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Política

Pablo Marçal e a cocaína: articuladores de sua campanha trocaram carros de luxo pela droga para o PCC

Informações constam de inquérito da Polícia Civil de São Paulo.

Integrantes do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), relacionados ao presidente nacional Leonardo Avalanche e ao influenciador digital Pablo Marçal, são investigados por supostamente trocar carros de luxo por cocaína, destinada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, conduzida pela Polícia Civil, envolve Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, segundo informa o jornal Estado de S. Paulo.

Os suspeitos, que negam envolvimento com o crime organizado, foram ligados a negociações que supostamente financiaram o tráfico de drogas, gerando lucros significativos. Os eventos desencadearam com a apreensão de armas e drogas em posse de Francisco Chagas de Sousa, apelidado de Coringa, em agosto de 2020. Os investigadores descobriram que Coringa agia no tráfico interestadual, usando veículos como pagamento de drogas.

Em 30 de julho de 2020, Gordão teria solicitado a Coringa auxílio para vender um veículo BMW X5, mencionando que Escobar explicaria o negócio. Essas transações são parte de um esquema que inclui a venda de drogas e a divisão de lucros entre os envolvidos, conforme relatórios da polícia.

Adicionalmente, foram encontradas evidências de atividades criminosas em um telefone celular de Gordão, com conversas que indicavam o controle de membros da facção e a coordenação de punições. A investigação continua em andamento, com novas descobertas sendo reveladas periodicamente.

Embora Marçal tenha levantado acusações sem provas contra o psolista Guilherme Boulos sobre uso de cocaína, é a sua campanha que se vê cada vez mais envolvida com o tráfico de drogas e com o crime organizado.

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Cotidiano

PCC explora BR-116 para garantir “plano B” de envio de droga à Europa

PCC domina região do Rio Grande do Norte por onde passa rodovia federal para ter rota alternativa e despachar cocaína pelo porto do Ceará.

São Paulo — Desde que ingressou no tráfico internacional e começou a negociar cargas bilionárias de cocaína, remetidas para Europa e África, o Primeiro Comando da Capital (PCC) precisou expandir os locais usados para o despacho da droga, além de optar por abrir mão do domínio de determinados territórios.

Com tentáculos estabelecidos por todo o país, a maior facção criminosa do Brasil deixou grupos rivais paulatinamente dominarem o tráfico de drogas local, pelo qual perdeu interesse, mas manteve territórios estratégicos, como no Rio Grande do Norte, por causa da BR-116, segundo o Metrópoles.

Essa rodovia federal detém 4.610 quilômetros de extensão e corta praticamente todo o país, ligando os estados do Rio Grande do Sul e Ceará, onde fica o Porto do Mucuripe, em Fortaleza. O local é utilizado como uma rota alternativa, um plano B, para o PCC despachar droga ao exterior quando encontra dificuldades em operar o tráfico internacional pelo Porto de Santos, no litoral de São Paulo, onde concentra sua atuação.

Devido ao grande volume de entorpecente demandado pelos “clientes” do outro lado do Atlântico, negociado em toneladas, a facção paulista passou a despachar as cargas majoritariamente por via marítima, escondidas em contêineres ou submersas nos cascos de navios.

Cerca de 60% de toda a cocaína enviada por via marítima sai do país pelo Porto de Santos, segundo estimativas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. Porém, para ludibriar o trabalho da polícia, do MPSP e da Receita Federal, o PCC também passou a operar sua exportação pelos portos do Rio de Janeiro — território de seu maior inimigo, o Comando Vermelho (CV) — e de Fortaleza.

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Política

Planalto de Bolsonaro pressionou para que PF ligasse facada ao PCC

Novo inquérito sobre o atentado será concluído em breve e jogará luz sobre a pressão política exercida sobre a corporação.

A Polícia Federal está prestes a concluir a derradeira etapa das investigações sobre a facada em Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. De novo, a conclusão será a de que Adélio Bispo, o autor do atentado, agiu por conta própria, segundo Rodrigo Rangel, Metrópoles.

O resultado dessa nova etapa da apuração não apenas reforçará o que a própria PF já havia concluído antes de o inquérito ser reaberto como também jogará luz sobre um complicado movimento de bastidores ocorrido na reta final do governo Bolsonaro: houve forte pressão política – do Palácio do Planalto, inclusive – para que os investigadores apontassem a existência de uma suposta ligação da tentativa de assassinato com o PCC, o Primeiro Comando da Capital.

Nos bastidores, fontes graduadas da PF dizem que são cristalinas as evidências dessa pressão. Até recentemente, havia uma discussão interna sobre o que fazer com essas evidências.

Chegou a ser considerada, inclusive, a possibilidade de abertura de uma apuração específica para mapear em que medida integrantes de postos de direção da corporação na gestão Bolsonaro agiram para atender aos interesses do Planalto.

Desejo de Bolsonaro
Já durante a corrida presidencial de 2022, o então presidente e candidato à reeleição queria usar o caso para se cacifar eleitoralmente. Ele entendia que se a Polícia Federal fizesse algum movimento no sentido de relacionar a facada ao PCC, teria dividendos políticos e ampliaria suas chances de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

Com o processo eleitoral já em curso, a PF chegou a pedir à Justiça Federal autorização para realizar buscas em endereços ligados a um advogado de Adélio que, se tivessem sido feitas, poderiam atender ao interesse (e às cobranças) de Bolsonaro. Mas o juiz do caso, Bruno Savino, decidiu não autorizá-las justamente em razão da desconfiança de que o pedido escondia uma estratégia que poderia ter fins eleitoreiros. Essas mesmas buscas foram liberadas só depois e cumpridas em março deste ano, com a PF já sob nova direção.

Por duas vezes, as investigações sobre o atentado já haviam sido encerradas pela PF e chegado à conclusão de que o atentado não teve mandantes. A última delas foi em 2020. O caso, porém, foi reaberto já no final de 2021, depois que a o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, liberou o acesso ao telefone celular de um dos advogados que se apresentaram para defender Adélio logo após o crime.

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Opinião

Quem disse a Lula que era uma “armação” o ataque a Moro planejado pelo PCC?

“Para mim, coincidências não existem. Não há coincidência intranscendente, e repito: qualquer coincidência tem o dedo de Deus ou do diabo”. (Nelson Rodrigues)

Em futebolês, “jogar contra o patrimônio” é marcar gol contra. É o que Lula mais tem feito nos últimos dias, o último deles ao afirmar: “Eu acho que é mais uma armação de Moro”, comentando a volta do ex-juiz à ribalta, depois de ver o nome dele envolvido nas investigações sobre um plano de vingança do PCC para sequestrar e matar várias autoridades.

Com direito a teleprompter e fundo todo branco no Jornal Nacional, Sergio Moro aproveitou a oportunidade da sua reentrada em cena para se fazer de vítima de uma conspiração do governo e acusar Lula de colocar em risco a sua vida e a da sua família. Até aquele dia, ele estava esquecido, vivendo o ostracismo numa solitária cadeira no Senado.

Que Lula anda falando demais, sem freios e sem provas, estamos todos de acordo, mas fiquei com várias pulgas atrás da orelha com essa história.

“Fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda”, disse Lula, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, numa solenidade na Marinha, em meio a um dia carregado de compromissos.

A juíza a que o presidente se refere é Gabriela Hardt, da hoje famosa 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma que ajudou Moro a mandar Lula para a prisão, em 2018, tirando-o da campanha presidencial, quando era franco favorito, e abrindo caminho para a chegada da extrema-direita ao poder, numa grande operação que envolveu políticos de oposição ao PT e militares, como o general Villas Bôas. Depois, como sabemos, Moro viraria ministro da Justiça de Bolsonaro. Tudo coincidência?

Quem, afinal, disse para Lula “ficar sabendo” que a inclusão do nome do ex-juiz nas investigações da Polícia Federal era uma “armação” do próprio Moro? Seria uma “inside information” dos órgãos de segurança para o presidente? Neste caso, Lula deveria dizer a fonte e mostrar as provas. Do jeito que falou, apenas desmereceu o republicano trabalho da Polícia Federal e do seu ministro da Justiça, o competente Flávio Dino, que salvaram a vida de um inimigo juramentado do presidente e do seu governo.

Ou foi apenas uma ilação de Lula diante dos antecedentes da dupla de magistrados de Curitiba? Só o próprio presidente poderá responder a essas dúvidas. Em outra coincidência, no mesmo dia, Hardt tirou o sigilo das investigações sobre o PCC, o que municiou Moro no seu contra-ataque a Lula.

Assim como a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar os processos de Lula na Lava Jato, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, agora também é questionada a entrada de Gabriela Hardt no caso do PCC.

