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Em fevereiro, STF deve considerar que rachadinha é crime, o que implodirá o clã

Está marcado para 17 de fevereiro um julgamento decisivo para o presidente Jair Bolsonaro. O STF (Supremo Tribunal Federal) vai decidir se rachadinha é crime. Carlos e Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, respondem pela prática – que consiste em embolsar indevidamente salários de funcionários. O próprio Jair Bolsonaro teria participado de esquema de rachadinha no gabinete quando era deputado federal, como revelou uma série de reportagens do UOL, informa Carolina Brígido, do Uol.

No mundo jurídico, não há entendimento pacífico sobre a rachadinha. Existe a tese de que o político não pode ser punido nesses casos, já que o salário do servidor, uma vez recebido, se transforma em recurso privado. Portanto, não ficaria configurado dano ao patrimônio público. Mesmo quando a rachadinha é considerada crime, há entendimentos diversos sobre se a prática consiste peculato, concussão ou corrupção.

Entre os ministros do STF, a expectativa é que a maioria vote no sentido de considerar crime a prática de rachadinha. O caso em julgamento é uma ação penal contra o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM). Luís Roberto Barroso votou no ano passado pela condenação do parlamentar por peculato. A discussão foi interrompida por um pedido de vista de Kassio Nunes Marques e será retomado logo no início de 2022.

O resultado do julgamento do processo contra Silas Câmara valerá apenas para o caso concreto. No entanto, será um parâmetro importante para a Justiça analisar as investigações contra Flávio, Carlos e Jair Bolsonaro.

Em duas frentes, o Ministério Público do Rio de Janeiro investiga se foi cometida rachadinha dos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro, ambos filiados ao Republicanos. O caso de Flávio teria ocorrido quando ele era deputado estadual, entre 2007 e 2018. O hoje senador foi denunciado por peculato, organização criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Carlos começou a ser investigado em 2019, quando reportagens do jornal O Globo e da revista Época apontaram suspeitas de contratações fantasmas no gabinete do vereador.

Jair Bolsonaro é alvo de uma investigação preliminar na PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre as suspeitas levantadas contra ele pelas reportagens do UOL. Mesmo que a investigação seja levada para o STF, não há possibilidade de punição enquanto Bolsonaro ocupar o Palácio do Planalto. Segundo a Constituição Federal, o presidente da República não pode ser responsabilizado por fatos estranhos ao mandato. Nesse caso, o processo ficaria parado até o fim do mandato de Bolsonaro.

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seis ex-funcionárias denunciam esquema de rachadinha de Alcolumbre

Com salários que variavam de R$ 4.000 a R$ 14.000 por mês, o valor da fraude é calculado em pelo menos R$ 2 milhões.

Seis mulheres revelaram que foram empregadas durante muito tempo no gabinete do ex-presidente do Senado e atual da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mas nunca receberam. Elas tinham salários que variavam de R$ 4.000 a R$ 14.000 por mês, mas recebiam em troca apenas uma pequena gratificação. Elas eram instrumentos do que se conhece popularmente como “rachadinha”.

Assim que eram contratadas, Marina, Lilian, Erica, Larissa, Jessyca e Adriana abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa da confiança do senador. Salários, benefícios e verbas rescisórias a que elas teriam direito não ficavam com elas. O valor da fraude é calculado em pelo menos R$ 2 milhões.

“O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era mais de R$ 14.000, mas topei receber apenas R$ 1.350. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”, revelou a diarista Marina Ramos Brito dos Santos, de 33 anos.

O esquema de Alcolumbre funcionou de janeiro de 2016 até março deste ano. Cada senador tem direito a uma verba de R$ 280.000 reais por mês para contratar auxiliares. O uso desse recurso tem pouca ou quase nenhuma fiscalização.

