da IURJ. E inclui movimentações de entrada e saída de dinheiro vivo, assim como transferências bancárias. O registro de movimentação atípica em um RIF do COAF não significa a necessária ocorrência de um crime.

Segundo narra o MPE-RJ, a ocorrência que justificou a comunicação ao COAF tem relação com o artigo 1º, inciso I, item “b” da Carta Circular de número 3.542 do Banco Central do Brasil. Tal trecho da norma trata de “movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como característica a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, cartões de débito ou crédito”.

Nos documentos obtidos pelo G1, não há detalhes de como funcionaria essa suposta lavagem de dinheiro. O sub-procurador geral, no entanto, faz tal alegação após analisar várias provas colhidas, entre elas: “as bilionárias movimentações atípicas” da IURD, a “notória vinculação” de Crivella com a igreja e o “envolvimento de Mauro Macedo na trama criminosa”.

Mauro, primo de Edir Macedo, o fundador da IURD, coordenou campanhas políticas do atual prefeito do Rio e é citado em delações da Lava Jato como recebedor de Caixa 2. Segundo o Ministerio Público, Mauro aliciava empresários para participar dos mais variados de corrupção.

Outro elemento usado na análise do MPE-RJ são as mensagens do aparelho de celular apreendido, em março, com Rafael Alves, durante a primeira fase da operação. Apesar de não ter cargo público no Município, Rafael Alves teria enorme influência no governo – e pistas seguidas pelo MPE-RJ mostram que ele cobraria e arrecadaria propina de fornecedores, possivelmente com aval e em aliança com Crivella.

Rafael Alves falou de igreja em mensagens

No começo de 2018, Rafael Alves enviou várias mensagens a interlocutores demonstrando “frustração com os espaços ocupados por ele no governo” – e dizendo que seria capaz de revelar às autoridades “todos os esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro que ocorrem no governo”, com a “direta participação de Marcelo Crivella, sua família e a igreja, em expressa alusão à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd)”.

Em uma mensagem enviada no 19 de janeiro, diz o MPE-RJ, Rafael Alves escreve: “Nego destrói um político. Eu mexo com uma igreja.” Depois, ele prossegue, segundo os investigadores: “só não quero que mexa com meu irmão ou seja meu espaço”. Por fim, Rafael Alves afirma: “Fazendo isso eu destruo ele igreja etc.” O irmão de Rafael, Marcelo Alves, chegou a ocupar a presidência da RioTur – e vinha sofrendo com um processo de desgaste com outros aliados de Crivella, até ser exonerado em março deste ano, após a primeira fase da operação.

Para o MPE-RJ, Rafael indica que, “caso venha a romper com Marcelo Crivella e sua organização criminosa”, os efeitos danosos serão grandes pois “envolve dinheiro – e muito – e informações fortes.” O procurador aponta que “Rafael Alves deixa claro que tem ciência e controla diversas atividades criminosas do governo, sob a direta liderança de Marcelo Crivella”.

O celular de Rafael é considerado uma “peça bomba” na investigação pelos promotores. Mas não foi fácil chegar no aparelho. Em março, em uma busca contra Rafael Alves, ele entregou um celular vazio para as autoridades. Desconfiados, eles encontraram outro telefone escondido em roupas. Outros dois estavam no carro da mulher do operador, Shanna Garcia, filha do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, assassinado em 2004.

 

*Com informações do G1

 

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Matéria Política

TCU: Com verba pública, Bolsonaro favorece as TVs aliadas, SBT e Record

Auditoria confirma que emissoras tidas como aliadas do Planalto passaram a receber fatias maiores dos recursos.

O TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu em auditoria que faltam critérios técnicos para a distribuição de verbas publicitárias a TVs abertas pelo governo Jair Bolsonaro.

Dados da fiscalização, apresentados nesta terça (11) numa transmissão pela internet, confirmam a mudança de padrão na destinação do dinheiro para as emissoras, conforme noticiado em série de reportagens pela Folha.

Embora seja líder de audiência, a Globo, tida como inimiga por Bolsonaro, passou a ter fatia menor dos recursos na gestão do presidente. Record e SBT aumentaram expressivamente sua participação. Os donos das emissoras —Edir Macedo e Silvio Santos, respectivamente— manifestaram apoio ao governo em diferentes ocasiões.

De 2018 para 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, a parte da Globo no bolo das campanhas da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), hoje vinculada ao Ministério das Comunicações, despencou de 39% para 16% — em 2017, havia sido de 49%. No mesmo o período, a Record ampliou sua fatia de 31% para 43% e o SBT, de 30% para 41%.

A auditoria do tribunal foi feita para verificar indícios de direcionamento político no rateio da publicidade. O relatório sobre o caso, sob relatoria do ministro Vital do Rêgo, será julgado pela corte em data ainda não marcada.

O tribunal constatou que a campanha da reforma da Previdência —maior e mais cara do governo Bolsonaro— foi a principal responsável pela disparidade nos investimentos entre TVs.

Como mostrou a Folha, na primeira fase da ação publicitária, a Globo foi contemplada com a maior parte dos recursos, segundo o critério da audiência. Na segunda etapa, essa baliza deixou de ser determinante e as concorrentes da emissora carioca, alinhadas ao Planalto, passaram a receber mais.

Também passou a haver destinação de dinheiro para TVs de igrejas que apoiaram Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018.

A mudança se deu após o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, assumir o cargo, em abril de 2019. A Folha noticiou que ele é sócio, com 95% das cotas, da FW Comunicação, empresa que recebe dinheiro de TVs, entre elas Record e Band, e de agências contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais.

A Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Macedo, e afiliadas da Record também contrataram a empresa. O caso é investigado pela Polícia Federal e pelo TCU em um processo específico.

O secretário nega que haja favorecimento às clientes de sua empresa ou conflito de interesses em sua atuação.

Em abril, a juíza Solange Salgado, da Primeira Vara da Justiça Federal em Brasília, negou liminar para afastar Wajngarten do cargo. O pedido havia sido feito pelo PSOL, alegando que a presença dele na Secom refletia “o predomínio de interesses privados sobre o interesse público”.

A magistrada acolheu argumentos do secretário e afirmou não ver razões fáticas e jurídicas para suspender a nomeação. ​

Ao TCU a Secom justificou que, fora a audiência, levou em consideração outros parâmetros técnicos para definir os investimentos, como a comunicação efetiva com o público-alvo das campanhas, as mudanças nas percepções desse público, o alcance populacional das emissoras, a frequência de veiculação e o custo das inserções.

Os auditores entenderam que “a régua da audiência”, de fato, “não pode espelhar, por si só, a participação nos investimentos em mídia”, sendo necessário considerar outras variáveis.

“Ocorre que esses critérios técnicos e objetivos precisam ser claros e estarem detalhados no processo administrativo [das campanhas]”, argumentou a secretária de Controle Externo de Aquisições Logísticas do TCU, Tania Chioato, responsável pela auditoria.

Segundo ela, não constam detalhadamente nos documentos do governo as “motivações que embasaram a tomada de decisões no processo para a distribuição dos recursos”.

Outra constatação do TCU é a falta de registro de alterações feitas nos planos de mídia —que definem a estratégia, os objetivos e a distribuição de recursos de cada campanha—, como ocorreu entre a primeira e a segunda fase da ação publicitária da Previdência.

Esses documentos são elaborados por agências de propaganda, sob encomenda da Secom, e aprovadas pela secretaria após análise, tornando-se oficiais.

“Os diversos ajustes e alterações nesse plano de mídia não ficam registrados em lugar nenhum do processo. Então, entende-se que neste momento perde-se a possibilidade de rastrear, acompanhar os acontecimentos, as motivações que conduziram todo o processo decisório, desde a proposta inicial até se chegar à versão final do plano, que orienta a distribuição dos recursos”, disse Chioato.

A auditoria propõe que sejam incluídos no manual de publicidade da Secom os critérios técnicos e objetivos para a divisão de verba publicitária, inclusive entre as TVs, contemplando “indicador de eficiência”.

Também requer que sejam registradas e, se possível, publicados na internet ajustes e diferentes versões dos planos de mídia, com a indicação dos responsáveis por essas mudanças. Desses registros, segundo o TCU, deve constar, por exemplo, se houve redução ou aumento dos percentuais distribuídos a TVs de uma fase para outra de uma campanha.

O encaminhamento a ser dado dependerá do entendimento dos ministros do tribunal no julgamento.

Recém-nomeado por Bolsonaro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que é genro de Silvio Santos, participou da transmissão nesta terça e disse que busca um pacto para definir os critérios de investimento.

 

*Com informações da Folha

 

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Wajngarten ganhou aditivo da Igreja Universal após assumir Secom

Empresa de chefe da Secom recebe dinheiro da igreja de Edir Macedo – cuja emissora passou a receber percentuais maiores de verba federal sob o mandato de Bolsonaro.

A FW Comunicação, empresa do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, mantém contrato com a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo – dono da TV Record.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, a remuneração contratual para a igreja aumentou 36% um mês depois que Wajngarten assumiu o cargo no governo Bolsonaro, por meio de um aditivo pactuado entre as duas partes.

Wajngarten foi nomeado em 12 de abril do ano passado e, já em maio, o volume de capital repassado mensalmente pela igreja de Macedo à FW saltou de R$ 25,6 mil para R$ 35 mil. É o mais vultoso num conjunto de 11 clientes.

Assim como a igreja de Macedo passou a direcionar mais dinheiro para a FW, a Record passou a ser contemplada com mais verbas publicitárias da Secom, assim como aconteceu com outras TVs clientes da empresa de Wajngarten.

Todas essas informações estão em planilha apresentada pela defesa do secretário à Comissão de Ética Pública da Presidência, pouco antes da sustentação oral realizada em julgamento que terminou por arquivar o caso de Wajngarten sem que houvesse a abertura de uma investigação a respeito.

 

 

*Com informações do GGN