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Com programas sociais garantidos e R$ 23 bilhões para investir, Lula começará novo governo com força

BRASÍLIA (Reuters) – O Congresso Nacional concluiu nesta quarta-feira a aprovação da PEC da Transição, garantindo uma vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao aumentar o teto de gastos no ano que vem em 145 bilhões de reais para o pagamento do Bolsa Família e garantir recursos para outros gastos.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, para onde precisou voltar após mudanças feitas pelos deputados no texto que já havia sido aprovado pelos senadores no começo do mês. A PEC agora será promulgada.

O governo de transição pretendia que a PEC pudesse ampliar o teto de gastos em 145 bilhões de reais por dois anos, mas a ideia enfrentou resistências na Câmara, resultando na aprovação da exceção à regra fiscal somente para o ano que vem.

Além da expansão do teto, a emenda constitucional também abre margem de 23 bilhões de reais nas contas do próximo ano para investimentos, com base em parcela de excesso de arrecadação do governo.

O futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad minimizou a redução do prazo, ponderando que isso se tornará “irrelevante” uma vez que o próximo governo pretende antecipar o envio ao Congresso de um novo arcabouço fiscal para definir as regras a partir de 2024.

Para Haddad, o prazo “não chega a ser negativo” para o próximo governo. “Só acelera o ritmo (de elaboração do novo arcabouço), vamos nos debruçar sobre isso com mais intensidade para poder remeter ao Congresso o quanto antes. Porque quanto antes eu encaminhar, menos pressão sobre o Congresso”, explicou, garantindo que a nova regra fiscal será “robusta” e “crível de que será cumprida”.

O texto-base da proposta foi aprovado em segundo turno na Câmara por 331 votos a 163. Por se tratar de uma mudança na Constituição, era exigido um mínimo de 308 votos entre os 513 deputados. Mais cedo, o plenário da Câmara havia concluído a votação da PEC em primeiro turno. Na véspera, o texto principal já havia sido aprovado por 331 votos a 168, e nesta quarta os deputados encerraram a votação dos destaques.

No Senado, as votações tiveram placar de 63 votos a 11 nos dois turnos. Eram necessários os votos de pelo menos 49 dos 81 senadores.

“Acabou servindo de um ‘piloto’ para verificar a consistência da base que pode dar sustentação para o próximo governo”, avaliou Haddad sobre a votação, acrescentando que a “extrema direita” ficou, pelos placares registrados durante as votações, restrita a 130 votos na Câmara. No entanto, um novo Congresso tomará posse em fevereiro após as eleições de outubro.

Sugerida pela equipe de transição de governo com o aval de Lula, a proposta garante margem de manobra orçamentária ao futuro governo e garante a execução de programas como o Auxílio Gás e o Farmácia Popular, além do Bolsa Família.

Aliados do presidente eleito e até mesmo o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmaram que não havia como dar continuidade a programas e serviços essenciais do Estado sem a aprovação da PEC.

Críticos da medida, que se referem a ela como PEC do “fura teto”, no entanto, avaliam que a proposta implica em um cheque em branco para o novo governo e traz riscos ao equilíbrio fiscal.

NEGOCIAÇÕES

Aprovada com folga pelo Senado em primeira análise no começo do mês, a PEC enfrentou maiores dificuldades na Câmara, ainda mais após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar inconstitucionais as emendas de relator, o chamado orçamento secreto.

A corte derrubou na segunda-feira o mecanismo de direcionamento de recursos sob a rubrica das emendas do relator-geral do Orçamento, criticado por muitos por ser utilizado para barganha política.

Os parlamentares decidiram então, mediante acordo, que os mais de 19 bilhões de reais reservados ao instrumento declarado inconstitucional serão repartidos entre emendas parlamentares individuais impositivas e recursos para ações do Executivo Federal. Na prática, essa última alteração dribla decisão do STF, deixando nas mãos do relator o poder de decisão sobre a destinação de parcela do Orçamento.

O julgamento do Supremo afetou os “humores” da Casa, levando Haddad a envolver-se diretamente nas negociações — até porque, segundo uma liderança parlamentar, a articulação política do próximo governo carecia de uma centralização.

Ainda assim, as negociações não impediram que os deputados optassem por reduzir o prazo de vigência da ampliação do teto, ainda durante a votação em primeiro turno da proposta. O texto enviado pelo Senado previa que a exceção duraria 2 anos, mas deputados decidiram autorizar o aumento do teto apenas para 2023.