A dúvida foi levantada pelo Conjur, o mais conceituado site de consultoria jurídica do país, que ouviu juristas para chegar à conclusão de que “a Justiça Federal do Paraná não é competente para conduzir a investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil/PR). Como os delitos em averiguação não seriam praticados devido ao fato de ele ser parlamentar, nem em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, o processo caberia à Justiça estadual”.

E, nesse caso, como as investigações sobre o PCC foram abertas em São Paulo, o processo deveria ficar com a Justiça paulista, afirma o Conjur, que ouviu, entre outros, Afrânio da Silva Jardim, professor aposentado de Direito Processual Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Ruy Lopes Junior, professor de Direito Processual Penal da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

O novo imbróglio entre Lula e Moro, que só interessa ao ex-juiz, começou com uma entrevista do presidente à TV 247, na véspera da operação da PF, em que o presidente falou que se vingaria do seu algoz provando sua inocência, e o chamou de “merda”. Foi o que bastou para misturar tudo no no mesmo balaio e transformar Lula de vítima em algoz de Moro nas redes bolsonaristas. A lição que fica de tudo isso para o governo é que o presidente Lula deveria parar de falar em fatos e personagens do passado para centrar seus discursos e entrevistas em projetos e programas de seu terceiro governo, que está prestes a completar 100 dias, e ainda está atolado em disputas internas na base aliada sobre os rumos da economia e nas relações com o Congresso.

Na volta da viagem à China, Lula precisa arrumar a cozinha palaciana e botar ordem na articulação política e na comunicação social do governo, não podendo ser ele o único porta-voz, até para não perder a voz, como aconteceu esta semana.

*Kotscho/Uol

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Justiça

Lincoln Gakiya: PCC colocou alvo em Moro por estratégia, não por vingança

Um dos principais investigadores do PCC no País, promotor Lincoln Gakiya, esclareceu o caso à TV GGN Justiça, sob o comando de Luis Nassif e participação de Marcelo Auler.

O nome do senador Sérgio Moro (União-PR) ganhou os holofotes da grande mídia, mais uma vez, esta semana. Desta vez, veio à tona uma operação da Polícia Federal (PF) que pretendia prender criminosos parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por trás de um plano contra autoridades com o objetivo de resgatar o seu principal líder, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido publicamente como Marcola.

Moro não se absteve, escreveu e falou publicamente sobre o plano que mira – inclusive – sua família. Ele passou a usar o episódio de forma política e deu a entender, em diversas declarações, que o PCC queria vingança. No entanto, o promotor de Justiça de São Paulo e um dos principais investigadores do PCC no País, Lincoln Gakiya, falou com exclusividade à TV GGN Justiça, nesta sexta-feira (24), sobre a real motivação do bando contra o ex-juiz e senador.

Em janeiro deste ano, Marcola foi transferido do presídio federal de Rondônia para o presídio federal de Brasília, por causa da descoberta de um plano “A” do PCC para o seu resgate.

A transferência desmontou a ação inicial da facção que, então, se debruçou sobre o plano “B”, com o objetivo de sequestrar e matar autoridades públicas que poderiam servir como moeda de troca para forçar a libertação ou nova transferência de Marcola.

Conforme explicou o promotor, entre os alvos do Plano “B” – descoberto no final de 2022 – estavam ele próprio, agentes federais, o senador Sérgio Moro e – curiosamente – sua família, já que não é uma prática da facção mirar mulheres e crianças (nos casos de vingança).

“Ele está lá [no plano] identificado, assim como já foi divulgado com o codinome de Tokyo. E outros alvos, que descobrimos depois (…) servidores, autoridades do Mato Grosso do Sul, especificamente de Campo Grande (…) O alvo não era só o ex-ministro Moro, os alvos eram – possivelmente, porque ainda não está identificado – um policial ou dois polícias penais federais de Porto Velho [RO], direitos de unidades prisionais federais, um ex-comandante da Polícia Militar de Campo Grande e um agente policial penal em Campo Grande. Aparentemente, são esses agentes públicos que estavam envolvidos [no plano do PCC]”, explicou o promotor.

Acontece, que após o caso vir a público, Moro voltou a propagar a desinformação de que teria se tornado um alvo do bando por ter atuado, quando ministro da Justiça, no caso da transferência de líderes da facção criminosa para o regime penitenciário federal. Quem pediu a transferência, de fato, foi Gakiya e com isso se tornou o principal alvo dos criminosos.