Todas elas, que agora admitem a prática, são pessoas humildes, sem curso superior nem qualquer tipo de experiência legislativa. Bastava a elas emprestar o nome, o CPF, a carteira de trabalho e manter tudo sob o mais absoluto sigilo.

“Meu salário era acima dos R$ 14.000 reais, mas eu só recebia R$ 900. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”, disse a estudante Erica Almeida Castro, de 31 anos.

Alcolumbre diz

Alcolumbre disse sobre o caso que se concentra nas atividades legislativas e que questões administrativas, como a contratação de funcionários, ficavam a cargo de seu então chefe de gabinete, Paulo Boudens. Ele disse ainda que não se lembra das ex-funcionárias citadas na reportagem e garante que ninguém estava autorizado a ficar com os salários das servidoras. Boudens foi exonerado em 2020 e não foi localizado até o fechamento da edição.

*Com informações da Forum

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MP aponta que ex-funcionária entregou dinheiro de ‘rachadinha’ dentro do gabinete de Carluxo

Na investigação do Ministério Público sobre a suspeita de “rachadinha” na equipe de Carlos Bolsonaro, foram encontrados indícios de que uma ex-funcionária, Diva da Cruz Martins, frequentava o gabinete do vereador, no Centro do Rio, para devolver pessoalmente as quantias recebidas pela filha, Andrea Cristina da Cruz, também empregada pelo político, revela reportagem de Lauro Jardim, no Globo.

Entre novembro de 2013 e dezembro de 2019, a promotoria fluminense identificou 58 visitas de Diva à Câmara de Vereadores, todas endereçadas ao escritório de Carluxo. Ela ia ao local com regularidade mensal, quase sempre nos primeiros dias do mês e permanecia por curtos intervalos.

Nesse período, Diva sequer constava na folha de pagamento de Carlos, o que só aconteceu entre fevereiro de 2003 e agosto de 2005, com exoneração oito anos antes das aparições dela no gabinete.

Para os investigadores, as idas de Diva ao local provavelmente coincidiam com o recebimento da remuneração do cargo ocupado por Andrea, que num processo judicial, enquanto estava lotada no gabinete, afirmou trabalhar, na verdade, como babá.

No pedido de quebra de sigilo dos investigados, diz o MP:

“Tais visitas, associadas às contradições nas declarações de Diva da Cruz Martins, sugerem a possibilidade de que tais visitas observassem uma rotina de repasse dos valores da remuneração paga em nome de sua filha (…)”.

Registros obtidos pela coluna via Lei de Acesso à Informação mostram, por exemplo, que entre janeiro de 2016 e março de 2018, Diva esteve no gabinete religiosamente, quase sempre entre os dias 1º e 5 de cada mês. Em algumas ocasiões, ela saiu cerca de cinco minutos depois de ter entrado.

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Péssima notícia para Bolsonaro: Por inelegibilidade, TSE consolida que rachadinha causa danos ao erário

Para somar com o inferno que Bolsonaro vive dentro do seu próprio pasto, com a rebelião do gado, por ter arregado para o STF, principalmente para Alexandre de Moraes, a quem Bolsonaro chamou de canalha, o site Consultor Jurídico traz uma matéria que, certamente, cairá como uma bomba no mundo bolsonarista, sobretudo no clã.

Segue abaixo um artigo de Danilo Vital:

Conjur – O detentor de mandato público que obriga os funcionários de seu gabinete a devolver parte dos salários recebidos, na prática conhecida como rachadinha, causa danos ao erário público. Com isso, o ilícito é motivo de reconhecimento de inelegibilidade de oito anos.

Essa orientação foi consolidada no caso em que o Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso do Ministério Público eleitoral para tornar inelegível Maria Helena Pereira Fontes (PSL), que concorreu a vereadora por São Paulo em 2020. O acórdão foi publicado na quinta-feira (9/9).

A candidatura dela foi impugnada porque teve contra si uma condenação de improbidade administrativa pela prática da rachadinha enquanto vereadora da capital. O caso transitou em julgado em 2011 e culminou em pena de devolução de R$ 146,3 mil ao município.

