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Eleições para Parlamento Europeu: boca de urna aponta avanço da extrema-direita

Eleitores foram às urnas nos 27 Estados do Bloco Europeu.

Os eleitores da União Europeia foram às urnas em todos os 27 Estados do bloco entre quinta-feira (6) e este domingo (9). As autoridades devem divulgar os resultados em breve.

Ainda assim, pesquisas de boca de urna já mostram um avanço de partidos da extrema-direita entre os eurodeputados. Veja os principais levantamentos divulgados até o momento:

Na Alemanha, uma pesquisa mostrou o partido de extrema-direita da Alemanha, o AfD, com 16% dos votos registrados no país. Caso a previsão se confirme, o partido do atual primeiro ministro, Olaf Sholz, o SPD, vai ficar em terceiro lugar, com apenas 14% da preferência.

Já na Grécia, por outro lado, um levantamento aponta o partido no poder, o New Democracy, de centro-direita, com a preferência de 30% dos eleitores. O partido da esquerda grega, o Syriza, aparece com praticamente metade desse percentual (16%). E o centrista Pasok, 12% dos votos.

Uma outra pesquisa aponta que na Holanda o partido de extrema-direita PVV deve ficar em segundo lugar, com 17,7% dos votos. O que deve render à legenda 31 vagas no Parlamento Europeu.

Na Áustria o partido de extrema-direita FPO garantiu a liderança nas pesquisas de boca de urna, com 27% dos votos. O segundo que aparece melhor nas pesquisas, o OVP, também é de direita. Os socialdemocratas conseguiram apenas a terceira posição no levantamento, com 23%.

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Domínio das direitas no Parlamento Europeu põe em risco União Europeia

Expectativa é de representantes do PT na Espanha, Itália e Portugal, que participaram do programa Bom para Todos, da TVT. Eleições para o parlamento começam amanhã e vão até o dia 9.

O avanço da extrema direita na Europa e a tendência de domínio do Parlamento Europeu junto com os partidos de direita após as eleições que começam nesta quinta-feira (6) e vão até domingo (9) podem ter efeitos drásticos. E levar até à implosão do bloco, segundo avaliação de representantes do PT na Espanha, Itália e Portugal.

Em participação no programa Bom para Todos exibido pela TVT nesta terça-feira (4), Lílian dos Santos Gonçalves, coordenadora do partido em Madri, Espanha, chamou atenção para o euroceticismo. Ou seja, a ideologia política pautada em linhas de pensamento contrários à integração econômica ou política entre os países defendido por dois partidos, o Renew e o Conservadores. Que podem, inclusive, ganhar mais espaço.

“Conservadores e renovadores tendem a ter mais assentos. E são pessoas que advogam por uma Europa esfacelada, como era antes da União Europeia. São os eurocéticos, que acreditam na política individual, que acham que tem mais vantagem individualmente. E não na relação coletiva”, disse Lílian à apresentadora Talita Galli.

Na sua avaliação, o avanço dessas e outras correntes contrárias à União Europeia e a blocos como o Brics representa diversos retrocessos. Inclusive para o bem-estar social dos europeus. A saúde seria prejudicada, assim como a educação e a ciência, com possibilidade de interferências em universidades. Nesse caso, o prejuízo ao conhecimento como um todo.

Lawfare avança junto com a extrema direita na Europa
O coordenador do PT em Lisboa, Pedro Prola, lembrou que a extrema direita não avança sozinha na Europa. E que conta com a ajuda de campanhas de lawfare, como ocorre no país em que vive. Uma vítima recente foi o primeiro-ministro português António Costa, do Partido Socialista, que entregou o cargo em novembro de 2023 após ser acusado de envolvimento em tráfico de influência.

O presidente Marcelo Rebelo de Souza então dissolveu o Parlamento no início de janeiro e convocou eleições legislativas antecipadas. O PS perdeu por pequena margem para a coligação de centro-direita. E a extrema direita teve aumento expressivo de votação. O retrocesso já tem seus reflexos justamente contra os imigrantes, um dos alvos prediletos da direita.

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Parlamento Europeu coloca em votação moção para condenar Bolsonaro

Vai à votação nesta quinta-feira no Parlamento Europeu uma resolução que, se aprovada, condenará o presidente Jair Bolsonaro por sua política ambiental e de direitos humanos, usando as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips como exemplo das violações cometidas no país, segundo Jamil Chade, Uol.

O texto ainda vai pedir que o Brasil se comprometa com acordos climáticos e de direitos humanos antes que qualquer aproximação maior seja feita entre o bloco e o país. Os europeus deixam claro inclusive que não aceitarão a adesão do Brasil na OCDE enquanto tais temas não forem solucionados.

O texto original da resolução era ainda mais duro. Ele chegava a propor que o acordo comercial entre a União Europeia e Mercosul não fosse ratificado e que seu conteúdo fosse reaberto para que uma nova negociação possa ocorrer. Na prática, se aprovado, ele enterraria qualquer chance de que o pacto de livre comércio possa sobreviver nas atuais bases.

Mas o texto que será submetido ao voto foi suavizado, na esperança de conseguir um amplo número de apoios. Ainda assim, ele representa uma pressão inédita sobre o governo Bolsonaro, já com sérias dificuldades no exterior.

O texto, segundo observadores, é uma espécie de moção de censura do Parlamento contra o governo brasileiro.

A moção ainda “condena a destruição da floresta tropical no Brasil e insta as autoridades brasileiras a reforçarem as leis de proteção ambiental e a colocarem termo imediato à destruição deliberada e sistemática dos ecossistemas”.

O rascunho do texto também “exige veementemente às autoridades brasileiras que se oponham à legislação e políticas que afetam negativamente os povos indígenas e que adotem políticas para travar e inverter a perda de biodiversidade, o desflorestamento e a degradação da terra que incluam o enfoque no respeito e aplicação dos direitos dos povos indígenas e das comunidades quilombolas”.

O documento ainda pede a restauração e reforço da capacidade das agências ambientais; em particular, apela à “desmilitarização da Funai”, além do maiores recursos.

Bruno e Dom

A resolução é uma resposta à violência no Brasil contra indígenas e ambientalistas. O texto “condena veementemente a violência sistemática perpetrada contra os povos indígenas e deplora a pobreza e a discriminação que estes enfrentam continuamente; rejeita a deterioração dos direitos humanos no Brasil desde que Jair Bolsonaro tomou o poder”.

A moção ainda “denuncia o aumento dos assassinatos e ataques e a crescente criminalização contra os povos indígenas e defensores do ambiente e, em particular, condena os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips mortos em virtude da sua defesa dos direitos dos povos indígenas”.

Entre os principais pontos, o Parlamento irá apelar a uma investigação independente e rápida dos assassinatos, bem como a uma melhor proteção dos povos indígenas e dos defensores dos direitos humanos e do ambiente no Brasil.

A deputada Anna Cavazzini, Vice-Presidente da Delegação do Parlamento Europeu ao Brasil e negociadora dos Verdes para a resolução, deixou claro que os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira não são um caso isolado.

“É um sinal forte de que o Parlamento Europeu condena claramente os assassinatos cada vez mais frequentes de indígenas e defensores do ambiente no Brasil e identifica claramente a responsabilidade do governo Bolsonaro na crescente violência contra os povos indígenas, bem como as crescentes taxas de desmatamento a ela associadas”, disse.

“A violência crescente desde o início do mandato de Bolsonaro não é uma coincidência. O Parlamento Europeu condena o fato de ter cortado o financiamento das agências, continuado a enfraquecer a legislação ambiental, e atacou verbalmente os povos indígenas e os defensores do ambiente em várias ocasiões”, disse.