“O assunto da remoção é muito caro pra mim, pra minha família, porque isso acabou com a minha vida. Não foi com a vida do Moro (…) e por que eu estou dizendo isso? Porque os criminosos têm acesso ao processo de remoção. Por mais que alguém fale que foi responsável, e eu gostaria que eles [os criminosos] acreditassem, porque eu não quero nunca ter esse protagonismo, mas eles têm acesso de tudo o que foi escrito no processo de remoção e eles sabem que foi que tive essa ousadia”, pontuou Gakiya.

*Com GGN

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Opinião

Jornalista questiona suposto plano do PCC para assassinar Moro e aponta total falta de sentido

O jornalista e escritor João Paulo Charleaux, autor do livro “Ser Estrangeiro” e colaborador de publicações como Globo, Folha, Estadão, Nexo e Piauí, não vê sentido algum na história que vem sendo contada até sobre o suposto plano do PCC para assassinar o ex-juiz suspeito e hoje senador Sergio Moro. Confira:

Segundo um dos advogados dos presos, Moro nunca foi alvo. “Não vi em nenhum momento o nome de Sergio Moro”, afirmou o advogado Juan Felipe Souza sobre a operação da PF que prendeu suspeitos de planejar o assassinato de autoridades.

*Com 247

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Cotidiano

Exército admite que liberou compra de fuzil para integrante do PCC

O Exército afirma que não havia impedimento para aprovar o certificado de registro de CAC (caçador, atirador e colecionador) para um membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) pelos documentos apresentados por ele.

Foi após esse processo que o suspeito teve autorização para comprar um fuzil.

A Força diz, por meio de nota, que usou a autodeclaração de idoneidade e a certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para a análise e que a responsabilidade pela documentação é do “interessado”.

Conforme mostrou a Folha, o membro do PCC conseguiu obter o certificado de registro de CAC no Exército mesmo tendo uma ficha corrida com 16 processos criminais, incluindo cinco indiciamentos por crimes —como homicídio qualificado e tráfico de drogas.

“Toda a documentação requerida para a entrada do processo foi verificada. Assim, seguindo o princípio da legalidade, as informações prestadas acerca da idoneidade e da documentação referente aos antecedentes criminais são de responsabilidade do interessado”, disse o Exército, em nota.

“No caso em questão, o cidadão apresentou a certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais em conjunto com a autodeclaração de idoneidade, não havendo informações impeditivas para o prosseguimento do trâmite processual naquela oportunidade”, acrescentou a Força.

O Exército disse ainda que, sendo confirmada a ocorrência de irregularidade processual, as providências cabíveis serão tomadas por meio de processos administrativo e penal militar, sem prejuízo de outras medidas a serem adotadas pelos órgãos de segurança pública.

Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, diz que a portaria e a lei não fazem referência à primeira ou à segunda instância, mas aos tipos de Justiça e à inexistência de inquéritos. Dessa forma, a Força deveria conferir os documentos e verificar a veracidade.

“A manifestação do Exército passa a impressão de que a verificação é meramente formal, o que, além de preocupante, é um incentivo para que outras pessoas com antecedentes optem por esse caminho para obtenção de armas”, disse.

Ele diz ainda que houve redução da fiscalização do Exército no governo Bolsonaro, em muitos casos pela alteração das normas, o que facilitou a atividade de criminosos.

Para ser CAC era preciso, por exemplo, atestar frequência em clubes de tiro. Para avançar na categoria e poder comprar mais armas, precisava ser justificada a participação em competições regionais e nacionais.

“Tudo isso caiu com as novas normas. Quando há diminuição de requisitos que o Exército usa para fiscalizar, ocorre o incentivo para uma infiltração do crime organizado”, destacou.

Especialista em direito público, o advogado Ricardo Penteado afirmou que era uma das obrigações do Exército checar a veracidade do que constou na autodeclaração entregue pelo integrante do PCC. De acordo com Penteado, esse é o papel de órgãos de controle.

“A averiguação dos pressupostos previstos em lei para a concessão de uma determinada licença é uma obrigação do órgão que a concede”, disse o advogado.

“Quando se trata de uma atividade de risco [autorizar a compra de uma arma do porte de um fuzil], essa obrigação se impõe sobremaneira. Caberia ao Exército fazer essa checagem.”

O juiz que autorizou a Polícia Federal a fazer busca e apreensão contra um membro do PCC disse que qualquer busca no Google feita pelos militares poderia acender um sinal amarelo sobre o suspeito.

O registro foi obtido pelo membro do PCC em junho de 2021, já na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo federal, por meio de novas portarias e decretos, tem flexibilizado o acesso a armas e munições no país. Algumas normas publicadas são destinadas a beneficiar especialmente a categoria dos CACs.

Segundo a polícia, para obter o certificado de registro de CAC no Exército o suspeito apresentou somente a certidão negativa de antecedentes criminais na segunda instância, emitida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

A investigação aponta que o Exército não exigiu certidão negativa da Justiça de primeira instância, na qual o membro do PCC acumula 16 processos. Caso ele tivesse expedido o documento referente à primeira instância, sua ficha criminal seria exposta.

Para se tornar CAC, o Exército pede a comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral.

Após receber o registro de atirador, o homem comprou duas carabinas, um fuzil, duas pistolas, uma espingarda e um revólver. O valor das armas supera R$ 60 mil.

A PF apreendeu as armas no último dia 14, após cumprir três mandados de busca e apreensão na operação Ludíbrio na cidade mineira de Uberaba.

As armas compradas por CACs ficam registradas no Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas). Questionado sobre os dados, o Exército não informou detalhes sobre os diferentes tipos de armas e calibres que compõem o acervo e disse que qualquer questionamento sobre o tema deveria ser feito via Lei de Acesso à Informação —que dá prazo de até 30 dias para a resposta.

Atualmente, cerca de 1,5 milhão de armas estão registradas no Sigma. Os CACs respondem por mais da metade desse acervo (884 mil), sendo que o restante é formado pelo armamento particular de militares, incluindo policiais e bombeiros.

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Política

Lula não tem ligação com caso do contador investigado por esquema com PCC, diz Polícia Civil

A Polícia Civil de São Paulo afirmou o ex-presidente Lula (PT) não aparece em investigação do Denarc sobre possível esquema de lavagem de dinheiro para o PCC, com a suposta ajuda de um contador que fez a declaração de imposto de renda de Lula a sete anos atrás.

A informação consta no sexto parágrafo da reportagem divulgada pela Folha de S. Paulo na tarde de quinta, 16, em matéria cujo título diz que “contador ligado a Lula atuou para o PCC”. A reportagem tem sido usada como arma pelos bolsonaristas.

O contador João Muniz Leite e sua esposa são alvos de investigação da Polícia Civil. Ele é suspeito de ter montando um esquema de lavagem de dinheiro para Cara Preta, suposto chefe do PCC, morto no ano passado.

O nome de Leite, que foi contador de Lula entre 2011 e 2015, vinha sendo mantido em sigilo, mas acabou confirmado pela Polícia Civil após vazar para a imprensa, numa reportagem do Estadão.

Os vazamentos seletivos eram uma constante na Operação Lava Jato, deflagrada no ano eleitoral de 2014. Oito anos depois, Lula não responde mais a processos na Lava Jato e lidera as pesquisas eleitorais contra Jair Bolsonaro, para a eleição de 2022.

Leite foi testemunha do caso do sítio de Atibaia, movido pela Lava Jato em Curitiba contra Lula. Ele chegou a depor perante o ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal nos processos contra o ex-presidente. O contador alegou que fez a declaração de imposto de renda de Lula a pedido do advogado Roberto Teixeira.

Procurada, a assessoria de imprensa de Lula frisou que o petista não tem relação com a investigação do Denarc. Além disso, todo seu sigilo fiscal e bancário foi quebrado na Lava Jato e “jamais uma irregularidade foi encontrada”.

A Justiça de São Paulo bloqueou, segundo a Folha, 40 milhões de reais do grupo investigado na operação contra o PCC.

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Notícia

Vídeo: Rebeliões simultâneas acontecem em presídios de São Paulo e presos fazem fuga em massa

Secretaria da Administração Penitenciária informa que conteve 3 motins e cercou um quarto presídio.

Quatro rebeliões aconteceram em presídios de São Paulo nesta segunda-feira (16). Em pelo menos um deles, houve fuga de detentos. A direção do presídio de Mongaguá, na Baixada Santista, estima em cerca de 350 os fugitivos.

Além de Mongaguá, também há registro de revoltas nas penitenciárias de Tremembé, Mirandópolis e Porto Feliz. Nas duas primeiras, a Polícia Militar e os agentes penitenciários conseguiram controlar os motins. Em Porto Feliz, o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e a PM estão cercando o presídio para conter a rebelião.

Em todos os presídios rebelados há presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A direção da Secretaria da Administração Penitenciária informou que só será possível saber o número exato de fugitivos em Mongaguá após o término da contagem dos presos.