Para o MP, à situação dela se aplica a inelegibilidade de 8 anos prevista no artigo 1º, inciso I, alínea “L” da Lei Complementar 64/1990. A norma trata dos condenados por improbidade que importe não apenas enriquecimento ilícito, mas também lesão ao patrimônio público.

O tema apreciado pelo TSE é fruto motivo de divergência jurisprudencial e doutrinária. Se um funcionário é contratado para prestar serviço no gabinete, mas é obrigado a devolver parte do salário, o prejuízo é realmente dos cofres públicos ou se restringe à esfera particular do mesmo?

Quem define?

Quando avaliou o caso, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo entendeu que a lesão ao erário não existiu. Essa posição também consta de acórdãos do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, em casos de ação de improbidade administrativa, refutou a devolução dos valores aos cofres públicos.

Já no Superior Tribunal de Justiça, a questão não chegou a ser apreciada porque esbarra na Súmula 7, que impede reanálise de provas. Assim, não é possível reavaliar a conclusão que algum tribunal tenha alcançado sobre a ocorrência de lesão ao erário.

O tema também está em discussão no Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 864, paralisada por pedido de vista do ministro Nunes Marques. Ela trata do caso do deputado federal Silas Câmara, outro que teria praticado a rachadinha.

Na seara eleitoral, essa questão é fundamental porque a jurisprudência do TSE indica que a inelegibilidade do artigo 1º, inciso I, alínea “L” da LC 64/1990 só existe quando enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio público estão ambas presentes. Não basta só uma delas.

Até então, o TSE havia apreciado esse tema especificamente em três casos. Dois foram resolvidos monocraticamente pelo relator, o ministro Luiz Edson Fachin, com aplicação da Súmula 24 — a equivalente à Súmula 7 do STJ — , que proíbe reanálise fática em sede de recurso especial eleitoral.

No terceiro, houve decisão colegiada, mas o dano ao erário estava caracterizado não apenas pela rachadinha, mas também porque o acusado havia desviado medicamentos e contratado funcionários fantasmas.

Convenhamos
Em abril, quando começou a julgar o caso de Maria Helena Pereira Fontes, o pedido de vista do ministro Luís Felipe Salomão visou exatamente averiguar o ponto controverso. “O que me preocupa aqui é que há assentado na ação de improbidade que houve efetivamente o trabalho por parte dos servidores, o que, em tese, afastaria o dano ao erário”, disse.

O julgamento não voltou à pauta telepresencial do TSE. Foi concluído no sistema virtual, em que o ministro Salomão apresentou voto-vista para concluir que a circunstância de o acórdão estadual determinar a devolução de dinheiro pela vereadora é suficiente, por si só, para evidenciar a ocorrência de dano ao erário.

Inicialmente, o relator, ministro Alexandre de Moraes, já havia destacado o ponto. Afirmou que, no sistema remuneratório do legislativo municipal, as verbas dos gabinetes que são destinadas a pagamento de pessoal, mas não usadas, devem ser devolvidas.

“Se não houvesse a ‘rachadinha’, haveria uma ‘sobra’ da verba de gabinete, cujo dispêndio não era obrigatório e somente ocorreu para viabilizar o locupletamento ilícito, tanto assim que a candidata foi condenada ao perdimento da quantia de R$ 146.311,67. Trata-se de penalidade de natureza de ressarcimento, cujo objetivo é de restaurar a situação anterior em que se encontrava a administração pública. Desse modo, indubitável a caracterização do dano ao erário”, concluiu.

O ministro Luiz Edson Fachin imediatamente concordou. Em seu voto, destacou que o dano ao erário é verificado no desvirtuamento do uso de recursos públicos, conduta grave que é rechaçada pelo ordenamento e pelos conceitos de moralidade.

“Infere-se, ainda, que as contratações não decorreram, necessariamente, da necessidade ou da capacidade dos servidores, objetivavam, na verdade, proporcionar vantagem indevida ao agente político que os nomeou”, acrescentou.

Já o ministro Luís Roberto Barroso não chegou a proferir voto escrito, mas por ocasião do julgamento disse que “rachadinha é um eufemismo para desvio de dinheiro público, para peculato e acho que nem faz diferença se é uma soma global ou se é uma divisão dos valores alocados fixamente a cargos, em última análise é o erário que é lesado”.

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Vídeo: Quanto mais se aproxima o 7 de setembro, mais complicada fica a vida de Bolsonaro

Quanto mais o dia 7 de setembro se aproxima, mais o tempo fecha para Bolsonaro, mais seu chão fica mole, mais o passo da história se aperta contra ele. Pouco importa a festa que ele tenta fazer em torno de uma suposta manifestação promovida por aliados e patrocinada por muambeiros como o Véio da Havan.

Bolsonaro, hoje, é considerado pela elite econômica alguém suficientemente tóxico capaz de destruir o Brasil antes de 2022, por isso querem lhe cortar os pés na altura do pescoço. Sem falar que tanto a mídia quanto o sistema de justiça estão empurrando Bolsonaro para o cadafalso, mostrando os esquemas de sua organização criminosa familiar, seja pelo inquérito das fake news, seja pelo império das rachadinhas que somente este comprou dois verdadeiros castelos na região de mansões em Brasília. Bolsonaro e seus filhos estão num caminho sem volta rumo ao inferno da Papuda.

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Governo Bolsonaro teme rejeição a Mendonça ao STF e paralisia no Congresso após derrota

A entrada de Ciro Nogueira na Casa Civil não foi suficiente para melhorar a vida do governo no Senado, que impôs uma derrota e derrubou nesta quarta-feira (1º) o projeto com programas trabalhistas que eram a aposta da gestão Jair Bolsonaro para impulsionar contratações em ano eleitoral.

O revés em uma votação importante para a agenda do Palácio do Planalto elevou o temor de que as propostas de interesse de Bolsonaro fiquem paralisadas no Congresso.

Segundo integrantes do governo, as divergências entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se agravaram, e alguns dizem não ver, ao menos no curto prazo, um cenário de alinhamento entre as duas Casas.

Além de projetos caros ao Executivo, até mesmo ministros que antes diziam acreditar no aval do Senado para André Mendonça ser nomeado ao STF (Supremo Tribunal Federal) agora reavaliam o prognóstico, que passa a ser mais difícil para a aprovação do indicado por Bolsonaro à corte.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que preside a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), apenas pautará a sabatina de Mendonça se tiver certeza de que ele vai perder, segundo pessoas próximas ao congressista.

A articulação nesse sentido, afirmam, nem está se dando em caráter reservado. Em sessão recente, senadores apontaram que Alcolumbre levantou a hipótese de derrubar Mendonça para enviar um recado ao Planalto.

Nas contas de aliados do presidente do Senado, há atualmente em torno de 35 votos para a aprovação de Mendonça no plenário da Casa, apoio que está em tendência de queda. São necessários 41 votos para que Mendonça assuma uma cadeira no STF.

O Planalto chegou a ensaiar um gesto a Alcolumbre para lhe dar mais poder no controle do Orçamento. O governo, no entanto, recuou depois da reprovação da reforma trabalhista, cuja culpa também é atribuída ao senador.

Por trás da derrota desta quarta está, além de um recado ao governo, a disputa travada entre Pacheco e Lira, que chegou ao mais alto nível de tensão.

Interlocutores do governo e Lira acusam Pacheco de ter descumprido um acordo costurado horas antes da votação. Pacheco e senadores dizem que a Câmara rompeu negociações anteriores, e, portanto, não são confiáveis.

Auxiliares de Bolsonaro dizem acreditar que, a partir da derrota na MP trabalhista, o desgaste na relação com Pacheco se agravou.

Hoje, integrantes do governo afirmam não saber qual o clima para o Senado avançar com a pauta do Planalto nem o tamanho da base.

*Com informações do Uol

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O 7 de setembro e o golpe da rachadinha (peculato)

Rachadinha nada mais é do que peculato, furto praticado por quem subtrai dinheiro público, beneficiado pela facilidade que o cargo lhe proporciona.

Este é apenas um dos crimes que hoje a quase totalidade do país acusa o clã Bolsonaro. Ou seja, para a população, a partir das denúncias do Ministério Público e da mídia em geral, o golpe contra os cofres públicos já houve. Por isso dizem por aí que o clã fará uma festa gigantesca no dia 07 de setembro para comemorar anos a fio de rachadinha que acontecia, sobretudo nos gabinetes de Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro.

O rombo é algo incalculável. Chamar isso pelo singelo nome de rachadinha, é puro eufemismo, até porque existem desdobramentos dentro desse esquema que envolvia milicianos e seus parentes, mulher e ex-mulheres de Bolsonaro, filhos, cunhadas e um exército de laranjas e fantasmas.

Portanto, quem for para as ruas defender Bolsonaro no 7 de setembro defenderá um pacote de crimes que, segundo o Ministério Público e investigações feitas pela mídia, já dariam para a família toda uma cassação imediata seguida de encarceramento, o que tudo indica, acontecerá, pelo menos é o que mais se comenta em Brasília.

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Carlos Bolsonaro recebia R$ 4,5 mil na Câmara quando comprou imóvel de R$150 mil em espécie

Vereador é alvo de investigação do MP pelo suposto de esquema de ‘rachadinha’ em gabinete na Câmara do Rio.

Alvo de investigação pelo Ministério Público do Rio por suposto envolvimento em esquema de “rachadinha” na Câmara de Vereadores do Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, comprou um apartamento de R$150 mil, em espécie, na Tijuca, em 2003, com um salário mensal de R$4,5 mil. Eleito em outubro de 2000, aos 17 anos, Carlos teria acumulado — caso tivesse poupado todo o salário de vereador durante os dois primeiros anos de mandato — cerca de R$108 mil.

O salário de um vereador do Rio entre 2001 e janeiro de 2003 girava em torno R$4,5 mil por mês, sem o acréscimo de benefícios. Em fevereiro de 2003, a remuneração sofreu um reajuste e chegou a R$7.155. O cargo no Palácio Pedro Ernesto foi o primeiro e único vínculo empregatício de Carlos. Como mostrado pelo GLOBO, o filho do presidente adquiriu na época um imóvel avaliado em R$150 mil, pago em “moeda corrente do País, contada e achada certa”, como diz a escritura que oficializou o negócio.

Procurada, a assessoria de Carlos Bolsonaro não se pronunciou até a publicação da reportagem.

A discrepância entre valores recebidos e gastos por Carlos na época é uma das linhas de investigação abordadas pelo Ministério Público. Segundo o MP, ele manteve e utilizou grandes quantias de dinheiro em espécie ao longo dos seis mandatos consecutivos como vereador. Em documentos, o órgão cita pelo menos três situações que se enquadram na prática citada: em 2003, a compra do apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio; em 2009, o vereador entregou R$ 15,5 mil, também em espécie, para cobrir um prejuízo que teve na bolsa de valores; e no último ano, Carlos declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter R$ 20 mil em espécie guardados em casa.

A investigação faz parte do inquérito que apura a contratação de supostos funcionários fantasmas e da prática de “rachadinha” no gabinete do vereador. O caso tramita, em sigilo, na 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro. Para avançar nas apurações, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do filho do presidente. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados.

*Com informações de O Globo

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TJ do Rio autoriza quebra de sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ele é investigado pelo Ministério Público do Rio desde julho de 2019 por suspeita de praticar rachadinha e nomear “funcionários fantasmas”, pessoas que não trabalhavam de fato em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

A quebra foi autoriza pela da 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do TJ-RJ no dia 24 de maio. O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) abriu dois procedimentos para investigar o caso após uma reportagem desta colunista e da jornalista Juliana Castro revelar na revista Época, em 20 de junho de 2019, que Carllos empregou sete parentes de Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua ex-madrasta. Na reportagem, duas pessoas admitiram que nunca trabalharam para o vereador, embora estivessem nomeados.

O caso de Carlos Bolsonaro começou a ser investigado pelo ex-procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, que deixou o cargo em janeiro. No entanto, depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, no ano passado, que os vereadores não possuem direito a foro especial, o caso foi enviado para a primeira instância. Ele hoje tramita na 1ª Promotoria de Investigação Penal. Há outro procedimento para apurar improbidade administrativa.

Um dos principais alvos da investigação é a professora Marta Valle, que é cunhada de Ana Cristina Valle. Ela sempre morou em Juiz de Fora, em Minas Gerais, mas passou mais de sete anos lotada no gabinete de Carlos.

Marta esteve nomeada de 2001 a 2009. Questionada pela revista Época, ela disse que nunca trabalhou para Carlos Bolsonaro. “Não fui eu, não. A família de meu marido, que é Valle, que trabalhou”. Marta Valle tinha um salário bruto de R$ 9,6 mil. Segundo a Câmara de Vereadores, ela nunca teve crachá como assessora.

Gilmar Marques, ex-companheiro da fisiculturista Andrea Valle, e morador de Rio Pomba, em Minas Gerais é outro caso. Em julho, a coluna mostrou gravações em que Andrea admitiu que devolvia 90% do salário quando esteve nomeada para Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio.

O salário bruto dele corrigido era de R$ 7,9 mil. Questionado sobre a nomeação, Gilmar disse: “Meu Deus do céu. Ah, moça, você está me deixando meio complicado aqui. Eu ganhava? Isso aí você deve estar enganada”. Ele também nunca teve crachá na Câmara.

*Juliana Dal Piva/Uol

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STF marca julgamento de Flávio Bolsonaro no caso das ‘rachadinhas’ na Alerj

Data foi definida pelo presidente da Segunda Turma, ministro Nunes Marques; Relator é o ministro Gilmar Mendes.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o próximo dia 31 o julgamento do recurso do Ministério Público do Rio que discute o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na investigação das “rachadinhas” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

A definição da data foi feita pelo novo presidente do colegiado, ministro Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro de 2020. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes, que havia liberado o recurso para julgamento no final de maio.

Além de Nunes Marques e Gilmar Mendes, a Segunda Turma conta com os ministros Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. A composição atual está com menos um integrante desde a saída da ministra Cármen Lúcia para a Primeira Turma. A vaga deverá ser preenchida pelo ministro indicado por Jair Bolsonaro. Por ora, contudo, o nome de André Mendonça ainda encontra dificuldades para ser aprovado pelo Senado.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, as chamadas “rachadinhas” eram o esquema segundo o qual assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual, devolviam parte da remuneração que recebiam.

A discussão no processo é se a investigação contra Flávio Bolsonaro sobre desvios de recursos de seu gabinete poderia ter tramitado perante um juiz de primeira instância ou se deveria ter sido analisado no órgão especial do TJ do Rio. A defesa de Flávio argumentou que ele era deputado estadual na época dos fatos e, por isso, o foro da investigação deveria ser o TJ.

O Ministério Público do Rio, entretanto, afirma que a decisão do Supremo que restringiu o foro privilegiado apenas a fatos ocorridos durante o atual mandato deixava claro que crimes envolvendo mandatos anteriores deveriam tramitar em primeira instância.

*Com informações de O Globo

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