Categorias
Uncategorized

“Para Bolsonaro não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas”, diz Dr Miguel Srougi, da USP

“Agir sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes. A postura do presidente é incorreta. Para ele não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas.” (Miguel Srougi)

Bolsonaro está absolutamente incorreto, diz professor de Medicina da USP.

Ao contrariar ações de importantes países do mundo diante da pandemia da covid-19, defender que a quarentena prejudicará a economia, não manter o próprio isolamento social e criar conflitos com governadores e membros do governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresenta uma postura “absolutamente incorreta”. A opinião é de um dos principais médicos do Brasil, o urologista Miguel Srougi, 73, professor titular na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

“Existe uma disfunção política em um momento muito difícil para o Brasil e para o mundo na área de saúde. A simples ideia [de Bolsonaro] de não agir, sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas, pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes”, afirma o urologista.

Segundo a avaliação do professor da USP, “tecnicamente, o que está sendo feito no Brasil é correto graças a governadores e a um ministro competente. Já a postura do presidente é absolutamente incorreta. Ele se sensibilizou com o apelo de grandes empresas de que não podiam parar e menosprezou vidas. Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas”.

Médico do hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro ficou 10 dias internado em setembro do ano passado, Srougi é reconhecido por ter tratado políticos importantes enquanto trabalhava no hospital Sírio-Libanês, casos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de sua ex-mulher, Marisa Leticia, do também ex-presidente Michel Temer (MDB) e do ex-ministro Ciro Gomes, entre outros.

Enquanto tratava o câncer na próstata de Paulo Maluf (PP-SP), em 2018, por exemplo, o médico afirmou que cuidava de todos seus pacientes sem fazer distinção da orientação partidária, política ou moral, como determina sua ética profissional. “Vejo no paciente uma pessoa que precisa de ajuda. E faço de tudo, tecnicamente, para ajudar meu paciente”, comenta. Para Srougi, o grave momento “requer um governo forte”. Ele acredita que “mudanças profundas” vão ocorrer no planeta em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. E não coloca as empresas como propulsoras desse processo.

O estado vai voltar a ter um papel muito grande, porque nessas horas é o governo que atua. Se dependêssemos das grandes empresas neste momento, todos nós iríamos morrer. Os ricos têm que ajudar os pobres, ou todos vão morrer, diz o médico Miguel Srougi.

“Se seguíssemos o que Bolsonaro sugere, surgiria um pico incontrolável, irreversível, e as pessoas morreriam nas calçadas. Ele entende que esse é um preço que a sociedade tem que pagar para salvar a estrutura empresarial. Há pessoas no governo que estão flertando com as trevas, com a morte, com tudo o que há de ruim”, acrescenta o médico da USP.

A saúde versus a economia

Segundo Miguel Srougi, 20% das pessoas com coronavírus apresentam sintomas. Desses, 5% são obrigados a se internar, e entre 1% e 2% morrem. 80%, se apresentam sintomas, são baixos.

Além disso, o período de “incubação”, ou seja, desde o momento em que o paciente teve contato com o vírus até apresentar sintomas, é de cinco a seis dias, em média, mas há casos que variaram entre dois e 24 dias.

“É uma doença importada. Sem dúvida, pegou a classe dos afortunados, que viajam mais. Agora já está comunitária, e aí atinge todo mundo. É triste saber que as pessoas mais simples são as que menos conseguem se isolar, com trabalhos informais, manuais e presenciais, e que não podem trabalhar com computador. Essas pessoas serão as mais atingidas”, afirma.

Falta sentimento e dignidade a quem desconsidera quarentena.

 

 

*Luís Adorno/Uol

Categorias
Uncategorized

Vídeo de Lima Duarte sobre Bolsonaro: Onde foi que nós erramos?

OS NOVOS ISENTOS E A CRISE MUNDIAL

Marcelo Guimarães Lima

Aqueles que apoiaram Bolsonaro, ativa ou passivamente, nas eleições passadas, principalmente os membros da classe média brasileira, tem hoje uma curiosa reação ao mais que evidente impasse nacional e ao papel do líder da extrema direita brasileira na gênese e no agravamento da crise social, política e econômica no Brasil, refletindo a realidade da crise do sistema mundial hoje.

Quando o tema é a incompetência, a enorme ignorância e vulgaridade e, digamos diretamente, a agressividade, a maldade destrutiva antinacional e antipopular do amigo e protetor de milicianos, hoje no papel que lhe foi confiado de representante dos interesses da classe dominante brasileira, os recém-convertidos “isentões” tentam por todos os meios mudar de assunto.

Discorrem em termos genéricos sobre a gravidade do momento e protestam contra uma suposta “fulanização” da crise, contra a polarização, na qual tiveram parte ativa consumindo e replicando com satisfação os ataques constantes da mídia monopolizada do Brasil a Lula e Dilma, ao “PT” genérico, aos “comunistas” em geral, sendo alimentados e alimentando a histeria oportunista e reacionária, as aberrações lógicas e éticas que, naturalizadas pela televisão, os jornais e parte das redes sociais, passaram a ser a atmosfera cotidiana da vida no país, preparando e consolidando o golpe de 2016.

Face ao desastre longamente anunciado e hoje escancarado do (des)governo Bolsonaro, muitos dos novos “isentos” apelam ao nobre sentimento nacional, apelam a um patriotismo vago, incolor e inodoro, apelam à compaixão genérica e passiva para com os “outros”, a massa desfavorecida que o golpe de 2016 e, na sequência, o desgoverno Bolsonaro atacou de modo vil e cruel (assim como atacou trabalhadores e a própria classe média) e continuará atacando até onde a crise permitir e usando a crise para aprofundar um projeto de antissociedade e antinação ao estilo Tatcher-Reagan-Pinochet. Projeto “renovado”, aprofundado e adaptado ao novo século, mas que não nega sua origem histórica no período, tão “longínquo” e tão próximo, das ditaduras militares na América Latina sob a hegemonia e o suporte ativo dos EUA.

Tais apelos à “responsabilidade” e “neutralidade partidária” tem por finalidade evidente isentar de responsabilidade real os novos viúvos e viúvas do bolsonarismo, isentar os “isentões” e assim salvaguardar seus sentimentos e convicções profundas, reiterar o seu amor-próprio que não pode de modo algum ser abalado, confirmar, ainda que seja “clandestinamente” dado o novo contexto, as certezas absolutas de quem duvida de tudo que possa contradizer minimamente seus preconceitos. Certezas desnudadas hoje pela realidade da crise, mas que devem ser guardadas para uso público quando novas oportunidades surgirem.

Unem-se neste processo de um lado a covardia, de outro a má-fé. Receita de desastre na vida pessoal de todos e qualquer um, aqui sim, independente de determinações outras, de partidarismos reais ou imaginários, cor dos olhos, estilos de vestimentas, etc, etc.

A crise brasileira é parte da crise mundial: crise estrutural, crise do sistema, ou seja, crise das formas de vida hoje impostas mundialmente por uma minoria de beneficiários. A atual pandemia do coronavírus, unindo-se à fragilidade da economia global em perigo de desintegração, veio desnudar o ponto de inflexão no qual nos encontramos. A crise mundial exige soluções locais: a raiz das soluções globais está nas iniciativas de todos e cada um.

Uma sociedade não pode seguir por muito tempo em períodos críticos ignorando ou fingindo ignorar suas reais mazelas, tentando adiar as escolhas que a realidade exige sob pena de sofrimentos ainda maiores dos que os temidos conscientemente, os que se evidenciam em toda mudança. Aos novos isentos lembramos que a sua neutralidade imaginária é engajamento de fato na continuidade da crise. Ou escolhemos um caminho novo para todos, mais justo e racional, ou nos serão impostas formas de vida ainda mais excludentes que as atuais.

Os desafios, as dificuldades, as mudanças que a realidade impõe na vida de cada um e na vida das sociedades tem um custo proporcional à coragem das iniciativas de fato para enfrentá-las, para mudar a vida e nos transformarmos a nós mesmos – ao mesmo tempo condição para e resultado da transformação da realidade.

Categorias
Uncategorized

Bolsonaro: “que cada família cuide dos seus idosos, não pode transferir isso para o Estado”

Fico imaginando muitos bolsonaristas lendo isso. Ou acham que não são velhos, com mais de 70 anos ou que merecem mesmo o desprezo humano do mito.

“Tenho falado com o Osmar Terra, que entende muito de H1N1 e ele diz que com ou sem isolamento, o número de óbitos será grande. Com relação aos mais velhos, que cada família cuide dos seus idosos, não pode transferir isso para o Estado” disse Bolsonaro a Datena.

Bolsonaro não liga pra nada que não sejam os lucros de empresários e banqueiros.

Alguém já viu Bolsonaro falando sobre respiradores ou mesmo material hospitalar de uso de médicos e enfermeiros que estão no pelotão de frente contra o coronavírus lutando para salvar vidas?

Nem é com ele.

Bolsonaro vive num mundo paralelo, como todo psicopata.

O mundo dele é a milícia, o garimpo, a exploração ilegal de madeira, grilagem e contravenção. Não é presidente do Brasil e nunca será.

É esse troço que a escumalha golpista colocou no poder para explorar trabalhadores e obter lucros às custas dessa exploração com incentivo de um monstro.

Ainda bem que Gilmar Mendes diz que Constituição não permite que Bolsonaro “adote políticas genocidas” e ainda prometeu derrubar medidas anti-isolamento, caso Bolsonaro tente aplicá-las.

O louco está cada dia mais isolado, falando sozinho e amarrado com uma camisa de força até decidirem a que horas vão jogá-lo no mar.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Categorias
Mundo

Racismo e desigualdade nos EUA fazem negros vítimas em números alarmantes do coronavírus

Negros sofrem muito mais do que brancos com a pandemia nos EUA.

Em estados como a Louisiana e cidades como Chicago e Milwaukee, a proporção de afro-americanos infectados é bem maior do que a de brancos.

Proporções de contágio, doença e mortes são bem maiores na população negra. Condições sociais e de assistência de saúde influem nos índices.

Os formulários de controle americanos registram idade, sexo e também etnia dos notificados.

Mas, por causa das diferenças de exigências legais entre os estados, autoridades de vários deles optaram por não divulgar os números divididos pela etnia.

Grupos sociais de apoio e defesa dos negros reivindicam que todas as unidades da federação nos EUA publiquem também os números e percentuais de afetados brancos, negros, hispânicos e asiáticos para reforçar, com dados, as ações de assistência e combate.

Em Chicago, cidade mais populosa do estado de Illinois, onde o ex-presidente americano Barack Obama vive e fez carreira política e acadêmica, os negros compõem 30% da população, mas representavam 68% dos 118 mortos e 52% dos cerca de cinco mil casos confirmados no município até quarta-feira (7).

A taxa local de morte de negros pela pandemia é quase seis vezes maior que a de brancos.

Fatores sociais, raciais e econômicos ajudam a entender a desproporção.

Nos Estados Unidos, como no Brasil, os negros pertencem, em maioria, a grupos sociais e econômicos menos favorecidos.

Os centros de atendimento de saúde são menos equipados e em número menor nas suas regiões.

O índice de pessoas sem seguro ou plano de saúde entre a população negra é muito maior – e nos EUA não existe um sistema único e público de saúde como o SUS brasileiro.

 

*Da redação

Categorias
Uncategorized

Diante da conduta de Bolsonaro, deputados querem suspensão total de voos entre Brasil e Portugal

O Parlamento português vai votar, na tarde desta quarta-feira (8), um projeto de lei que determina a suspensão total do tráfego aéreo entre Brasil e Portugal durante um mês. A justificativa é a conduta do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, diante da pandemia causada pelo novo coronavírus.

A proposta é do grupo parlamentar do partido PAN (Pessoas, Animais, Natureza). O projeto propõe o início da suspensão para o próximo dia 14, logo após o fim do estado de emergência no país, e que seja válida até 14 de maio.

Atualmente, Portugal está no segundo período de estado de emergência por causa da pandemia, que vai até 13 de abril. A maioria das atividades nos aeroportos nacionais já está suspensa desde o mês passado. As exceções foram os voos de e para países onde existe uma forte presença de comunidades portuguesas, como o Brasil. No entanto, apenas as rotas de Lisboa com São Paulo e Rio de Janeiro permaneceram. Agora, os deputados do PAN entendem que “os acontecimentos recentes exigem uma reponderação de tal exceção em nome da proteção da saúde pública”, lê-se no projeto de lei.

“O povo brasileiro não merece esta posição do seu líder, que, neste momento, está a colocar em risco a saúde de todos. Com isso, coloca também em perigo todos aqueles que viajam para outros países, porque podem trazer novos casos importados. Não nos parece razoável que um país como Portugal, ou qualquer outro que esteja a adotar medidas muito restritivas e difíceis, em uma união enorme para impedir esta pandemia, possa receber depois voos de países em que as medidas de contenção podem estar a ser, por parte do líder, absolutamente minimizadas, prejudicando o esforço que estamos a fazer”,explica à Sputnik Brasil o deputado André Silva, porta-voz do PAN.

Para o partido, “esta é uma medida que nada tem a ver com o povo brasileiro e sim com a posição do presidente do Brasil”, que “insiste em minimizar o perigo e a letalidade desta doença, quando todas as tutelas nacionais e internacionais de saúde apelam a um confinamento em massa para que seja possível controlar isso tudo”, diz André Silva.

O deputado ressalta que o cenário internacional já sofreu alterações diante da gravidade da situação. “O próprio Donald Trump, que tinha uma posição semelhante à de Jair Bolsonaro, já tomou medidas drásticas de contenção, portanto não entendemos esta postura negacionista [do presidente brasileiro]”.

Críticas internacionais

O pensamento do PAN, sigla de centro que apoia o governo do primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, em várias matérias, pode encontrar apoio até na oposição. O líder do Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, já tinha se manifestado publicamente sobre a necessidade de se rever as exceções de voos do Brasil.

No dia 25 de março, logo após o pronunciamento em que Jair Bolsonaro falou sobre reabertura de escolas, comércio e fim do isolamento, o deputado Rui Rio publicou no Twitter que a população portuguesa teria que se “proteger de forma redobrada e de imediato, relativamente aos voos vindos do Brasil. Desta vez não pode haver atrasos”.

As decisões do presidente brasileiro com relação à pandemia vêm sendo destaque internacionalmente. Jornais como o norte-americano The New York Times, o espanhol El País, o francês Le Monde e o britânico The Guardian reportam a situação no Brasil com críticas ao governo de Jair Bolsonaro.

“Como profissional que está nessa cobertura, é um choque para a gente. Vemos os países europeus adotando cada vez mais medidas restritivas rígidas e vemos o nosso país afrouxando nesse sentido. A gente está no epicentro da doença, acompanhando as medidas, e hoje entendemos que o distanciamento social e o isolamento sejam as únicas armas para evitar a propagação do vírus”, diz à Sputnik Brasil o jornalista brasileiro Peterson Izidoro, que mora em Portugal e cobre o cenário europeu.

Para o jornalista, a proposta que será votada pelo Parlamento português não surpreende. “Se você tem um país que vai em discordância com as medidas restritivas adotadas em quase todos os países da Europa, é iminente uma resposta desses países. Esse jogo político afeta sempre o mais fraco, que são as pessoas, que precisam se deslocar do Brasil para outro país por diversas razões, familiares, profissionais”, analisa.

O projeto de lei do PAN prevê autorizações apenas “para voos destinados a permitir o regresso a Portugal dos cidadãos nacionais ou dos titulares de autorização de residência em Portugal ou a permitir o regresso ao Brasil de cidadãos de nacionalidade brasileira que se encontrem em Portugal”, lê-se no texto. A exceção é importante para garantir o retorno dos mais de mil brasileiros que ainda estão retidos no país por causa dos cancelamentos de voos.

Números em Portugal

De acordo com o último boletim, Portugal tem 13.141 casos confirmados da COVID-19 e 380 mortes causadas pela doença. Nesta terça-feira (7), depois de uma reunião do comitê de avaliação da crise, que contou com especialistas de saúde e líderes políticos do país, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que as medidas de contenção estão produzindo resultados.

O presidente revelou que os especialistas avaliam que o pico da pandemia em Portugal pode já ter passado. Mesmo com a propagação do vírus ainda sendo um risco, “há uma tendência positiva, lenta, mas positiva”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em coletiva de imprensa ao final da reunião, ressaltando que não há previsão para que o país volte ao ritmo normal.

A partir desta quinta-feira (9) e até o fim do estado de emergência, as restrições vão ser ainda mais fortes. Isso por que o feriado da Páscoa costuma movimentar muita gente pelo país, para as celebrações em família. Durante esse período, as pessoas estão proibidas de deixar a cidade de residência, por qualquer meio de transporte, e os aeroportos vão ter todas as operações suspensas.

 

 

*Do Sputnik

 

Categorias
Uncategorized

Vídeo: David Uip responde a Bolsonaro: “Respeitei seu direito de não revelar diagnóstico. Respeite o meu”

Horas depois de confirmar à Rádio Gaúcha que é verdadeira a imagem de uma receita médica em que prescreve cloroquina para si mesmo, David Uip, chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que questionou nas redes sociais se o infectologista da equipe de João Dória (PSDB) havia tomado a medicação.

“Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o direito de não revelar meu tratamento. A minha privacidade foi invadida. A privacidade da minha clínica foi invadida. Tomarei as providências legais adequadas para a invasão da minha privacidade e dos meus pacientes”.

Uip se infectou com o coronavírus, se curou e voltou ao trabalho esta semana. Mas, questionado ontem se havia usado a cloroquina — substância em estágio inicial de testes contra a covid-19 –, Uip se esquivou. Até que a imagem desta receita veio à tona.

Ainda sem confirmar se havia tomado o remédio, mas afirmando que é real a receita (que tem ele como paciente e como médico), Uip disse que o seu tratamento não tinha “nenhum valor” para a discussão, afirmou que não é contra a cloroquina, mas fez ressalvas.

Imagem: Reprodução.

Uip confirmou em entrevista a rádio a veracidade da receita.

“Na reunião de quinta passada com ministro Mandetta [da Saúde], sugeri que ampliasse o uso de cloroquina para todos os pacientes internados desde que o médico receitasse e o paciente autorizasse”.

O infectologista ressaltou que a cloroquina tem efeitos cardíacos e hepáticos e Uip afirmou que precisa ser tomada com cuidado. Em seguida, reclamou de o seu tratamento, algo pessoal segundo ele, gerar tanta repercussão.

Tratamento de Uip foi politizado

O tratamento de David Uip virou questão política porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um entusiasta do medicamento, que ainda carece de mais testes de eficácia e segurança, mas vem sendo usado preliminarmente.

Ontem, em coletiva de imprensa, David Uip se recusou a falar sobre o tratamento e responder se usou cloroquina alegando ser algo pessoal. “Eu não me prescrevi. Se eu tomei ou não antibiótico ou qual droga para febre e para enjoo é algo pessoal. Como eu respeito meus pacientes, gostaria de ser respeitado. Não faço isso para esconder nada, mas não quero transformar meu caso em modelo para coisa alguma”, disse.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, Uip confirmou que o documento vazado é real, mas sem detalhar se usou o medicamento em seu próprio tratamento.

“A receita é da minha clínica. Ela é real. Algum lugar vazou de forma incorreta. O que nada me preocupa. Eu não tenho nada contra o uso de cloroquina. Pelo contrário, eu uso nos meus pacientes internados. O que está se fazendo confusão é a respeito do meu tratamento pessoal. O meu tratamento, o que eu deveria fazer do ponto de vista de preocupação eu fiz, nos meus primeiros sintomas eu fiz exame. Eu vim a público e assim que percebi que estava complicando, eu vim a público, mas divulgar a receita individual de qualquer paciente eu entendo que não é correto. A transparência como homem público é dizer tudo que eu tenho. Divulgar um tratamento para propagação ou não de medicamentos eu acho incorreto”, explicou.

“Essa receita é de 13 de março e meu diagnóstico é 23 de março. Temos 12 médicos e 9 infectologistas, todos que trabalham com infecção. Todos muito envolvidos na linha de frente no tratamento de coronavírus. Na clínica tomamos decisão de comprar diversos medicamentos, entre eles, a cloroquina. Ela não foi comprada em farmácia, foi uma cloroquina manipulada, isso é uma farmácia de manipulação e à disposição de uma clínica que está na linha de frente no tratamento de pacientes. Foi vazado de forma irregular”, completou.

 

 

*Com informações do Uol

Categorias
Uncategorized

Cloroquina, depois da gripezinha, é o novo fundamentalismo dos bolsonaristas

Um médico, infectado com a Covid-19, tomou, junto com outros medicamentos, a cloroquina e se curou, como tem muitos que não tomaram e também se curaram, o que isso quer dizer? Que ainda não existe nada concreto e definitivo a favor ou contra a cloroquina. Mas o gado bolsonarista já foi para a  arquibancada gritar “cloroquina” porque o mito, que sabe tudo de coronavírus, disse que a cloroquina é milagrosa contra a gripezinha.

Para um presidente que parece não ter saído da infância maniqueísta, a vida só tem sentido se for feita de heróis e bandidos. Lógico, ele, um miliciano convicto, acha que está do lado dos mocinhos.

Já seus seguidores, impulsionados por robôs do gabinete do ódio, abraçam qualquer coisa que ajude Bolsonaro a tirar de suas costas o peso de governar o país, pois há 14 meses está aí sem apresentar nada de construtivo, ao contrário, é o próprio desmonte do Estado, como reza a cartilha dos super liberais que foram os primeiros a aplaudir o “Estado mínimo” que, no primeiro sintoma da pandemia no Brasil, os banqueiros, em 24 horas arrancaram do governo R$ 1,2 trilhão.

A cloroquina é a nova vedete desse mundo cheio de sacis, curupiras e mulas sem cabeça que orbitam o universo do bolsonarismo, os mesmos que bradavam, junto com Bolsonaro, que não passava de uma gripezinha, agora, exaltam o “milagre” da cloroquina.

Então, vem a pergunta, por que Bolsonaro está nessa cruzada a favor da cloroquina, se para ele a pandemia não passa de uma histeria? Mas o gado não quer saber porque não foi programado para raciocinar, é pior do que o robô. E Bolsonaro sabe disso e, por isso mantém contato diário, no chiqueirinho, com esse caldo de ignorância.

O fato é que não há um brasileiro que não esteja torcendo para que a cloroquina e outros medicamentos possam trazer qualquer benefício à saúde dos contaminados pela Covid-19. O que uma pessoa minimamente racional não admite é que a cloroquina seja tratada como a pica das galáxias, quando a ciência, ao contrário de Bolsonaro que só entende de milícias, diz que ainda são inconclusivas as pesquisas sobre a eficácia do medicamento.

O que se tem de eficaz, e isso está sendo comprovado pelo mundo todo, é o isolamento social, coisa repudiada por Bolsonaro para beneficiar o empresariado do baixo clero, como o Véio da Havan e cia., assim como a plutocracia que vive de rentismo especulativo.

Se ao menos Bolsonaro estivesse agindo como um chefe de Estado em proteção ao seu povo, estaria numa campanha cerrada pela prevenção da população através da higiene das mãos e do isolamento social, porque isso sim, está cientificamente provado que é eficaz e Bolsonaro insiste em fazer de conta que não sabe, o que amplia e muito o contágio e o consequente adoecimento e óbitos produzidos pelo coronavírus de forma cada vez mais agressiva.

Na verdade, Bolsonaro está usando a cloroquina para avalizar sua tresloucada cruzada a favor da quebra do pacto social para que os lucros voltem a jorrar nos cofres de seus comparsas.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

 

Categorias
Saúde

Um quarto dos profissionais de saúde do estado do Rio de Janeiro está se infectando com o coronavírus

O percentual, classificado como brutal pelos cientistas, é decorrente da falta de EPIs para os profissionais e a ampla disseminação do coronavírus na população.

Cerca de 25% dos profissionais de saúde da rede pública do estado do Rio de Janeiro estão infectados pelo coronavírus. O percentual é elevadíssimo, comparado com o registrado na Espanha e em Portugal, ambos de 20%, e ainda superior ao da Itália, com 15%.

Os dados são de pesquisa de uma força-tarefa pioneira para testagem molecular de Sars-CoV-2, que reúne mais de 60 pesquisadores, médicos e enfermeiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O percentual de infecção, classificado como brutal pelos cientistas, demonstra duas coisas. A falta de equipamentos de proteção (EPIs) para os profissionais e a ampla disseminação do coronavírus na população.

Além disso, os profissionais atuam em locais de grande aglomeração, os hospitais públicos.

“Se entre eles vemos um percentual colossal de infectados, temos certeza de que, entre a população, o número de positivos é muito maior do que mostram as estatísticas, que são apenas indicadoras da tendência de um aumento explosivo (de casos)”, alerta o professor Amilcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ. “O coronavírus está solto pelo Rio e muita gente não encara a doença com a gravidade que ela tem e desrespeita o isolamento”, disse.

Tanuri explica ainda que, no início da rotina de testes, era zero o percentual de infecção. Os primeiros casos só apareceram em 16 de março e, em seguida, explodiram, um sinal de que a população não faz o isolamento que deveria e expõe os profissionais de saúde, a despeito dos apelos do poder público.

“Temos esse primeiro resultado, mas os testes continuam. Vamos monitorar a pandemia de Covid-19 em nosso Estado. Ontem (segunda-feira), o percentual de infectados pelo coronavírus chegou a mais de 50% das 140 amostras testadas. É colossal”, encerra.

 

 

*Com informações da Forum

 

 

Categorias
Uncategorized

Por que Bolsonaro, que não acredita na gravidade do coronavírus, só fala em cloroquina, ordens de Trump?

É bom falar e repetir: NENHUM “defensor” ruidoso da cloroquina assina um mísero estudo sério, científico, comprovado, que assegure a eficácia do medicamento. Eles estão sendo feitos, por cientistas preparados para isso. E as respostas vão chegar – Nenhum dos médicos que estiveram com o presidente tem estudo científico comprovado de que a cloroquina funciona. Nenhum tampouco disse que ela NÃO funciona. Pesquisas estão em andamento. São estudos sérios, e as respostas vão chegar. O remédio não está proibido. Mas falta saber se é eficaz. (Monica Bergamo).

Desde que Trump anunciou a cura milagrosa do coronavírus pela cloroquina, Bolsonaro repete, como um papagaio de Trump que é, o mesmo ramerrão. A coisa se transformou em uma questão de honra no Brasil e passa a incomodar, na medida em que se sabe que Trump é um dos sócios do laboratório que tem a patente o medicamento.

A atitude de Bolsonaro é completamente esquizofrênica, porque, no mesmo momento em que nega a gravidade e letalidade do coronavírus, faz uma cruzada fundamentalista em defesa do uso indiscriminado da cloroquina, aumentando ainda mais o pânico numa grande parcela da população que já vive sobressaltada com o avanço da doença no Brasil, principalmente por perceber que o país não tem governo e nem comando, o que cria um vácuo perigoso que leva muita gente ao desespero.

Bolsonaro fez pior do que já havia feito, politizou o coronavírus. Primeiro, por interesses que só podem ser de Trump, passou a chamar, através dos seus assessores, o coronavírus de vírus chinês, numa tentativa tosca de estigmatizar a China e promover uma tempestade de preconceitos contra o maior parceiro comercial do Brasil. Isso porque o mesmo Bolsonaro quer milhões de trabalhadores expostos ao vírus, se dizendo preocupado com a economia brasileira e com os pobres, os mesmos que ele, em oito meses de governo,  devolveu ao mapa da fome com cortes de programas sociais criados por Lula e Dilma, programas fundamentais para, praticamente, erradicar a miséria do país.

Fica difícil entender qual o interesse de Bolsonaro, primeiro em politizar a cloroquina, segundo por acreditar que só existe essa alternativa quando, na realidade, alguns estudos indicam maior eficácia tanto de medicamentos de combate ao HIV quanto do plasma sanguíneo de quem já se curou do Covid-19, que começam a ser testados agora no Rio de Janeiro, fora uma série de outros estudos de diversos medicamentos que tem se revelado uma esperança para ajudar na cura da doença.

Bolsonaro tomou para si a cloroquina. Agora, quem se opõe à sua obsessão e é visto como comunista, esquerdista e outros “istas”. O que ele não diz é que ainda precisa de comprovação de eficácia tanto no Brasil quanto nos EUA.

Então, cai mesmo sobre ele a suspeita de que não só se apresenta novamente como capacho de Trump, levando a reboque o palerma Olavo de Carvalho, outro que negava mortes por coronavírus e que agora passou a fazer cruzada pela cloroquina para salvar vidas e, assim produzindo cada vez mais a desconfiança de que os dois se transformaram nos maiores lobistas dos negócios de Trump no Brasil.

Isso, sem dizer que até o mais boboca dos seres sabe que tanto Eduardo Bolsonaro quanto Abraham Weintraub não atacariam a China sem o consentimento e, possivelmente, a ordem de Bolsonaro para agradar a Trump, que vive em guerra comercial com a China, prejudicando enormemente o Brasil e incrivelmente ajudando os EUA na relação com a China em detrimento dos interesses do Brasil.

Qual a conclusão sobre a defesa aferrada de Bolsonaro ao uso indiscriminado da cloroquina no Brasil, senão beneficiar os negócios de Trump?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Categorias
Uncategorized

Depois de negar as mortes por coronavírus, Olavão quer Mandetta preso por “esconder” a cloroquina

O guru do fim do mundo, Olavo de Carvalho, se supera a cada dia em seu charlatanismo rococó.

Diz Olavão: “Luiz Henrique Mandetta, deveria ser “preso” porque ele está escondendo remédios para uma suposta cura do coronavírus.”

Mas que coronavírus?

Olavo cansou de dizer que isso era invenção dos chineses para dominar o mundo e que ninguém tinha morrido disso.

Agora, o vigarista da astrologia jeca, fala que Mandetta quer fabricar mortos junto com governadores para derrubar a economia e, consequentemente, Bolsonaro.

O cara é muito patife.

Olavo ainda criticou o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus de São Paulo, David Uip, que alegou razões pessoais para não falar se tomou hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19.

“Esses médicos foram curados e escondem o nome do remédio para ninguém mais tomar. Você acha que isso é compatível com o juramento do médico? E esse ministro de merda também devia estar na cadeia também, está escondendo remédio. Ele podia salvar milhares de pessoas”, completou o impostor.

Como pode?

Ontem, para o picareta, nem existia o coronavírus e, agora, diz que querem matar milhares de pessoas escondendo o remédio da cura.

O nome disso é cinismo despudorado de um salafrário com a mesma desfaçatez de Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas