Luis Costa Pinto: “Lula e Haddad venceram o debate econômico da semana. O Banco Central perdeu”

O jornalista Luis Costa Pinto afirmou nesta sexta-feira (17) que o debate econômico que pautou o país nesta semana, envolvendo a alta taxa de juros a 13,75% e a meta de inflação inexequível de 3,25% para 2023, foi vencido pelo presidente Lula (PT) e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A dupla petista vem trabalhando para reduzir a taxa de juros brasileira e ampliar a meta de inflação, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a mídia hegemônica tratam o assunto com relutância.

“Veja bem, o Lula venceu o debate econômico em relação aos juros, à inflação e à condução da economia, não tenha dúvida. A semana começou com o presidente do Banco Central indo ao Roda Viva, num cercadinho particular, formatado para ele, administrado por eles, porque os repórteres e a âncora foram muito condescendentes, e foi o foro que ele elegeu para ele tentar baixar um pouco a bola e dizer: “quero ouvir o governo””, avaliou Luís.

“Ele admitiu, então, que os juros estão muito altos, que isso tem potencial de travar a economia, que a meta de inflação está muito baixa e precisa ser alterada, mas ele não admitiu que poderia já ter começado a fazer essas coisas já no final do ano passado, quando estava evidente que iria ter a troca de governo porque o Lula tinha sido eleito. E ele não admitiu que ele não procurou o governo entrante para um diálogo quando ele tem mandato em razão da autonomia do BC e o Lula o enquadrou: autonomia não é independência total em relação à agenda eleita nas urnas”, acrescentou o jornalista.

Luís explicou o papel ‘fundamental’ de Haddad na disputa econômica travada nos últimos dias: “o Haddad é personagem fundamental desta semana também, porque ele botou a institucionalidade debaixo do braço e disse ‘olha, não vamos levar isso para o conselho monetário agora, porque o rito não é esse. Para a gente levar para o conselho, a gente tem que ter discutido em reunião prévia e isso não aconteceu. Para mudar a taxa de juros do ano corrente, só pode ser feito na reunião do conselho monetário em junho, então vamos preparar as condições para isso explicando que mudar a meta de inflação é fundamental para reduzir a taxa de juros.”

“Então é por isso, por essa mudança do humor econômico que a gente tem que dizer com todas as letras – e a mídia tradicional não tem dito: o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad venceram o debate econômico da semana, o BC perdeu”, concluiu.”Isso vale até para a própria segurança do presidente do BC, que já teve que escrever duas cartas ao ministro da Fazenda, uma para o Paulo Guedes e a outra para o Haddad, se justificando porque não cumpriu a meta de inflação e para que não tenha que escrever uma terceira carta, você amplia a meta agora”, relembrou.

O jornalista acrescentou que até mesmo pessoas influentes do mercado financeiro estão ao lado de Lula e Haddad na empreitada contra os juros altos: “e aí você cria condições para começar a fazer uma redução de juros, porque o mercado está pedindo, porque os dealers de opinião do mercado já estão dizendo que o crédito caro reduz a disponibilidade de crédito para a economia, e sem dinheiro para tomar emprestado você não consegue fazer investimento produtivo, e não fazendo investimento produtivo você não gera emprego, não gera renda, não faz rodar a economia.”

*Luis Costa Pinto em entrevista ao 247

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Rombo da Americanas: Bradesco transfere para união 40% da dívida bilionária da Americanas

Empresas fornecedoras com seus prejuízos e trabalhadores com a perda de seus empregos sofrem com o escândalo das Lojas Americanas, após um rombo estimado em R$20 bilhões. Mas o Bradesco, segundo maior banco privado do país, segundo artigo do jornalista Cláudio Magnavita, dono do jornal Correio da Manhã, transfere sua dívida de R$1,8 bilhão para a União, ou seja, para os cofres públicos. Na verdade, quem vai pagar a transferência da dívida é o contribuinte.

