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Bolsonaro foi pressionado por embaixador de Israel para demitir Roberto Alvim

O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, falou diretamente com Jair Bolsonaro para expressar o incômodo da comunidade israelense no Brasil com a fala de Roberto Alvim inspirado em Joseph Goebbels, ministro de Hitler.

Jair Bolsonaro demitiu o secretário de Cultura, Roberto Alvim, por um vídeo com formato e discurso inspirado no ministro da Propaganda Nazista de Hitler, Joseph Goebbels, depois de ter sido pressionado pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, Shelley falou diretamente com Bolsonaro para expressar o incômodo da comunidade israelense no Brasil com a fala de Roberto Alvim, o que deve ter sido decisivo na exoneração do secretário.

A colunista lembra que Yossi Shelley é próximo de Bolsonaro, a quem já acompanhou em jogos de futebol e cultos evangélicos. O governo brasileiro é fortemente ligado à comunidade israelense e ao próprio governo de Israel, de Benjamin Netanyahu.

 

 

*Com informações do 247

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Não fosse a pressão, Bolsonaro, que deu exemplos do seu nazismo contra negros e índios na Hebraica-RJ, Alvim seria mantido

No Brasil o problema não é ser nazista, mas se declarar nazista.

Quando Bolsonaro, em plena Hebraica, atacou negros e índios, com risadas da plateia e aplauso no final, as entidades que hoje repudiaram a fala do nazista Roberto Alvim, calaram-se. O que se viu fora do clube foram muitos judeus se indignarem por Bolsonaro usar a Hebraica, no Rio de Janeiro, para declarar e insuflar seu racismo contra cidadãos negros e índios. Ou seja, todos conheciam bem o, então candidato, Bolsonaro que, entre outras coisas, declarou o que segue abaixo.

Muito menos se viu deputados ou senadores de direita pedindo boicote à campanha de Bolsonaro por essa fala pra lá de nazista: “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”

Mas Bolsonaro não parou aí e seguiu seu ataque: “Se eu chegar lá (na Presidência), não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola.”

O problema é que Bolsonaro teve solidariedade de muitas entidades que hoje repudiaram a fala de seu secretário de cultura, Roberto Alvim, fala que merece sim repúdio, mas que não se pode dizer que o presidente não sabia sabia ou não apoia esse tipo de pensamento, porque ele foi pra lá de escrachado quando personalizou o nazismo contra índios, negros, sobretudo quando anunciou que tinha em seus planos a segregação, num nítido aviso que não reconhecia os quase quatro séculos de escravidão no Brasil e a quase extinção dos índios brasileiros.

Não por acaso, Bolsonaro colocou Sergio de Camargo, um negro racista na direção da Fundação Palmares, que tinha na ponta da língua um discurso de extinção do próprio órgão como representante da comunidade negra no Brasil, incluindo os quilombolas, quando falou que o dia da Consciência Negra deveria ser varrido no Brasil, imediatamente ganhou o emprego.

O STF, que hoje repudiou a fala de Alvim, com toda razão, não viu nas palavras de Bolsonaro na Hebraica crime de racismo, então, o candidato pôde se manter no pleito, vencer a eleição, destruir o Ministério da Cultura e colocar um secretário que repetisse as palavras de Joseph Goebbels. Não só isso, o mesmo Bolsonaro começou a colocar em prática seu projeto nazista na Amazônia, o que foi repudiado pelo mundo todo com o dia do fogo que atacou os povos da floresta, incluindo quilombos e tribos.

Nesse sentido, Roberto Alvim, em seu discurso, estava respaldado pelo comportamento do próprio Bolsonaro. Isso basta para mostrar que tanto a  situação de Bolsonaro candidato quanto a de Bolsonaro presidente são as mesmas e correspondem a preconceitos contra grupos dentro da sociedade brasileira com a mesma medida e agressividade.

O que precisa ficar claro é que não existe meio nazista ou um nazista que não cite frases do nazismo. Um nazista como Bolsonaro se comporta com um, inspira-se no pensamento e ainda aparece sorridente trocando olhares e risadas com uma plateia tão nazista quanto, ontem, hoje e amanhã.

Não por acaso, em seu primeiro ano de governo o extermínio de jovens e crianças negros, além dos ataques às religiões de matrizes africanas no Brasil que triplicaram, insufladas por seus discursos e práticas. Isso, sem falar do extermínio de índios que bateu todos os recordes e mais a misoginia e homofobia que ele sempre pregou.

Então, não venham agora dizer que não sabiam com quem estavam lidando, porque estava mais do que claro que o Hitler tropical se cercaria de nazistas tão repugnantes quanto ele.

É bom acrescentar que Alvim e Bolsonaro fizeram juntos uma live momentos antes de Alvim publicar seu vídeo. Ninguém, por mais ingênuo que seja, ousa dizer que Bolsonaro não tinha conhecimento do teor do vídeo.

Trocando em miúdos, Bolsonaro abonou o vídeo com o discurso nazista de seu secretário direto.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Demissão: Após citação ao nazista Goebbels, secretário Roberto Alvim é demitido

Após polêmica em vídeos com referências ao nazismo, presidente determina a saída do responsável pela pasta.

Bolsonaro decidiu demitir o secretário de Cultura, Roberto Alvim, após a polêmica referências ao nazismo em vídeo divulgado nas redes sociais. Segundo o “Estado” apurou com auxiliares próximos de Bolsonaro, a situação de Alvim ficou “insustentável”. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, já foi comunicado da decisão.

Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim cita textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, diz Alvim no vídeo.

“A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels em pronunciamento para diretores de teatro, de acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich.

A frase causou polêmica entre artistas e até mesmo entre apoiadores do governo de Bolsonaro, que cobram a demissão do secretário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também foi às redes sociais dizer que é preciso afastar Alvim “urgentemente” do cargo.

Mais cedo, em entrevista ao “Estado”, o secretário disse ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro e o “convencido” de que a citação de uma frase similar a do propagandista do nazismo foi uma “coincidência retórica”. Segundo ele afirmou à reportagem, o presidente disse a Alvim que o secretário permaneceria no cargo.

Na entrevista exclusiva ao Estado, Alvim admitiu que trecho de seu discurso foi inspirado declaração do ideólogo nazista Joseph Goebbels. Ele afirmou que repudia o nazismo, mas que “as ideias contidas na frase são absolutamente perfeitas”. O secretário disse que “assina embaixo” da frase. “A filiação de Joseph Goebbels com a arte clássica e com o nacionalismo em arte é semelhante a minha e não se pode depreender daí uma concordância minha com toda a parte espúria do ideal nazista”, disse o secretário.

O dramaturgo Roberto Alvim foi nomeado em novembro ao cargo de secretário de Cultura, semanas após ofender a atriz Fernanda Montenegro nas redes sociais. Ele já estava no governo desde junho, quando foi nomeado diretor da Funarte.

Alvim surpreendeu a classe artística ao declarar voto em Bolsonaro em 2018, após o atentado a facada sofrido pelo então candidato a presidente. O dramaturgo dirigiu por três décadas peças de sucesso de crítica, mas afirma ter mudado radicalmente de perfil político após se curar de uma grave doença.

 

 

*Com informações de O Tempo

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Video: Ao som de Wagner e uma cruz na mesa, Roberto Alvim virou um Joseph Goebbels de galocha de folha de bananeira

As pessoas estão assustadas com o discurso cômico do jeca Roberto Alvim imitando, de forma caricatural, o nazista Joseph Goebbels.

Certamente, Joseph Goebbels não era um sujeito tão mocorongo cheio de lombrigas como Alvim, que come milho grosso e arrota ventanias.

Alvim é um oceano de paspalhices em transe.

Um apóstolo perturbado do bolsonarismo mais provinciano.

A entonação de sua fala é de quem está com uma solitária do tamanho de uma sucuri ali naquela região aguda do tubo digestivo.

O repimpado secretário de cultura parecia mais um locutor de enterro depois de se empanturrar de dobradinha.

O discurso troncho que era para ser grandiloquente ficou parecendo de um suicida que acabara de tomar um litro de formicida tal a convicção espichada de sua longa e mórbida maçaroca discursiva.

Se o discurso chocho do gomalinado Roberto Alvim foi copiado da propaganda nazista, ele valia tanto para o regime quanto o do coveiro para o morto.

Confira o vídeo:

https://twitter.com/CulturaGovBr/status/1217941233412321286?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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The Guardian diz que Governo Bolsonaro é formado por “desqualificados, lunáticos ou perigosos”

Reportagem do jornal inglês foca principalmente nos perfis de Filipe Martins, Roberto Alvim, Sérgio Camargo e Dante Mantovani. “Eles parecem ter sido escolhidos pelo seu QI: isto é, seu quociente de imbecilidade, incapacidade, idiotice, incompetência ou impiedade”.

Uma longa reportagem do jornal britânico The Guardian, publicada nesta quinta-feira (2), traz uma elaborada lista de figuras do seu governo consideradas inaptas para o cargo que ocupam e inclusive perigosas. “Diga o que quiser sobre Bolsonaro, mas é preciso reconhecer seu raro talento em escolher as pessoas mais desqualificadas, lunáticas e/ou perigosas para os empregos”, comentou um dos entrevistados, o jornalista Mauro Ventura.

A matéria é assinada pelos jornalistas Tom Phillips e Dom Phillips, e se foca principalmente em quatro nomeados por Bolsonaro: Filipe Martins (consultor de política externa), Roberto Alvim, (secretário especial de cultura), Sérgio Camargo (Fundação Palmares) e Dante Mantovani (Funarte).

O primeiro a ser analisado é Filipe Martins, um dos principais assessores de Bolsonaro para política externa e descrito pela matéria como um “discípulo do escritor e teórico da conspiração Olavo de Carvalho, assim como os filhos do presidente, que são seus amigos pessoais”. A matéria conta que Martins “se diverte nas redes sociais atacando esquerdistas, feministas e globalistas, e também é fã de Steve Bannon, razão pela qual ganhou o apelido de `Sorocabannon´, graças às suas origens na cidade brasileira de Sorocaba”. Também lembra que o consultor acusou meios estadunidenses como o canal de notícia CNN e o diário The New York Times de cumplicidade com uma campanha de engenharia social para promover a pedofilia.

No caso de Roberto Alvim, um dos principais responsáveis pela política cultural do governo de Bolsonaro, o The Guardian afirma que “apesar de já ter recebido um prêmio por uma produção de “O Quarto”, antes de ser nomeado secretário de cultura, ele era mais conhecido por insultar a grande dama do teatro brasileiro, a atriz indicada ao Oscar Fernanda Montenegro, como `esquerdista sórdida´”. Também fala sobre como a conversão de Alvim à religião evangélica o transformou em um bolsonarista incondicional. “Em postagens recentes no Facebook, ele critica os oponentes de seu líder, chamando-os de `baratas ordinárias´, ataca o `bastardos do Greenpeace´ e acusa o mundo artístico `podre e demoníaco´ do Brasil por `repudiar Bolsonaro injustamente´”.

No caso de Sérgio Camargo, nomeado para a administração da Fundação Palmares, a reportagem lembra que seu cargo tem como missão promover a cultura negra no Brasil, para mostrar que tal tarefa é incompatível com “uma figura que afirma que o Dia da Consciência Negra deve ser descartado, e considera que muitas das celebridades e artistas negras mais conhecidas do país são `parasitas da raça negra´”. Também mostra como, em suas redes sociais, Camargo se descreve como um “negro de direita” que se opõe à “vitimização e ao politicamente correto”, e considera que “a escravidão era terrível, mas terminou sendo benéfica para os descendentes”.

Finalmente, no caso de Dante Mantovani, nomeado para presidir a Funarte (Fundação Nacional das Artes), a reportagem conta que “o novo encarregado das políticas de artes visuais, música e dança alega que a União Soviética se infiltrou na CIA para distribuir LSD em Woodstock”, e lembra de suas declarações dizendo que “o rock promove as drogas que ativam o sexo, e assim alimenta a indústria do aborto”, e que “John Lennon havia dito que fez um pacto com o diabo”.

 

 

*Com informações da Forum

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Depois de estar com Bolsonaro, indicado para a Fundação Palmares quer valorizar a Princesa Isabel

O Presidente afastado da Fundação Palmares defende fim do Dia da Consciência Negra.

Após se encontrar pela primeira vez com o presidente Jair Bolsonaro , no Palácio do Planalto, presidente afastado da Fundação Cultural Palmares , o jornalista Sérgio Camargo , voltou a defender o fim do Dia da Consciência Negra e disse que, por ele, a data não terá qualquer apoio do órgão federal destinado à preservação da cultura afro-brasileira. Militante de direita, ele disse ainda que vai trabalhar pela valorização do dia 13 de Maio de 1888, data em que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, para libertar os últimos 700 mil escravos no Brasil.

Camargo foi nomeado no dia 27 de novembro para a presidência da Fundação Palmares, órgão responsável pela promoção da cultura afro-brasileira. O ato foi suspenso no último dia 4, após o juiz Emanuel Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará , acatar um pedido de uma ação popular que indicava a incompatibilidade do jornalista para o cargo pelos seus posicionamentos em redes sociais, considerados racistas, e por defender o fim do movimento negro. A Advocacia-Geral da União (AGU) já recorreu da decisão.

Ao ser questionado se, na presidência da Palmares, manteria o posicionamento de defender o fim do Dia da Consciência Negra, Camargo respondeu que sim, pois a data propagaria o “vitimismo e o ressentimento racial.” Segundo ele, não “é uma data do negro brasileiro”, mas apenas de “minorias empoderadas pela esquerda.”

“Claro que tem que acabar com o Dia da Consciência Negra que é uma data que a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Isso não é data do negro brasileiro, é uma data das minorias empoderadas pela esquerda que propagam ódio, ressentimento e a divisão racial. No que depender de mim, a Fundação Palmares não dará suporte a algum a essa data. Vamos revalorizar o dia 13 de maio e o papel da princesa Isabel na libertação dos negros”, disse Camargo, após se reunir com o presidente Bolsonaro e o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim.

Sérgio Camargo diz que está confiante que a AGU vai conseguir mantê-lo como presidente da Palmares. “Se não estivesse confiante, o que eu estaria fazendo aqui? Tenho que confiar que a liminar vai cair porque ela é absurda e política”, respondeu o jornalista, que se recusou a detalhar o teor de sua conversa com o presidente Bolsonaro: “Foi agenda fechada.”

Nas redes sociais, Camargo disse que no Brasil não existe “racismo real” e que a escravidão foi “benéfica para os descendentes”. O jornalista também defendeu que o movimento negro precisa ser “extinto” e criticou manifestações culturais e religiosas ligadas à população negra. Ele ainda atacou diversas personalidades negras, como casal de atores Taís Araújo e Lázaro Ramos, a ex-vereadora Marielle Franco (assassinada em março de 2018) e o sambista Martinho da Vila, entre outros.

“Eu nunca neguei a inexistência do racismo no Brasil. Isso é uma deturpação das minhas postagens em redes sociais. Eu afirmo que há racismo. O racismo, porém, não é estrutural segundo o tese da esquerda, ele é circunstancial”, disse Camargo, que nas redes sociais afirmou existe um “racismo nutella”.

O indicado para a presidência da Fundação Palmares afirmou que ainda que o pior racismo hoje é a da esquerda. Camargo disse ainda que ele é uma vítima de racismo e sinalizou que irá à Justiça, por ter sido chamado de “capitão do mato” após sua nomeação ter se tornado pública.

“Hoje o pior racismo é o racismo da esquerda, tá? Das milhares pessoas que nas redes sociais estão me chamando de capitão do mato, uma ofensa racial, uma injúria racial que deve ser levado à justiça no momento certo. São pessoas racistas e militantes da esquerda que me chamam de capitão do mato, esse sim os piores racistas no Brasil”, disse.

