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O Brasil de Bolsonaro que assombra o mundo, é o país da miséria, da fome e do desemprego

Talvez São Paulo, a capital mais rica do país, em que Bolsonaro teve apoio maciço da elite aonde estão os barões do PIB brasileiro, é justamente o lugar que flagra o abismo social profundo, rude e bárbaro que as políticas de Temer, mas sobretudo do governo Bolsonaro com Paulo Guedes produziram.

A flagrante luta pessoal contra a fome em que pessoas buscam desesperadamente as caçambas de lixo à caça de descartes do mercado, principalmente osso, mostra uma realidade diametralmente oposta à daqueles carrões de luxo blindados com os ricaços cercados de seguranças frequentando restaurantes que, no final de cada refeição, um único endinheirado gasta o que daria para alimentar uma família por mais de dois meses.

As pessoas que andam garimpando osso pelo país afora para não morrerem de fome, têm justamente no lixo humanitário da elite paulista o exemplo de caçamba moral.

Nada adianta um dos banqueiros do clã dos Setúbal falar que o Brasil vive um estado calamitoso de pobreza. O sujeito que tem isso e apenas isso na ponta da língua e no mesmo corpo que está sempre com o bucho cheio, há um coração absolutamente vazio de empatia com esses milhões de brasileiros representados pela pobreza que toma conta cada vez mais de São Paulo, enquanto a riqueza na mesma São Paulo não para de acumular.

Mas não foi para isso que golpearam Dilma? Não foi para isso que prenderam Lula? Não foi para isso que colocaram Temer e, depois, Bolsonaro no poder?

A fotografia dessa gente, muitas vezes sem rosto, da chamada mão invisível do mercado, está estampada na obra que ela conseguiu produzir nesse país.

Se com Lula e Dilma, o Brasil era referência mundial de combate à miséria e à fome e, consequentemente à mortalidade infantil, Temer e Bolsonaro, capachos dessa elite, fazem exatamente o que essa gente quer.

Na verdade, não há desprezo dos donos do dinheiro com a fome, inclusive de crianças no Brasil. Todos sabem que esse sempre foi o projeto que mais encantou a nossa classe dominante.

Por isso, Setúbal não quer a volta de Lula, quer Dória, justo o governador do estado de São Paulo que estamos dando como exemplo extremo da vergonhosa divisão de classes, da despudorada concentração de riqueza nas mãos de poucos da Faria Lima, do maior mercadão de alimentos do país que forma o maior, e cada vez maior, cinturão de pobreza em volta com pessoas em busca de um pedaço de qualquer coisa para se alimentar, para não morrer e não deixar que seus filhos morram.

O Brasil não pode conviver com isso, com essa gente que compra parte do judiciário e do Congresso, que patrocina crápulas para se tornarem prefeitos, governadores e presidente da República para cumprirem uma agenda calculada friamente, numa espécie de indústria da pobreza.

O fato é que para onde se olha nesse país hoje, enxerga-se terra arrasada, vê-se com todas as tintas e cores o retrato cuspido e escarrado da classe dominante, que hoje assusta o planeta pelo grau de sadismo dos endinheirados.

A miséria e a fome não são obra das leis da natureza, mas da lei do mercado, lei do cão. O Brasil é o exemplo disso.

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Política

Bolsonaro se cercou de idiotas e agora se vê cercado por eles

A elite brasileira sempre escolheu segregar pobres, negros e índios. Ou seja, pelo menos 80% da população, até porque a maioria dos pobres do Brasil é formada por negros, resultado de cinco séculos do país dos quais, quatro foram de escravidão.

Assim a elite vai sempre preferir um sujeito como Bolsonaro que cansou de avisar que, mesmo depois de sete mandatos como deputado federal, não sabia nada de coisa nenhuma. Mais que isso, sentia orgulho por não saber, pior, fez disso marketing político dando a isso o nome de “nova política”.

Bolsonaro viu e acertou que bastaria vomitar preconceitos contra pobres, negros, índios, mulheres, gays que estava garantida sem nenhuma dúvida a segregação da imensa maior parte do povo brasileiro, assim como preconiza a cartilha da nossa inacreditável classe dominante.

Agora, Eliane Cantanhêde, uma das mais proeminentes representantes do senso comum de Higienópolis, sintetiza o sentimento dessa elite que vê o país ser centrifugado pela estupidez de Bolsonaro e fez a seguinte anotação em seu twitter:

O único assunto nacional é voto impresso?! Informo que morreram mais de 560 mil brasileiros de Covid, há 15 milhões de desempregos (fora os desalentados), milhões estão morando na rua e com fome. Ah! E tem uma tal Amazônia virando cinzas.

Ou seja, a eterna madrinha dos limpinhos e cheirosos resolveu lembrar, pior, reivindicar um grau de consciência minimamente civilizado da própria mídia em nome de uma suposta pluralidade de assuntos para não deixar que Bolsonaro paute as manchetes, como vem fazendo com suas farsas.

Todo um processo de discriminação nas falas e comportamento de Bolsonaro durante a eleição, sequer foi questionado pela mesma Cantanhêde e congêneres, assim como também pela classe dominante.

Agora, Bolsonaro se vê cercado pelos mesmos com os quais se cercou para, dentro dessa chamada democracia à brasileira, deixar que o mercado feito por algumas empresas e ou pessoas desse destino aos recursos públicos, às políticas de governo.

Nesse sentido, todos os chamados serviços sociais deveriam ser classificados, como foram, de gastos que não trazem qualquer perspectiva de futuro ao país.

O resultado foi a desintegração total do que poderia formar um ciclo econômico de prosperidade, mínimo que fosse e, ao contrário, o país se vê literalmente na fila do osso, mostrando hoje pouca diferença nas perdas concretas entre o cidadão médio que empobreceu e o pobre que foi devolvido à miséria.

Esse é o nosso país que Bolsonaro utiliza com diversionismos múltiplos, para não dizer farsas, na tentativa de produzir as manchetes que ele próprio pauta, assim como foi há poucas semanas com a farsa das fezes entupidas para que as questões que envolvem o país como um todo se agravem e ninguém as discuta com profundidade.

Com isso, ninguém sabe como estará a situação do Brasil num futuro próximo sequer como perspectiva, o que faz aquela cordialidade com que as classes dominantes trataram o tóxico Bolsonaro se transformar em crítica ácida na tentativa de impedir que destrua o que ainda resta e arraste com ele boa parte dos endinheirados.

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Criador e criatura

Não há nada de novo a ser dito sobre Bolsonaro. Na verdade, nunca houve, até porque com sua absoluta incapacidade intelectual, Bolsonaro só foi sincero uma vez na campanha de 2018, quando disse com outras palavras que era uma caricatura profanadora.

O fato é que a mídia quis dar a esse personagem caráter e estilo de um offsider, um produto conjugado do homem certo, no meio certo e no momento certo e arrumou-lhe uma cara de boneca, tentando esculpir a escultura que ela desenhou.

Isso nada tem a ver com a veneração religiosa que o gado sente por ele. Essa blasfêmia chamada Bolsonaro é um indivíduo pra lá de manjado, usasse a máscara que usasse, todos sabiam a bisca que ele era.

Mas contra o PT, a mídia construiu a sua imagem numa caricatura de redentor, de um Messias.

Bolsonaro aceitou de bom grado o convite da mídia para se transformar num idiota gente boa com feições burlescas e pueris, mas que, na verdade, era um camarada com tendências de um psicopata, com tara em sangue, tortura e ódio. Ele sempre trouxe isso na expressão do seu olhar, ou seja, estava estampado na sua cara o que seria a presidência da República comandada por Bolsonaro.

Mas sabem como é, a mídia tentou o máximo que pôde reduzir a sua imagem nefasta com o único objetivo que estava determinada a cumprir à risca, destruir o PT e espancar todas as formas de políticas sociais que beneficiavam pobres, mulheres e negros.

Ou seja, Bolsonaro era um coquetel perfeito para uma mídia que, antes da palavra negacionismo virar modinha, negava qualquer ascensão social da enorme parcela segregada da sociedade brasileira que, não por acaso, é a fonte primária da nossa história secular de segregação, preconceito e racismo.

Agora, vê-se a procura deliberada de um Bolsonaro ressignificado e classificado como terceira via. É o mais do mesmo, porém, com uma assinatura desenvolvida nos laboratórios da classe dominante.

Mas o problema é que não acharam o afilhado para tanto padrinho, porque não existe uma fórmula nova para se construir um novo paladino. Todos que se apresentam nesse campo filiaram-se a Bolsonaro em 2018 e, com ele, compartilharam as mesmas opiniões sem qualquer divergência, diga-se de passagem.

Resultado, a mídia hoje não consegue construir uma estética oficial do valor de uma obra de arte para oferecer à casta dominante desse país, casta que pratica essa mistificação política desde que o Brasil é Brasil.

E aí está o grande calo. Bolsonaro não tem sequer bagagem de mão para seguir governando o país, já a matriz que o criou, se não tem capacidade de substituí-lo por um outro troço de valor idêntico, mas com uma aparência mais limpinha, mesmo que seja artificial.

Por isso, não se esperava outra coisa de figuras centrais da mídia de banco que não fosse em meio a uma tragédia humanitária porque passa o país, ter como missão tentar desgastar a imagem de Lula, como fazem Vera Magalhães, Eliane Cantanhêde e Thaís Oyama, as cajazeiras bananeiras que mais parecem almas penadas, mas que seguem sendo inimigas mortais do PT.

Não importa quantas vezes a rotação da terra girar, as divindades que têm origem comum nas trevas dentro das redações da grande mídia serão sempre antipetistas.

O que se espera é que, voltando a governar o país, o PT tenha uma estratégia para neutralizar os ataques baixos que virão dessa toca de ratazanas com a mesma ferocidade que atacaram Lula e Dilma nos 13 anos que o PT governou o país.

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Política

A provinciana classe dominante brasileira não tem dimensão da força de Lula no mundo

Dias Gomes soube como poucos, em plena ditadura militar, definir com precisão, num único personagem, Odorico Paraguaçu, interpretado magistralmente por Paulo Gracindo, o que é a classe dominante brasileira, esteja ela aonde estiver.

Violenta e caricata, porque sempre teve a amplitude cultural presa no tronco da escravidão colonialista. Não importa o período, seja aquela gente da nobreza, sejam as classes mais poderosas da atualidade.

No Brasil, é difícil falar em equilíbrio social quando o predomínio nas camadas mais pobres da população é, por condição de sobrevivência, imensamente criativa e, com isso ou por isso, têm uma noção de mundo muito mais ampla do que o clero dos abastados da nossa Sucupira.

Quando se vê, sobretudo a elite paulista opulenta com característica de domínio, carregada de uma ambição perigosa sem a menor liberdade na busca por um assento qualquer nas relações sociais, fica cristalizado que temos uma civilização formada aos solavancos, talvez pelo grito do Ipiranga.

A questão que tortura essa elite imperial, inclusive a militar em relação a Lula, é a total falta de sabedoria e originalidade dos grandes pensadores do país.

As festas promovidas por Dória, cheias de rapapés com as figuras máximas do empresariado brasileiro, retratam isso de forma fidedigna.

Não é sem motivos que Bolsonaro ainda se apoia num eleitorado eminentemente classista, independente da classe social, o que é mais louco.

Agora mesmo um detalhe chama a atenção, no bom sentido, segundo pesquisa do PoderData, 82% dos que se identificam como pretos reprovam o governo Bolsonaro. Isso é uma maravilha, porque simplesmente, no Brasil, se dependesse dos negros que são a maior parte da população, Bolsonaro já teria sido cassado e certamente preso pelos seus múltiplos crimes.

Por outro lado, sabe-se que Bolsonaro chegou ao poder com apoio maciço do grande empresariado brasileiro 100% branco. Isso traz um significado cultural de extrema importância, não só porque os negros são os grandes protagonistas de uma massa de manifestações culturais que dão ao pais identidade própria, rica e extremamente profunda, mas porque, historicamente, a elite brasileira nunca teve vida própria, nunca teve lucidez de seu papel no país, que fará no mundo.

E é aí que entra Lula e, junto, o próprio Moro e a mídia nativa de algum lugar da grande Sucupira.

A trajetória de Lula, de onde veio e aonde chegou, por si só já é uma síntese de sua grandeza, grandeza esta que dá a ele a condição de estar entre as maiores e mais influentes lideranças políticas do planeta.

Então, vem um juiz como Moro carregado de um provincianismo inacreditável, ainda mais quando se junta com a sua esposa que prometeu transformar o bocó em príncipe regente através da 13ª Vara de Curitiba. Para tanto, bastaria somente condenar e prender Lula sem provas que ele teria todos os troféus, medalhas, flâmulas e bustos de bronze concedidos pelo Brasil oficial, ao qual Machado de Assis chamava de “caricato e burlesco”.

E o trouxa caiu no conto familiar, pior, na mediocridade que habita o mundo dos endinheirados brasileiros que se confundem com o próprio baronato da mídia que não é outra coisa, senão a herança mais provinciana herdada da aristocracia cafeeira com uma boa dose de coronelismo do cacau. Tudo isso junto, deu no que deu.

Bolsonaro é o genocida escolhido pela elite e que hoje é considerado uma figura contagiosa, repugnante em todo o planeta por quase todos os chefes de Estado, enquanto lula, ao contrário do que sonhava essa turma casca grossa que faz esse caldo social no Brasil, ganha ainda mais dimensão política depois de sua condenação e prisão, porque dá ao mundo uma clara noção dos problemas concretos do Brasil.

E sem a classe dominante, bolsonarista e morista, entender o tamanho do vulto e o lugar que Lula ocupa na geopolítica mundial, a vergonha hoje cobre o Brasil, como se fosse uma maldição sobre as almas danadas que fazem da elite brasileira uma jurássica piada internacional, enquanto Lula ganha cada vez mais a imagem polida de uma das maiores celebridades globais, o que certamente não entra nos tímpanos dessas múmias, que fará na cabeça.

Todos esses relinchos da classe dominante contra Lula são, na verdade, um ódio de quem o tem atravessado na garganta, justamente pela sombra que ele sozinho faz diante dos olhos planeta sobre a nossa podre oligarquia provinciana que fala somente entre ela o “dialeto dos elegantes”.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro, que devolveu o Brasil ao mapa da fome, tem 40% de aprovação; incoerência? Não

Se Bolsonaro tem hoje apoio da parcela mais pobre da população, justo a que ele devolveu ao mapa da fome, qual o sentido dessa camada dizer que aprova o seu governo se o desemprego também é recorde, se o preço da sexta básica também disparou e se são justo os pobres a grande maioria das vítimas fatais do negacionismo criminoso de Bolsonaro na pandemia?

Quando se olha esse quadro dramático e o resultado da última pesquisa Ibope, não se vê incoerência, ao contrário, o resultado é extremamente coerente. Primeiro, porque o auxílio emergencial de R$ 600, em muitos casos, de R$ 1.200, não só alimentou uma população faminta, como também serviu de colchão para que a economia não desabasse ainda mais e que o tombo do PIB fosse de 10%, que, sem dúvida, é enorme, mas seria muito maior não fosse a circulação desse dinheiro.

Não foi Bolsonaro que criou o auxílio emergencial de R$ 600, sua proposta era de pagar R$ 200, mas o Congresso puxou o valor para o triplo. Mas a imensa maior parte da população não sabe ou não está interessada em saber, pelo tipo de vida miserável que leva e pela luta incessante pela sobrevivência diária.

Num país com o nível de desigualdade que tem promovido pela voracidade e mesquinhez da elite brasileira, toda a análise precisa partir daí, das condições de opressão construídas milimetricamente pela classe dominante para subjugar o povo.

A consequência não poderia ser outra. Possivelmente, quando as próximas parcelas do auxílio chegarem pela metade, Bolsonaro terá uma queda na sua aprovação, porque a economia brasileira não dá o menor sinal de vida e os investimentos internacionais, por sua política predatória, desabaram 85%.

Isso, para qualquer economia do mundo, é um desastre. No caso do Brasil é uma hecatombe ao quadrado. Sem falar que nunca foi tão desvantajosa para o país a relação comercial com os EUA.

Junta-se a isso o fato de que, com Bolsonaro, o real foi a moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar no mundo. A exportação de alimentos provocou uma alta assustadora nos preços no que é mais caro e, agora, raro à mesa do brasileiro.

Por último e não menos importante, a realidade entre um governo que quer impor o Estado mínimo para agradar o mercado e, por outro lado, só ficará de pé se tiver um programa que apresente de fato uma solução para milhões de brasileiros do nível do auxílio emergencial, o que certamente fará o mercado berrar e tirar a mão da cabeça de Bolsonaro.

Seja como for, a pesquisa Ibope também mostra que Bolsonaro perdeu muito de sua base eleitoral, a classe média. Muito desse derretimento já vinha sendo observado e, ao que tudo indica, é uma perda sem volta, ao contrário do apoio que ele tem dos pobres, muito mais pelo auxílio emergencial, do que pelo resultado de outras políticas de seu governo.

O Ibope disse muito sobre o momento atual, e nada sobre o futuro próximo do governo Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Moro não daria uma cartada tão alta se não tivesse certeza de que Bolsonaro cairia e ele triunfaria

Uma das características mais marcantes de Moro é a frieza que está condicionada à sua ambição. Já no depoimento de Lula a ele, todas as suas palavras eram medidas para parecer que tratava Lula com respeito e, com isso ficava evidente a sua condenação. Moro só cumpria um protocolo, pois já tinha a condenação e a sentença de Lula que já sabia de cor e salteada. O que ele nunca teve e nem poderia ter, porque Lula não cometeu crime algum, é prova.

Moro, sabendo que, para conseguir condenar Lula, ele deveria ser primeiro condenado pelo Jornal Nacional, para tanto, alimentou Bonner durante anos a fio e, assim, construir uma narrativa totalmente desconexa da realidade, na base da massificação, repetindo uma mesma coisa um milhão de vezes para que a força da indústria de massa impusesse uma mentira como verdade.

Assim, Moro, ao contrário do que quis parecer, jamais foi discreto, sempre optou pelo espalhafatoso, pelo pirotécnico, pelos rojões midiáticos, porque se tem alguém com absoluta certeza de que Lula é inocente, esse alguém é Moro. sua parceria com a Globo escancara isso. Se tivesse prova de algum crime contra Lula não precisaria de todo o aparato midiático com que se cercou para suprimir os direitos de Lula e impor a ele uma pena na base do grito, fazendo da justiça brasileira um campo de pelada, aonde quem grita mais forte impõe o conceito da falta.

Isso dito, Moro não entraria nessa guerra com Bolsonaro sem dados objetivos que lhe garantissem duas situações, a de criminalizar e derrubar Bolsonaro e, na mesma medida, apresentar-se como seu substituto na presidência da República.

Moro sempre trabalhou com o produto conjugado entre os meios que utiliza e o momento do ataque. Por isso uma coisa sempre se confunde com a outra, não é um exercício de individualidade. Assim ele se cerca primeiro de uma blindagem midiática monumental, só posa em fotos e participa de eventos ao lado de personalidades da cúpula da classe dominante. Ao contrário de Lula, não há uma foto de Moro ao lado não de pobres, pois é pedir demais para o nazista.

Moro gosta de smoking, assim como sua esposa de brilhos. Os dois parecem sempre caminhar no tapete vermelho de Hollywood. Tudo em torno de sua aura celestial tem que ser anguloso e grandiloquente, do contrário, ele se torna um pinto na chuva, como vimos por algumas vezes quando enfrentou Wadih Damous e, em outras duas ocasiões, Glauber Braga. Vimos toda aquela carapaça do pavão virar um camundongo assustado e fugir pela primeira fresta que encontrou, sem querer sequer ouvir falar no assunto.

É difícil de acreditar que, agora, contra Bolsonaro, o ex-juiz corrupto deu um bico a esmo, isso não faria jamais, não largaria o ministério da Justiça e Segurança Pública e a possibilidade de assumir uma cadeira no STF se não fosse para uma aventura sonhada de se tornar o presidente da República com chances reais de êxito.

Moro vem trabalhando de forma incessante não só a condenação e prisão de Lula, mas simplesmente a sustentação do que mais lhe interessa, uma fórmula que o consagre presidente, perseguindo violentamente Lula para que jamais cruze com ele num debate, mas principalmente numa disputa eleitoral.

Se Moro não colocou todas as cartas na mesa, nem expôs todos os traços fisionômicos de um candidato ao posto máximo da política brasileira, com sua saída do governo cheia de flashes da Globo, cristaliza que por trás de um apelo midiático em suas revelações contra Bolsonaro, há um claro lançamento de sua campanha que pode ser para 2022, mas que também pode ser para agora se a chapa Bolsonaro/Mourão for cassada e a eleição anulada por uso criminoso da indústria de fake news que a CPMI revelou há algum tempo, mas que somente agora a Globo e o próprio STF resolveram descobrir que existe.

Seja como for, Moro sempre apareceu nos momentos decisivos das duas últimas eleições, na primeira, em favor de Aécio, utilizando uma suposta delação de Youssef, sempre ele, contra Lula e Dilma na capa imoral da Veja com a chamada, “eles sabiam de tudo”, reproduzida à exaustão pela Globo às vésperas da votação do segundo turno, delação esta feita pelos seus bonecos de ventríloquos do Ministério Público e, na segunda, mais, a delação de Palocci feita pela Polícia Federal, também marionete de Moro, às vésperas do segundo turno entre Haddad e Bolsonaro para se beneficiar e, com isso, selar sua vaga no ministério da Justiça do governo fascista.

Como escancarou o Intercept na Vaza Jato, Moro é um homem que não usa pancadas para resolver suas pendengas, mas o submundo do aparelho judiciário do Estado brasileiro e, logicamente, a Globo como parceira prioritária para tratar suas vítimas, como foi o caso de Lula, em função daquilo que ele queria fazer parecer e não pelas provas que ele jamais teve contra Lula.

Por isso afirmo, Moro não daria uma cartada tão alta se não tivesse certeza de que Bolsonaro cairia e ele triunfaria.

A pergunta é, quem deu a ele essa garantia?

 

*Carlos Henrique Machado Fretias

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Haiti à beira de uma insurreição popular

No fim de maio, o Tribunal Superior de Contas haitiano submeteu ao Senado uma auditoria de 600 páginas do programa PetroCaribe. Essa auditoria se seguiu a um informe prévio expondo a corrupção e era muito esperada. Ela detalhou a corrupção massiva e o roubo de fundos e mostrou que o próprio Moïse havia embolsado milhões de dólares como parte de um esquema de apropriação indébita para roubar fundos do povo haitiano no valor de bilhões de dólares destinados a gastos sociais e de infraestruturas através do programa PetroCaribe.

De fato, agora parece que três diferentes empresas controladas por Moïse estão envolvidas no escândalo de corrupção. A auditoria comprovou o que todos já sabiam: a classe dominante haitiana e as elites políticas roubaram cerca de 2 bilhões de dólares ao faturar duas vezes o Ministério de Obras Públicas, que também distribuiu fundos às elites corruptas e suas empresas antes que os projetos fossem concluídos e, em alguns casos, antes mesmo que os projetos fossem iniciado.

Depois do terremoto em 2010, foi iniciada a construção de centenas de estradas, escolas. hospitais, etc., mas, em muitos casos, esses projetos nunca foram concluídos. Um artigo explicava que “Ao sul de Porto Príncipe, um gigantesco hospital semiconstruído e uma ponte que não liga nada com nada servem como lembretes diários da apropriação indébita do governo”.

O movimento de massas, que fluiu e refluiu ao longo do último ano e meio, irrompeu novamente em junho com o lançamento da auditoria e com a oposição cada vez mais decidida pedindo a renúncia do presidente Moïse.
Escassez de combustíveis e alimentos

Tendo perdido o acesso ao petróleo venezuelano subsidiado no início de 2018, o governo haitiano foi forçado a recorrer principalmente às empresas petrolíferas estadunidenses e a pagar preços de mercado por seu suprimento de combustíveis. O governo não podia pagar por isso e se endividou com essas empresas de energia, que se recusam a fornecer combustível até que essas dívidas, no montante de cerca de 100-130 milhões de dólares, sejam liquidadas.

A escassez de combustível no país, que já estava em nível de crise, continuou a piorar durante no último verão. Lojas e escolas foram fechadas como resultado da escassez e os hospitais mal estão funcionando. Há longas filas nos postos de abastecimento, com muito pouco combustível disponível. Os apagões são frequentes e duradouros, e, com o aumento dos preços, muitos não têm acesso aos combustíveis.

Com o desemprego agora em mais de 70% e com a inflação em torno de 20%, muitos não podem se permitir pagar os poucos combustíveis e alimentos disponíveis. Para piorar a situação, uma seca severa deixou agora muitas pessoas sem acesso à água. A situação ficou mais aguda quando a República Dominicana fechou sua fronteira com o Haiti, cortando uma rota essencial para suprimentos.

Diante da escassez cada vez mais severa de produtos básicos, as massas tomaram as ruas durante o mês de setembro em uma série contínua de manifestações e greves, que fecharam completamente Porto Príncipe e paralisaram o restante do país.

As manifestações e greves aumentaram chegando a proporções insurrecionais durante a semana passada, quando aliados de Moïse no senado tentaram empossar a escolha do presidente para primeiro-ministro, um cargo que foi formalmente deixado vazio durante meses depois de uma série de renúncias. A sessão do senado se converteu em caos, com um senador aliado a Moïse sacando uma arma de fogo e disparando contra os manifestantes quando saía do prédio do senado, ferindo um jornalista da AP e um guarda de segurança.
Equilíbrio das forças de classe

O Haiti esteve efetivamente em uma situação pré-revolucionária ou revolucionária durante vários anos, com certeza desde pelo menos o verão passado, quando protestos e greves em massa eclodiram devido à crise do combustível e à corrupção.

Naturalmente, em particular devido à ausência de uma liderança determinada, revolucionária e da classe trabalhadora, houve vários fluxos e refluxos no movimento das massas. Nos momentos chave, parecia que o governo Moïse cairia, mas todas as vezes o governo evitou o colapso ou sua derrubada à medida que o movimento diminuía.

Em muitos aspectos, a situação no Haiti é um microcosmo da situação mundial. Globalmente, a classe trabalhadora é muito forte e cada vez mais determinada a reagir aos ataques da classe dominante. Isso explica a intensificação em escala mundial da luta de classes e a polarização da sociedade. No entanto, o movimento é retido a cada passo por sua liderança. Isso impediu a classe trabalhadora em muitos países de avançar diretamente na direção de ações revolucionárias para mudar a sociedade.

Por outro lado, a classe dominante é muito fraca. Para todos os lugares que se olhe, os partidos do establishment e os principais elementos da classe dominante estão se tornando cada vez mais isolados – e odiados pelas massas trabalhadoras e pela juventude. Isso criou uma situação em que, devido à força geral da classe trabalhadora e da juventude e à fraqueza geral da classe dominante, os capitalistas em muitas áreas não podem avançar diretamente para uma ação contrarrevolucionária (golpes, ditaduras etc.). Isso criou algo semelhante a um impasse, embora seja um impasse em que todo o impulso recai nos trabalhadores e na juventude.

A situação no Haiti, com greves e manifestações insurrecionais de massas, está muito mais avançada do que em muitos outros países. Isso não é por acaso – a cadeia do capitalismo global está de fato se rompendo por seus elos mais fracos. No entanto, também podemos ver que o equilíbrio das forças de classe é semelhante ao de todo o mundo e que há algo como um ponto morto em que as massas não puderam derrubar o governo e mudar a sociedade. As massas tentaram repetidamente tomar o seu destino em suas próprias mãos, derrubar seu governo apodrecido e tomar o controle de suas vidas, mas todas às vezes o governo sobreviveu.

Como explicamos no início deste ano:

“Sem acesso a fundos ou combustível, o governo haitiano não tem meios de comprar qualquer paz social temporária. Não tem meios econômicos à sua disposição para apaziguar as massas, nem, tem qualquer capital político para apaziguar as demandas políticas do movimento. Com a força policial nacional vacilando, o governo se encontrará em grandes dificuldades para reprimir o movimento com força física. Isso não significa que a polícia não possa atacar e que não atacará as manifestações e os trabalhadores em greve, mas dado o equilíbrio de forças parece improvável que o governo possa derrotar o movimento somente com a ação policial”.

Naturalmente, existem elementos na classe dominante e entre certos setores da pequena burguesia que estariam muito interessados em se mover na direção de algum tipo de golpe para resolver a situação. The Guardian informou recentemente que Nicholas Duvalier (o filho de Jean-Claude “Baby Doc” Duvalier e neto de François “Papa Doc” Duvalier) esteve recentemente em Miami para pedir apoio à comunidade haitiana de lá. Quando perguntado se havia algum apoio no Haiti à família dos ex-ditadores, um entrevistado no Haiti disse: “Sim. Entre pequenos empresários. Conheci um. Ele quer fazer pregos, mas a família Bigio, que tem o monopólio do aço aqui, empurrou-o para o lado. É o tipo de pessoa que apoiaria Nicolas, e existem muitos mais como ele”.

No entanto, dada a debilidade do estado e da polícia haitianos, um golpe bem-sucedido parece improvável – embora possa ser tentado em determinado momento se a crise continuar sem algum tipo de solução.

Naturalmente, um fator importante na política haitiana são os imperialistas – particularmente os EUA, Canadá e França – que, no passado, não temeram intervir política e militarmente de forma direta na política haitiana para preservar seus interesses, investimentos e lucros. Durante os últimos 15 anos, eles tentaram exercer seu domínio e controle através da força de ocupação da ONU. No entanto, deve-se notar que a “a missão de manutenção da paz da ONU” está programada para encerrar suas funções em 15 de outubro e ser substituída por uma “missão política”.

Uma intervenção direta do imperialismo EUA (ou canadense, francês, etc.) parece improvável, dada a situação política nos países imperialistas. No entanto, não se pode excluir algum tipo de acordo seja mediado pelos imperialistas e a classe dominante haitiana para manter as tropas da ONU no Haiti para forçar o fim do movimento de massas e “resolver” a crise, isto é, algum tipo de golpe apoiado ou liderado pelas tropas da ONU.

Cuidado com a Frente Popular

A oposição parece mais decidida do que nunca a derrubar o governo Moïse. Greves e manifestações em massa ocorreram na sexta-feira passada. Foram levantadas barricadas e postos policiais e tribunais foram atacados e incendiados. As massas entraram em confronto direto com o Estado para impor sua vontade sobre a situação e obrigar o governo a renunciar.

Os moradores de Cité Soleil, uma das maiores e mais pobres áreas da capital e, de fato, do mundo, e centro da atividade revolucionária no Haiti, se levantaram e expulsaram de lá as odiadas forças de segurança. De fato, a polícia foi ultrapassada pelo movimento das massas e está sendo desarmada e/ou forçada a se retirar. Um manifestante explicou que, “Estamos dizendo às pessoas que vivem na área de Cité Soleil e à população haitiana para se levantar e derrubar esse governo porque o presidente Jovenel Moïse não está fazendo nada por nós, apenas nos matando”.

Um líder da oposição disse:

“Em 27 de setembro de 2019, o povo demitiu Jovenel Moïse como seu presidente… Jovenel Moïse é um presidente que se esconde… ele não está mais liderando o país”.

Moïse não é visto desde 25 de setembro, quando fez um discurso às 2 horas da madrugada (que ninguém podia ouvir porque estava dormindo ou por falta de acesso à eletricidade devido à escassez de combustível), pedindo “calma”. Embora seus apoiadores insistam em que ele ainda está no controle e “refletindo como um bom treinador”, acredita-se amplamente que, de fato, ele está se escondendo.

A oposição o está buscando ativamente para forçá-lo a renunciar e levá-lo à justiça. Enquanto a oposição caracterizava as manifestações da sexta-feira como “a batalha final na guerra para se livrar de Jovenel”, um dos líderes afirmou que:

“[Se] Jovenel não renunciar hoje, o que acontecer a ele não é de nossa responsabilidade. Jovenel Moïse será responsabilizado por tudo o que acontece no país hoje”.

Dada a escala do movimento para derrubá-lo e a determinação das massas, parece improvável que Moïse fique no poder por muito mais tempo. No entanto, é claro que, embora o movimento esteja unido em seu objetivo de derrubar Moïse, há muitos riscos à frente.

The Guardian informou que a organização Batay Ouvriye está circulando panfletos proporcionando uma análise marxista da situação e pedindo que o movimento revolucionário se arme para se defender. Isso é, sem dúvida, uma boa coisa e um passo necessário para o movimento tomar.

Contudo, Andre Michel, porta-voz do Setor Democrático e Popular, disse algumas coisas que representam um risco direto para o movimento. Há alguns dias ele tuitou que: “O Setor Democrático acompanhará a população em sua mobilização até arrancarmos Jovenel Moïse. A população necessita permanecer mobilizada até instalarmos um presidente e um governo provisório no país”. Mais tarde, ele também disse em uma entrevista que, “Jovenel Moïse não é mais o presidente; o povo o demitiu, mas o povo deve permanecer mobilizado. Os obstáculos devem continuar e a mobilização deve ir além até que instalemos um governo provisório”.

Michel está correto quando diz que as massas devem permanecer mobilizadas para se livrar de Moïse. No entanto, a divisão de classes na oposição se revela claramente no que ele disse. Quando ele diz que as massas devem permanecer mobilizadas “até instalarmos um presidente e um governo provisório”, ele está refletindo os interesses da burguesia e das camadas pequeno-burguesas da oposição, que querem usar as mobilizações e as greves de massas para dar um golpe contra seus oponentes no governo e se colocarem no poder. Uma vez no poder, naturalmente vão querer que as massas vão para casa e parem as mobilizações.

Do ponto de vista das massas, a derrubada do podre governo de Moïse somente representaria o início real da Revolução Haitiana, e não o seu fim. A classe dominante haitiana provou mais de uma vez que é completamente incapaz de liderar o país ou de resolver os problemas de pobreza e desemprego que as massas enfrentam.

Movimentos e greves de massas não podem ser ligados e desligados como uma torneira. Embora os elementos burgueses na oposição tentem, as massas haitianas não serão usadas como peões em um tabuleiro de xadrez. A derrubada de Moïse será um tremendo avanço e uma vitória para o movimento, mas por si só não resolverá nada para o povo do Haiti. Não resolverá os problemas da corrupção, da pobreza esmagadora, do desemprego e da inflação, da escassez de combustíveis e alimentos e da crise econômica geral.

Se Moïse for derrubado, um novo governo burguês, governando com base no capitalismo e no interesse dos imperialistas, será totalmente impotente para fazer qualquer coisa com respeito à situação. A corrupção continuará. As necessidades do povo não serão atendidas, a crise econômica continuará a se aprofundar e as massas se encontrariam na mesma situação em que estão agora (ou até mesmo em situação pior).

As massas haitianas não podem confiar nos elementos burgueses na oposição para resolver a crise e só podem confiar em suas próprias forças. Se o governo de Moïse cair – algo que parece cada vez mais provável a cada dia que passa – as massas não podem se conformar em esperar por um novo governo provisório baseado no capitalismo e na cooperação com os imperialistas. O povo haitiano não pode esperar que outro governo burguês fracasse.

O movimento de massas de trabalhadores, jovens e pobres deve tomar o poder em suas próprias mãos. Esta será a única maneira de lidar com os problemas econômicos que o país enfrenta, a corrupção e a pobreza, e a única maneira de lidar com a escassez de combustíveis e alimentos. Comitês de greve devem ser criados e interligados por todo o país para coordenarem as ações de greve e as atividades que o governo é incapaz de realizar.

As fontes de combustível, alimento e água devem ser expropriados e distribuídos de acordo com a necessidade pelos comitês de greve. Esses comitês devem começar organizando a coleta e distribuição de produtos básicos como alimentos, água e combustível, e organizar o transporte, a educação, o saneamento e os cuidados de saúde. Nenhum governo burguês, provisório ou qualquer outro, será capaz de fazer isso.

Isso coloca a transformação socialista da sociedade na ordem do dia no Haiti. A situação que as massas haitianas enfrentam é verdadeiramente socialismo ou barbárie. Só um governo dos trabalhadores, agricultores e pobres do Haiti será capaz de resolver a crise atual. Só o socialismo oferece um caminho a seguir para o povo do Haiti.

 

 

*Com informações do Diálogos do Sul