Cinismo, terrorismo e a estranha democracia dos EUA

Sem moral e sem direito, EUA se julgam no direito de declarar como suas as riquezas da América Latina, classificar países como apoiadores do terrorismo e decidir quem deve presidir nações ao redor do mundo.

Nos EUA, tem quem creia que esse país é o dono do mundo. E o pior é que aqueles que creem nisso são os que governam, ou têm em suas mãos as rédeas do Poder. Isso explica o que foi dito pela General do Pentágono, Laura Richardson, Chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, que recentemente reiterou uma declaração formulada há alguns meses assegurando que as riquezas naturais da América “lhes pertencem”.

E essa é a política habitual do país do Norte, que se sente no dever de decidir quem deve ser Presidente nos países que têm subjugados, ou busca submeter. Para aplicar as orientações de sua política, a Casa Branca se vale de diversos recursos. Um, é o uso da poderosa ferramenta “dissuasiva” da que dispõe; mas outros são mecanismos de ordem política mediante as quais procura dobrar a resistência que encontra aos seus ditames.

Dessa concepção provém sua conhecida “lista” de Países Promotores do Terrorismo, que publica regularmente, e que hoje inclui Cuba. Cabe, nessa circunstância, formular duas perguntas: que direito tem os Estados Unidos de se colocar à frente de outras nações e dizer quais são as que “promovem o terrorismo”? E quais são os critérios que Washington usa para atribuir essa condição a determinados Estados Soberanos?

A resposta à primeira pregunta é clara: nenhum! Nenhum Estado, por grande e poderoso que seja, está acima de outros, nem pode se colocar na situação de juiz de ninguém. A democracia – seja capitalista ou socialista – parte de um princípio de igualdade que lhe é inerente: ninguém é superior a ninguém.

Sem motivos e sem direito
A segunda resposta é mais subjetiva. Como os administradores do Poder nos Estados Unidos agem em função do interesse do Grande Capital, então “as razões” que usam para julgar a outros correspondem aos propósitos que ele encarna. Por uma e outra razão, então, a “Yanquilândia” não tem direito algum de agir como o faz, nem em relação a Cuba, nem em relação a outros países.

No caso de Cuba, como se sabe, mantêm um brutal bloqueio há mais de 60 anos, mas contra a Venezuela esgrime hoje 920 sanções e contra a Rússia mais de 16 mil. Em todos os casos, a vontade de impô-las corresponde exclusivamente aos interesses que o governo dos Estados Unidos representa.

É claro que, para atuar desse modo, a administração norte-americana usa dois pesos e duas medidas. Agora se intromete na Venezuela, à raiz das eleições presidenciais recentes. E se dá ao luxo de ditar sanções contra a imprensa russa — RT — à qual busca castigar por ter opinado sobre as eleições que acontecem em novembro na terra de Lincoln. É claro que os Estados Unidos não toleram que ninguém se imiscua em seus próprios “assuntos”, apesar das poderosas razões que fluem da realidade.

Dois pesos e duas medidas
Recordemos que, em 2004, as eleições presidenciais nos EUA tiveram resultados tão estreitos entre George Bush e Al Gore que o candidato democrata não as reconheceu e pediu a recontagem dos votos no Estado da Florida, o que não foi aceito. O tema foi para a Corte Suprema, onde por 4 votos a 3 se convalidou uma diferença de 537 votos que “deu a vitória” ao Republicano, que foi proclamado por essa Corte.

Mais recentemente, em 2020, Donald Trump denunciou “fraude” nas eleições na qual Biden ganhou, e até tentou tomar o Capitólio para impor suas vontades. Alguém disse alguma coisa nessa circunstância? Foram questionados esses processos? Foram exigidas “as atas” ou “novas eleições”, como hoje se exige na pátria de Bolívar? Alguém propôs, porventura, reconhecer o “candidato derrotado” como o Presidente eleito dos Estados Unidos? Onde estiveram Mávila Huerta ou Fernando Carvalho, que não tocaram um pito na contenda?

Nada disso aconteceu. E esse país continuou regendo os destinos de todos porque era “a primeira potência mundial”. Deu-se ao luxo, então, de invadir Iraque, Afeganistão, Síria ou Líbia; e assassinar mandatários como Saddam Hussein ou Muamar Gadafi; ou encarcerá-los como Slobodan Milosevic, na Sérvia, ou Manuel Antônio Noriega, no Panamá.

Terrorismo made in USA
Criou cárceres clandestinos, centros de tortura e campos de concentração no Iraque, na Romênia, na Polônia e em outros países. Organizou voos secretos para transferir “prisioneiros” de um continente a outro e encarcerá-los na Base Naval de Guantánamo, em Cuba. Oficializou a tortura, e criou grupos terroristas em distintos países para consumar atentados, colocar bombas e até matar adversários. Não foram atos terroristas os assassinatos de Orlando Letellier, Juan José Torres, Carlos Pratt ou o general Schneider?

Por acaso não foram atos terroristas os consumados por Posada Carriles, ou o assassinato de Fe del Valle no incêndio de “El Encanto”, os 700 atentados contra Fidel, ou a morte do turista italiano Fabio Di Celmo em um hotel de Havana?

*Diálogos do Sul

As críticas a Michelle Bolsonaro dentro do PL

Lideranças do PL vêm reclamando sobre Michelle Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

A principal queixa é que Michelle quer viajar com uma equipe grande de assessores para as agendas eleitorais de que tem participado.

Ela também não aceitaria hotéis no mesmo padrão em que outros no PL ficam, e exigiria acomodações mais caras.

Há quem diga também que a ex-primeira-dama está “deslumbrada” com a importância que está tendo dentro do partido.

Michelle é presidente do PL Mulher e é incumbida da missão de aumentar o eleitorado feminino e a nominata de mulheres do partido. A ex-primeira-dama está viajando o Brasil em agendas das eleições municipais, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

Para combater as queimadas, Brasil precisa se libertar do agro

Agronegócio segue extremamente poderoso no Brasil, mesmo sob Lula. O estado brasileiro segue gastando muito mais com grandes fazendeiros do que com a agricultura familiar, social e ambientalmente melhor.

O Brasil está pegando fogo, no pior dos sentidos. Não é nem necessário acompanhar as matérias jornalísticas e análises ambientais sobre os focos de incêndio em todos os biomas brasileiros.

Até quem mora em grandes cidades e, infelizmente, não se enxerga de maneira integrada à natureza, percebeu a insalubridade do ar e o tom apocalíptico do céu acima de nós.

Em 2019, quando o céu de cidades grandes como São Paulo escureceu diante das queimadas criminosas e gigantescas na Amazônia no “Dia do Fogo”, no primeiro ano do governo abertamente ecocida de Jair Bolsonaro, o debate sobre a violência ambiental do agronegócio e a necessidade vital de proteger e recuperar nossas florestas levou a mobilizações de rua, algumas até mesmo espontâneas, sem grandes convocatórias por organizações de esquerda.

Passamos longos quatro anos sob Bolsonaro como testemunhas de uma boiada que não parava de passar. A visão explícita da destruição da natureza e da vida pelo bolsonarismo fez com que até gente de esquerda que antes desmerecia a pauta ambiental, passasse a denunciar a atuação de Ricardo Salles e a sanha avassaladora de Bolsonaro em sua aliança inabalável com fazendeiros que podiam absolutamente tudo: queimar, roubar, sequestrar, torturar e matar.

É 2024, e apesar do compromisso do governo Lula com a redução do desmatamento na Amazônia, de termos novamente uma ministra do meio ambiente (e mudança do clima) comprometida e políticas ambientais progressistas, nos encontramos em situação de insalubridade socioambiental.

As políticas do governo atual simplesmente são insuficientes diante da manutenção do poder de classe do agronegócio destrutivo que não pretende mudar a forma com que se acostumou a agir ao lado de Bolsonaro. Nossos servidores ambientais não recebem a estrutura e valorização necessárias para executar suas funções.

Para piorar, vivemos sob desmobilização generalizada, quando tudo que é ruim começa a parecer normal depois de um tempo: Gaza é somente mais um genocídio do outro lado do mundo; Rio Grande do Sul já está se reconstruindo; o Pantanal pega fogo mesmo de vez em quando…

Diante da desmobilização, vivemos uma política de contenção: nosso governo aposta em “transição energética” e “transformação ecológica” – definidas nos moldes do capitalismo verde -, restaura políticas alimentares importantes no combate à fome e no fortalecimento do pequeno agricultor, investe novamente em educação pública e interrompe a política anterior de perseguição a jornalistas.

Como presidente, Lula indica uma preocupação profunda com as consequências e impactos negativos na vida do povo brasileiro. Reconheço isso não como maneira de me blindar de reclamações sobre a crítica que apresentarei aqui, mas porque é nesse reconhecimento das políticas de governo que cuidam do que é impactado que vemos quão improdutivo, ineficiente e contraditório é implementá-las sem as devidas políticas que também combatem as causas de nossas crises.

Para facilitar o caminho de derrota institucional da extrema direita e garantir maior estabilidade no Brasil, é essencial fortalecer o governo atual. Para tal, políticas ambientais mais integradas são essenciais, assim como romper com políticas que seguem favorecendo o agronegócio enquanto este lucra ao custo de nossas florestas e nossos pulmões.

A crise ambiental é uma crise política e econômica
O agronegócio brasileiro conseguiu convencer grande parte da população brasileira de que não podemos viver sem ele. Dizem que é o agro que nos alimenta e que carrega nossa economia.

Há um fundo de verdade nessas duas alegações, pois o agro influencia o que é plantado, asfixia alternativas de produção de menor escala, hegemoniza recursos estatais para o setor agrícola, e assim cresce e lucra mesmo quando o restante da economia vai mal.

O que a propaganda do agro não conta é que, para lucrar, o agro também prejudica intencionalmente outros setores econômicos e destrói possibilidades de um presente e futuros mais sustentáveis.

A elite agrária legitima sua existência entrando nas casas do povo através do seu consumo cotidiano, seja no quilo da carne – associado à mobilidade social e poder de consumo – seja pelas músicas de um sertanejo cada dia mais conservador e empresário cujas letras e cantores agem como verdadeiros embaixadores.

Por mais que apontemos dados sobre hábitos alimentares que demonstram que a produção do agronegócio é muito mais ligada à exportação de commodities pertencentes ao sistema destrutivo de monocultivo ou confinamento animal, isso não basta para convencer a população de que poderíamos nos alimentar sem o agronegócio.

A verdade é que os pequenos produtores não conseguiriam fazê-lo hoje de forma autônoma, recebendo os valores justos que merecem e com os métodos agroecológicos que necessitamos.

Por mais que seja doloroso admitir como defensores da reforma agrária popular, sabemos que materialmente não estamos prontos para o fim do agro. Uma das principais razões para isso é que onde temos capacidade de intervir para reduzir a participação do agronegócio na economia brasileira, agimos para incentivá-la e aumentá-la.

A diferença de investimento federal para o agronegócio e para a agricultura familiar é exorbitante. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 destinou 76 bilhões em créditos rurais, anunciado pelo presidente Lula como um plano que “pode não ser tudo que a gente precisa, mas é o melhor que a gente pode fazer”.

Enquanto isso, o Plano Safra 2024/2025 que atende ao agronegócio destinou R$400,59 bilhões. Por mais que o governo sinalize que é importante aumentar a produtividade da agricultura familiar no que tange à produção de alimentos, é evidente que o esforço é de incentivo aos pequenos produtores, que precisam de infraestrutura adequada para produzir e comercializar, mas também à manutenção de uma estrutura produtiva desigual na terra.

Os resultados são vários. Por exemplo, a mesma cadeia de comercialização de agrotóxicos e fertilizantes que movimenta o agronegócio também chega ao pequeno produtor que não vê alternativa para competir sem aderir à monocultura de produção, mesmo que em pequena escala.

Além disso, a dureza da vida no campo é acentuada pela ameaça de violência, sobretudo aos povos indígenas, assentados e sem-terra que se organizam em resistência e retomadas. Finalmente, por vezes, a produção familiar é perdida ou desperdiçada porque não é escoada até o consumidor final, o que piora diante de secas ou enchentes extremas e a oscilação de preços influenciada pelos grandes produtores.

Nessa linha, até a agricultura familiar se vê orientada a produzir commodities, como Paulo Petersen, da Articulação Nacional de Agroecologia. É com bastante dificuldade que a agricultura familiar ainda coloca comida na mesa do brasileiro. Sem uma política que também enfrente a lógica de produção do agronegócio, a agricultura familiar nunca terá condições de substituir o agronegócio em tamanho e influência, enfim eliminando nossa gigantesca dependência econômica do agronegócio.

*Intercept

Assessor de Arthur Lira tenta resgatar dinheiro de operação sobre kit de robótica

STF analisa pedidos para reaver grande quantia de dinheiro apreendida em cofre e malas.

O STF (Supremo Tribunal Federal) analisa pedidos de investigados para resgatar uma grande quantia de dinheiro apreendida, em 2023, em cofre e malas durante as investigações do caso de compras suspeitas de kits de robótica.

Toda a investigação -que envolve pessoas ligadas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)- foi arquivada por decisão do ministro Gilmar Mendes em setembro do ano passado, com anulação de provas colhidas e devolução de bens apreendidos, como automóveis e computadores. O dinheiro em espécie encontrado pela polícia, no entanto, ficou parado.

Um assessor de Lira, a mulher e o motorista dele -com quem foram encontradas listas de pagamentos de contas do presidente da Câmara– ingressaram com pedidos para reaver os valores. Também fez a mesma solicitação um policial civil e empresário, em cujo escritório foi encontrado um cofre com cerca de R$ 4 milhões.

Gilmar Mendes negou esses pedidos sob o entendimento de que há dúvidas sobre a origem lícita do dinheiro aprendido na investigação criminal que ele mesmo anulou. Segundo a decisão do ministro do STF, os interessados devem agora entrar com uma ação civil para provar que o recurso foi obtido de forma legal.

A partir desta sexta-feira (20), a Segundo Turma do STF iniciou julgamento, no formato virtual, de um recurso envolvendo pedido para liberação de outros valores. O recurso foi impetrado após a negativa de Gilmar.

Em abril de 2022, a Folha mostrou que o governo Jair Bolsonaro (PL) repassou R$ 26 milhões para sete cidades alagoanas adquirirem kits de robótica. Os municípios tinham contratos com uma empresa, a Megalic, ligada a uma família aliada ao grupo político do presidente da Câmara.

A Folha revelou naquele mesmo mês indícios de fraudes nas licitações realizadas nos municípios, e pelas quais os kits foram comprados com dinheiro de emendas de relator. Também mostrou que a Megalic pagou R$ 2.700 pelos equipamentos e os vendeu por R$ 14 mil –a empresa nega irregularidades.

Foi com base nessas reportagens que a Polícia Federal iniciou a investigação. A corporação chegou a supostos operadores e ao assessor de Lira por meio de rastreio de valores e suspeitos, segundo o ICL.

Luciano Ferreira Cavalcante e Glaucia Cavalcante, respectivamente assessor de Lira e sua esposa, pediram ao STF a restituição de R$ 107,5 mil, segundo o relatório do caso. Essa quantia fora apreendida em uma mala na residência do casal, em Alagoas, durante a Operação Hefesto, da PF.

Além disso, Wanderson de Jesus, motorista de Luciano, pediu a devolução de R$ 150 mil. Esse dinheiro foi recolhido pelos policiais na mesma operação, também dentro de uma mala. Nesta mesma apreensão os investigadores encontraram anotações de pagamentos relacionados ao nome “Arthur”.

Arthur Lira e seu assessor Luciano Cavalcante

Assessoria de Lira informou que ele não iria se pronunciar
Procurada, a defesa de Luciano, Glaucia e Wanderson não se manifestou. A assessoria de Lira informou que ele não iria se pronunciar.

Ao analisar a numeração das cédulas encontradas com o motorista, a PF comprovou que se trata do mesmo dinheiro sacado em banco por uma pessoa identificada como operador do esquema em Brasília.

Pedro Magno, que sacou o recurso, foi flagrado pelos investigadores tanto com o motorista Wanderson quanto na casa de Luciano, em Alagoas. Em entrevista ao jornal O Globo, Wanderson disse que o dinheiro era de Luciano.

Ainda há o pedido no STF pelo desbloqueio de R$ 3,5 milhões e US$ 24 mil, valores aprendido em um cofre e cuja divulgação das imagem ganhou grande repercussão. O montante estava em um escritório do policial e empresário Murilo Sergio Juca Nogueira Junior.

Também investigado pela PF, Murilo recebeu transferências dos donos da Megalic e é dono de uma picape Toyota Hilux preta utilizada por Pedro Magno para, segundo a polícia, levar dinheiro em Maceió à casa de Luciano Cavalcante. A Folha de S.Paulo revelou que o mesmo veículo foi usado por Lira na campanha de 2022.

A defesa de Murilo foi procurada, mas não respondeu.

Após o pedido para reaverem o dinheiro, a AGU (Advocacia-Geral da União) e a PGR (Procuradoria-Geral da República) levantaram questionamentos sobre quem eram os verdadeiros donos das “grandes somas de dinheiro em espécie” apreendidos “em cofres, malas ou mochilas, no contexto de investigação de suposto desvio de verbas públicas da União”.

Gilmar decidiu, inicialmente de forma individual, que esses valores permaneçam bloqueados em uma conta vinculada ao processo, até que seja decidido a quem as quantias pertencem.

“Como condição para liberação do dinheiro, os interessados deverão ingressar com ação cível contra a União e comprovar a origem lícita do numerário. Essa cautela ocorre não apenas em atenção ao disposto na lei, como também por dever de prudência”, disse o ministro em sua decisão.

“Afinal, os valores tratados nesses autos remontam a grandes quantias de dinheiro, que estavam acondicionadas em cofres, mochilas ou malas, ou foram bloqueadas pelo Sisbajud [sistema de bloqueio de ativos], sem que se tenha segurança acerca de sua titularidade.”

Uma parte dos investigados no caso recorreu dessa decisão, e pediu que a devolução dos valores bloqueados seja julgada de forma colegiada no Supremo. O que pode criar um precedente para que os demais envolvidos no processo também façam o mesmo pedido.

Além de Gilmar, são integrantes da Segunda Turma do STF os ministros Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Edson Fachin, que ainda não apresentaram os seus votos.

Gilmar Mendes suspendeu o inquérito policial sobre as denúncias envolvendo a compra de kits de robótica ao concordar com argumento de Lira de que a PF teria desrespeitado seu foro especial no andamento do caso.

O ministro disse que a autoridade policial instaurou investigação a partir de notícia jornalística “que expressamente sugeria o envolvimento de parlamentar federal em suposto esquema de malversação de recursos públicos”.

Os Gigantes: municípios administrados por latifundiários retornam a lista de desmatadores

In Amazônia, De Olho na Política, De Olho no Agronegócio, De Olho no Ambiente, Desmatamento, Em destaque, Principal, Últimas.

Marcelândia e Querência (MT) deixaram lista prioritária do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, mas regressaram em gestão de prefeitos fazendeiros; dossiê explora conflitos de interesses nos cem maiores municípios do país.

Estabelecida a partir do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), a lista de municípios prioritários teve sua primeira versão publicada em 2008. Desde então, tornou-se um dos principais instrumentos de política pública por trás da redução drástica do desmatamento no bioma. Em 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT), o corte de vegetação atingiu sua mínima histórica, com 4,6 mil km² de perda florestal anual.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o programa foi paralisado. Uma das poucas atualizações realizadas no período foi a revisão da lista prioritária, publicada em 2021, com 52 municípios. Entre eles, 29 deles pertencem à lista dos cem maiores municípios do país.

Os dados integram o dossiê “Os Gigantes”, publicado no dia 5 pelo De Olho nos Ruralistas. Realizado ao longo de quatro meses, o estudo detalha as políticas ambientais e climáticas dessas cem prefeituras, espalhadas por onze estados e que, juntas, administram uma área equivalente a 37% do território brasileiro.

Oito novos municípios foram incluídos pela primeira vez na lista do PPCDAm, enquanto outros cinco foram devolvidos à condição de prioritários. Entre eles, dois são destaque por integrarem os Gigantes e serem administrados por prefeitos latifundiários: Querência e Marcelândia, ambos no Mato Grosso.

Os dois possuem secretarias de Meio Ambiente unificadas com Agricultura, conforme mostramos em reportagem anterior da série, que detalha os achados do dossiê: “Os Gigantes: 30 municípios têm secretarias de ambiente fundidas com agronegócio, mineração e turismo“.

PREFEITO DE MARCELÂNDIA É SÓCIO DE COLONIZADORA RÉ POR DESMATAMENTO
O município de Marcelândia é o 97º na lista dos cem maiores do país. Ele deixou a lista do PPCDAm em 2013. A conquista foi fruto de uma bem-sucedida política de controle estabelecida por Adalberto Diamante (PR), prefeito entre 2005 e 2012.

Na administração seguinte, de Arnóbio Vieira de Andrade (PSD), as ações regrediram, levando Marcelândia de volta à relação dos maiores desmatadores da Amazônia, formalizada em portaria de 2018. Sob Arnóbio, a perda florestal anual saltou de 12 km², quando assumiu, para 112 km² em 2020 — posicionando o município entre os vinte maiores desmatadores da Amazônia naquele ano.

Ele foi sucedido por outro pecuarista, Celso Padovani (DEM), que concorreu sozinho ao cargo nas eleições de 2020. Na ocasião, ele declarava um patrimônio de R$ 10,5 milhões, que incluía fazendas, veículos e 1.694 cabeças de gado. Em 2024, ele novamente concorre sozinho. Seu patrimônio aumentou para R$ 16,1 milhões.

O político é sócio da Celso Padovani & Cia Ltda, razão social da Pronorte Colonização, uma das principais imobiliárias agrícolas do Mato Grosso. A empresa é ré em uma ação civil pública movida em 2021 pela Força-Tarefa em Defesa da Amazônia (Amazônia Protege). A ação visa a recuperação de 6.117 hectares, desmatados sem autorização no imóvel Projeto Santa Rita, em Marcelândia. A autuação ocorreu em 2007, por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o processo, a empresa reincidiu na prática outras duas vezes, entre 2016 e 2018.

A Força-Tarefa solicita a recuperação imediata da área e pede o pagamento de uma multa de R$ 42,3 milhões. A Pronorte, por sua vez, diz que o corte de vegetação foi realizado por arrendatários e compradores dos imóveis do Projeto Santa Rita, e que não é responsável pelo dano ambiental. O processo corre na 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Sinop (MT).

*De Olho nos Ruralistas

O coach dos trilhões errou feio ao tentar imitar o animal Jair Bolsonaro.

Sem Sergio Moro, jamais Bolsonaro chegaria ao poder. Lula o venceria no primeiro turno, como mostravam as pesquisas.

Foi o juiz corrupto e ladrão, como bem definiu o grande Glauber Braga, que prendeu Lula para Bolsonaro vencer.

A farsa da facada, foi armada para Bolsonaro fugir do debate com Haddad. Não teve comoção nenhuma.

O que matou Marçal, foram justamente os debates. O cara é um bosta como Bolsonaro. A diferença é que Bolsonaro sabia disso, e Marçal, que se acha o super esperto, está como peixe morrendo pela boca nos debates.

Ataque israelense a Beirute deixa 14 mortos e 66 feridos, diz ministério

Israel diz que tinha como alvo Ibrahim Aqil, integrante importante do Hezbollah.

Ao menos 14 pessoas morreram e outras 66 ficaram feridas em um ataque israelense no sul de Beirute nesta sexta-feira (20), disse o Ministério da Saúde do Líbano. Pelo menos nove dos hospitalizados estão em estado crítico, ainda segundo a pasta.

O ataque destruiu um prédio de vários andares em um bairro residencial. Uma equipe da CNN no local viu uma mobilização em massa para resgatar pessoas debaixo dos escombros.

Israel afirmou que matou Ibrahim Aqil, integrante importante do Hezbollah, que seria parte da força de elite Radwan.

A ofensiva desta terça é a terceira contra a capital libanesa neste ano.

Em janeiro, um ataque aéreo israelense matou Saleh Al-Arouri, vice-chefe da ala militar do Hamas, que estava morando em Beirute.

Em julho, um segundo ataque israelense em Beirute matou o oficial militar mais graduado do Hezbollah, Fu’ad Shukr.

Vídeo: deputado Glauber Braga é preso pela PM durante ato na Uerj

Parlamentar do PSol foi colocado dentro de um blindado da Tropa de Choque da PM do Rio em meio a protesto que ocorria na universidade,

O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) foi preso na tarde desta sexta-feira (20/9) durante um ato na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). O parlamentar foi levado pela Tropa de Choque da Polícia Militar e colocado dentro de um blindado de operações da corporação.

Glauber participa de diversos atos em defesa de seu mandato. Ele é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara após ter expulso um manifestante do Movimento Brasil Livre (MBL) da sede da instituição, em Brasília.

Assista ao momento em que deputado é levado pela PM

Com Lula, Brasil avança em índice global de democracias e melhora quadro na América Latina

Relatório destaca progresso democrático no país, com melhorias em indicadores após períodos de queda.

O Brasil apresentou um avanço significativo no ranking mundial de democracias, destacando-se de maneira positiva em relação aos demais países da América Latina. A informação foi divulgada em um estudo recente que analisou a evolução dos indicadores democráticos em várias nações, inclusive naquelas que enfrentaram momentos de instabilidade nos últimos anos.

De acordo com o relatório, citado pelo Estado de S. Paulo, o Brasil foi mencionado especificamente na categoria de “democratização”, que mede a recuperação de indicadores democráticos após períodos de deterioração. Essa melhora ocorre em um contexto global onde a democracia enfrenta desafios em diversas regiões, como destacou o estudo ao afirmar que a democracia está em declínio em metade dos 60 países que votarão no chamado ‘ano das eleições’.

Além disso, o estudo revelou que, embora muitos países ainda enfrentem crises políticas e retrocessos democráticos, o Brasil conseguiu reverter algumas das tendências negativas que marcaram os últimos anos. O relatório aponta que o papel do Brasil na América Latina é fundamental para o equilíbrio democrático na região. A recuperação do país é vista como um sinal de resiliência das suas instituições e do processo eleitoral.

O relatório ressalta também a importância do engajamento cívico e das eleições livres e justas como pilares para o fortalecimento da democracia no Brasil. A maior participação da sociedade civil, o fortalecimento das instituições e o respeito ao Estado de Direito foram fatores essenciais para a melhora dos índices brasileiros.

Entretanto, o estudo alerta que, apesar dos avanços, há desafios a serem enfrentados. A estabilidade política ainda é um ponto sensível, e o risco de polarização extrema pode comprometer os ganhos obtidos até agora. Contudo, a trajetória recente do Brasil é vista como um exemplo de como países podem superar períodos de turbulência política e fortalecer suas democracias.

Israel bombardeia Beirute no maior ataque ao Líbano desde o início da guerra; Hezbollah lança 150 foguetes

Fontes do governo do Líbano afirmaram à agência de noticias Reuters que dispositivos tinha PETN, explosivo muito utlizado em operações militares. Aparelhos explodiram em série na quarta-feira (18), matando 25 e ferindo centenas. Hezbollah culpou Israel e lançou 150 foguetes nesta sexta.

Israel e o Hezbollah trocaram fortes ataques nesta sexta-feira (20) após a explosão de pagers e “walkie-talkies” do grupo terrorista no Líbano esta semana.

Nesta manhã, o Exército de Israel bombardeou o subúrbio de Beirute. O ataque foi o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra com o Hamas, em outubro do ano passado, segundo disseram fontes do governo libanês disseram à agência de notícias Reuters.

A imprensa local afirmou que cinco crianças morreram no ataque e que um dos chefes do Hezbollah na capital libanesa também foi atingido. A rádio militar de Israel confirmou que um dos alvos da ofensiva era o Ibrahim Aqil, comandante de operações do Hezbollah em Beirute.

Já o Hezbollah disse ter lançado 150 foguetes no norte de Israel em sete ataques separados. Já Israel disse ter bombardeado alvos do grupo extremista no sul do Líbano, onde o Hezbollah atua.

O Hezbollah afirmou ter utilizado nos ataques os foguetes do tipo Katyusha, desenvolvidos na antiga União Soviética e que são capazes de driblar os sistemas de defesa de Israel.

O serviço de emergência israelense disse que não havia relato de vítimas até a última atualização desta reportagem.

O grupo extremista culpa Israel pela série de explosões de pagers e “walkie-talkies” de membros do Hezbollah entre terça (17) e quarta-feira (18) matou 37 pessoas e deixou mais de três mil feridos no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Israel não se não se pronunciou, mas, um dia após as explosões, anunciou que estava transferindo o foco de suas ações militares para o norte do país, perto da fronteira com o sul do Líbano.

Também nesta sexta, fontes do governo libanês afirmaram à agência de notícias Reuters que as baterias dos “walkie-talkies” do grupo extremista Hezbollah que explodiram na quarta-feira (18) estavam contaminadas com PETN, um composto altamente explosivo, afirmaram nesta sexta-feira (20) .

Membros do governo próximos à investigações do caso disseram à Reuters que a maneira como o PETN foi integrado às baterias, muito sofisticada, fez com que os explosivos não fossem detectados ao entrar no Líbano.