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Pesquisas confirmam o que foi visto no lançamento da candidatura de Bolsonaro que segue congelada

As pesquisas desta segunda-feira (25) expressam em números concretos o tamanho do enrosco que Bolsonaro tem nas pernas para que sua campanha caminhe.

Aquele sujeito sem talento lança sua candidatura na tentativa de um bis de 2018, com o dever de casa em branco e, lógico, agora depende mais do que nunca dos votos dos pobres, justo quem lhe serviu como alimento para estimular o ódio de classe contra eles.

É muita ironia ver o fascista, higienista, que vomitou rancor contra os pobres a vida toda dependendo deles para não perder a cabeça numa derrota eleitoral seguida de uma série de condenações por crimes dos mais variados em que a cadeia será seu destino.

Bolsonaro, que pediu para a Michelle cuidar da sua maior rejeição, que são as mulheres, como mostram as pesquisas, pode até tentar, como tentou, fazendo gênero papa hóstia, mas é evidente que não terá qualquer êxito na busca.

Bolsonaro piorou muito a vida dos brasileiros, principalmente das mulheres, sobretudo as mais pobres em que a sobrevivência de seus filhos e netos depende da própria sobrevivência.

E não será uma mensagem genérica, falso religiosa de Michelle que vai melhorar o currículo de Bolsonaro diante da parcela majoritária dos eleitores brasileiros.

Pra piorar, a pesquisa encomendada pelo mercado, através do BTG/Pactual, Lula aparece com crescimento de 3% e Bolsonaro com queda de 1%, o que significa que isso pode ser uma tendência a se confirmar nas pesquisas subsequentes, pelo menos enquanto não obtiver resposta do rendimento eleitoral que vai ter com a PEC de bondades.

Seja como for, Bolsonaro segue arrastando uma bola de ferro de forma até sugestiva, mais que isso, não tem no horizonte qualquer carta na manga para produzir um potente fato político que lhe tire das cordas.

E se isso não ocorrer dentro de um mês, veremos uma debandada de muita gente do Centrão que ele comprou promovendo um esvaziamento ainda mais caótico na sua campanha, que há mais de um ano está estagnada. O máximo que Bolsonaro consegue é sustentar uma variação pra cá e pra lá dentro da margem de erro.

Alguns analistas dizem que muitos brasileiros deixam para o último dia a decisão do voto e que, portanto, nada está definido.

É claro que nada está definido, mas também é claro que não se vê qualquer sinal vital de sua campanha responder a um estímulo em qualquer camada social, gênero ou raça. Tudo está muito desfavorável para Bolsonaro, cabendo somente a vaga esperança de que o jogo só acaba quando termina.

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Protagonista do primeiro escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, Michelle orou na convenção e Queiroz foi pra pelada

Enquanto Queiroz quer construir sua trajetória política com uma imagem de vigarista boa praça, o baixinho carequinha, amigo da garotada, Michelle assume protagonismo na convenção, falando em Deus mais de 40 vezes para atrair a simpatia de parte do eleitorado que mais rejeita Bolsonaro, as mulheres, que querem vê-lo longe do Palácio do Planalto. Apenas 1/4 das mulheres dizem que votarão nele.

Pode soar estranho dois personagens que estavam tão distantes na convenção, mas que estiveram tão próximos na mesma manchete durante esses quatro anos por inaugurarem uma série de escândalos sobre o esquema de peculato montado por Bolsonaro, chamado de rachadinha, em que, a princípio, o Coaf identificou depósito feito pelo miliciano Queiroz, parceiro de batalha de Adriano da Nóbrega e Bolsonaro, na conta da primeira dama, o que lhe deu a alcunha imediata de Micheque nas bocas malditas.

Enquanto Michelle fazia uma performance artística utilizando o estilo da beata recatada e rainha do lar, Queiroz, que furou o compromisso que fez com Flávio de ir à convenção de Bolsonaro, foi para uma pelada.

Os dois voltaram assim às manchetes de hoje, mas separados. Separados fisicamente, mas juntos na memória coletiva do povo, afinal, era a mão santa de Queiroz que depositava aquele dinheiro bento, cheio de luz, na conta da primeira dama, aquela que, ontem, apareceu imantada de pureza e ternura em nome da caça dos votos das mulheres.

Já Queiroz, que aposta num espírito mais folgazão, talvez tenha achado melhor não posar ao lado de figuras com imagens esturricadas, como é o caso de Arthur Lira e o próprio Bolsonaro que, em outras palavras, deu a Lira a faixa de capitão do seu time e homem que manda e desmanda no orçamento secreto.

Seja como for, o sabor amargo da convenção e lançamento da candidatura de Bolsonaro só aumenta, na medida em que a natureza dos fatos se encarrega de denunciar que tipo de gente está no controle do país em que a sociedade cobra a cada dia com mais intensidade que sejam removidos a fórceps do Palácio do Planalto no dia 2 de outubro.

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Até Queiroz, o bagaço que sobrou do bolsonarismo, não foi ao lançamento da candidatura de Bolsonaro

Todos sabem que hoje Queiroz detém sozinho 3% de gordura, se muito, do que sobrou do bolsonarismo.

Conhecido como Hércules das rachadinhas, o homem que durante décadas se dedicou integralmente a indicar e gerenciar laranjas, fantasmas e espantalhos, foi usado por Bolsonaro para alimentar todo o esquema de peculato do clã.

Ou seja, Queiroz não é exatamente um produto indicado para ser agitado antes de abrir, pois tem uma energia represada de maneira tão integral sobre os negócios ocultos do clã que é capaz de fazer um estrago maior do que um caminhão pipa carregado de nitoglicerina.

Não foi sem motivos que, durante todo esse tempo, o personagem se transformou numa logo do clã familiar que governa o país, foi mantido na geladeira em alta temperatura, pois, nesse caso nem cabia e muito menos ele aceitaria ser mantido em lugar seco e pouco arejado, já que inúmeras vezes deixou claro que poderia ferver e deixar o leite transbordar.

Nessa eleição, porém, Queiroz decidiu ser parte do ingrediente político da família bolsonarista, o que, tudo indica, causou urticária não confessada no presidente, mas que, ao mesmo tempo, não há como inspecioná-lo 24 horas e, portanto, não estava disposto a ser um misto de pato com peru de natal.

Então, fica a pergunta, por que esse candidato se lançará na aventura de tentar a Câmara Federal par e passo com a tentativa de reeleição de Bolsonaro e não foi ao evento de lançamento?

A essa altura do campeonato, quem prejudica mais a imagem de quem, Queiroz a Bolsonaro ou o contrário?

Uns dizem que Bolsonaro queria Queiroz longe do palanque no dia do lançamento de sua reeleição, outros juram que não, que, na verdade, Queiroz assumiu o compromisso de ir ao evento, mas deu bolo.

Seja como for, Queiroz não deixa de ser a porção que sobrou do bolsonarismo tradicional que nada tem a ver com o atual bolsonarismo atrelado ao Centrão. O que deixa claro que, se comparado à campanha de 2018, até a quantidade de porcarias que Bolsonaro catapultou, se não chega a ser cinza, cheira a chulé como parmezão ralado e vencido, simplesmente não tem sequer estampa, mesmo que mistificadora da cômica nova política.

E, se nem o bagaço da laranja esteve na feijoada de Bolsonaro hoje, é sinal de que, além do feijão ter bem mais água do que caroço, o restante da gororoba ficou a dever quando deu as caras ou simplesmente não foi notado.

Como dissemos em outro texto, há um não sei o quê de descompasso no reino bolsonarista em que determinadas peças-chave representam a gota de um processo que transborda ineficiência, falta de comando e coesão de peso.

Só o fato de Queiroz não ter ido ao evento de Bolsonaro e isso virar notícia no jornalismo tradicional, já escancara que aquele bolsonarismo extra de 2018 não existe mais, o que há é um creme ralo e fadigado de quatro anos de desgaste de um governo que simplesmente não aconteceu, para ser mais claro, inexistiu.

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Wassef, advogado do clã, é elevado a promoter político de Bolsonaro. Agora vai!

Tudo bem que o Centrão tenha desistido de obrigar a cavalgadura que apoia para reeleição de oferecer à sociedade uma campanha carregada de flores silvestres, pois a única expressão que Bolsonaro sabe utilizar é a da banana como forma in natura do seu perispírito.

Ainda assim, com uma inflação que oferece 1kg de banana a R$ 10, até esse gesto é visto mais que demais no quesito obscenidade e insulto à sociedade.

Ou seja, se de um lado, o Centrão não conseguiu desinfetar e muito menos perfumar a boca de esgoto de Bolsonaro, do outro, o linguarudo, que parece utilizar pó de mico na língua para cuspir ódio, parece mesmo que só teve Wassef como alternativa que lhe sobrou para cumprir o papel de gerente do 0800 político do clã. Imagina uma coisa dessa!

O falastrão não se fez de rogado e, na primeira oportunidade de estar de frente para as câmeras e microfones, sentenciou, não há qualquer possibilidade no horizonte de Bolsonaro tentar um golpe, como se o chave de cadeia tivesse mesmo força para sacar tal premonição da cartola.

O fato é que algumas coisas muito estranhas estão povoando a campanha de Bolsonaro que cada dia fica mais assombrada. É Queiroz que não aparece no evento de lançamento do candidatura de Bolsonaro, é o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que senta a 1km de Bolsonaro e, agora ninguém menos que o  advogado do clã assume o tal posto político nessa marafunda rocambolesca que virou uma cabeça de Medusa com um monte de cobras criadas.

A campanha de Bolsonaro está a um passo do fim do mundo.

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Caixas e mais caixas de dinheiro no submundo do clã, narrado pelo ex-cunhado de Bolsonaro

Se durante a vida parlamentar, Bolsonaro passou batido, em branco, sobre projetos seus aprovados, o outro lado da moeda, e põe moeda nisso, mostra o afortunado ex-capitão expulso do exército por bandalha e terrorismo.

O homem das mil e uma inutilidades, quando o assunto é trabalho em prol da sociedade, que sempre pagou sua boa vida, vai da água para o vinho quando se trata dos cofres secretos do clã.

Foi o que revelou em um livro, o ex-cunhado insurgente, André Siqueira Valle, daquele famoso Seu Jair do Vivendas da Barra.

O fato é que esse filé, para quem quer escancarar a hipocrisia de quem hoje ocupa a cadeira da presidência, é que não falta personagem para acebolar a suculenta narrativa feita pelo ex-cunhado sobre seu esquema de peculato que se transformou numa dinastia dentro do maior clã familiar da história do Brasil.

A coisa vai desde a Val do Açaí ao personagem mais proeminente com pesagem e nutrientes capazes de implodir dez clãs Bolsonaro em apenas uma fagulha do que sabe sobre as mimosas, mas extremamente perversas e corruptas, rachadinhas que viraram sinônimo do próprio clã.

A verdade é que as informações do rapaz para o livro “O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro” da jornalista, Juliana Dal Piva, tudo indica, não tinham dosador, e ele fala com a excelência de quem viu a coisa por dentro, sobretudo como se movia a grana pública sabor da impunidade, fruto da já clássica imagem de corrupção chamada rachadinha.

André Siqueira Valle, irmão de um das ex-mulheres de Bolsonaro, diz que era muita, muita grana em estado puro sem adição de glúten e lactose, é grana de corrupção extra virgem.

Isso mesmo, estamos falando de um esquema de corrupção tamanho GG de um cínico que vive tentando moldar em Lula a imagem de um corrupto que o próprio Bolsonaro é acusado nesse livro.

Nisso, não há novidade, tanto que, qualquer corrupto de qualquer lugar desse país, declara seu voto a Bolsonaro em nome da moralidade pública.

Não é sem motivos que as maiores expressões da santificação do tempo dos honestos ,que tem papas como Collor, Eduardo Cunha, Roberto Jefferson, Valdemar da Costa Neto, Arthur Lira e tantos outros pés de cabra do submundo político do Brasil são bolsonaristas desde criancinha.

Seja como for, as revelações, por sua intensidade, num país sério, Bolsonaro nem candidato à reeleição poderia ser, até porque o que foi revelado em detalhes, é sabido pela imensa maior parte do povo brasileiro, incluindo hipócritas do papo verde e amarelo que apoiam e votam em Bolsonaro para fortalecer o fascismo nacional.

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Os brasileiros querem a volta do presidente que trabalha

Não há pergunta mais incômoda para um bolsonarista golden do que a que pede para ele citar um único feito do presidente Jair Bolsonaro. Imediatamente, o bolsonarista perde o rebolado e fica mudo. Aliás, ele tem alergia a essa pergunta, porque simplesmente não há conteúdo que lhe tenha sido soprado, nem mesmo para tentar extrair dessa expressão um único grão que justifique ou que possa servir de ingrediente para uma falácia.

Trocando em miúdos, se perguntar sobre um feito de Bolsonaro nos quase quatro anos de governo, o bolsonarismo empaca, emudece, alguns chegam a sentir falta de ar com aquele sabor amargo na boca sem poder ao menos exercer a pretensão dos “cidadãos de bem”, que se colocam como arianos tropicais.

Não há sequer na indústria das fake news, indústria que mais cresceu, estimulada por Bolsonaro, qualquer menção que tire dele a tese de presidente vagabundo, que fará isso representar a força de sua imagem.

Bolsonaro é um vagabundo integral e não em gotas. A sua ociosidade na presidente da República é clara, gordurosa e de validade irrestrita. O sujeito é um bandalhão. Isso está na natureza desse encostado, é só pegar o histórico de quase três décadas como parlamentar a quantidade de vezes que Bolsonaro enforcou as sessões da Câmara, como alunos que matam aula. Ele sempre ficou irritado como qualquer preguiçoso.

O que o Brasil precisa urgentemente é o oposto disso, porque não há nada mais triste para um país do que ter no seu comando um presidente que vive de gandaia, motociatas e que não tem, como não teve durante 28 anos como parlamentar, um único feito na sua folha corrida.

Se Bolsonaro fizesse uma avaliação de emprego, coisa que jamais fez na vida, pois sempre viveu mamando nas tetas do Estado, sua tentativa não seria nem considerada, porque o desocupado não teria como apresentar uma única letra em seu currículo.

Já viu alguém ser empregado com um currículo clássico de um nulo, um nada?

O governo Bolsonaro completa 4 anos de deixa a vida me levar. Sim, porque um país não chega ao quadro caótico que chegou na base da improvisação, tem que ter um conteúdo espesso de inutilidades para chegar aonde chegou.

Assim, não há como não ter saudade de Lula que fez um trabalho interno e externo absolutamente extraordinário no Brasil. Ninguém pega, como Lula pegou das mãos de Fernando Henrique, um país quebrado, ocupando a 14ª posição na economia global e o coloca entre as cinco maiores economias do mundo, por acidente, sorte ou carisma, tem que arregaçar as mangas e plantar cada grão de evolução, seja do ponto de vista econômico, seja social.

Esse tamanho, inversamente proporcional, na área social em que Lula, em 8 anos tirou 40 milhões de brasileiros da miséria, e Bolsonaro, em quatro, devolveu 33 milhões à condição de miséria, é um ingrediente que traz um peso líquido absolutamente possível de ser aferido a olho nu até em balança de birosca.

Não só isso, peguem todos os números da economia, peguem todo o poder de compra dos trabalhadores com uma observação que faz parte da autoria do governo Lula, seguida também por Dilma, de transformar uma multidão de invisíveis do mercado das classes C, D e E, no 16º balcão de negócios do planeta.

É dessa energia, só movida por trabalho de um presidente, não só inteligente como Lula, mas com disposição para pegar no pesado, é o que o Brasil precisa, não essa solução fisiológica da elite que colocou no poder um vagabundo contumaz que produziu o que o país vive hoje, que provocou um recessão absurda junto com a inflação desenfreada, sobretudo naquilo que mais impacta na vida da maioria dos brasileiros, que é a alimentação, que é a mesa do povo que, ao contrário de Lula que, no seu governo, a mesa era farta, como escapulário como oito anos de sua administração, Bolsonaro não tem uma folha de alface para servir de exemplo sequer para alimentar gafanhoto.

Em outras palavras, o Brasil precisa não só excretar o vagabundo que, de presidente, só tem a faixa e hoje é comandado pelos interesses da turma de Arthur Lira e seu Centrão e devolver Lula ao comando do país e ao período em que o Brasil, mas também o mundo enxergou essa como a grande bola da vez do desenvolvimento mundial.

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Janio de Freitas: Silêncio na desordem

Apresentação de Bolsonaro a embaixadores emudeceu militares.

​O gênio que sugeriu a exibição de Bolsonaro a representantes do mundo merece o reconhecimento dos democratas. A ele se deve a inversão simultânea que emudeceu os generais e coronéis, de farda e de pijama, contrários à segurança das urnas eleitorais e, de quebra, soltou as vozes antigolpe que nem se esperava mais ouvir.

Foram apontadas várias ilegalidades no ato de Bolsonaro, mas está mais do que provada a falta de disposição para fazê-lo responder pelos crimes de responsabilidade, de instigação contra as instituições democráticas e, além de outros, abusos de poder.

E como tudo dá em nada, eis um vão acréscimo: no Palácio da Alvorada, como dependência da União, a lei proíbe qualquer situação com algum sentido eleitoral. Foi, porém, com o objetivo de propagar e defender seu plano de candidato, contra o sistema eleitoral e pela intromissão aí dos militares, que Bolsonaro confessou ao mundo o seu golpismo trumpista.

A ausência dos comandantes militares na plateia não indicou qualquer restrição deles, mas só cautela com a proibição de militares da ativa em ato político. A reação internacional a Bolsonaro atinge todos militares e, com precisão, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

Para a presunçosa autoimagem militar, a reação interna é descartável. Mas a internacional soaria como um chamado à racionalidade, no entanto improvável por inexistir o pretendido pelo chamado.

Este seria um bom momento, com a ebulição política-eleitoral, para os militares voltarem à tentativa de profissionalização feita por seus antecessores entre o governo Fernando Henrique e a devolução, por mera pusilanimidade, do Ministério da Defesa a militares, feita por Michel Temer. Foi a ocasião para o general Eduardo Villas Bôas levar o Exército de volta ao golpismo, na pretensa condição de força tutelar, sem quaisquer condições para isso além dos fuzis e dos tanques. O bom momento tem sido usado para agravar a distância entre a função legal e a prática nos altos postos militares.

A adesão a Bolsonaro é indicativa, como resultado de identificação, das ideias sobre e para o Brasil que se sustentam entre as chefias das Forças Armadas. Nada a ver com as necessidades e aspirações das classes formadoras da grande maioria no país —inclusive parte numerosa dos apoiadores civis de Bolsonaro, aqueles de pouco discernimento e muita desinformação. Nada a ver, também, com a Constituição.

Na contraposição dessas duas correntes está a divisão que importa, a polarização mais profunda e estimulante do atraso brasileiro, imenso mesmo em comparação à fase retroativa que ataca o mundo.

O silêncio dos comandos incorporados no projeto bolsonarista talvez não seja senão o pasmo com a derrota imposta pela reação internacional, sufocante mesmo. Mas há pendências deixadas pelo ministro da Defesa em suas intempestivas falas no Senado, na semana anterior ao show eleitoral/golpista no Alvorada.

Por exemplo, a exigência de entrega, do Tribunal Superior Eleitoral aos generais e coronéis da Defesa, da documentação referente às eleições de 2014 e 2018. Será reiterada pelas fardas e fuzis ou enterrada sob sete palmos de abuso de poder, desvio de função e afronta à Constituição?

A interrogação envolve mais canhonaços internacionais, maior reação das indignações internas que superaram os cuidados.

E, do outro lado, tanto a possibilidade de mais ação dos militares bolsonaristas como alguma acomodação. Exclusive a do próprio e silenciosamente estarrecido Bolsonaro. Aquela pergunta é, entre tantas, a que parece oferecer a resposta mais próxima.

Resposta provisória, bem entendido. Como as faltantes, até que a eventual compreensão militar absorva ao menos dois conceitos: 1- se querem ser militares, parem de provocar desordem institucional. Já a fizeram demais, quase ininterruptas nos 133 anos desde o golpe da República. 2- militares têm as armas, mas a importância que pensam ser sua, neste país, quem a tem são os garis e os bons médicos.

Obsoletas entre vizinhanças pacíficas, forças militares na América do Sul são uma duvidosa tradição.

*Com Folha

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O Papo Reto ficou torto para mais um bolsonarista

Muito se falou da prisão do picareta do Papo Reto, Ivan Pinto. Mas é preciso trazer umas informações nutricionais do indivíduo, melhor dizendo, vamos trazer os detalhes desse produto do bolsonarismo.

As credenciais do rapaz, preso nesta sexta-feira (22), por ordem de Alexandre de Moraes, traduzem com bastante fidelidade qual é o marketing da violência como forma de pedagogia política, direcionado a essa classe média jacaré que, junto a Damares Alves, vê Jesus na goiabeira e outras vigarices.

Ou seja, o sujeito é uma espécie de catalisador do que existe de mais emporcalhado no universo fisiologista da política de direita no Brasil.

Esse é um produto que, se não fosse preso, poderia causar ainda mais danos à sociedade, às eleições e para a democracia.

Como pode ser observado no vídeo abaixo, numa reportagem do Intercept, feita há três anos, denunciando que o Hércules de papelão que ameaçou, Lula, Gleisi Hoffmann, Anitta, além de ter usado também como ameaça, palavras do mais baixo calão referindo-se às duas ministras do STF, Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Na verdade, o marketing dele seria uma espécie de Bolsonaro 2.0, pois repete o mesmo discurso de ódio contra a liderança do PT, ministros do STF, mas com uma carga de um extrato de ódio sem usar luvas, como uma expressão natural do fascismo nativo.

O que se pode observar em seus argumentos no vídeo abaixo, é que trata de um malandro agulha, que tem um discurso para cada ocasião. Ele tenta se vender como um técnico habilitado para dirigir uma clínica de recuperação de dependentes químicos por ter sido um, e que, mesmo não tendo formação para tal função, mandou aquela famosa e manjada frase que “aprendeu na universidade da vida” e, assim, poderia vender essa pedagogia da salvação das drogas com um suposto papo reto que, na verdade, era uma casa de tortura e trabalho escravo, com castigos físicos e ameaça de morto.

O Ministério Público já havia tentado fechar a tal clínica, mas continuou funcionando e recebendo aportes do governo federal, com direito à propaganda de políticos bolsonaristas.

O que se pretende aqui é chamar a atenção para o fato de que esse sujeito é parte de um caldo integral da violência clássica da milícia quando opera na superfície, ou seja, no palavrório do universo da bandidagem.

Trocando em miúdos, o sujeito é um ator, interpreta mal e porcamente o personagem Maçaranduba, do Casseta e Planeta, com arroubos misturados de Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Fernando Hollyday e outros troços que jogam para a torcida do pato amarelo que se transformaram em zumbis bolsonaristas.

Por isso sua prisão é pedagógica, pois corta as asinhas de quem quer emburacar nessa esparrela fascista da família, do cidadão de bem e outras baboseiras mais que viraram mantra dos conservadores comédia que, na realidade, são homofóbicos de slogan, racistas por conveniência e milicianos de fachada para estarem mais próximos de um público alvo cada vez mais idiotizado pelo califado bolsonarista.

Isso mostra quantos degraus nós brasileiros descemos para chegar a esse inferno cultural. E não tem como esquecer que tudo isso é fruto de um martelete midiático dos tubarões da comunicação que, desde o primeiro dia do primeiro mandato de Lula, sonharam, projetaram e, 13 anos depois, executaram o golpe, criminalizando a política, a democracia, o PT e os partidos de esquerda, assim como os líderes do Partido dos Trabalhadores, o que abriu caminho para a caça a um suposto comunismo no Brasil.

Nunca essa frase foi tão verdadeira, “todos sabem como começa um golpe, mas não sabem como termina”.

Esse sujeito é a expressão do que há de pior que o golpe em Dilma produziu nesse país.

Que ele sirva como exemplo, mas não como peça única.

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Não tendo proposta para o país, Bolsonaro vai a Juiz de Fora requentar a farsa da facada

Quem minimamente decente acredita na farsa das toalhinhas brancas que surgiram de todas as partes para cobrir a barriga de Bolsonaro, sem furo, sem sangue, sem nada?

Mais que isso, foi o dia em que, na vida, Adélio Bispo recebeu mais carinho e proteção, vindo, imagina isso, dos seguranças de Bolsonaro.

Na época, surgiu a frase, case com alguém que te trate com tanta proteção e carinho como Adélio foi tratado depois da suposta facada.

Aliás, outro detalhe curioso dessa família é que, quatro anos depois do evento, ninguém fez uma crítica sequer a Adélio.

De uma coisa ninguém pode reclamar, o circo de hoje saiu bem mais barato do que da última vez em que requentaram a armação, internando Bolsonaro, entupido, quando foi dada uma fortuna para que o médico, mais conhecido meio como especialista em facada em Juiz de Fora, viesse do exterior com dinheiro público para dizer que Bolsonaro tinha defecado e que estava pronto para defecar nos microfones.

Gustavo Bebianno disse que o autor dessa armação grosseira, foi Carluxo e ainda disse os motivos, já que o próprio estava lá e viu o 02 organizar o picadeiro.

O fato é que, assim como em 2018, Bolsonaro usou isso para fugir dos debates, por não ter qualquer projeto para o país, quase quatro anos depois de um governo que transborda fracassos, que não produziu qualquer coisa boa para o Brasil e os brasileiros, o sujeito tem que esturricar o ramerrão solado da facada, porque pretende se reeleger fugindo de qualquer cobrança, que agora seria mais dura, sobre suas propostas para continuar não governando o país por mais quatro anos.

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Discurso de Bolsonaro é senha para produzir extremistas

Um bolsonarista invadiu uma festa, sacou o revólver e matou um petista que comemorava o aniversário em família. O crime de Foz do Iguaçu chocou o país a menos de três meses da eleição. É mais um fruto do extremismo político que chegou ao poder em 2018.

Jorge Guaranho, o assassino, é uma caricatura dos seguidores do Mito. Nas redes sociais, apresenta-se como “conservador e cristão”. Na vida real, xinga quem não pensa como ele e se julga autorizado a resolver as diferenças na bala.

A solução pelas armas sempre esteve na base do discurso do capitão. Em 1999, ele disse que não era possível mudar o país “através do voto”. “Só vai mudar quando partirmos para uma guerra civil aqui dentro, matando 30 mil”, afirmou.

Na campanha ao Planalto, ele manteve a mesma retórica agressiva. Falou em “fuzilar a petralhada” e chamou os adversários de “marginais vermelhos”. “Serão banidos da nossa pátria”, prometeu.

Jair não está sozinho. Horas antes do assassinato no Paraná, Eduardo Bolsonaro participou de uma marcha pró-armas em Brasília. Aos palavrões, atacou entidades pacifistas como Sou da Paz e Viva Rio. “A gente não tem que respeitar esses caras não”, conclamou.

No dia seguinte, o deputado usou seu aniversário de 38 anos para fazer mais propaganda armamentista. O bolo foi decorado com a réplica de um revólver cercada por confeitos em forma de projéteis.

O discurso dos Bolsonaro é uma senha para produzir Guaranhos. A liberação indiscriminada das armas, transformada em política de governo, arrisca transformar o país num grande cenário de faroeste.

Alvo de uma facada na última eleição, Bolsonaro deveria desestimular a violência política. Em desvantagem nas pesquisas, prefere semear a barbárie e intimidar os adversários com ameaças de golpe.

Na segunda-feira, o capitão fingiu não ter responsabilidade pelo clima bélico da campanha. “O que eu tenho a ver com esse episódio?”, questionou. O general Hamilton Mourão disse que o assassinato do petista Marcelo Arruda “não é preocupante”: “Ocorre todo final de semana em todas as cidades do Brasil”.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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