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Justiça

Alexandre de Moraes cancela o passaporte do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos

Decisão foi comunicada ao Itamaraty e distribuída para a embaixada brasileira nos Estados Unidos nesta segunda-feira (21)

O ministro Alexandre de Moraes ordenou o cancelamento do passaporte do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

O ministro determinou também que o cancelamento do passaporte seja incluído no chamado MAR, o Módulo Alerta e Restrição, do Sistema de Tráfego Internacional. Isso faz com que o blogueiro não consiga se locomover para outros países a partir do território americano, onde vive atualmente.

A própria situação de Allan dos Santos nos Estados Unidos fica precária: a partir de agora, ele é um indocumentado no país.

Ordem de prisão

Moraes ordenou a prisão do blogueiro em outubro de 2021. Ele é investigado por difundir fake news e fazer ataques e ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal. O ministro também determinou que o governo de Jair Bolsonaro adotasse providências para solicitar a extradição de Allan dos Santos aos Estados Unidos.

O processo de extradição, porém, segue mal-parado, como mostrou a coluna neste fim de semana. O Ministério da Justiça, responsável por conduzir as tratativas com Washington, diz que a bola está com as autoridades americanas.

Enquanto isso, Allan dos Santos segue fazendo o que o levou a ser alvo da ordem de prisão. Na semana passada, em Nova York, ele participou de protestos bolsonaristas contra ministros do Supremo que estavam na cidade para uma conferência. Semanas antes, na Flórida, desafiou Moraes a prendê-lo.

*Com Metrópoles

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Lula presidente

Lula passa por procedimento médico e se recupera em casa

Presidente eleito retirou a leucoplasia, lesão na garganta, no domingo (20/11), no retorno de viagem internacional. Lula está em casa.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou, nesse domingo (20/11), por um procedimento médico no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para retirada da leucoplasia, lesão na garganta que foi diagnosticada há alguns dias.

Ele já teve alta médica e se recupera em casa. A informação foi confirmada por sua assessoria. Em boletim médico divulgado nesta segunda-feira (21/11), a direção do hospital informou que o procedimento foi uma laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda.

Segundo o boletim, o procedimento mostrou ausência de neoplasia (tumor que ocorre pelo crescimento anormal do número de células).

Pelas redes sociais, Lula disse que está “tudo resolvido e bem”.

Lula foi acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelos médicos Roberto Kalil Filho, Artur Katz, Rubens Brito, Rui Imamura eLuiz Paulo Kowalski.

Em 2011, Lula iniciou tratamento contra um tumor maligno na laringe. Em atividades de campanha realizadas neste ano, o petista tem apresentado rouquidão.

No último dia 12, antes de viajar para o Egito para a 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP 27, Lula deu entrada no Sírio para exames de rotina e descobriu a inflamação na garganta. O quadro não tem relação com o tumor diagnosticado em 2011.

a ocasião, Lula havia feito uma série de exames de imagem: “ecocardiograma, angiotomografias e PET sacn, que estão normais e seguem mostrando completa remissão do tumor diagnosticado em 2011”, informou o boletim daquele dia.

Lula não possui agenda pública nesta segunda e deve permanecer em sua residência na capital paulista.

*Com Metrópoles

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Uncategorized

Bolsonaro, inconformado com a derrota, pressiona Valdemar por ação judicial

O presidente Jair Bolsonaro continua inconformado com a derrota nas urnas e telefona praticamente todos os dias para Valdemar Costa Neto pressionando-o para que tome uma medida judicial contestando o resultado das eleições presidenciais.

Valdemar — presidente do PL, partido ao qual Bolsonaro se filiou para disputar a reeleição— disse a interlocutores que, nesses telefonemas, Bolsonaro cita como argumentos para a contestação ora o relatório do Ministério da Defesa sobre a auditoria das urnas, ora o relatório ainda não concluído que está sendo feito pelo engenheiro Carlos Rocha, do Instituto Voto Legal, contratado por insistência de Bolsonaro e seus filhos em agosto ao custo de R$ 1,3 milhão.

A última coisa que interessa ao cacique do PL é entrar com uma medida judicial que coloque em risco a sua recém eleita bancada de 99 deputados federais, a maior da Câmara. Ele, porém, tem se sentido pressionado “de cima para baixo” (por Bolsonaro) e “de baixo para cima”, uma referência aos 44 deputados bolsonaristas que se elegeram pela sigla.

Destes, nomes como Carla Zambelli e Nikolas Ferreira querem que Valdemar não apenas aponte supostas inconsistências no processo de verificação das urnas como peça a anulação das eleições. Zambelli e o estreante Nikolas Ferreira, que tiveram suas contas nas redes sociais suspensas por ordem do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, dizem recear que o próximo passo de Moraes seja pedir a cassação de seus mandatos.

No sábado, em entrevista dada de improviso em Ribeirão Pires, Valdemar Costa Neto disse que entraria até terça-feira com um pedido junto ao TSE de “revisão” de 250 mil urnas eletrônicas que não teriam número de identificação e, por esse motivo, “não poderiam ter sido consideradas”.