De acordo com o sindicatos dos agentes prisionais, a onda de motins atingiria uma quinta prisão: o Centro de Ressocialização de Sumaré. A razão das revoltas, segundo os agentes, seria o fato de os presos temerem perder o direito a saída temporária de Páscoa em razão da epidemia de coronavírus.

“O motivo parece que é a situação de que o TJ (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibiu as ‘saidinhas’ e o trabalho externo de presos”, diz o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional, Fabio Cesar Ferreira. “Amanhã seria a primeira ‘saidinha’, né? E quase 20 mil presos queriam sair no feriado da Páscoa”

 

 

*Com informações do Terra

 

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O STF ainda deve ao Brasil a prisão de Moro

Não é sem motivo que a milícia chegou ao poder. Não é sem motivo que o país assiste ao genocídio de negros e pobres nas periferias e favelas brasileiras, sobretudo no Rio de Janeiro. Não é sem motivo que os assassinos de Marielle hoje dão as cartas na conceituação de política pública de privatização e desmonte do país. Tudo isso e muito mais só foi possível porque, como disse Gilmar Mendes, o PCC, nascido no aparelho judiciário do Estado com o nome de Lava Jato, construiu bases recíprocas de práticas criminosas junto com a mídia.

Se o Brasil assistiu ao fuzilamento, com 80 tiros, de uma família pelo próprio exército brasileiro, o suicídio do reitor de uma universidade federal por falsas acusações de uma delegada da Lava Jato, crianças como Ágatha serem assassinadas com tiros de fuzil pela própria polícia, a culpa original é de Moro e sua Lava Jato. Moro como produto e, principalmente a Globo como propagandista do terror. Os ataques aos índios e quilombolas que se intensificaram porque esse governo foi eleito para sublinhar a linguagem de servos dos ricos e monstros contra os pobres, transformando assassinos em mitos, genocidas em escravos da dinâmica ensandecida de execução dos pobres não importando a idade, mas sim o lugar onde moram e, sobretudo, a cor da pele.

Somente assim o povo brasileiro elucidará e extirpará essa linguagem de “excludente de ilicitude” que passou a ser praticada no Brasil antes mesmo de ser votada e legalizada pelo congresso.

Esses assassinatos informais vêm da judicialização miliciana e seus conceitos sincronicamente produzidos pelas normas e nexos do entendimento que tomou conta da estrutura do Estado brasileiro, assim como o dia do fogo na Amazônia, promovido por grileiros, jagunços, garimpeiros e outros bichos soltos que se sentiram estimulados pelo chamado do Planalto e pela maneira absoluta da prática de crimes nesse país a partir dos pistoleiros da Lava Jato, assim como também não há diferença entre os atos na Amazônia e a atitude criminosa do governo federal em virar as costas para a calamidade do vazamento de óleo no litoral nordestino que, agora, chega ao litoral do Sudeste.

Claro que a liberdade de Lula é a pedra fundamental para que o país possa respirar ares democráticos, respeitar a constituição e a civilidade, dando um basta na selvageria bolsonarista que nasceu e se nutriu no lavajatismo curitibano, o mesmo que fez a fusão política entre Moro e Bolsonaro, entre a república de Curitiba e Rio das Pedras e que colocou Moro, um juiz corrupto, e Queiroz, um miliciano faz tudo de Bolsonaro, com a mesma patente.

Tudo isso ainda está aí e precisa ser objeto de uma asfixia para que o país volte a respirar democracia, justiça e direitos para todos.

A partir de agora não dá para imaginar Lula livre e Moro solto. O mesmo Moro que, com a farsa de se embalar como o herói do combate aos poderosos, hoje persegue o porteiro que denunciou à polícia que a voz de comando para que os milicianos que mataram Marielle entrassem no condomínio, é a do próprio Bolsonaro.

Então, esse juiz corrupto e ladrão, como bem disse o deputado Glauber Braga, que postulava chegar à Presidência da República ou mesmo a uma cadeira no STF, tem que ser freado e extirpado do mundo civilizado, preso e condenado por uma série de crimes que cometeu utilizando as instituições do Estado e que, agora, transformou-se em parceiro formal do maior núcleo político da bandidagem carioca para servir aos propósitos do patrão e aos seus próprios.

É nesse sentido que o STF tem que caminhar, além de anular todas as acusações, pela Lava Jato, que pesam sobre Lula e sobre tantos inocentes, colocando um fim na era de terror político em que o delito era praticado sob a orientação do juiz que concorreu com circunstâncias criminosas tão graves quanto as da milícia de quem, hoje, o juiz é um servo como ministro de Estado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas