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Economia

Aliança com Bolsonaro faz Ibovespa ter o índice com pior desempenho no mundo em 2021

Não avançou desde fevereiro de 2020, mês anterior da pandemia.

O principal índice da B3 está na 1ª posição no ranking de piores desempenhos de mercados de ações em 2021. O Ibovespa recuou 12,2% neste ano até 4ª feira (24.nov.2021) e vai na contramão de outros países emergentes. A Bolsa de Valores de São Paulo é a única que está no negativo em 2021 entre essas nações. Começou o ano com 119.017 pontos. Chegou a 104.514 pontos na 4ª feira (24.nov).

A B3 instalou uma estátua de um touro de ouro na frente do prédio, em São Paulo, para homenagear o mercado financeiro. Sem autorização da prefeitura, a escultura ficou 13 dias no local e foi retirada. O 2º pior desempenho é do índice China A50, com queda de 11,6%. O Hang Seng, de Hong Kong, também recuou em 2021 (-8,4%).

A falta de clareza na condução fiscal e as incertezas com as eleições de 2022 pressionaram o índice para baixo no 2º semestre.

A Bolsa andava bem até meados deste ano de 2021. O Ibovespa chegou à máxima histórica nominal de 130.776 pontos em junho deste ano, alta de 9,88%. Houve deterioração rápida nos últimos meses em função da piora do quadro fiscal, da aceleração da inflação no mundo e dos ruídos políticos provocados pelo presidente Jair Bolsonaro.

A recuperação econômica global está em curso, mas de forma desbalanceada nos países. As incertezas limitam os ganhos do Ibovespa, que caminha para estagnar abaixo do nível de 2020.

A economia brasileira caiu menos do que o esperado no ano passado (-4,1%). Agora, em 2021, houve consecutivas surpresas positivas na arrecadação, resultado primário e dívida pública. Os dados deram otimismo ao mercado. Chegou-se a aventar a possibilidade de o Ibovespa terminar o ano próximo de 150 mil pontos.

Mas o Ibovespa ainda está em nível similar ao de fevereiro de 2020, mês anterior da pandemia de covid-19. Teve alta de 0,3%. Nos Estados Unidos, a Nasdaq subiu 84,9% no período.

*Com informações do Poder 360

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Política

De forma inédita, Interpol segura inclusão de bolsonaristas em lista de procurados

Segundo especialistas e informações de bastidores, organização passou a analisar mérito por receio de perseguições políticas.

A Interpol, em Lyon (França), não atendeu até agora aos pedidos das autoridades brasileiras para incluir bolsonaristas investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na sua lista de procurados, segundo reportagem da Folha.

A entidade, que reúne representantes de policias de cerca de 200 países, deixou de fora o caminhoneiro Marcos Gomes, o Zé Trovão, e ainda segura o pedido do STF para colocar o influenciador Allan dos Santos na chamada difusão vermelha.

Em geral, a inclusão ocorre de maneira célere, o que não ocorreu dessa vez —de forma inédita. Os dois são alvos de investigações cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

O caminhoneiro teve um pedido de prisão expedido por Moraes por causa da participação dele na organização dos atos do 7 de Setembro, ficou foragido no México e não foi incluído pela Interpol até retornar ao Brasil e se entregar à Polícia Federal.

Allan dos Santos teve a prisão e extradição decretada em 5 de outubro no inquérito que apura a existência de uma milícia digital para atacar a democracia e as instituições.

Desde então o Brasil acionou os Estados Unidos, onde o influenciador mora, por meio do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional), e enviou o pedido à Interpol para inclusão na difusão vermelha.

Como a Polícia Federal representa o Brasil na Interpol, é por meio dela que os pedidos com base em decisões judiciais chegam à Interpol. No caso de Allan dos Santos, a decisão de Moraes foi enviada há mais de três semanas.

Segundo a normativa do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a difusão vermelha deve ser acessada em casos de “ordem de prisão por decisão judicial criminal definitiva, de sentença de pronúncia ou de qualquer caso de prisão preventiva em processo crime”.

Em tese, segundo especialistas ouvidos pela Folha, após receber os pedidos embasados nas decisões do STF, a Interpol deveria incluir os nomes automaticamente na lista, como é o padrão, para acionar a rede de países integrantes e efetuar a prisão ordenada.

A entidade, entretanto, segundo relato de investigadores, tem feito uma análise jurídica dos casos para evitar ações contra supostos perseguidos políticos. Não houve uma resposta definitiva até o momento. Segundo informações de bastidores, os documentos ainda estão sendo verificados.

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Política

Tribunal de Haia atende Randolfe e vai receber relatório da CPI do Genocídio

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou nesta quarta-feira (24) que o relatório final da CPI do Genocídio será apresentado à Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), localizado em Haia, na Holanda. A CPI acusou o presidente Jair Bolsonaro e outras 10 pessoas de cometimento de crimes contra a humanidade durante a gestão da pandemia da Covid-19.

“ATENÇÃO! Acabamos de receber resposta da procuradoria do Tribunal Penal Internacional, que fica em Haia. O Tribunal confirmou que nos receberá para que possamos apresentar o relatório com os resultados da CPI da Pandemia”, disse o senador no Twitter.

A Fórum entrou em contato com a assessoria do senador para maiores informações sobre como será a apresentação do documento, mas ainda não recebeu retorno.

Bolsonaro é acusado pela CPI de 9 crimes, incluindo crimes contra a humanidade

Os crimes imputados a Bolsonaro no relatório final da CPI são: crime de epidemia com resultado de morte (até 30 anos de prisão); infração de medidas sanitárias preventivas (até 1 ano de prisão); charlatanismo (até 1 ano de prisão); incitação ao crime (até 6 meses de prisão); falsificação de documento (até 5 anos de prisão); emprego irregular de verba pública (até 3 meses de prisão); prevaricação (até 1 ano de prisão); e crimes contra a humanidade (até 40 anos de prisão).

Somando as penas de todas as imputações, caso Bolsonaro seja julgado e condenado, a pena total chega a 78 anos e 9 meses de prisão. Se o presidente for condenado à pena mínima de cada crime, o tempo de prisão é de 21 anos e 11 meses.

No documento final foram quatro os episódios apontados como característicos de crimes contra a humanidade: o colapso sanitário de Manaus, os experimentos com cobaias humanas da Prevent Senior e da proxalutamida, e a atuação contra os povos indígenas.

Além de Bolsonaro, a comissão pediu o indiciamento de outras 10 pessoas por crimes contra a humanidade em três modalidades: extermínio, perseguição e outros atos desumanos. Lista inclui ministros e ex-ministros; veja aqui quem são.

ABJD apresenta denúncia

A Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia (ABJD) protocolou junto ao TPI no dia 8 de novembro uma nova denúncia contra Jair Bolsonaro em que o presidente é acusado de crime de extermínio com base no relatório da CPI.

A ação foi um adendo à representação que havia sido apresentada pela entidade à Corte em abril de 2020 para que o chefe do Executivo brasileiro fosse investigado pro prática de crimes contra a humanidade no âmbito da pandemia do coronavírus.

A nova denúncia da ABJD traz dados que constam no relatório final da CPI do Genocídio no Senado, aprovado no dia 26 de outubro, em que Bolsonaro é acusado de ter cometido 9 crimes, que vão de charlatanismo a crimes contra a humanidade.

Na ação apresentada ao TPI, os juristas trazem esses dados, com provas documentais, para que Bolsonaro seja enquadrado no trecho do Estatuto de Roma que trata de crime de extermínio.

*Com informações da Forum

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Política

Deputado Ricardo Barros réu na Justiça Eleitoral por esquema de propina em contratos da Copel

Barros é líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados e foi ministro da Saúde de 2016 a 2018, durante o governo Temer.

Segundo o MP-PR, Ricardo Barros, utilizou da influência que tinha como então secretário no Paraná para negociar, em troca de propina, a compra de empresas da Galvão Engenharia do setor de energia eólica. Ele nega acusações, é que diz reportagem do G1.

O deputado federal Ricardo Barros (PP) e outras quatro pessoas viraram réus em um processo na Justiça Eleitoral que apura um suposto esquema de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro em contratos da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Conforme denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), o esquema envolveu a compra de duas empresas do setor de energia eólica, as duas da Galvão Engenharia, pela companhia.

Barros se utilizou da influência que tinha na diretoria da Copel, por ser então secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul no Paraná, para negociar a contratação das empresas.

Em troca, segundo a denúncia, o deputado solicitou e recebeu valores ilícitos de executivos do grupo Galvão que o haviam procurado. Parte dos pagamentos foi feita em espécie e outra parte por meio de doações eleitorais. Ele nega as acusações.

A denúncia foi oferecida pelo MP-PR em 13 de outubro e aceita pela 3ª Zona Eleitoral de Curitiba em 17 de novembro. O processo corre sob sigilo.