Camargo foi criticado pelo próprio irmão, o músico e produtor cultural Oswaldo de Camargo Filho, conhecido como Wadico Camargo. Nas redes sociais, ele se manifestou contra a nomeação de seu irmão e escreveu: “Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato. Sérgio Nascimento de Camargo, hoje nomeado presidente da Fundação PALMARES”, escreveu Wadico em seu perfil no Facebook. Após a repercussão, a publicação foi apagada.

 

 

*Da Folha de São Paulo

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Secretário de Bolsonaro diz na Unesco que arte brasileira servia a projeto absolutista

Pela primeira vez, governo brasileiro usa tom ultraconservador em organismo internacional de cultura, ataca produção artística nos últimos 20 anos e gera espanto de delegações estrangeiras. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista“, atacou Roberto Alvim.

Num discurso no final da tarde de terça-feira (19) diante da reunião anual da Unesco, em Paris, o novo secretário da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, fez um dos ataques mais duros contra as artes no Brasil nos últimos anos. Citando Deus e prometendo criar uma “nova geração de artistas”, ele ainda garantiu que o novo governo retomaria a “beleza” nas obras de arte.

Há dez dias, Bolsonaro nomeou Alvim para o cargo de secretário especial de Cultura. Antes de assumir o posto, ele era o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte e causou polêmica ao atacar a atriz Fernanda Montenegro.

Em Paris, o secretário ainda se reuniu com autoridades de governos de ultra-direita, como da Hungria e Polônia, além de encontros com o governo de direita da Grécia.

Mas foi seu discurso que chamou a atenção de delegações estrangeiras. Uma dessas missões enviou à coluna o texto que foi lido pelo brasileiro, surpresa diante da guinada na direção do discurso sobre as artes no Brasil. Procurada desde terça-feira, a secretaria de Cultura não respondeu ainda aos pedidos da reportagem.

Um governo europeu por exemplo, tomou a palavra momentos depois para fazer amplos elogios à arte brasileira, cantores e sua diversidade. Outros diplomatas de países vizinhos indicaram que o discurso chegou a gerar sorrisos por parte de alguns governos. Organizadores em Paris ainda indicaram que colocaram a fala do secretário para o final do dia depois de um pedido do governo para que sua presença não coincidisse com a presença de delegações de Cuba e Venezuela.

O discurso de Alvim, de fato, não poupou nenhum segmento e os ataques foram direcionados explicitamente aos governos de esquerda no Brasil e à classe artística.

“Nas últimas duas décadas, a arte e a cultura brasileira foram reduzidas a meros veículos de propaganda ideológica, de palanque político, de propagação de uma agenda progressista avessa às bases de nossa civilização e às aspirações da maioria do nosso povo”, disse o secretário diante de ministros de todo o mundo.

“Passamos não mais a produzir e experimentar arte como uma ferramenta para o florescimento do gênio humano”, afirmou o secretário. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista, um projeto mesquinho que perseguiu e marginalizou a autêntica pluralidade artística de nossa nação”, insistiu.

Segundo ele, esse movimento “abarcou a quase totalidade do teatro, da musica, das artes plásticas, da literatura e do Cinema, e não ocorreu de modo espontâneo”.

“Foi meticulosamente pensado, orquestrado e executado por lideranças tirânicas para nossa submissão”, afirmou. E lançou um alerta: “Quando a arte e a cultura adoecem, o povo adoece junto”.

Bestialização Alvim ainda atacou a forma pela qual a arte era produzida no país até a chegada de seu governo. “A arte e a cultura no Brasil estavam a serviço da bestialização e da redução do indivíduo a categorias ideológicas, fomentando antagonismos sectários carregados de ódio – palcos, telas, livros, não traziam elaborações simbólicas e experiências sensíveis, mas discursos diretos repletos de jargões do marxismo cultural, cujo único objetivo era manipular as pessoas, usando-as como massa de manobra de um projeto absolutista”, atacou.

Segundo ele, a “ideologia de esquerda perpetrou uma terrível guerra cultural contra todos os que se opuseram ao seu projeto de poder, no qual a arte e a cultura eram instrumentos centrais de doutrinação”.

Parte de seu discurso, porém, foi dirigido contra a “esquerda”. “A esquerda perseguiu, difamou, destruiu as possibilidades de trabalho ou existência de qualquer voz que discordasse de seu credo revolucionário”, atacou.

Beleza

Alvim, porém, insiste que tudo isso acabou. Com eleição de Bolsonaro, “os valores ancestrais de elegância, beleza, transcendência e complexidade encontraram uma nova atmosfera”.

“E isso nos permitir retomar o sonho de libertar a cultura e coloca-la na direção de princípios poéticos sagrados”, afirmou.

Recém empossado numa secretaria que fica sob a administração do Ministério do Turismo, ele garante que o novo governo está “envolvido na árdua tarefa de promover um renascimento da arte e da cultura brasileira”.

“Estamos comprometidos com a redefinição da identidade e da sensibilidade nacionais, em consonância com os valores e os mitos fundantes de nossa nação”, disse.

Alvim ainda prometeu “trazer de volta o conceito de obra de obra”. E, uma vez mais, atacou a esquerda.

“Um governo de esquerda patrocina propaganda ideológica. Um governo de direita apoia obras de arte. Vamos devolver a arte aos espaços de arte”, disse.

Outro destaque do secretário foi suas referências aos clássicos. “Vamos promover uma cultura alinhada às grandes realizações de nossa civilização judaica-cristã”, disse.

Ele ainda definiu o que chamou de “conservadorismo em arte”. Isso inclui o “amor aos clássicos”. Para ele, será a partir disso que “brotará a ambição de criarmos obras de grandeza semelhante em nosso tempo”.

Alvim ainda prometeu uma “arte não seja para a doutrinação”. Mas sim para a “prosperidade do caráter e a recuperação da soberania de cada indivíduo”.

Entre as tarefas que ele indicou para o governo está “a criação de uma nova geração de artistas”.

E indicou com uma mensagem de que “o novo trabalho serve para a edificação de nossa civilização brasileira”.

Tudo isso seria, para concluir, “para a glória de Deus”. “Que Deus os abençoe”, completou o secretário diante de ministros de todo o mundo.

 

*Jamil Chade/Uol

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A relação das demissões da Funarte com esquema de corrupção e briga entre o presidente do órgão e o Ministro

Nos bastidores se diz que Roberto Alvim manteve proximidade com o presidente Jair Bolsonaro desde que foi convidado a assumir o cargo na Funarte.

O estopim das demissões dos 19 funcionários da Funarte exonerados nesta sexta-feira (4) pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, teria sido a participação que alguns deles tiveram no processo de contratação da mulher de Alvim, a atriz Juliana Galdino. Ela receberia, por meio de sua produtora Flo Produções e Entretenimento, o valor de R$ 3,5 milhões para assumir o projeto de revitalização da rede nacional de teatros, com recursos da Funarte.

A contratação da atriz foi barrada no próprio órgão por ter sido considerado ilegal pela Lei de Nepotismo, que não permite a servidores a contratação de filhos, cônjuges, pais e outros familiares.

Os servidores exonerados eram do centro de artes cênicas do órgão, que é subordinado à Secretaria Especial de Cultura, da pasta da Cidadania. Alvim é diretor deste núcleo.

A reportagem da Folha apurou que houve também uma desavença entre Alvim e Terra e que as exonerações seriam uma retaliação à forma como o primeiro tem se comportado, destoando do posicionamento esperado de um funcionário de terceiro escalão da pasta.

Nos bastidores se diz que Roberto Alvim manteve proximidade com o presidente Jair Bolsonaro desde que foi convidado a assumir o cargo na Funarte.

Os diretores do núcleo de artes cênicas da Funarte sempre moraram no Rio de Janeiro, onde fica a sede da fundação. Desde que assumiu, no entanto, Alvim mora em Brasília, o que tem sido lido como uma tentativa de aproximação com Bolsonaro, em busca de cargos mais altos no governo.

Alvim diz que não foi consultado sobre essa decisão, publicada no Diário Oficial da União. “Meu departamento inteiro foi exonerado, não sei se os nossos teatros sequer vão poder abrir hoje. Isso provoca a paralisação de todo o meu trabalho”, afirma.

 

 

*Com informações da Forum/Folha