Aliados do cacique afirmam que a declaração de Valdemar visa a contornar as pressões do presidente e da bancada bolsonarista do PL, que ele teme acabar fugindo do seu controle às vésperas da eleição para a Mesa da Câmara. Um outro motivo que faria o presidente do PL pisar em ovos neste momento junto a Bolsonaro seria o temor de que o presidente trabalhe para minar o acordo que o cacique firmou com o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para que ele apoie seu aliado, André do Prado, para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo.

*Thais Oyama/Uol

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Bolsonarismo

Presença da esposa do general Villas Bôas em atos comprova ativismo golpista da “família militar”

Em vídeo divulgado por um bolsonarista amotinado presumivelmente em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, a senhora Villas Bôas é chamada de “celebridade” e tratada como a “esposa de uma celebridade”.

Uniformizada de patriota, ela demonstrava se sentir em casa, bem à vontade. Depreende-se, pela apresentação do locutor, que no momento ela estava acompanhada de um primo e respectiva esposa, mas não fica claro se é primo dela ou do general.

O locutor se refere ao tal primo, também devidamente paramentado de patriota, como alguém que “tá aqui orientando a gente, guiando a gente”. No trecho final do breve vídeo, a senhora Villas Bôas se despede com o tradicional brado “Selva!”.

A presença da esposa do general-conspirador Villas Bôas em atos considerados ilegais e criminosos, porque atentam contra o resultado eleitoral, as instituições e a democracia, é um indício muito significativo do ativismo golpista orgânico e central da “família militar”.

Villas Bôas é uma das vozes mais ensandecidas e, talvez, justamente por isso mesmo, uma das vozes mais respeitadas dentre os defensores das “pessoas identificadas com o verde e o amarelo” que se aboletam em frente aos quartéis “pedindo socorro às Forças Armadas”, como o próprio postou no twitter em 15 de novembro.

A conivência dos comandos militares com atos ilegais promovidos em áreas militares decorre, por um lado, do interesse e do empenho direto deles em instalar o caos para pretextarem a intervenção das Forças Armadas. É amplamente conhecido hoje que as cúpulas militares são a principal fonte de alimentação do clima de caos e baderna, como reforça a mensagem dos comandantes das três Forças “Às Instituições e ao Povo brasileiro” [11/11].

Por outro lado, a cumplicidade dos comandos militares com os baderneiros amotinados em frente aos quartéis deriva do fato de que grande contingente desses amotinados pertence à “família militar” – são filhos, pais, sobrinhos, primos, tios, parentes, amigos de militares.

É até compreensível que se rebelem. Afinal, tinham planos de um poder eterno, e agora estão seriamente preocupados em como pagar a fatura do cartão de crédito, as prestações de dívidas, de consórcio etc, pois perderam as quase 10 mil boquinhas de cargos comissionados e salários-duplex e extra-teto, além de outras facilidades, mordomias e prestígio.

Não se pode esperar, por isso, que os comandantes autorizarem a Polícia do Exército a proceder como corresponderia proceder no caso, ou seja, desocupando as áreas militares que estão ocupadas ilegalmente e, além disso, para propósitos ilícitos e em associação criminosa.

Se depender das cúpulas fardadas, aliás, esses atos deverão continuar acontecendo livremente, pois faz parte do plano para instalar tumulto, caos e conflito no país. É o que garantiu o general André Campos Allão, comandante da 10ª Região Militar/CE.

Em vídeo no qual se dirige às tropas, este general defende os baderneiros e desafia o judiciário. Ele promete proteger os manifestantes “ainda que existam ordens de outros poderes no caminho contrário”.

Fosse o Exército Brasileiro uma instituição comandada por oficiais legalistas, profissionais, sérios e confiáveis, o general André Allão teria sido imediatamente afastado do posto de comando, seria submetido a procedimento disciplinar e, finalmente, expulso do Exército.

No entanto, o general Allão deverá gozar da mesma impunidade assegurada ao Pazuello, que mesmo sendo general da ativa, participou de motociata e comício partidário com Bolsonaro.

A Câmara dos Deputados precisa convocar o Comandante do Exército urgentemente. Em primeiro lugar, os deputados têm de cobrar dele as providências adotadas em relação a este perigoso ataque ao Estado de Direito.

*Com DCM

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Bolsonarismo

Bolsonaro quer apoiar golpistas, mas tem medo de ser enquadrado por incitar atos violentos, como em Rondônia

Com agenda esvaziada e sem reconhecer a derrota, Bolsonaro tem dito que quer apoiar atos golpistas, mas teme ser responsabilizado judicialmente por violência de bolsonaristas fanáticos.

Em meio ao silêncio público desde que foi derrotado por Lula (PT) nas eleições de 30 de outubro, Jair Bolsonaro (PL) estaria tramando meios de apoiar os atos golpistas promovidos por apoiadores nas rodovias e em frente a quarteis, segundo Guilherme Seto, na coluna Painel, da Folha de S.Paulo desta segunda-feira (21).

Sem reconhecer a derrota, o que incita apoiadores a clamarem por um golpe, Bolsonaro, no entanto, teme que os atos violentos promovidos por apoiadores, como aconteceu em Rondônia neste domingo (21), sirvam para enquadrá-lo em ações na Justiça, especialmente nas investigações que já tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

A pessoas que o visitam no Palácio do Alvorada, o presidente tem dito que quer apoiar os atos, mas teme pelos bolsonaristas fanáticos, que vêm promovendo cenas de violência pelo país.

Na madrugada deste domingo (20), uma série de ataques terroristas foi desencadeado por apoiadores do presidente na BR-364, em trecho próximo a Ariquemes, Rondônia.

Ao menos 12 caminhões foram incendiados. Em imagens que circulam nas redes sociais, um motociclista conseguiu filmar o momento em que o Corpo de Bombeiros local tentava apagar as chamas.

Em outro vídeo, já com o céu azul, outro internauta filmou os estragos. É possível ver caminhões e camionetes queimados e com os pneus furados. “12 caminhões que furaram os pneus, quebraram os vidros. Queimou, e também saquearam (sic)”, diz o narrador.

Mais tarde, no mesmo trecho, um agente da Polícia Federal Rodoviária (PRF) foi alvo de insultos racistas quando prendeu um dos suspeitos de furtar carga dos caminhões atacados. De acordo com o agente, os suspeitos chegavam de carro, enchiam os porta-malas com carnes e hortaliças, para levar embora os produtos, e em seguida voltavam para buscar mais.

Ao ser detido, um suspeito de 32 anos ameaçou os agentes da PRF, chutou a viatura e afrontou o policial. “Você só é homem com essa farda, quero ver tirar essa farda, seu preto encardido”, disse.

A seguir, em outro vídeo, já com o céu azul, outro internauta filmou os estragos. É possível ver caminhões e camionetes queimados e com os pneus furados. “12 caminhões que furaram os pneus, quebraram os vidros. Queimou, e também saquearam (sic)”, diz o narrador.

https://twitter.com/thicico/status/1594379290694615040?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1594379290694615040%7Ctwgr%5Ed350a2c9ab6238692c41fa5b1bb16dc581494a2e%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-32986405522190064549.ampproject.net%2F2211042305000%2Fframe.html

Uma das empresas donas dos caminhões queimados é o Grupo Irmãos Gonçalves, que opera supermercados e transporte de alimentos na região, de propriedade da família do vice-governador eleito do Estado, Sérgio Gonçalves (União Brasil). Sua chapa, encabeçada pelo Coronel Marcos Rocha (União Brasil), teve o amplo apoio do bolsonarismo, sobretudo do general Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente de Bolsonaro (PL), que gravou vídeo para a campanha. Além disso, o vice é conhecido na região como um entusiasta do bolsonarismo e de sua principal figura.

Mais tarde, no mesmo trecho, um agente da Polícia Federal Rodoviária (PRF) foi alvo de insultos racistas quando prendeu um dos suspeitos de furtar carga dos caminhões atacados. De acordo com o agente, os suspeitos chegavam de carro, enchiam os porta-malas com carnes e hortaliças, para levar embora os produtos, e em seguida voltavam para buscar mais.

Ao ser detido, um suspeito de 32 anos ameaçou os agentes da PRF, chutou a viatura e afrontou o policial. “Você só é homem com essa farda, quero ver tirar essa farda, seu preto encardido”, disse.

Uma das empresas donas dos caminhões queimados é o Grupo Irmãos Gonçalves, que opera supermercados e transporte de alimentos na região, de propriedade da família do vice-governador eleito do Estado, Sérgio Gonçalves (União Brasil). Sua chapa, encabeçada pelo Coronel Marcos Rocha (União Brasil), teve o amplo apoio do bolsonarismo, sobretudo do general Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente de Bolsonaro (PL), que gravou vídeo para a campanha. Além disso, o vice é conhecido na região como um entusiasta do bolsonarismo e de sua principal figura.

Mais tarde, no mesmo trecho, um agente da Polícia Federal Rodoviária (PRF) foi alvo de insultos racistas quando prendeu um dos suspeitos de furtar carga dos caminhões atacados. De acordo com o agente, os suspeitos chegavam de carro, enchiam os porta-malas com carnes e hortaliças, para levar embora os produtos, e em seguida voltavam para buscar mais.

Ao ser detido, um suspeito de 32 anos ameaçou os agentes da PRF, chutou a viatura e afrontou o policial. “Você só é homem com essa farda, quero ver tirar essa farda, seu preto encardido”, disse.

Uma das empresas donas dos caminhões queimados é o Grupo Irmãos Gonçalves, que opera supermercados e transporte de alimentos na região, de propriedade da família do vice-governador eleito do Estado, Sérgio Gonçalves (União Brasil). Sua chapa, encabeçada pelo Coronel Marcos Rocha (União Brasil), teve o amplo apoio do bolsonarismo, sobretudo do general Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente de Bolsonaro (PL), que gravou vídeo para a campanha. Além disso, o vice é conhecido na região como um entusiasta do bolsonarismo e de sua principal figura.

Mais tarde, no mesmo trecho, um agente da Polícia Federal Rodoviária (PRF) foi alvo de insultos racistas quando prendeu um dos suspeitos de furtar carga dos caminhões atacados. De acordo com o agente, os suspeitos chegavam de carro, enchiam os porta-malas com carnes e hortaliças, para levar embora os produtos, e em seguida voltavam para buscar mais.

Ao ser detido, um suspeito de 32 anos ameaçou os agentes da PRF, chutou a viatura e afrontou o policial. “Você só é homem com essa farda, quero ver tirar essa farda, seu preto encardido”, disse.

*Com Forum

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Em áudio vazado, ministro do TCU faz insinuações de “golpe militar” a empresários do agronegócio

Augusto Nardes foi o relator do caso das pedaladas fiscais que mais tarde fundamentou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), fez insinuações sobre suposto golpe militar que aconteceria nos próximos dias contrário à eleição e consequente posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com os áudios, obtidos pelo Brasil 247, o ministro defende um levante para reverter o resultado das urnas.

Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas. É questão de horas, dias, uma semana que vai acontecer um desenlace bastante forte na nação, imprevisíveis (sic) (…) Vamos perder alguma coisa, mas a situação para o futuro da nação pode se desencadear de forma positiva, apesar deste conflito que deveremos ter nos próximos dias”, diz trecho dos áudios.

Antes de ter sido o relator do caso das pedaladas fiscais que mais tarde fundamentou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Nardes foi também deputado federal pelo Rio Grande do Sul por três mandatos consecutivos, muito vinculado ao agronegócio gaúcho. Entre 1995 e 2003 esteve sob o guarda-chuva do PPB. Quando encerrou seu terceiro mandato, em 2005, o partido já havia tomado a forma atual e passado a chamar-se PP (Progressistas). Por ironia do destino, sua nomeação ao TCU foi feita por Lula, em 20 de setembro de 2005, durante o primeiro mandato do atual presidente eleito.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) comentou o áudio nas suas redes sociais. Explicou que conhece Nardes desde a época em que foram deputados estaduais no Rio Grande do Sul e classificou o ministro como “uma raposa experiente e perigosa”.

“Quando deputado federal, se aproximou de Severino Cavalcanti e foi para o TCU. Denunciado na Zelotes conseguiu que o inquérito nunca fosse adiante (…) O áudio vazado é gravíssimo e não pode ficar impune. A sensação de impunidade alimenta monstros e faz de covardes pessoas perigosas. Suas movimentações são por interesses q sequer imaginamos mas uma coisa é certa: poder, privilégios, dinheiro e proteção aos seus crime são alguns”, escreveu.

Pimenta ainda criticou o papel de Nardes no golpe contra Dilma Rousseff, o qual o magistrado aparece se vangloriando em fala e destaca que o ministro se aproximou tanto da família Bolsonaro nos últimos anos que hoje seria da “cozinha do clã”. Ainda alertou o público de que Augusto Nardes é responsável pelas conexões entre as alas mais podres das Forças Armadas e do Agronegócio.

“Não podemos dar vitrine aos criminosos golpista. Pode ser isso o que eles buscam. Cabe ao STF e a PGR agirem com rapidez e firmeza. A defesa da democracia não pode ser transigida e o silêncio neste momento é sinônimo de cumplicidade. É hora dos democratas dizerem basta”, concluiu Pimenta.

No presente mandato, de Jair Bolsonaro (PL), a Revista Veja apurou que parte da chamada “ala política” do governo tentou colocar Nardes como presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mas ele acabou perdendo a vaga para Ilan Goldfajn, que se tornou o primeiro brasileiro a presidir a instituição.

Leia a transcrição do áudio na íntegra a seguir

“Estimado Sartori, como eu sou magistrado e julgo muitas coisas do que está acontecendo no Brasil, praticamente muita coisa passa pelo Tribunal de Contas da União, somos nove lá, e a situação é bem complexa, muito complexa, é o pior momento que a nação vai viver, mas talvez seja importante pra poder recuperar, até pelo depoimento desse caminhoneiro que mostra a visão que todo mundo está tendo não há mais…

Os intelectuais da nação hoje você consegue escutar o que a gente vem pensando há muito tempo das pessoas mais humildes da nação e que têm uma visão do conjunto do país. Nós somos hoje sociedade conservadora que não aceita as mudanças que estão sendo impostas despertou, isso é muito importante. Lá nos anos 80, quando eu voltei da Europa eu tentei criar um movimento com um grupo de especialistas e um professor de direito constitucional César Saldanha Júnior que hoje já está um pouco fora de combate aí em Porto Alegre, para contrapor toda essa transformação que acabou acontecendo no Brasil.

Criamos um instituto, enfim, fazíamos aulas pra defender a economia de mercado, capital. Mas fomos superados pela incompetência de todos nós, claro que lutamos muito, eu tive na época conversando com Ernesto Geisel, com os líderes da época, João Figueiredo, que não tiveram uma visão que tínhamos que fazer uma transição com um parlamentarismo, e escolher um primeiro ministro e fortalecer a economia de mercado com princípios que pudessem nortear a nação. Agora vem o Bolsonaro que despertou a sociedade conservadora e hoje todo mundo está nas ruas aí fazendo a sua defesa desses princípios. Demoramos mas felizmente acordamos.

Demoramos mas felizmente acordamos. O que vai acontecer agora? Está acontecendo um movimento muito forte nas cavernas. Eu acho que é questão de horas, dias no máximo semana ou duas ou talvez menos que isso que vai acontecer um desenlace forte na nação. Imprevisíveis. Portanto a fala desse cidadão é pra despertar o produtor rural também porque não adianta só caminhoneiro trabalhar.

Vamos perder? Sim vamos perder alguma coisa, mas a situação para o futuro da nação poderá se desencadear de forma positiva apesar desse principal conflito que deveremos ter nos próximos dias ou nas próximas horas.

Falei longamente com o time do Bolsonaro essa semana, ele não está bem, está com a ferimento na perna, uma doença de pele bastante significativa, mas tem esperança ainda, né? Tenha esperança de recuperar e melhorar a sua situação física, e certamente terá condições de enfrentar o que vai acontecer no país. Se vai haver alguma mudança em relação a isso? Só que haja uma capitulação por parte de alguns integrantes importantes e dirigentes que tudo se sente que vai pra um conflito social na nação brasileira (sic).

Eu não posso falar muito até porque tenho muitas informações mas queria passar pra ti, Sartori, e para o teu time aí do agro que eu conheço todos os líderes e e sei da importância do agro.

Até quando lá atrás negociamos a ciclo de sessão eu era o líder da bancada ruralista, articulei a união em 17 estados pra colocar 20 mil pessoas em Brasília em 99. Queimamos máquinas, tratores, fizemos uma escarcel. Fizemos até carreteira aqui pra mais de 2 mil pessoas junto com meu estimado amigo Sperotto e tantos líderes que aí acompanham junto com você, e esse time do agro Brasil. Então conheço todos os passos que temos que fazer.

Fiz a minha parte em 2014. Eu era presidente, alertei a presidente em 2012, 2013, o que ia acontecer no país, infelizmente não conseguimos diálogo na época. Eles nunca aceitaram o diálogo, eles foram pro confronto e agora é um confronto decisivo, eles vão vim para um confronto que nós todos sabemos quais são as consequências, mas nós tomamos uma decisão importantíssima em 2015, quando eu tive a coragem em 130 anos pela primeira vez de tomar uma atitude de reprovar as contas porque encontramos 340 bilhões em 2015 e 2016 e tudo se mostra que vai acontecer novamente.

Seja princípios de estabilidade fiscal não vai ser posto a não ser que a sociedade faça muita pressão e que haja mudança mas tudo está muito nebuloso em relação ao futuro do país. Não vou me alongar mais tenho muitas informações especialmente para o grupo do agro, mas eu acho que é o grande momento baseado no que falou esse caminhoneiro lá de Sinop de que é necessário ‘Acordar todo o Brasil’. Despertar, é fé e crença, como nós tivemos lá em 2015 pela primeira vez.

Fizemos um processo que desmontou de certa forma essas estruturas que eles conseguiram remontar agora baseado na estrutura que tinha já ficado, que foi muito longa. Imagina eles com mais quatro anos de governo o que vai acontecer na nação. Se depender da sociedade se reerguer, a sociedade sabe da sua força, mas não tinha despertado. Nós estamos despertos, esperamos poder avaliar melhor a nação.

E eu fico aqui como magistrado procurando olhar a árvore e a floresta. A floresta se não for tomado medidas bastante fortes está indo prum processo de ser incendiada aos poucos. (…)

Meu amigo Sartori e tantos outros que estão aí junto, Francisco Turra e meu colega, homem de fé, de criança, tantos que eu poderia falar aqui por vários políticos, várias pessoas que têm capacidade de auxiliar nesse momento tão dramático da nação.

Os próximos dias serão nebulosos e o que vai acontecer de desdobramento não se sabe, mas certamente teremos desdobramentos muito fortes nos próximos dias. Um abraço.”

*Com Forum

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Michelle é acusada de ter tido caso com Valdemar da Costa Neto, presidente do partido de Bolsonaro

Depois de ser envolvida em rumores de violência doméstica e viver uma briga familiar com o enteado, Michelle Bolsonaro está no centro de uma nova polêmica. Maria Christina Mendes Caldeira insinuou que a primeira dama teve um caso com Valdemar Costa Neto, seu ex-marido e presidente do Partido Liberal (PL).

A acusação ocorreu durante uma live que Maria fez no Instagram. Na gravação, ela faz graves acusações ao ex-marido e critica o fato de o partido não respeitar o resultado das eleições, que culminaram na derrota de Jair Bolsonaro. “Você vai estrepar de novo com esse estrupício [Bolsonaro], que você chamava de ‘baixo clero’, de burro, com a mulher dele que foi sua ‘peguete’ depois da minha administração. Tenha dó! Deixa de ser burro”, disse.

EX-mulher do presidente do PL aponta corrupção no clã Bolsonaro

Ao longo de 12 minutos, Maria dispara uma série de acusações contra Valdemar e aponta, também, supostas corrupções do clã Bolsonaro. “Esqueceu que eu tenho uma porrada de documentação sua, na época do ‘Car Wash’ (lava-jato), e sua, atual? E mais: a evasão de divisas e sonegação dos Bolsonaros aqui. Mas, de tudo isso, o mais grave é você contestar a democracia, querido”, disse.

Maria também criticou o presidente Bolsonaro, que tem estado recluso após a derrota nas urnas. “Nem essa coisa aí do seu lado [Bolsonaro] é Trump, porque não trabalha. Desde que perdeu a eleição, tá no sofá vendo Netflix e picotando documento. Ou tentando dar pau em computador pra apagar as coisas que ele aprontou”, acusou.

Por fim, Maria prometeu fazer da vida do ex-marido e do PL “um inferno” porque ele contestou o resultado das urnas. “Valdemar, me poupe, querido, sou sua ex-mulher. Fui casada com o dono do bordel do Congresso, conheço bem como você se movimenta. Você que não sabe como eu me movimento aqui [nos Estados Unidos]”, declarou.

Veja a live completa de Maria Christina Mendes Caldeira:

*Com MSN

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Comitê de Bolsonaro vira sede de encontros de Braga Netto com políticos e militantes que defendem golpe

O endereço alugado no Lago Sul de Brasília para ser usado como comitê da campanha de Jair Bolsonaro em sua tentativa frustrada de ser reeleito transformou-se em uma espécie de central do golpe, de acordo com reportagem de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, publicada nesta sexta-feira (18).

Liderados pelo ex-ministro Braga Netto, que tem dado expediente de forma regular no local, conspiradores reúnem-se lá para discutir estratégias visando questionar o resultado das urnas.

Liderados pelo ex-ministro Braga Netto, que tem dado expediente de forma regular no local, conspiradores reúnem-se lá para discutir estratégias visando questionar o resultado das urnas.

De acordo com a apuração do jornalista, que tem acompanhado a movimentação no endereço, o deputado federal Osmar Terra foi um dos frequentadores do “QG do Golpe” nesta última quinta-feira (17).

Questionado, o paranaense reconheceu que foi tratar da auditoria contratada pelo PL que visa por em xeque a credibilidade do sistema eleitoral.

“(A reunião) foi para buscar informações, (saber) se tinha alguma novidade sobre o processo do PL”, disse ele, referindo-se à auditoria. “Queria ter a informação mais adequada”, emendou, acrescentando que segue no aguardo de “novidades”.

Além de Terra, outros parlamentares aliados do presidente têm frequentado a casa, como Marcel Van Hattem, do Partido Novo e o Senador Eduardo Girão, do Podemos. Além deles, o senador Guaracy Silveira, do PP, também participou da reunião.

O ex-tesoureiro da campanha de Bolsonaro,  coronel da reserva Marcelo Azevedo, é outro frequentador.

A casa tem um fluxo intenso de pessoas, que inclui manifestantes que participam dos protestos antidemocráticos. Isso acaba por ser uma evidência sobre a cadeia de comando das manifestações que vêm ocupando portas de quartéis e estradas com o objetivo de questionar o sistema eleitoral.

Decorada com uma bandeira do Brasil e dirigida por homem com camiseta com inscrições pedindo intervenção militar, uma camionete Amarok, avaliada em R$ 300 mi e com placa de Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, esteve no endereço na tarde desta sexta-feira (18). Indagado pelo jornalista sobre quem o receberia, o ‘patriota’ não respondeu. Braga Netto estava lá.

Outro veículo do mesmo modelo, de um empresário do Mato Grosso, também chegou ao QG pouco antes do general sair de lá.

Camionete Amarok que esteve no QG do golpe. Rafaela Felliciano/Metrópoles

Um terceiro veículo (registrado nas fotos acima e abaixo) que também passou por lá foi visto horas depois em uma manifestação no quartel-general do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília.

Camionete Amarok que esteve no QG do Golpe esteve horas depois na manifestação golpista. Rafaela Felliciano/Metrópoles

Ou seja, há vínculo claro entre as manifestações e o que se planeja no antigo comitê de Bolsonaro.

Braga Netto tem comparecido tanto a esse local quanto ao Palácio do Alvorada, onde tem visitado Jair Bolsonaro.

O general tem sido umas das principais vozes de incentivo aos golpistas, sempre deixando acesa a expectativa de que uma surpresa ainda pode ocorrer. A um prefeito do interior do Mato Grosso, ele disse que “algo muito bom” iria acontecer até o fim desta semana.

O prefeito Carlos Capeletti, do município de Tapurah, havia ido para comprar mantimentos para o acampamento. Logo depois, Capeletti fez um vídeo dizendo o que ouviu e publicou nas redes sociais.

“Eu falei que eu iria embora, que não acreditava em mais nada, e ele (Braga Netto) falou assim: ‘Fica tranquilo que vai acontecer’”, disse o prefeito ao Metrópoles.

O relato demonstra  que o general tem gerado expectativas golpistas entre os bolsonaristas que estão na rua.

Em outro vídeo ele saúda militantes bolsonaristas na frente do Alvorada. Ao ouvir apelos do grupo, que diz estar firme nos protestos, ele afirma: “Não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”. Veja o vídeo:

*Com DCM

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Teto de gastos é cloroquina fiscal

A âncora proposta meia década atrás sucumbiu.

Flávia Oliveira – O teto de gastos é uma ficção fiscal comparável à cloroquina no enfrentamento à Covid-19. Instituído em 2017, não atravessou um solitário ano sem gotejar. Nas contas da economista Vilma da Conceição Pinto, diretora na Instituição Fiscal Independente (IFI), já no biênio inicial, ainda no governo de Michel Temer, foi arrombado em R$ 45,7 bilhões. Na dobradinha Jair Bolsonaro-Paulo Guedes, desmoronou. Em 2019, foram R$ 77 bi fora da regra estabelecida pela Emenda Constitucional 95/2016. No ano seguinte, o primeiro da pandemia, meio trilhão de reais (R$ 538 bi); em 2021, R$ 146,6 bi. Neste 2022, até setembro, as despesas extras alcançaram R$ 95,9 bilhões.

É espantoso que, diante de tamanha desmoralização, o mercado e boa parte da opinião pública ainda entrem em modo histeria quando o Orçamento, igualmente fictício, apresentado pelo presidente derrotado não comporta o teto. A âncora fiscal proposta meia década atrás sucumbiu tal qual a do navio São Luiz, que, negligenciado pela Marinha, ficou à deriva e foi dar num dos pilares da Ponte Rio-Niterói.

— O teto é disfuncional. Desde 2019, tem sido submetido a excepcionalidades — diz Vilma.

Em nome de um mecanismo fracassado de controle das contas públicas, o mercado, o país e o futuro governo desperdiçam a oportunidade de travar um debate de alto nível sobre como conjugar responsabilidade social com previsibilidade fiscal. O presidente eleito dá sinais de que não se renderá à queda de braço imposta pelos agentes financeiros, expressa em queda na Bolsa e disparada do dólar.

Do lado de Lula, o recado está dado. A conta de chegada é melhorar o valor — e qualidade, por favor — da política social de transferência de renda, esfacelada na gestão Bolsonaro; retomar o modelo de ganho real do salário mínimo; recompor investimentos no meio ambiente e em universidades públicas; devolver o que foi retirado da merenda escolar e da Farmácia Popular.

A missão dos economistas da transição, em diálogo com o Legislativo, é fazer a conta fechar. E não há incompatibilidade entre honrar passivos sociais e oferecer transparência, eficiência e previsibilidade nos gastos públicos. Lula é, com razão, inimigo do teto de gastos, não do equilíbrio fiscal. Tanto que não para de lembrar os superávits que entregou, sobretudo no primeiro mandato.

Não por acaso, o vice-presidente eleito disse alto e bom som anteontem que “o governo não será gastador”, mas é preciso garantir a rede de proteção social. Geraldo Alckmin se contrapôs, sutilmente, a uma gestão que conseguiu a proeza de ser gastadora sem produzir bem-estar. Jair Bolsonaro fez escolhas oportunistas e caras para comprar a reeleição. Em um ano, 2020, gastou uma década de Bolsa Família para reduzir a pobreza durante um punhado de meses. Subtraiu arrecadação de ICMS dos estados para subsidiar a gasolina da classe média. Violou boas práticas nas áreas fiscal, social e climática. Conquistou a tríplice coroa da irresponsabilidade.

Há gente interessada em apresentar ao país um novo regime fiscal, que leve ao equilíbrio das contas e não comprometa programas sociais. Por isso, a primeira versão da PEC da Transição, que deixa R$ 198 bilhões fora do teto, não agradou.

—Importa menos a reação exagerada dos mercados. O ponto é que foi mal feito o processo. Ficou tudo na articulação política, esqueceram as contribuições técnicas. A oportunidade de substituir o teto moribundo por uma nova âncora fiscal é agora —diz a economista Monica De Bolle, professora na Universidade Johns Hopkins (EUA).

O teto de gastos é ruim, porque políticas de saúde, educação e assistência num território com os níveis de desigualdade do Brasil não podem ser balizadas por índice de inflação. José Serra, senador e ex-ministro, Felipe Salto, secretário de Fazenda de São Paulo, e até a Secretaria do Tesouro lançaram propostas que convergem para uma trajetória decrescente da dívida pública.

Mas, como diversidade é ativo escasso no debate econômico, trago a proposta de emenda à Constituição elaborada por um grupo de mulheres especialistas em finanças públicas. Elas No Orçamento foi um movimento gestado um mês e meio atrás, às vésperas do segundo turno, para provar que há quadros femininos de excelência para liderar equipes econômicas em todos os níveis de governo. A lista já passa de 300 nomes — e contando.

Nesta semana, algumas delas — Clara Marinho e Roseli Faria, ambas analistas de planejamento e orçamento do Executivo, Julia Rodrigues, consultora de orçamento na Câmara, Monica De Bolle, Rita Santos, consultora de orçamento no Senado, e Virginia De Angelis, auditora de controle externo no TCU — propuseram uma PEC para instituir o Regime Fiscal Sustentável, em linha com princípios de governança orçamentária recomendados por OCDE, FMI e Banco Mundial.

— Nenhuma dessas organizações preconiza teto de gastos anualizado, mas um quadro de convergência de despesas e receitas a médio prazo. O teto brasileiro não promove gestão pública responsável, consistente e sustentável — explica Rita Santos.

A proposta combina meta de endividamento público de médio prazo; estratégia de desenvolvimento de longo prazo, com diretrizes, prioridades e metas econômicas e sociais; quadro de entregas prioritárias; quadro de despesas compatível com a trajetória da dívida; revisão de gastos para abrir espaço fiscal para programas prioritários. Ser fiscalmente responsável e priorizar os mais pobres implica confrontar subsídios, desonerações e o sistema tributário essencialmente injusto. Sem falar que política de transferência de renda bem calibrada leva a aumento de consumo, e bons investimentos em saúde e educação estimulam emprego e renda, sobretudo para mulheres. Relacionam-se, portanto, a crescimento econômico, melhora no mercado de trabalho, aumento de arrecadação.

Lula e Alckmin, falem (também) com Elas.

*Flávia Oliveira/O Globo

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Raul Velloso: teto de gastos acabou e mercado age com ‘burrice’ ante Lula

Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em contas públicas, o economista Raul Velloso avalia que o teto de gastos, centro das discussões sobre a disciplina fiscal do novo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não passou de um “sonho de uma noite de verão”, “nasceu morto” e “acabou”. Enquanto o governo de transição negocia com o Congresso a tramitação de uma PEC que garanta o pagamento de 600 reais do Bolsa Família fora do teto durante todo o governo do petista, a um custo de 175 bilhões de reais, Velloso afirmou em entrevista a VEJA que as reações do mercado ante os primeiros sinais de Lula, baseadas meramente no apego à regra fiscal, beiram a “burrice”.

Doutor em economia pela Universidade de Yale, secretário de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento no governo José Sarney (1985-1990) e secretário nacional-adjunto na gestão Fernando Collor (1990-1992), atualmente presidente do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), o consultor econômico vê o colega André Lara Resende, integrante do governo de transição, como peça-chave de uma nova política fiscal sob Lula: “Vai jogar um balde de água fria na Faria Lima”. Leia abaixo:

O senhor já tinha visto situação semelhante à atual, em que um presidente eleito é praticamente tratado como já empossado, enquanto o atual desaparece? É a história de rei morto, rei posto. Para mim está dentro do esperado, não conheço nenhum caso diferente. Aí, realmente, o melhor que o presidente que sai faz é não criar confusão nem dar trabalho a quem está entrando. Aparentemente Bolsonaro desapareceu do mapa, ainda que seus seguidores estejam por aí fazendo barulho até em Nova York. Lula deve ter percebido que, se ele não se adiantasse e começasse a tomar conta das coisas, iam fomentar reações, como a de militares. Na hora em que ele se movimenta, todo mundo apoia e começam a aparecer as pessoas que estão sendo anexadas ao grupo de transição, há um efeito de anular as gestões e tentativas grotescas do bolsonarismo.

Como vê a indefinição de Lula quanto ao Ministério da Fazenda, enquanto se discute a PEC da Transição? Lula está certo. No dia em que ele define, a coisa degringola, tudo passa a acontecer e girar em torno dessa escolha. Eu só anunciaria no primeiro dia do ano que vem, mas ele não conseguirá fazer isso. Sobre a PEC da Transição, ela deveria se chamar PEC da Reorganização Orçamentária, de colocar no lugar coisas que tinham caído. Não importa que cumpra ou não teto, a Faria Lima vai ter de conviver com isso.

As reações do mercado aos sinais de Lula, ou à falta deles, são exageradas? Lula precisava dar algum sinal à Faria Lima, que é o cúmulo da teimosia, para não dizer da burrice. Ele colocou Geraldo Alckmin, um dos nomes do núcleo duro de Fernando Henrique Cardoso, e dois economistas que estiveram no governo em posições muito importantes, mesmo assim a Faria Lima quer ver o teto. Aí eu vou mais para o lado da burrice. Não acredito como as assessorias desse pessoal não estão dizendo que o teto nasceu morto, que ele não existe, é só um sonho de uma noite de verão.

Por quê? O orçamento público, o grosso dele, são itens que vão crescer de todo modo: Previdência, assistência social e pessoal. Se há uma situação assim e não se quer zerar rapidamente as despesas discricionárias, você tem de aceitar que não vai ter teto, a não ser por pouco tempo. Tanto é que o governo Bolsonaro tem quatro furadas no teto. Ainda hoje todo mundo acha que o teto existe e fica cobrando, é o que a Faria Lima faz. Não adiantou botar Alckmin, Persio Arida e André Lara Resende ao lado do Lula. Nunca é o bastante, e aí acho que tem a ver com burrice.

Não é importante algum limite aos gastos públicos para evitar reflexos como a inflação? O ponto que ainda não foi tratado é a percepção de que se pode gastar muito mais que o teto, sem problema para a inflação. Essas percepções mudaram. Aqui é que as pessoas que não acompanham isso com lupa estão ignorando, mas é discussão rotineira nos círculos que atuam entre universidades top americanas e organizações multilaterais, como o FMI. Os

estrangeiros não estão mais rezando nessa Bíblia, mas essa discussão ainda não está posta aqui. Tem uma pessoa ao lado de Lula que foi a que mais brilhou nesse assunto nos últimos anos: André Lara Resende. Uma hora ele vai falar, vai trazer uma nova percepção e jogar um balde de água fria na Faria Lima. Uma hora isso vai ser falado e aí se terá outra discussão. Isso favorece Lula, porque é muito coerente com o que ele defende.

Quais as principais tarefas do novo governo? Há necessidade de retomada dos investimentos. Sem investimentos não há crescimento do PIB, sem crescimento do PIB, onde se vai colocar esse povo que procura emprego todo dia? Não é só botar os pobres no orçamento, tem de retomar a prática de investir para o país crescer. Se olharmos o investimento em infraestrutura, do final dos anos 1980 para cá ele caiu nove vezes. Como o país pode voltar a funcionar sem a retomada de investimento em infraestrutura? Lula está dizendo que vai cuidar dos pobres e da retomada do crescimento da economia. Isso vai conviver com o teto? Se antes não convivia, agora, com ainda mais razão, não vai conviver. O teto acabou.

*Com Veja

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