Além do deputado, também viraram réus Jean Alberto Luscher Castro, executivo da Galvão Engenharia, Eduardo Queiroz Galvão, membro do Conselho de Administração da Galvão Engenharia, e os empresários Delmo Sérgio Vilhena e Élio Alves Pereira.

Jean Alberto Luscher Castro e Eduardo Queiroz Galvão são delatores no processo.

Veja por quais crimes cada um foi denunciado:

  • Ricardo Barros: lavagem de dinheiro, tráfico de influência e falsidade ideológica eleitoral;
  • Jean Alberto Luscher Castro e Eduardo Queiroz Galvão (delatores): falsidade ideológica eleitoral;
  • Delmo Sérgio Vilhena e Élio Alves Pereira: lavagem de dinheiro.

As fraudes, segundo a denúncia, ocorreram entre o final de 2011 e o ano de 2014.

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Um herói nacional chamado Walter Delgatti

Você sabia que Walter Delgatti, o cara que derrubou a “República de Curitiba”, está hoje usando tornozeleira eletrônica, por exigência do Ministério Público (!), que está respondendo a processo judicial e que passa por grandes dificuldades financeiras?

A vida de um povo, frequentemente, é resgata por um herói, alguém com senso de justiça histórica e coragem para não hesitar em agir na hora de fazer o certo, restabelecendo a verdade.

Muitas vezes, são heróis anônimos, que depois são esquecidos rapidamente pelo povo que resgatou. Não raras vezes, este herói é até agredido e crucificado pelo próprio povo que ele beneficiou.

Você sabia que o jovem Walter Delgatti hackeou uma imensa quantidade (vários terabites) de dados do Telegram, contendo todas as conversas internas e íntimas da Lava Jato, e que as entregou ao The Intercept? E que isso deu origem a um novo e inédito capítulo da História Política recente do Brasil, fazendo nascer a Operação Spoofing, que resultou na implosão oficial e completa da “República de Curitiba”?

Você sabia que foram estas conversas obtidas por Walter Delgatti que revelaram ao mundo as entranhas reais da “força-tarefa” e que evidenciaram que a Lava Jato, na verdade, era integrada por uma quadrilha de agentes públicos criminosos e falsários comandada por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol?

Você sabia que foi graças a estas conversas (depois apreendidas oficialmente pela PF na Operação Spoofing) que os ministros do STF finalmente se convenceram de que o processo do triplex era, de fato, resultado de uma imensa fraude judiciária operada por políticos bandidos e estelionatários infiltrados dentro do MPF e do Poder Judiciário? E que este exato processo era um desdobramento fundamental do grande esquema golpista que iniciou-se em 2014, que derrubou Dilma em 2016 e que prendeu e impediu Lula de concorrer em 2018?

Você sabia que Walter Delgatti, o cara que fez esse imenso bem ao país, está hoje usando tornozeleira eletrônica, por exigência do Ministério Público (!), que está respondendo a processo judicial e que passa por grandes dificuldades financeiras?

Você sabia que, não fosse pela coragem solitária e resoluta de Walter Delgatti, o Lula muito provavelmente ainda estaria preso e os brasileiros todos ainda estariam sendo enganados pela Rede Globo e pelos demais veículos de imprensa “livre” do Brasil? Que Moro estaria sendo exibido como herói e, já hoje pré-candidato imbatível para suceder a Bolsonaro em 2022? E que a História do Brasil estaria passando por um momento ainda muito pior, bem mais difícil e muito mais dramático do que o atual, sem nenhuma perspectiva de melhora aos brasileiros pelos próximos 10 anos?

Todos os brasileiros progressistas e conscientes deveriam conhecer melhor a história de vida e os atos heroicos de Walter Delgatti, que reconheceu a importância histórica do material que, por um mero golpe do destino, lhe caiu às mãos. E Walter, ao perceber a importância e dimensão daquelas gravações, teve a coragem suficiente de dar a melhor destinação possível àquele material, entregando-o ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept. Gleen, naquele momento, talvez fosse o único jornalista em atuação no Brasil com liberdade e coragem suficientes para publicar todas aquelas conversas da Lava Jato, revelando ao mundo o que, de fato, ela era.

Walter Delgatti já faz parte da História do Brasil como um herói brasileiro. Um herói ainda desconhecido, cuja história precisa ainda ser melhor estudada pelos brasileiros. Cada um de nós tem uma imensa dívida de gratidão com Walter Delgatti.