O texto solicita às autoridades brasileiras que garantam uma investigação rápida, exaustiva, imparcial e independente sobre os desaparecimentos e mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, bem como a “responsabilização de todos os envolvidos neste crime, incluindo aqueles que o ordenaram.

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Vídeo – Lula: “Tenho “profundo respeito por Alckmin, mas que não busco vice quando ainda nem me lancei candidato”

Em coletiva de imprensa concedida no Parlamento Europeu, nesta segunda-feira, 15, o ex-presidente Lula (PT) disse que tem “profundo respeito” pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), mas que não busca vice para sua chapa quando ainda nem se lançou candidato. “Não estou discutindo vice ainda, porque ainda não coloquei minha candidatura”, declarou.

“Eu já tenho vinte e dois vices e oito ministros da Economia, quando eu ainda nem decidi ser candidato”, ironizou o ex-presidente. “O vice é uma pessoa que tem que ser levado muito a sério na relação com o presidente, porque ele pode ser presidente. Tem que ser uma pessoa que soma com o presidente e não que diverge do presidente”, declarou.

“Não há nada que tenha acontecido entre eu e o Alckmin que não possa ser reconciliado. Política às vezes é como um jogo de futebol, você dá uma botinada no cara, ele cai chorando de dor, mas depois que acaba o jogo, eles se abraçam e vão tomar uma cerveja e discutir o próximo jogo”, disse.

“Política é assim. Quando não há ofensa moral e pessoal, nas divergências políticas todo mundo joga bruto, porque todo mundo quer ganhar”, informou. “Quando eu decidir ser candidato, aí sim eu vou sair a campo para escolher um vice”, continuou.

Assista:

*Com informações do 247

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Mundo

Parlamento europeu acusa Bolsonaro de crimes contra humanidade

O presidente Jair Bolsonaro foi responsabilizado pela crise sanitária que vive o Brasil. Numa audiência nesta quinta-feira no Parlamento Europeu, deputados avaliaram a situação do país e apresentaram questões ao embaixador do Brasil na UE, Marcos Galvão.

A audiência ocorreu num momento em que, no Brasil, a perspectiva de uma CPI começa a deixar o Executivo preocupado. Na Europa, porém, a realidade é de que o Brasil representa uma ameaça sanitária global.

Uma das deputadas mais vocais na crítica foi a alemã Anna Cavazzini, eurodeputada pelo Partido Verde e vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para assuntos relacionados ao Brasil. “O que ocorre no Brasil é uma tragédia. Mas poderia ter sido evitada e baseada em decisões políticas equivocadas”, disse.

Ela cobrou respostas sobre a morte de indígenas e o fracasso nas políticas, além de questionar o que o governo vai fazer para lidar com a fome. “A covid-19 virou uma crise social, com pessoas indo para cama com fome. O que o governo vai fazer sobre isso?”, questionou.

A deputada ainda quer saber para onde vai hoje o dinheiro destinado pela UE para o Brasil. “Se Bolsonaro nega a crise e coloca medidas que impedem a ação contra a pandemia, para onde é que o dinheiro vai?”, questionou.

O eurodeputado Miguel Urban Crespo foi ainda mais duro. “Bolsonaro declarou guerra aos pobres, à ciência, à vida e à medicina”, disse. Segundo ele, a crise “tem causa política e tem um responsável”.

“Vamos dizer claramente: a necropolítica de Bolsonaro é um crime contra a humanidade contra o povo brasileiro”, disse. Para ele, é uma “autêntica vergonha” a UE continuar negociando um acordo comercial com o Mercosul.

Marcos Galvão, embaixador brasileiro, explicou a situação brasileira e foi claro em reconhecer a dimensão da crise no país. Ele citou o número de mortos diários e apontou como o mês de março foi especialmente letal. Galvão também deixou claro que o setor de saúde vive um momento crítico, que o desemprego bate recorde e alertou sobre a falta de oxigênio e insumos. Mas o embaixador insistiu que o foco precisa ser o acesso às vacinas e implorou por ajuda.

“Eu sou um servidor público de uma democracia”, disse, lembrando que apresentou “dados transparentes”. “Não vou falar de responsabilidades. Temos instituições sólidas que poderão fazer isso. O contribuinte me paga para buscar ajuda no exterior”, afirmou.

*Jamil Chade/Uol

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Matéria Política

Bolsonaro pode gerar violência real contra imprensa, alertam organizações

Os ataques nos últimos dois dias por parte de Jair Bolsonaro contra a imprensa ampliaram as críticas no exterior contra seu governo e o tema entra no radar dos relatores de direitos humanos, de governos estrangeiros, da OEA (Organização dos Estados Americanos) e dentro do bloco europeu.

No domingo, o presidente respondeu uma pergunta sobre denúncias de corrupção com a seguinte frase: “minha vontade é encher tua boca com uma porrada”. Um dia depois, ele voltou a atacar a imprensa durante um evento sobre a pandemia. Enquanto ele lançava sua ofensiva, uma coletiva de imprensa praticamente no mesmo momento na OMS (Organização Mundial da Saúde) em Genebra pedia que governos trabalhassem com jornalistas para levar coerência na mensagem à população.

O temor de especialistas internacionais é de que as palavras de Bolsonaro se transformem em atos concretos contra os profissionais de imprensa.

“Esse tipo de retórica violenta pode ser visto por alguns como apenas caricatura, quase um discurso sem conteúdo, como se disséssemos ‘lá vai ele de novo’”, afirmou David Kaye, que foi o relator da ONU (Organização das Nações Unidas) para Liberdade de Expressão entre 2016 e julho de 2020 e hoje é professor de direito na Universidade da Califórnia.

“Mas como Duterte nas Filipinas ou Trump nos Estados Unidos, sabemos que as ameaças contra os jornalistas ajudam a estabelecer um ambiente que pode levar à violência real, à intimidação dos jornalistas, a uma contenção de em reportagens que o público merece”, disse.

“É claramente um esforço para fazer com que os jornalistas não reportem sobre alegações de corrupção”, alertou.

“Exemplo rude da hostilidade”

Ele, porém, elogiou a rápida resposta de jornalistas pelo Brasil que foram às redes sociais para questionar o presidente. “É bom ver uma solidariedade jornalística tão ampla chamando o presidente para isso”, disse.

Edison Lanza, relator da OEA para Liberdade de Imprensa, também se pronunciou. “Não consigo encontrar um exemplo mais rude da hostilidade de um alto funcionário à imprensa e da exposição do jornalista à violência”, afirmou.

Entre os governos, a atitude de Bolsonaro também foi recebida com preocupação. Em Bruxelas, negociadores da UE (União Europeia) indicaram que a publicidade que se fez nos jornais do Velho Continente sobre o caso amplia a rejeição da opinião pública sobre qualquer tipo de acordo que a Europa tente fechar com o Brasil.

“Fica muito difícil justificar uma aproximação ao governo brasileiro”; admitiu um embaixador, na condição de anonimato.

Parlamento Europeu coloca Brasil como local com acesso à informação ameaçado

Um documento datado de maio e produzido pelo Parlamento Europeu a deputados cita especificamente Bolsonaro entre os líderes que estariam ameaçando o acesso à informação, em plena pandemia da covid-19. Seus atos, assim, “minam a liberdade de imprensa no Brasil”.

Há um mês, a delegação do governo da Suíça na ONU criticou países que estão se aproveitando da emergência da covid-19 para violar direitos humanos, principalmente no que se refere ao papel da imprensa. Berna citava Cuba, China e Venezuela. Mas também incluía em sua lista o Brasil.

O comportamento do governo levou negociadores estrangeiros a ironizar o gesto do Itamaraty quando, em julho, o Brasil patrocinou uma resolução na ONU para defender a liberdade de imprensa.

Semanas antes, a entidade Repórteres Sem Fronteiras publicou um levantamento apontando para os “ataques sistemáticos do sistema formado por Bolsonaro e seus seguidores” no segundo trimestre de 2020. Naquele período, a entidade registrou pelo menos 21 agressões partindo do próprio presidente na direção de jornalistas e da imprensa em geral. No primeiro trimestre, foram 32 casos.

“Pelas redes sociais, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, disparou 43 ataques contra a imprensa; Flávio Bolsonaro, senador, foi autor de 47; e Eduardo Bolsonaro, deputado federal, de 63”, revelou.

 

*Jamil Chade/Uol

 

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Nova derrota internacional de Bolsonaro: Pela 1ª vez, acordo com Brasil é vetado por Parlamento de um país europeu

Citando crise ambiental, Legislativo austríaco aprovou moção para forçar governo de Viena a vetar tratado comercial entre Mercosul e União Europeia. Itamaraty teme que medida abra onda de decisões contrárias ao acordo pela Europa.

GENEBRA – Pela primeira vez, um Parlamento de um país europeu aprova uma moção para forçar seu governo a vetar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul. A decisão foi tomada pelo Parlamento Austríaco, na noite de quarta-feira, gerando fortes preocupações entre diplomatas brasileiros sobre a possibilidade de que Viena abra uma onda de rejeições pelo continente.

O acordo, depois de 20 anos de negociações, foi fechado em junho e comemorado pelo governo brasileiro como uma das principais conquistas diplomáticas do país. Mas, para que entre em vigor, todos os países da UE precisam aprová-lo no Conselho Europeu e, depois ratificá-lo, em seus respectivos Parlamentos.

Oficialmente, os austríacos vetaram o acordo sob o argumento de que as políticas ambientais de Jair Bolsonaro seriam inaceitáveis.

No Parlamento, chamou a atenção o fato de que praticamente todos os partidos –de direita, de extrema-direita e socialistas– apoiaram o veto ao tratado.

A única exceção veio dos liberais. A moção, assim, pede que o governo de Viena vete, no Conselho Europeu, a aprovação do texto.

O partido social-democrata, SPO, comemorou o veto. “Trata-se de um grande triunfo para os consumidores, para o meio ambiente, para a proteção de animais e para os direitos humanos”, declarou.

A surpresa, na votação, foi a decisão do partido conservador de também dar seu apoio. O OVP considerou que não há como retomar o processo negociador.

Mas diplomatas alertaram que a crise ambiental pode estar sendo instrumentalizada. Antes mesmo dos incêndios, o governo de Viena era um dos que mais resistiam ao acordo com o Mercosul, alegando que não estaria disposto a abrir seu mercado agrícola.

Ao lado da França, os austríacos chegaram a escrever uma carta para protestar contra o ritmo acelerado que a Comissão Europeia havia adotado no processo de diálogo.

“Encontraram agora um motivo que forte apelo popular para justificar seu protecionismo”, criticou um diplomata brasileiro de alto escalão na Europa.

No Itamaraty, o temor agora é que o veto austríaco seja repetido por outros Parlamentos. Desde o encerramento das negociações, grupos ambientalistas, de consumidores e ONGs têm feito campanha contra o tratado.

Governos como o da França anunciaram que estão avaliando o impacto ambiental do acordo, antes de dar um sinal verde.

O tratado ainda vem no momento em que a diplomacia brasileira tem sua imagem manchada por conta dos incêndios na Amazônia.

Mas, também, pelas ofensas proferidas por Bolsonaro contra líderes internacionais. Em diferentes países, deputados têm sido pressionados a tomar uma atitude dura contra o governo brasileiro por conta de sua política ambiental.

 

*Jamil Chade/Uol