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Bolsonaro infla Auxílio Brasil e reduz outros programas sociais

Governo destina menos verba para ações de saúde, educação e moradia voltadas a mais pobres. Ou seja, solução de pouca inteligência, se ele ganha uma migalha de votos de um lado, do outro, ele perde muito.

De olho na campanha à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) turbina o Auxílio Brasil, mas o governo acumula resultados negativos em outros programas sociais e, assim, ele trabalha por sua derrota.

A verba para habitação, saúde e educação da população mais pobre tem passado por sucessivos cortes ao longo da gestão bolsonarista.

Programas, como o Farmácia Popular e o Fies, marcas positivas dos governo do PT, registram queda no orçamento desde que Bolsonaro assumiu o mandato. Até o programa Casa Verde e Amarela –vitrine criada por ele na construção de moradias– não foi poupado.

A redução nos recursos para esses projetos na área social tem consequências. O número de casas entregues nos anos Bolsonaro recua. A quantidade de farmácias credenciadas para atender a população de baixa renda também caiu.

A exceção é o programa de transferência de renda, o Auxílio Brasil, criado no ano passado para dar a Bolsonaro um legado social e substituir a forte marca petista do Bolsa Família.

Enquanto isso, a principal iniciativa nos últimos anos para tentar reduzir o déficit habitacional no país enfrenta um cenário bem diferente. O Casa Verde e Amarela tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão neste ano –o menor da história.

De 2009 a 2018, a média destinada ao antecessor do programa habitacional (Minha Casa, Minha Vida) se aproximava de R$ 12 bilhões por ano.

No primeiro ano do governo Bolsonaro, o presidente recebeu um Orçamento prevendo R$ 5 bilhões para esses projetos voltados à moradia para população de baixa renda.

O que o governo Bolsonaro não entende é que, para todo remédio, há uma dosagem certa, em excesso, transforma-se em veneno. E o povo sabe que é um mero plano eleitoral, que finaliza junto sua gestão.

*Com informações da Folha

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Por que Bolsonaro, que não acredita na gravidade do coronavírus, só fala em cloroquina, ordens de Trump?

É bom falar e repetir: NENHUM “defensor” ruidoso da cloroquina assina um mísero estudo sério, científico, comprovado, que assegure a eficácia do medicamento. Eles estão sendo feitos, por cientistas preparados para isso. E as respostas vão chegar – Nenhum dos médicos que estiveram com o presidente tem estudo científico comprovado de que a cloroquina funciona. Nenhum tampouco disse que ela NÃO funciona. Pesquisas estão em andamento. São estudos sérios, e as respostas vão chegar. O remédio não está proibido. Mas falta saber se é eficaz. (Monica Bergamo).

Desde que Trump anunciou a cura milagrosa do coronavírus pela cloroquina, Bolsonaro repete, como um papagaio de Trump que é, o mesmo ramerrão. A coisa se transformou em uma questão de honra no Brasil e passa a incomodar, na medida em que se sabe que Trump é um dos sócios do laboratório que tem a patente o medicamento.

A atitude de Bolsonaro é completamente esquizofrênica, porque, no mesmo momento em que nega a gravidade e letalidade do coronavírus, faz uma cruzada fundamentalista em defesa do uso indiscriminado da cloroquina, aumentando ainda mais o pânico numa grande parcela da população que já vive sobressaltada com o avanço da doença no Brasil, principalmente por perceber que o país não tem governo e nem comando, o que cria um vácuo perigoso que leva muita gente ao desespero.

Bolsonaro fez pior do que já havia feito, politizou o coronavírus. Primeiro, por interesses que só podem ser de Trump, passou a chamar, através dos seus assessores, o coronavírus de vírus chinês, numa tentativa tosca de estigmatizar a China e promover uma tempestade de preconceitos contra o maior parceiro comercial do Brasil. Isso porque o mesmo Bolsonaro quer milhões de trabalhadores expostos ao vírus, se dizendo preocupado com a economia brasileira e com os pobres, os mesmos que ele, em oito meses de governo,  devolveu ao mapa da fome com cortes de programas sociais criados por Lula e Dilma, programas fundamentais para, praticamente, erradicar a miséria do país.

Fica difícil entender qual o interesse de Bolsonaro, primeiro em politizar a cloroquina, segundo por acreditar que só existe essa alternativa quando, na realidade, alguns estudos indicam maior eficácia tanto de medicamentos de combate ao HIV quanto do plasma sanguíneo de quem já se curou do Covid-19, que começam a ser testados agora no Rio de Janeiro, fora uma série de outros estudos de diversos medicamentos que tem se revelado uma esperança para ajudar na cura da doença.

Bolsonaro tomou para si a cloroquina. Agora, quem se opõe à sua obsessão e é visto como comunista, esquerdista e outros “istas”. O que ele não diz é que ainda precisa de comprovação de eficácia tanto no Brasil quanto nos EUA.

Então, cai mesmo sobre ele a suspeita de que não só se apresenta novamente como capacho de Trump, levando a reboque o palerma Olavo de Carvalho, outro que negava mortes por coronavírus e que agora passou a fazer cruzada pela cloroquina para salvar vidas e, assim produzindo cada vez mais a desconfiança de que os dois se transformaram nos maiores lobistas dos negócios de Trump no Brasil.

Isso, sem dizer que até o mais boboca dos seres sabe que tanto Eduardo Bolsonaro quanto Abraham Weintraub não atacariam a China sem o consentimento e, possivelmente, a ordem de Bolsonaro para agradar a Trump, que vive em guerra comercial com a China, prejudicando enormemente o Brasil e incrivelmente ajudando os EUA na relação com a China em detrimento dos interesses do Brasil.

Qual a conclusão sobre a defesa aferrada de Bolsonaro ao uso indiscriminado da cloroquina no Brasil, senão beneficiar os negócios de Trump?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Minha Casa, Minha Vida rumo ao desaparecimento

Bolsonaro impõe menor orçamento da história ao Minha Casa Minha Vida

Outros programas sociais como Bolsa Família, Fies e abono salarial também sofrerão cortes expressivos em 2020.

O Programa Minha Casa Minha Vida deve ter o menor orçamento da história sob o comando do presidente Jair Bolsonaro. No orçamento previsto para 2020, a iniciativa terá uma expressiva redução orçamentária: de 4,6 bilhões em 2019 para 2,7 bilhões no próximo ano. Embora não seja o único programa social a sofrer redução orçamentária, o Minha Casa Minha Vida desponta como o que sofrerá maior corte.

De 2009 a 2018, a média destinada ao programa habitacional era de 11,3 bilhões por ano. Este ano, no entanto, o valor revertido para a iniciativa já foi bem menor que o visto em anos anteriores. Até julho, o orçamento destinado foi da ordem de 2,6 bilhões.

Além disso, o governo prevê a suspensão de contratações pelo Programa, além da elaboração de novas obras. Isso seria uma maneira de não impactar ainda mais as dívidas da iniciativa que, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, têm mais de 60 dias e superam os 500 milhões de reais.

Na segunda-feira 2, o Ministério da Economia publicou portaria que libera 600 milhões para destravar obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Do total, 443 milhões serão destinados ao Minha Casa Minha Vida, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Bolsa Família e Fies também encolhem

O Bolsa Família, que transfere renda para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, é outro programa social na lista dos afetados no orçamento previsto para 2020. Para o ano que vem está previsto o mesmo orçamento deste ano, 30 bilhões, o que significa que o valor não sofrerá correção da inflação, e, por consequência, o programa sofrerá redução.

No orçamento encaminhado, o governo está prevendo o atendimento de 13,2 milhões de famílias. Atualmente, o atendimento chega a 13,8 milhões, o que significa que menos núcleos familiares serão assistidos pelo programa. Podem receber o benefício famílias com renda mensal por pessoa de até 89 reais, ou de até 178 reais se houver crianças ou adolescentes de até 17 anos. A média do valor recebido por família é de 188,63 reais, segundo os dados de agosto.

Na lista dos programas sociais que sofrerão cortes também está o Fies, programa de financiamento que estimula o acesso da população de baixa renda ao Ensino Superior. Dos 13,8 bilhões previstos para 2019, o governo reduziu para 10,2 bilhões em 2020.

A reserva de dinheiro para investimento em educação básica, profissional e superior também é menor para 2020. Está previsto 1,9 bilhão para reestruturação de universidades, obras e compra de equipamentos para o setor no ano, ante 2,2 bilhões em 2019.

O abono salarial de 998 reais pago aos trabalhadores que têm carteira assinada e recebem até dois salários mínimos também deve sofrer alterações. De acordo com a Reforma da Previdência, em análise pelo Congresso, o abono será concedido para quem ganha até 1.364,43 reais, ou seja, menos trabalhadores terão direito ao benefício. Embora o Senado deva terminar de votar a proposta somente em outubro, o governo já previu no orçamento um valor de 16,3 bilhões, menor do que os 19,2 bilhões previstos para 2019.

 

*Com informações da Carta Capital