*Rogério Guimarães Oliveira/Construir Resistência

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Política

Glenn Greenwald: Sergio Moro é mais do que um juiz corrupto

Não é hiperbólico dizer que o ex-ministro de Bolsonaro representa a maior ameaça à democracia brasileira desde o fim da ditadura.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu na quarta-feira 23 o que já era óbvio há muito tempo: Sergio Moro agiu de forma antiética e abusou de seu poder de juiz. Como reconheceu a maioria dos magistrados, Moro não cometeu esses abusos num caso qualquer, mas num dos julgamentos mais importantes da história do judiciário brasileiro: o caso do ex-presidente Lula, que teve que cumprir 18 meses de prisão devido a essa condenação oficialmente reconhecida como injusta.

A condenação não deve ser tratada como uma “mancha” no legado do ex-juiz, ou como um caso isolado de abuso em meio a uma carreira nobre. Nem se deve tratar Moro como um mero juiz corrupto. Moro é mais do que isso, e seu comportamento impróprio segue um longo padrão.

Não é hiperbólico dizer que Moro representa a maior ameaça à democracia brasileira desde o fim da ditadura. Os abusos cometidos pelo ex-juiz não foram causados por negligência ou incompetência: são parte de uma trama longa e complexa que, por meio do ativismo judicial, buscava subverter a escolha dos eleitores brasileiros e, assim, os preceitos fundamentais da democracia. O direito democrático de 220 milhões de pessoas ficou submetido aos ditames ideológicos de um único juiz de primeira instância.

É uma constatação óbvia dizer que a conduta de Moro alterou radicalmente as eleições de 2018. É impossível saber com certeza qual teria sido o resultado daquelas eleições se Lula não tivesse sido retirado do páreo. O que se pode afirmar com certeza, entretanto, é que todas as pesquisas mostravam Lula na liderança isolada até a interferência implacável – e corrupta – de Moro. Não há dúvidas que as ações – agora oficialmente declaradas impróprias pelo STF – retiraram dos brasileiros o direito de escolher se preferiam ser governados por Jair Bolsonaro ou Lula.

A corrupção judicial de Moro não deslegitimou apenas as eleições de 2018, mas também as de 2014. A vencedora daquele pleito, Dilma Rousseff, sofreu impeachment, pois foi removida do cargo 18 meses após de ter sido reeleita pelos brasileiros. O papel de Moro nesse processo foi tão central quanto o que ele desempenhou na vitória de Bolsonaro em 2018.

Como afirmou o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia em uma entrevista à Jovem Pan em 2019, a possibilidade de Dilma sofrer impeachment pelas chamadas pedaladas fiscais só era levada a sério por um setor restrito da direita brasileira, motivada em grande parte por uma incapacidade de aceitar a derrota eleitoral. Essa possibilidade só ganhou força entre setores mais amplos graças a um episódio específico: a divulgação das conversas privadas entre Lula e Dilma para a imprensa. As conversas – ilegalmente gravadas e divulgadas – foram amplamente repercutidas pela imprensa, culminando no episódio esdrúxulo dos âncoras do Jornal Nacional reconstituindo o diálogo como em uma novela. Os atos antiéticos de Moro foram explorados exaustivamente pela mídia antipetista, inflamando o movimento em favor do impeachment.

Exemplos da interferência de Moro na política brasileira são tão fartos que é fácil esquecer de alguns dos episódios mais graves: a exploração eleitoral da delação do ex-ministro Antonio Palocci logo antes das eleições de 2018, a proteção dada a tucanos enquanto petistas eram perseguidos pela mesma conduta e a promoção a ministro de Bolsonaro depois de ter facilitado sua vitória eleitoral. Fica claro que as condutas corruptas por parte de Moro são mais contínuas do que esporádicas: seus atos antiéticos são numerosos demais para listar.

Não é um exagero afirmar que praticamente nenhum dos eventos políticos significativos ocorridos no Brasil desde 2016 se deram dentro dos marcos do processo democrático normal, tendo sido influenciados pela cruzada ideológica de um juiz de primeira instância com delírios messiânicos que nunca recebeu um voto sequer. A toga de Moro é muito diferente do uniforme usado pelos generais que em 1964 golpearam a democracia brasileira, mas seu desprezo por ela e seu sucesso em subverter a vontade popular são no mínimo equivalentes.

É uma perversão do sistema da justiça brasileiro que Walter Delgatti, que heroicamente expôs a corrupção de Moro, seja ameaçado de prisão enquanto o ex-juiz e ex-ministro passeia tranquilamente pelos bairros sofisticados de Washington, DC. A história não tratará Moro com a mesma gentileza com que ele é tratado pelos garçons dos restaurantes cinco-estrelas que frequenta em Georgetown.

Sergio Moro não é apenas um juiz desmoralizado, mas o maior inimigo dos princípios básicos da democracia que surgiu no Brasil nas últimas décadas. Suas digitais podem ser encontradas no processo que desmoralizou não uma, mas duas eleições.

Moro prendeu injustamente Lula e dezenas de outras pessoas, e abusou, por razões ideológicas e narcisistas, do poder e da responsabilidade que lhe foram dados pelo sistema judicial brasileiro. Pode não ser apropriado chamá-lo de “criminoso” no sentido mais estrito dessa palavra. Mas não deve ser difícil para todos – de qualquer ideologia – reconhecer em Moro a maior ameaça à democracia brasileira em anos, senão décadas.

*Carta Capital

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Brasil

Acredite, Guedes se recusa a revelar seus ganhos com offshore por “medo de ser assaltado”

É exatamente isso que disse o Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, que não revela seus lucros com a offshore nas Ilhas Britânicas porque tem medo de sofrer um assalto.

Nesta terça-feira (23/11), o chefe da equipe econômica participou de uma audiência em comissão especial da Câmara dos Deputados para dar explicações sobre um possível conflito de interesses diante do caso, que foi revelado pelo Pandora Papers, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

Na ocasião, porém, Guedes se recusou a descrever seus lucros. “Você pode ser perseguido por um vizinho, assaltado por um vizinho. Não posso chegar aqui e falar: ‘Brasil, olha tudo que eu tenho. Não pode ser assim”, argumentou o ministro.

Ele destacou que esses recursos estão à disposição das instâncias pertinentes, por meio de declaração do Imposto de Renda. “Se parlamentares me pedirem, a resposta é não. Agora, se me disserem ‘uma instância pertinente pediu’, será entregue, como sempre foi. Os números estão todos disponíveis. Mas os senhores precisam entender que existe uma coisa chamada privacidade”, disse.

“Offshore é um veículo de investimento absolutamente legal. É absolutamente legal. Por razões sucessórias, se comprar ações de empresas, se tiver uma conta em nome da pessoa física, se você falecer, 46%, 47% são expropriados pelo governo americano. Tendo uma conta em pessoa física, todo seu trabalho de vida, em vez de deixar para herdeiros, vira imposto sobre herança. Então, o melhor é usar offshore, que está fora do continente”, sustentou.

*Com informações do Metrópoles

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Vale-gás, uma proposta do PT que Bolsonaro divulga como do seu governo

O projeto de lei foi criado por um deputado do PT, mas o presidente divulga a proposta como autoria de seu governo.

De olho nas eleições 2022, Jair Bolsonaro sanciona lei que cria vale-gás para famílias de baixa renda. O projeto de lei foi criado por um deputado do PT, mas o presidente divulga a proposta como autoria de seu governo.

O chamado “vale-gás” dará um auxílio, a cada dois meses, de pelo menos 50% do valor da média do botijão de gás de 13 kg, durante 5 anos.

O voucher para ser descontado na compra do gás de cozinha será destinado a famílias inscritas no CadÚnico, que têm renda familiar mensal menor ou igual a meio salário mínimo.

Pessoas inscritas no benefício de prestação continuada (BPC) também terão direito ao vale. O programa também prevê uma prioridade a famílias de mulheres que são responsáveis pela renda familiar e aquelas vítimas de violência doméstica, sob monitoramento de medidas protetivas de urgência.

O governo divulgou um comunicado sobre Jair Bolsonaro ter sancionado o projeto. Governistas aproveitaram a notícia para também felicitar o mandatário pela medida.

“O Auxílio Gás dos Brasileiros, sancionado hoje pelo presidente Bolsonaro, é mais uma medida de apoio do governo federal aos mais carentes. Vão receber o benefício as famílias cadastradas com renda mensal per capita abaixo de meio salário mínimo”, escreveu nas redes o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Entretanto, a ideia do projeto foi de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), com base no aumento do preço dos combustíveis e do gás de cozinha, devido à inflação da condução econômica do governo Jair Bolsonaro no país.

“As famílias já estão tendo que suportar um aumento brutal no preço dos alimentos, e não podem ser impedidas de utilizar o gás para cozinhar”, disse o deputado do PT, autor da proposta.

O aumento do preço do gás foi uma das críticas e razões de queda na popularidade do mandatário. O texto de Zarattini (PT-SP) foi aprovado no Senado no último 19 de outubro.

*Com informações do GGN

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Política

A derrocada do PSDB: Aécio, “maçã podre, e Arthur Virgílio, “laranja”

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) respondeu nesta 2ª feira (22.nov.2021) o candidato nas prévias do PSDB Arthur Virgílio depois de ter sido chamado de “maçã podre” do partido. “Faz muito tempo que o Arthur Virgílio se transformou numa figura pouco relevante no PSDB, onde ninguém o leva muito a sério”, disse Aécio. O congressista afirmou que quando encontrar o candidato do partido, terão uma “conversa no pomar”. “Da maçã do PSDB com o laranja do Doria”. Reportagem do Poder 360 mostra o verdadeiro PSDB.

“Em 2018, já tínhamos visto esse filme, quando, sem qualquer apoio, se declarou candidato contra Alckmin em troca de alguma visibilidade, e, ao final, saiu desferindo ataques violentos ao candidato e ao partido. Mas poucos acreditavam que, dessa vez, ele se prestaria ao papel de linha auxiliar da candidatura de João Doria e, mais grave, com financiamento do partido para isso“, disse Aécio.

“O Eduardo tem melhores condições de liderar esse campo. Por isso, acredito que a maioria do PSDB o apoia. Estou seguro que se tivesse havido votação ontem, Eduardo venceria com alguma folga”, finalizou Aécio….

Arthur Virgílio concorre com os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) para definir o candidato à Presidência da República do partido para 2022. A votação começou no domingo (21.nov.2021), mas foi interrompida por instabilidades no aplicativo de votação….

Doria e Virgílio defendem que a disputa seja retomada no próximo domingo (28.nov.2021). A fundação que fez o aplicativo das prévias do PSDB diz estar investigando problema. Leite defendeu que votação seja encerrada em 48 horas.

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Mãe de Ciro Nogueira abastece avião com R$ 46,9 mil de verba pública em locais de agenda do filho

Senadora não declarou, contudo, ser dona de aeronave. O filho dela, sim. Os locais de abastecimento coincidem com a agenda de Ciro Nogueira.

A senadora Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), gastou R$ 46.989,07 de cota parlamentar com combustível para avião.

Segundo reportagem da Folha, a senadora piauiense, contudo, não tem aeronave particular, segundo declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Já o filho dela é dono de um jatinho, um PT-WSX da Beech Aircraft, modelo B200.

Eliane Nogueira é suplente de seu filho, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que, por sua vez, declarou ser detentor de 95% de uma aeronave Beech Aircraft B200, avaliada em R$ 2,8 milhões. Ele está licenciado do Senado há cerca de quatro meses.

Entre julho e outubro (último dado disponível), a senadora apresentou notas fiscais e obteve o ressarcimento para oito despesas com combustíveis de aeronaves. Os gastos foram efetuados em cidades como Sorocaba (SP), São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Teresina.

Os registros de tais despesas de Eliane Nogueira apontam um mesmo padrão de notas fiscais que foram apresentadas pelo então senador Ciro Nogueira.

Entre janeiro e julho deste ano, mês em que se licenciou e assumiu o cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro, o atual chefe da Casa Civil gastou R$ 262,1 mil de sua cota parlamentar com combustível para avião.

Afora a similaridade no padrão desses gastos, notas fiscais apresentadas pela senadora para tais viagens coincidem com locais em que o ministro Ciro Nogueira esteve, segundo sua agenda oficial e registros nas redes sociais.

Nas mesmas datas, porém, sua mãe usou as redes para publicar fotos de eventos em outras cidades. Além disso, para esse mesmo período, a senadora apresentou ao Senado comprovantes de passagens aéreas e bilhetes de embarque em voos comerciais.

A senadora Eliane Nogueira e o filho, Ciro Nogueira foram procurados pela reportagem repetidas vezes, via sua assessoria de imprensa, desde o dia 8.

Eles não quiseram comentar: qual aeronave foi abastecida com combustível bancado por recursos de sua cota parlamentar; se ela seria beneficiária dos voos resultantes desses abastecimentos; e por que apresenta notas de combustíveis de aeronaves se faz uso de passagens para voos comerciais no mesmo período.

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