BC nas mãos dos banqueiros

Segundo o texto, o Bradesco usa de um artifício no mercado financeiro chamado de “receita cessante”, expressão usada para explicar um crédito líquido e certo que “evapora”. Nestes casos, diz o autor do artigo, esta estratégia considera, fundamentada numa resolução do Banco Central, que seria “obrigação entrar nos cofres públicos o dinheiro desviado por instrumento ilegal”, o que mostra, mais uma vez, que o mercado financeiro cria mecanismos para que o setor continue a ser o mais lucrativo do país e os riscos sejam transferidos para o estado, que os donos dos bancos privados tanto criticam. O aparato legal está na Resolução 2682/1999 do BC, criada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Foi durante a gestão de FHC também que foi criado o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), com o objetivo de socorrer o sistema financeiro em caso de crises e dívidas contraídas em investimentos e operações de risco. O calote dos bancos socorridos pela medida de FHC custa muito caro ao país e aos contribuintes.

E o chamado estado mínimo, tão decantado pelos neoliberais e pelo mercado, é apenas para cortar investimentos voltados para o trabalhador. Os banqueiros, grandes empresários e especuladores querem o estado apenas para acumularem ainda mais riqueza, transferindo dívidas bilionárias para o contribuinte. Talvez isso explique porque o cartel dos bancos defende a chamada ‘autonomia’ do Banco Central, para manterem seus privilégios e aplicarem os maiores juros do mundo sobre a população, as empresas do setor produtivo e o próprio estado.

A jogada dos PDDs

O Bradesco pretende transferir 40% da dívida bilionária das Americanas para os cofres públicos. Magnavita mostra a fórmula da transferência da dívida bilionária que acaba sendo paga pelos contribuintes. Ao determinar o lucro real do trimestre, o banco aumentou o “Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), velha estratégia utilizada pelos bancos de guardar dinheiro em seus cofres alegando riscos de inadimplência, e que é abatido nos impostos a pagar.

Não por caso, o Bradesco dobrou o valor de seu provisionamento, que foi de R$14,9 bilhões, cobrindo com sobras a dívida das Americanas com o banco, que chega a R$4,8 bilhões. É deste montante da dívida que a instituição financeira quer transferir 40% para o estado brasileiro.

“Com a jogada contábil” o Bradesco paga R$1,8 bi a menos de impostos.

“Esta fórmula é lesiva à União. Os dividendos são privados e os prejuízos, socializados”, denuncia o jornalista, defendendo que a União e o BC deveriam reagir, já que do provisionamento de R$4,9 bilhões, 40% é deduzido do imposto a pagar e “não se trata da socialização da inadimplência de milhares de comerciantes” que são fornecedores das Americanas, mas do banco e da gigante do setor de e-commerce que entrou em recuperação judicial após sofrer um rombo. O escândalo deixa cada vez mais evidente que os fraudadores precisam ser responsabilizados e punidos pela Justiça. O STF (Supremo Tribunal Federal) investiga o caso das Americanas.

Santander e Itaú também

O Bradesco “fez a operação por sua conta e risco com único cliente e agora deixa de recolher aos cofres públicos dois bilhões de reais e provisiona, de uma só vez, toda a dívida para gozar do benefício fiscal”, acrescenta o artigo.

Mas não foi só o Bradesco quem provisionou para pagar menos impostos aos cofres públicos: Itaú e Santander provisionaram 30% das dívidas das Americanas, usando mais uma vez o PDD para aumentar ainda mais seus ganhos com redução tributária.

O jornalista defende que o governo não aceite essa jogada contábil e lembra ainda que, o que foi provisionado cobre o passivo um ou dois anos depois como ocorre nos descontos estratosféricos que os bancos dão ao consumidor, quando percebem que não irão recuperar mais o montante total da dívida, incluindo juros e multas.

“Lucro para poucos e prejuízo socializado e espetado na conta da União”, conclui o jornalista.

*Carlos Vasconcellos/Sindicato dos Bancários – RJ

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Bolsonaro afirma que não se vacinou e deve processar ministro da CGU

Registros apontam que o ex-líder do Executivo teria recebido uma dose única do imunizante contra a Covid-19 em 2021.

O ex-líder do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que não tomou vacina contra a Covid-19 e que pretende processar o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho.

Essas declarações teriam sido dadas pelo político a apoiadores. Na ocasião, Bolsonaro estaria exaltado, conforme apurou a CNN Brasil.

Segundo a reportagem, Bolsonaro acredita que essa seria uma estratégia do governo Lula (PT) para condená-lo por genocídio, alegando que teria se vacinado, enquanto desestimulava a vacinação da população.

Ontem (17), o ministro Carvalho informou que existe um registro de que Bolsonaro teria recebido a dose única do imunizante da Janssen contra a doença, em 19 de julho de 2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS), do bairro do Perus, em São Paulo.

O ministro, no entanto, afirmou que o caso ainda está sendo apurado, pois há possibilidade de adulteração no registro.

Vale ressaltar que Bolsonaro chegou a decretar um sigilo de 100 anos sobre os dados de sua carteira de vacinação.

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Casais aproveitam Carnaval para abrir relacionamento

Folia serve de empurrão para a decisão de explorar novos ares.

A vontade de se relacionar com outras pessoas já era presente, assim como conversas sobre deixar a monogamia de lado. O clima de Carnaval foi o empurrão que faltava a casais que já pensavam em abrir o relacionamento para curtir a folia livres para beijar outras bocas.

É o caso do economista Lucas Poli, 27, que vive em Londres, onde cursa mestrado. A possibilidade de abrir o relacionamento era uma conversa que ele mantinha com o namorado desde o início —eles estão juntos desde setembro do ano passado.

Este é o terceiro relacionamento de Poli e ele conta que, no passado, o modelo não monogâmica foi um ponto de tensão nos antigos namoros. Em um dos casos, ele sentia insegurança. Em outro, sentia vontade, mas o parceiro não.

Depois das relações, ele diz que passou por um processo de entender seus desejos e compreender que não há contradição em ser um namorado afetivo e, ao mesmo tempo, flertar com outras pessoas em festas ou paquerar alguém no dia a dia.

Quando conheceu o atual namorado, deixou claro que não se identificava com relações tradicionais. Mas, no início, o casal decidiu manter o relacionamento fechado. “Estávamos no início, mas não era um tabu debater a relação no futuro”, afirma ele. Em dezembro, Lucas passou o Ano-Novo no Brasil e sentiu vontade de beijar outras pessoas.

“Senti que fazia sentido abrir e trouxe à tona isso”, diz ele. O namorado concordou e Lucas, que vai passar o Carnaval no Rio de Janeiro, desembarca no Brasil para curtir a folia com o aval de beijar outras bocas. Mas, é claro, há limites que foram desenhados pelo casal. Por exemplo, eles concordam que não há necessidade de contar com quem ficaram.

O namorado também pediu para que ele não faça posts beijando outras pessoas, e Lucas acrescenta que eles não estão prontos para que a relação seja aberta para outros afetos, ou seja, nada do beijo na rua se estender para encontros.

“É preciso deixar bem claro seu sentimento para o parceiro, não pode ser uma relação sem segurança”, diz ele, que afirma que, por isso, fez questão de deixar claro aquilo que incomoda e o que não incomoda. “Não quero essa sensação de prestação de contas, queria que fosse o mais natural possível.”

*Com Folha

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Vídeo: Em Salvador, Padre puxa música de carnaval no meio da missa

Cena inusitada foi registrada na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e para muita gente é o símbolo da volta da alegria ao país. Confira a festa na casa de Deus.

Uma cena inusitada circula nas redes sociais nas últimas horas e ela foi registrada numa histórica igreja de Salvador, a capital da Bahia. Um padre, em meio à homilia de uma missa realizada na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, desata a cantar uma emblemática música de carnaval.

A atitude surpreendente e o ritmo sereno dos versos de “Prefixo do Amor”, sucesso desde o início dos anos 90 na interpretação da Bamdamel, contagiaram os fiéis presentes na ‘casa de Deus’ e, juntos, passaram a entoar o cântico que não é exatamente sagrado, mas uma das mais conhecidas marcas musicais da capital mais negra do Brasil.

“Salve, Salvador… Me bato, me quebro tudo por amor… Eu sou do Pelô… O negro é raça é fruto do amor”, diz o coro de fiéis.

Veja o registro do padre Lázaro Muniz e dos católicos que presenciavam sua missa cantando empolgados e esfuziantes uma das mais marcantes músicas de carnaval da Bahia, o que para muita gente foi um sinal de novos tempos de alegria que chegam ao Brasil:

*Com Forum

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Magnoli, o bolsonarista harmonizado, me chama de “populista de esquerda”

Em sua coluna na Folha, Demétrio Magnoli se refere a um trecho da minha coluna de 9 de fevereiro no jornal. Escreve ele: “As agências reguladoras e o BC independente são tentativas de deep state no Brasil”, escreveu Reinaldo Azevedo, citando Walfrido Warde.

A crítica aos bancos centrais autônomos circula tanto no discurso da esquerda latino-americana quanto no da direita nacionalista europeia. Mesmo assim, é um argumento -e merece, portanto, exame de mérito.” Vou recuperar aqui o que eu escrevi: “Como lembra o advogado Walfrido Warde, as agências reguladoras e o BC independente são tentativas de ‘deep state’ no país. As decisões do BC, no entanto, ele pondera, não são infensas

Vou recuperar aqui o que eu escrevi: “Como lembra o advogado Walfrido Warde, as agências reguladoras e o BC independente são tentativas de ‘deep state’ no país. As decisões do BC, no entanto, ele pondera, não são infensas às pressões e fazem perdedores e ganhadores. Com juros altos, tomadores de crédito, por exemplo, perdem. Quem ganha?”

Escrever tendo inimigos a combater, especialmente se forem a “esquerda populista” e a “direita nacionalista” virou um facilitário. Porque isso confere ao articulista em questão a confortável posição de “centro”, de “independência”, de “não alinhado”. Comprometidos sempre serão os outros. Para quem leu com atenção o meu texto de referência, eu não escrevi, e isto parece bastante claro, que o BC é um exemplo de “deep state” e que, por isso mesmo, eu me oponho. A citação da fala de Walfrido servia apenas para introduzir uma afirmação absurda feita por Roberto Campos Neto num seminário em Miami, que transcrevo de novo:

“A principal razão, no caso da autonomia do BC, é desconectar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses. Quanto mais independente você é, mais efetivo você é, e menos o país vai pagar em termos de custo-benefício da política monetária”

E, então, emendei, contestando que estejamos diante de um exemplo de “deep state”: “Sedutor para alguns. É uma tese que funda não o ‘deep state’, mas o ‘metaphysical state’ e o eleva a uma categoria filosófica: o ‘platonismo monetário’.”

O ATAQUE

Faz tempo que Demétrio Magnoli anda a buscar adversários e inimigos, inclusive na Folha. Para tanto, usa e abusa do recurso de acusar os seus alvos de ter um pensamento comprometido. Ele, obviamente, é independente. O recurso é pueril, mas serve para satisfazer a vaidade sem lastro do polemista.

Escreve: “Usá-la [a expressão “deep state”], porém, para desacreditar BCs autônomos nada ensina sobre os bancos centrais – mas esclarece muito sobre o sujeito do discurso. A esquerda populista fala em deep state para acusar os BCs de servirem ao ganancioso mercado. A direita populista fala nisso para acusar os BCs de servirem aos demoníacos “globalistas”. Uns e outros recorrem a teorias conspiratórias para exibir a democracia como farsa: a roupagem sob a qual opera o deep state. Democracia é só ditadura disfarçada -eis a mensagem de fundo. O presidente (ou seja, o Povo) contra o Deep State (ou seja, a Elite). Lula tem extensa companhia quando adota essa linha de propaganda.”

Suponho que eu e Walfrido, nessa sua categorização, façamos parte da “esquerda populista ” — dada a impossibilidade, quero crer, de ser “direita populista’. Tem lá a sua graça.

Jamais me ocorreu contestar Magnoli. Tenho mais o que fazer. Se e quando o leio, é por dever profissional. Ele não é um “autor”, mas um tipo. No texto de onde ele retirou a citação, para distorcê-la de forma burra e intelectualmente malandra, escrevo:

“Para além das dissensões e crenças, é incompatível com uma sociedade democrática partir do princípio de que o presidente está obrigado a silenciar sobre juros, o que alçaria a autoridade monetária à categoria de Estado acima do Estado. A ideia parece boa e, dizem, nos protege de diabólicos populistas, mas é falsa. A propósito: ‘populista’ se tornou o insulto predileto dos sectários de centro. É, na sua boca e na sua pena, o correspondente ao ‘comunista’ dos bolsonaristas e ao ‘fascista’ da esquerda ligeira. Uma dica de leitura: “Do que Falamos Quando Falamos de Populismo”, de Thomas Zicman de Barros e Miguel Lago (Companhia das Letras).”

Magnoli é o exemplo acabado do “sectário de centro” — coisa que, na verdade, ele pensa ser. Não é. Passei a lê-lo com tédio profissional há muito tempo. Por quê? Porque sempre sei onde termina a sua ladainha “independente”. Qualquer que seja o tema, ele culpa os “suspeitos de sempre”, para lembrar frase de Louis, o policial corrupto do filme “Casablanca”. E os suspeitos de sempre, na sua pena, são os progressistas, onde quer que estejam — e isso inclui a Folha.

FINALMENTE

Atenho-me, finalmente, à parte mais tonta e primitiva de seu artigo — e nada tem a ver comigo. Vamos ver. Eu não acho, tampouco Walfrido Warde, que o BC sirva ao “ganancioso mercado”. Que burrice isso! Nem em prego esse vocabulário. Três grandes dos tais mercados, bancos, a Febraban e 50 pesos-pesados reunidos no Grupo Esfera se manifestaram em cena aberta contra a Selic de 13,75%.

Magnoli, o sectário de centro, precisa apelar à polarização que não existe mais para que ele próprio possa fazer sentido. Ah, Demétrio, esse trem já passou. Você já passou. A sua oposição é obsoleta. Não funciona mais mandar “prender os suspeitos de sempre”.

Ademais, oponho-me firmemente ao que tem escrito, mas o julgava ao menos um bom leitor. Vejo que não. Para combater inimigos imaginários, também lê o que não está escrito.

“Por que responde aqui e não na Folha, onde ele o atacou, Reinaldo?” Porque, neste espaço, escrevo quantas vezes me der na telha. Na Folha, uma vez por semana, a exemplo de Magnoli. Ele pode gastar seu espaço comigo. Não posso gastar o meu com ele.

Magnoli, Bolsonaro está voltando daqui a pouco. Este “populista de esquerda” lhe recomenda: vá procurar sua turma. Seu “bolsonarismo harmonizado” não engana mais ninguém.

*Reinaldo Azevedo/Uol

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Quem é ‘Jorge’, homem por trás da empresa israelense que interferiu em dezenas de eleições pelo mundo

“Team Jorge” usou desinformação para influenciar pleitos em vários países, principalmente na África, e conseguiu resultado esperado em 27 campanhas.

Tal Hanan é o homem por trás da Team Jorge, empresa clandestina israelense que foi usada para influenciar dezenas de eleições em todo o mundo, principalmente na África, mas também em outros países como México e Espanha. As informações foram reveladas na quarta-feira por um grupo de jornalistas investigativos que acompanharam os serviços da agência por meses, disfarçados de potenciais clientes. A reportagem é de O Globo.

O ex-agente das forças especiais de Israel — que atuou por décadas usando o pseudônimo “Jorge” — tem cerca de 50 anos. Em seu perfil profissional do Linkedin, Hanan afirma atuar com Inteligência Financeira e Segurança Patrimonial e diz ser CEO da empresa Demoman International, que oferece serviços de segurança e inteligência, por mais de duas décadas. A empresa tem escritórios em países como Israel, EUA, Suíça, Espanha, México, Colômbia e Ucrânia, dentre outros.

Antes, de 1990 a 1996, Hanan trabalhou nas Forças de Defesa de Israel (IDF), como oficial de descarte de material explosivos. Ainda segundo seu perfil, ele estudou na Universidade Hebraica de Jerusalém de 1997 a 2000, onde se formou em Relações Internacionais. “Sou um estudante da vida. Todo dia aprendo pelo menos uma coisa, ou tento fazer isso”, escreveu.

Os repórteres infiltrados visitaram a sede onde a empresa funciona e foram recebidos por Hanan. Achando que eram dois possíveis clientes, ele brincou: “Você viu o que está escrito na porta, certo? Não diz nada. Isso é quem nós somos. Não somos nada.” Após a reportagem, quando questionado pelo jornal britânico Guardian, Hanan não respondeu a questões detalhadas sobre as atividades e métodos da Team Jorge, mas negou qualquer irregularidade.

Aos jornalistas, o próprio Hanan afirmou que os seus serviços — descritos como “black ops” — estavam disponíveis para agências de informação, campanhas políticas e empresas privadas que quisessem manipular secretamente a opinião pública. O líder revelou ainda que o grupo atuou em África, América do Sul e Central, Estados Unidos e Europa. Do total, ele obteve os resultados esperados em 27 campanhas.

Jorge recebeu os repórteres disfarçados de consultores no final de dezembro, elegantemente vestido com um relógio caro. Era a primeira vez que eles viam o homem com quem vinham se comunicando por videochamadas — ele manteve a câmera desligada em todas as ligações. Foram mais seis horas de reuniões gravadas secretamente.

O consórcio de jornalistas que investigou o Team Jorge inclui repórteres de 30 veículos, incluindo os jornais francês Le Monde; o alemão Der Spiegel e o espanhol El País. O projeto, que parte de uma investigação mais ampla sobre a indústria da desinformação, foi coordenado pela Forbidden Stories, uma organização sem fins lucrativos francesa cuja missão é seguir o trabalho de repórteres assassinados, ameaçados ou presos.

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Ministro da CGU diz que há registro de que Bolsonaro se vacinou contra Covid

Vinícius de Carvalho diz que CGU investiga se registro que aponta suposta vacinação de Bolsonaro em 19/7/2021 pode ter sido adulterado.

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, confirmou que existe um registro de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A informação foi dada em entrevista à CNN Brasil, nesta sexta-feira (17/2). O ministro confirmou que houve uma troca de ofícios entre a CGU e o Ministério questionando se o ex-presidente recebeu uma dose do imunizante da Janssen em 19 de julho de 2021.

“Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar”, disse.

Em nota divulgada nesta sexta, o CGU afirmou que apura a a suspeita de adulteração do cartão de vacinação de Bolsonaro.

“Há, de fato, uma investigação preliminar sumária em curso no âmbito da Corregedoria-Geral da União (CRG), iniciada nos últimos dias do governo anterior, envolvendo denúncia de adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro”, diz a nota.

A investigação foi aberta após uma denúncia recebida no ano passado sobre a suposta adulteração.

A CGU informou, ainda, que a matéria foi submetida à avaliação da Consultoria Jurídica, que emitirá parecer quanto à viabilidade de divulgação da decisão, já que o caso é sigiloso.

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Lula vence o debate sobre os juros, mas o tratam como derrotado por nocaute

Liberalismo mal digerido quer a Idade Média do futuro, com Estado dividido em guildas.

Reinaldo Azevedo*

Lula ganhou o debate sobre a taxa de juros —menos nos editoriais, no colunismo e, justiça se faça às respectivas coberturas, também no noticiário. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, surgiu como o candidato a genro ou a sogro nacionais. É lhano, suave, educado e sugere alguma introspecção e vida interior. Chegou a anunciar e a pregar “boa vontade” com o governo. Uau! Havendo interesse, procurem saber o que é o “Quadrado Semiótico de Greimas” para identificar quem Campos Neto entende ser o “doador” e o “donatário” nessa relação. Trata-se de uma concepção de Estado tão absurda que nem errada chega a ser —é mal de uma era; volto ao ponto mais tarde. É muita ousadia para quem não consegue explicar por que temos o maior juro da Terra. Inigualável como a pororoca.

O proselitismo que se produziu sobre a questão sugere uma derrota do petista por nocaute. Deixo, em princípio, a economia para a pletora de expertos (com “x”). O que me incomoda, no que respeita à política, é a gritaria autoritária que tenta cassar a palavra do presidente da República, como se o BC fosse a sarça ardente, que não pode nem ser mirada, de onde emana a palavra revelada Daquele que Não Tem Nome. É incompatível com a democracia. “Ah, mas você criticava Bolsonaro quando atacava o STF.” Fato. Se for preciso explicar a diferença, o esforço será inútil. Então não. Adiante.

Num seminário do BTG Pactual, uma trinca de ouro do mercado sustentou, na quarta (15), que a meta de inflação perseguida pelo BC é inatingível. Refiro-me a Luís Stuhlberger (Verde Asset), Rogério Xavier (SPX Capital), o mais enfático, e a André Jakurski (JGP). Não os estou listando como pessoas que endossam minhas opiniões. Lembro o caso de Stuhlberger: sua opinião sobre a PEC da Transição pautou toda a imprensa. E eu discordei de tudo.

Disse Xavier: “Só alcançamos inflação a 3% uma única vez, em 2016. Agora que a gente passou por todas essas situações inflacionárias, o Brasil resolveu fazer a meta em 3%. Nos EUA, a meta é 3,5% e no Brasil vai ser 3%? É falta de bom senso”. E ainda: “As pessoas nos supermercados vivem com inflação de 10%, 12%. É outra realidade. Eu acho que o custo de carregar uma meta desse tamanho é gigantesco, seja financeiro, seja social, seja político, porque, uma vez que você não atinge as metas, o Banco Central fica restritivo na política monetária”. Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, afirmou nesta quinta (16): “Hoje, percebemos que o debate sobre os juros necessários para combater a inflação está permeado de ponderações sobre atividade econômica e emprego. É justo e correto dar mais complexidade ao tema da política monetária”.

Pergunto se Três Ases e um Trabuco serão vistos como patetas ou como parte “dessa gente” —deve-se dizê-lo com um misto de desprezo e ironia— que venceu as eleições para destruir os marcos do nosso capitalismo porque imagina, como escreveu um articulista, “estar ainda na Vila Euclides”. A indagação é retórica. É certo que os empresários serão tratados com respeito. E assim deve ser. Eis o busílis.

Entende-se legítimo que operadores de mercado discordem das decisões do BC com uma dureza que Lula não ousou ter, mas se profere o anátema contra o herege que é detentor de um mandato popular. Na origem, há o ódio à política, que nos levou a contemplar o abismo, e uma ojeriza ao Estado típica de teses liberais mal digeridas. Ambicionam vê-lo fracionado em autarquias “independentes” em nome da eficiência. Trata-se de uma reedição das guildas medievais. “Cultuam outra Idade Média situada no futuro, não no passado”, com metaverso e ChatGPT. Não que fossem me convidar, mas me recuso a participar da arruaça intelectual da 5ª Série de Chicago.

Lula tomou para si a responsabilidade política de acusar a nudez do rei “autônomo”. As democracias aposentaram o monarca absolutista e alçaram ao poder, pelo voto, os antigos bobos, que de burros nada tinham (Leiam “O Bobo”, de Alexandre Herculano). E o fizeram para que rompessem silêncios e falsos consensos de cortesãos. Como se nota, nem o trio de ouro explica por que os nossos juros são a maior pororoca da Terra.

*Folha

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CGU tira sigilo de 100 anos e dá 10 dias para o Exército liberar processo sobre Pazuello

Ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro é investigado no Exército por, sendo general na época, ter participado de evento político ao lado do ex-presidente. Em 2021, a Força colocou o processo sob sigilo centenário.

Segundo o G1, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a retirada do sigilo de 100 anos sobre o processo no Exército que investiga o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A CGU também deu 10 dias para que as informações do caso sejam liberadas.

A informação foi publicada inicialmente pelo site do jornal “O Estado de S. Paulo”.

A investigação apura a conduta de Pazuello em um episódio de maio de 2021. Pazuello era ministro do governo Jair Bolsonaro e participou, ao lado do ex-presidente, de um ato político no Rio de Janeiro.

Na época, Pazuello era general da ativa do Exército. Em tese, pelas regras do Exército, militares da ativa não podem participar de evento político.

Na época, o Exército afirmou que agiu conforme a Lei de Acesso à Informação (LAI) ao impor sigilo de 100 anos ao caso Pazuello.

“A documentação solicitada é de acesso restrito aos agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que ela se referir”, afirmou a Força na época.

Com a decisão da CGU de retirar o sigilo do Exército, aqueles que pediram a informação sobre o processo de Pazuello pela Lei de Acesso já foram informados que o dado deve estar disponível em dez dias.

Ao justificar a retirada do sigilo, a CGU disse que deve prevalecer, no caso da investigação de Pazuello, o princípio da transparência na administração pública.

“Deve preponderar o princípio da transparência, a fim de conferir o direito de acesso a uma informação que está sob a guarda e a custódia da administração pública e que trata de um processo administrativo já concluído”, escreveu a CGU na decisão.

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