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Participação de igrejas evangélicas no golpe da Bolívia é denunciada por pastor

“Um dos primeiros gestos dos golpistas foi retirar a bandeira Wiphala, dos povos indígenas, da Assembleia Legislativa, o que revela o seu caráter racista e fascista”

Lamento profundamente o envolvimento de igrejas evangélicas brasileiras no golpe de estado promovido na Bolívia e que culminou na renúncia de seu presidente democraticamente eleito Evo Morales, primeiro presidente indígena de um país latino-americano. Todavia, confesso que não me surpreendo por saber que muitas destas igrejas estão à serviço da agenda norte-americana que tem como objetivo consolidar a América Latina como seu quintal.

Um dos primeiros gestos dos golpistas foi retirar a bandeira Wiphala, dos povos indígenas da Bolívia, da Assembleia Legislativa, o que revela o seu caráter racista e fascista.

Em pronunciamento oficial, Evo Morales renunciou para evitar um banho de sangue em seu país. Algumas horas antes, as casas da irmã do presidente e de dois governadores de seu partido foram incendiadas.

A renúncia foi anunciada pouco depois das Forças Armadas e da Defensoria Pública boliviana aderirem ao golpismo promovido pela oposição, capitaneada por Luis Fernando Camacho e Carlos Mesa, segundo colocado nas eleições de 20 de novembro. O pleito, rejeitado pela direita, garantiu um quarto mandato ao ex-líder sindical indígena.

Fernando Camacho entrou no Palácio do governo munido de uma Bíblia pouco antes da declaração oficial de Morales, demonstrando ser um dos principais artífices do golpe. De joelhos dobrados, numa cena que claramente visava agradar a seus apoiadores fundamentalistas, Camacho colocou a Bíblia aberta sobre a bandeira do país, depois já haver afirmado que traria Deus de volta ao palácio.

Triste mesmo foi ver os líderes evangélicos brasileiros celebrando o atentado contra a democracia. É justamente por associar-se à agenda neoliberal e ao imperialismo norte-americano que as igrejas evangélicas sofrem tantas perseguições mundo afora. Uma coisa é ser perseguido por amor a Cristo e ao evangelho. Outra totalmente diferente é ser perseguido justamente por opor-se aos direitos das minorias e aliar-se a interesses escusos contrários aos princípios pregados por Jesus.

Depois do ocorrido na Venezuela e na Bolívia, o Brasil deveria colocar as barbas de molho. As forças contrárias à democracia e à ascensão das classes trabalhadoras não vão deixar barato o ocorrido na Argentina e no Chile. A Bolívia é só um recado.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

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Ranking de confiança do Banco Mundial chuta o Brasil de Bolsonaro para o buraco da 124ª posição

Bom, o sujeito está na China que é a 2ª maior economia do mundo em que o Estado é a sua grande locomotiva. E o que diz Bolsonaro hoje de dentro da China? Que bom mesmo é o Estado mínimo e distante da economia, mas está lá de penico na mão, pedindo pelo amor de Deus que os comunistas salvem seu governo da falência, investindo no país, mas, em entrevista hoje, fala que o Estado tem que ser mínimo, o resultado só pode ser este mesmo.

Um presidente desse, presta?

Pior que Temer

Em quase um ano de governo e Bolsonaro já supera em desastre o que foi o desastroso governo do golpista Temer.

Com Temer, o Brasil já havia despencado para o 109º lugar no Ranking de confiança do Banco Mundial. Vem Bolsonaro e ainda joga mais terra na moribunda economia com mais choque de neoliberalismo pauloguedista e lá vai o Brasil para na 124ª posição.

Isso não é pouca coisa, o tombo foi grande, pois caiu 15 posições no ranking, denunciando que o modo de pensar economia desse governo é uma verdadeira desgraça e a mentira neoliberal que Paulo Guedes representa.

Nisso, não há nada de espantoso. O Brasil já vinha mal das pernas no governo Figueiredo inclinado ao neoliberalismo, sua lambança explodiu no colo do, também neoliberal, Sarney, com a hiperinflação. Em seguida, vem Collor, com seu choque de mercado neoliberal, toma a poupança dos brasileiros e aumenta ainda mais a hiperinflação. Depois vem FHC, o príncipe do neoliberalismo e privataria nativos e seu Plano Real, copiado do falido plano Cavallo na Argentina de Menem, e o Brasil quebra três vezes em oito anos de seu governo.

Então, entra o governo do PT, com Lula e Dilma, o Brasil passa a ser a 6ª economia global, chega ao pleno emprego com o maior poder de compra da história do salário mínimo, até Dilma ser sabotada por Moro, Aécio, Temer e Cunha, com a bênção de FHC e do STF para, assim, chegar a um governo Temer que prometeu, através de reformas contra os trabalhadores, mais emprego e renda, além do corte na saúde e educação com o pretexto de fortalecer o Estado.

E o que assistimos no final de seu governo? Zero de aprovação e um vampiro seco e embalsamado, pendurado em uma parede do Palácio do Planalto, esperando a hora da mudança para ser removido e, no lugar, colocar coisa ainda pior, chamada Bolsonaro, como mostra o ranking de confiança do Banco Mundial.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

 

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Vídeos – Chile: Bolsonaro, no Japão, diz que as Forças Armadas estão preparadas para agir como no Chile

“As manifestações no Chile têm como uma das principais motivações a liquidação da previdência pública. O povo tá cansado de pagar pelo enriquecimento do mercado financeiro. Essa indecência moral encontrará cada vez mais resistência”. Ivan Valente.

O Chile é um exemplo do que o neofascismo é capaz e que tomou conta da América Latina, incluindo o Brasil. O Chile hoje, sem dúvida, pode ser o Brasil de amanhã. Os brasileiros já estão com a água até o pescoço. É questão de tempo.

Seguem abaixo vídeos que explicitam a violência e o massacre contra o povo que a polícia chilena vem impondo. Cenas com mortes e violência estarrecedora.

https://twitter.com/cesaraugfabbri/status/1186932644770136064?s=20

Neste vídeo abaixo, policias chilenos cheiram cocaína se preparando para conter as manifestações.

https://twitter.com/Don_dolape/status/1187007637164118016?s=20

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Chile hoje pode ser o Brasil de amanhã

Se uma pessoa enfiar a cabeça em um forno e colocar pernas e tronco numa geladeira vai sofrer bastante apesar de ter, na média, uma boa temperatura do corpo.

Essa é uma anedota usada por professores de Economia para alertar alunos que números crus não traduzem a realidade social.

Como nessa comparação, os protestos no Chile mostram que, apesar de haver indicadores da economia melhores que os do Brasil, por exemplo, a população está sofrendo porque os ricos estão mais endinheirados e os pobres mais miseráveis.

O que deu errado na economia chilena?

O Brasil tem algo a aprender?

Compare indicadores de Chile e Brasil Salário mínimo:

R$ 1.700 (Chile) / R$ 998 (Brasil)

Renda média anual: US$ 25,2 mil (Chile) / US$ 15,7 mil (Brasil)

Desemprego: 7,3% (Chile) / 12,2% (Brasil)

Inflação: 2,4% (Chile) / 2,9% (Brasil)

Expectativa de alta do PIB neste ano: 2,9% (Chile) / menos de 1% (Brasil)

Brasil tem de olhar o que acontece no Chile

“O maior problema no Chile é a péssima distribuição de renda”, afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Paulo Feldmann.

São poucos os lugares do mundo em que o 1% mais rico da população ganha mais de 25% da renda total do país. Na América Latina, em apenas dois países isso acontece: no Chile e no Brasil Paulo Feldmann, professor da USP.

Para Feldmann, o Brasil precisa ficar atento ao que aconteceu no Chile.

“O Chile foi o primeiro país da América Latina a entrar de cabeça na política neoliberal, quando o governo acredita que o mercado resolve tudo. E a verdade é que muitas vezes o governo precisa planejar a economia”

Previdência privada e suicídio de idosos

Para o economista e professor da PUC-SP, Carlos Eduardo Carvalho, um dos principais sintomas dessa desigualdade no Chile é o sistema de aposentadoria.

“A questão da previdência é gravíssima”, declarou. O sistema de previdência, que era público, mudou nos anos 1980.

Cada trabalhador teve que assumir a própria poupança para o futuro.

Sem nenhum centavo do governo nem das empresas, as pessoas tiveram que passar a reservar de 10% a 15% da renda para a aposentadoria, colocando o dinheiro em empresas privadas, para investir no mercado financeiro.

Como a idade mínima para aposentadoria é de 60 anos para mulheres e 65 para homens, só agora as pessoas perceberam que essa reserva não é suficiente para pagar as contas.

E elas não têm a quem recorrer. Um quadro que tem levado desespero a muitos idosos.

Segundo dados do próprio governo chileno, o número de suicídios entre os maiores de 80 anos chegou a 17,7 para cada 100 mil habitantes, o percentual mais alto na América Latina.

O atual modelo econômico do Chile não consegue dar uma resposta para esse aumento da desigualdade. As pessoas estão desencantadas e se afastando da política.

Preço do cobre caiu; peso chileno está desvalorizado

O economista afirma que a economia chilena é baseada na exportação de produtos primários.

O cobre, a principal fonte de riqueza do Chile, vale hoje 40% menos que em 2011

O peso do chileno também está se desvalorizando. Caiu 25% desde fevereiro do ano passado.

Aumento do metrô: dinheiro tem de vir de algum lugar

Quando o governo decidiu aumentar a tarifa do metrô, foi como acender um fósforo perto de um barril de gasolina.

“Não existe almoço grátis”, disse o professor do Insper, Roberto Dumas. Eles [manifestantes] querem mais presença de Estado, mas o dinheiro tem que vir de algum lugar.

E a única forma de reduzir desigualdade é com crescimento econômico.

 

 

*Com informações do Uol

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Papa reage a Bolsonaro e ao avanço evangélico; Sínodo da Amazônia terá encontro com governadores

Durante a realização da cúpula, boa parte dos governadores deve criticar a desastrosa política ambiental imposta pelo governo.

Em reação à postura do governo de Jair Bolsonaro em relação ao 11º Sínodo da Amazônia, o Vaticano marcou para o dia 28 de outubro a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia.

O encontro, com a presença do Papa Francisco, foi marcado depois de um pedido conjunto dos governadores de estados brasileiros, que formam a chamada Amazônia Legal. A cúpula será realizada um dia após o encerramento do Sínodo, na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.

O Sínodo vem recebendo diversas críticas do governo e da comunidade evangélica. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandado pelo ministro general Augusto Heleno, revelou preocupação com “alguns pontos da pauta”, incluindo questões de “soberania nacional”. Em tom de acusação, o governo diz que o evento representa a “esquerdização” da Igreja.

Os países da Pan Amazônia são Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname. Nove estados brasileiros integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

Quase todos os representantes brasileiros já confirmaram presença ao evento.

Boa parte dos governadores deve criticar a desastrosa política ambiental imposta pelo governo Bolsonaro.

Oficialmente, o tema para inaugurar a agenda do encontro dos governadores será “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”.

 

 

*Com informações da Forum/G1

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Vídeo: A insurreição em Quito contra o neoliberalismo

Não há como não se enfurecer contra a escravidão moderna que os neoliberais querem enfiar goela abaixo dos povos latino-americanos, usando os artifícios mais imundos que as oligarquias locais e internacionais podem usar, entre eles, os que desempenham o papel institucional mais sujo, mais imoral e o que causa mais indignação, que são a mídia e o judiciário.

As mesmas práticas para produzir os mesmos resultados têm sido aplicadas contra governos progressistas em nome do progresso dos estúpidos, transformando a América Latina em um continente de regime de trabalho neoescravocrata.

Argentina, Brasil, Equador, Peru e Colômbia, todos os governos vendidos para o mercado e bem longe das necessidades do povo, variando apenas, segundo fatores estruturais e conjunturais de cada país. É uma nova fase do primitivismo de acumulação de capital que tem proporcionado a quebra dos governos e o empobrecimento assustadoramente desenfreado da população.

Todos desenvolvem um comportamento de total dependência dos EUA, transformando-se num braço dos interesses de Washington em consequência da exposição americana nesses países.

Por isso, a negação do direito à cidadania, a manipulação pela mídia e o esfolamento da mão de obra transformaram-se em matéria-prima fundamental para esse apartheid latino-americano.

A reação do povo no Equador pode ser um bom sinal contra a mentalidade reinante nos países de governos neoliberais que implantam um dos mais duros sistemas de escravidão moderna de que se tem notícia em boa parte do continente, porque pode ser, sobretudo, a fagulha que provocará uma explosão nos países contra essa dominação do capital sobre os povos.

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Emir Sader: A direita latino-americana apodrece

O retorno eufórico da direita a governos latino-americanos produziu a derrota espetacular, o estado de exceção de Lenin Moreno no Equador, para tentar conter a ira popular contra o seu pacote neoliberal, a projeção de Bolsonaro como o mais ridículo, caricato e grotesco chefe de Estado do mundo. Esses eram os personagens que iriam recolocar as economias dos nossos países na linha, sanear as finanças públicas, recuperar o prestígio internacional dos nossos países, terminar com a corrupção, superar os governos populistas e fazer nossos países chegarem à estabilidade, o desenvolvimento e o bem-estar social.

Passou pouco tempo, até que os personagens heroicos da restauração neoliberal sejam personagens grotescos, ridicularizados – Macri, Lenin Moreno, Bolsonaro. Quem dá algo por eles? Quem acredita que o Macri vai virar o resultado das eleições na Argentina? Quem acredita que o Lenin Moreno vai se safar da crise equatoriana atual? Quem acredita que o futuro do Brasil é o Bolsonaro?

A direita tomou o governo de países que tinham sido recuperados por governos populares, fazendo com que voltassem a crescer, que passassem a distribuir renda, a ter boas relações de cooperação com seus vizinhos, a conseguir estabilidade política, convivência pacifica e democrática entre as forcas políticas, sociais e culturais, a fazer respeitar o Estado por suas políticas de governar para todos e garantir os direitos de todos. Basta olhar qual é a situação de países como Argentina, Brasil, Equador, entregues à recessão, ao desemprego, à perda de apoio e de legitimidade dos seus governos, a poucos anos de que presidentes de direita voltaram, para nos darmos conta de para que a direita fez todos os esforços, legais e ilegais, para brecar os governos de esquerda e voltar à presidência desses países.

O que era o Equador de Rafael Correa e o que se tornou nas mãos de alguém eleito em base ao sucesso de Correa, para trair a tudo com o que tinha sido eleito, fazendo o que a direita queria e jogar o país na beira do abismo, com ocupação militar das ruas do país.

O que era o Brasil do Lula, país respeitado no mundo todo, com um presidente que terminou seu mandato com 80% de referências negativas na mídia, mas com 87% de apoio da população. O Brasil crescia e distribuía renda ao mesmo tempo. E o que é o pais nas mãos de um presidente a quem ninguém respeita, que tirou o país da miséria e da violência desenfreada.

Da mesma forma que Nestor e Cristina resgataram a Argentina da pior crise da sua história, fizeram o país voltar a se desenvolver e a gerar empregos. Como conseguira superar o endividamento com o FMI e a voltar a ser um país respeitado no mundo. Em comparação com o país que o Macri não tem vergonha de entregar de volta para as forças democráticas, um país que cumpre três anos de estagflação, com o povo entregue à miséria e à fome.

Mas há uma lógica, ainda que perversa, nessa loucura que a direita promove nesses países e quer fazer em outros. Seu objetivo é, antes de tudo, buscar tirar legitimidade e apoio popular das lideranças populares mais importantes que esses países tiveram. Esses líderes foram transformados nos principais inimigos das oligarquias locais e da política norte-americana, porque eles conquistaram a confiança dos seus povos e o prestigio internacional, com políticas que privilegiam processos de integração regional e não os tratados de livre comércio com os EUA.

Em segundo lugar, para substituir políticas econômicas que privilegiam o desenvolvimento do mercado interno de consumo de massa, pelo retorno das políticas de ajuste fiscal, que promovem os interesses do capital financeiro. Retomam o modelo neoliberal, vigente no capitalismo mundial, apesar de ter levado as grandes potências a uma profunda e prolongada recessão. Substituir o modelo antineoliberal é terminar com um exemplo de política econômica alternativa, que prova que não há um único caminho, como o consenso de Washington e o pensamento único tratam de impor.

A direita latino-americana retomou os governos de países como a Argentina, o Brasil, o Equador, e demonstrou que não aprenderam nada do seu fracasso anterior e do sucesso dos governos antineoliberais. Fracassam de novo, fracassam melhor, fracassam maus, são e serão derrotadas de novo, também no Brasil.

 

 

*Do 247

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Brasil cumpriu apenas uma das 163 recomendações feitas na ONU

Às vésperas de estreia de Bolsonaro nas Nações Unidas, sociedade civil apresenta levantamento à entidade sobre “sucateamento” do Estado, retrocessos institucionais e caráter “autoritário” do governo.

GENEBRA – O Brasil cumpriu apenas uma das 163 recomendações realizadas pelos governos estrangeiros na ONU em relação a suas políticas de direitos humanos, incluindo áreas como violência policial, saúde, meio ambiente e educação.

A constatação faz parte de um levantamento publicado por cerca de 25 ongs e entidades que, ao longo de anos, acompanharam o comportamento de diferentes governos brasileiros. O esforço foi liderado pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos,não foi oficialmente entregue à ONU.

Em 2017, o Brasil passou por uma sabatina na ONU, destinada a avaliar as políticas de direitos humanos no país.

Na ocasião, governos de todo o mundo apresentaram 246 recomendações ao país. Dessas, as ongs e entidades da sociedade civil avaliaram 163 sugestões concretas e concluíram que, em 142 casos, o governo simplesmente as ignorou.

20 delas foram parcialmente cumpridas e apenas uma foi plenamente adotada. Os resultados do levantamento serão apresentados nesta quinta-feira, em um evento na ONU, em Genebra.

Um padrão de amplo desrespeito às recomendações foi registrado em temas como discriminação contra mulheres e violência contra pessoas negras.

Das 20 propostas sobre o sistema prisional, por exemplo, o Brasil cumpriu parcialmente apenas uma delas e não deu resposta a 19 recomendações. No que se refere à violência policial, o governo ignorou onze das doze propostas. Das oito recomendações sobre tortura, o Brasil não implementou cinco delas. Nos direitos trabalhistas, foram nove recomendações e oito delas ignoradas. Na Educação, das 15 recomendações recebidas, 14 não foram cumpridas.

Numa avaliação entregue às Nações Unidas nesta semana, a sociedade civil é clara: “a história recente do país aponta para uma série de retrocessos institucionais, seja em matéria de participação democrática, desenvolvimento sustentável ou direitos humanos”.

“O cenário que estamos vivendo desvelou no país evidente aumento da violência de gênero, das discriminações, das desigualdades e do discurso de ódio”, alertaram.

“Ao longo dos últimos três anos, a pobreza voltou a crescer, assim como a mortalidade infantil e materna, sinais evidentes de retrocesso socioeconômico. Seguindo a política de austeridade de longo prazo da Emenda Constitucional 95/2016, o governo subsequente continua reduzindo o orçamento social, contingenciando verbas para a Educação e a Saúde Pública, afetando de forma direta a população em situação de vulnerabilidade e as ciências, e alargando ainda mais a desigualdade socioeconômica no país”, apontam.

Em março de 2019, o novo governo cortou quase R$ 30 bilhões para manter a meta fiscal, sob o argumento de controle do déficit público. Em julho, mediante a queda da previsão de crescimento, fez-se novo contingenciamento, próximo a R$ 1,5 bilhão.

“Todos esses cortes têm impacto sobre a educação, a saúde, a assistência social, habitação e o meio ambiente, áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável e a garantia de direitos através de instituições fortes e eficientes”, apontam.

“O sucateamento do Estado como estratégia de governo mostra sinais de enfraquecimento da credibilidade institucional”, constatam.

Meio Ambiente

Um dos principais alertas se refere à política ambiental, classificada pelas entidades como “trágica”.

“O governo ressuscitou a obsoleta ideia de quase um século atrás que vê o desenvolvimento econômico na Amazônia associado ao desmatamento, à exploração desenfreada dos recursos naturais finitos, e à apropriação de terras indígenas homologadas em lei”, disseram. “A narrativa sobre destruir a natureza para construir crescimento econômico através de monocultura atropela direitos adquiridos e o bom senso contemporâneo, particularmente diante de uma emergência climática global”, alertaram.

“No entanto, o atual governo adota em seu discurso conspiratório a tese de que a agenda ambiental no Brasil estaria atrelada a “interesses ideológicos de esquerda” e de organizações não governamentais, nacionais ou internacionais; e que seriam prejudiciais à produção e ao desenvolvimento do país, sem considerar ou debater o modelo de desenvolvimento sendo proposto e suas externalidades negativas, desde o nível local ao mundial”, apontam.

“A (des)política ambiental do governo favorece o avanço do agronegócio sobre terras públicas, territórios e áreas de conservação, da exploração dos bens comuns, sobretudo para a mineração, a pecuária extensiva e a exploração criminosa da madeira, patrocinando através de discursos e ações a perda de direitos”, denunciam.

Moral

A sociedade civil também destaca como, em relação aos direitos humanos, há um “retrocesso evidente e alarmante”. Tal cenário “desafia e compromete” a ampliação da política de direitos humanos no país. Um exemplo seria a recente intervenção no Conselho Nacional de Direitos Humanos, “confirmando a posição autoritária do Governo Federal como prática reincidente”.

“Outra questão importante é que o governo tem apostado fortemente em um regime despótico de significação, explorando uma visão distorcida da moral e dos costumes que aplicam critérios de seletividade aos direitos humanos – elegendo “humanos de bem” em oposição a “bandidos e quem os defendem”, advertem.

“Por esta via o governo tem insuflado a intolerância e a violência na sociedade brasileira. Tal discurso tem inclusive se manifestado em espaços internacionais, alterando a posição histórica tradicional do Brasil em matéria da garantia e ampliação dos direitos humanos. A posição brasileira em relação à orientação para o conceito de gênero, como algo essencialmente biológico, é um exemplo desta mudança que desafia a razoabilidade”, declararam.

“Enquanto assistimos bravatas do Presidente da República contra a convivência pacífica entre os povos e as diferenças, diversos projetos de lei na Câmara dos Deputados buscam institucionalizar a intolerância, reduzir direitos, e retirar a responsabilidade do Estado em prover serviços públicos de qualidade, incluindo projetos do Poder Executivo com amplo viés criminológico, como o “Pacote Anticrime” que amplia a violência institucional do aparato de segurança pública ou o Decreto das Armas”, denunciam.

“O oximoro das duas medidas mostra a falta de bom senso do atual governo, colocando em questão sua capacidade de governar sem a destruição da civilidade nacional. Este é o risco que o projeto de um Brasil democrático, desenvolvido e voltado à garantida dos direitos humanos corre no momento”, apontam.

Resultados

No que se refere às recomendações sobre o fortalecimento das instituições de direitos humanos, o levantamento constata que nenhuma das sete orientações apresentadas ao Brasil foi cumprida. “Pelo contrário, houve um ataque e uma intervenção no Conselho Nacional de Direitos Humanos, enfraquecendo sua autonomia como prevê os Princípios de Paris”, disseram.

O mesmo cenário foi registrado no capítulo sobre os defensores de direitos humanos.

Nenhuma das doze recomendações foi implementada, inclusive aquelas que tratavam da proteção a lideranças indígenas.

“Em diferentes ocasiões, Bolsonaro afirmou que as ONG indigenistas são um obstáculo para o plano do governo de integrar estes povos à sociedade brasileira, e que manipulam os índios para que reivindicarem terras”, disseram. “Bolsonaro também declarou que seu governo acabaria com toda forma de ativismo no Brasil. Reiterou por várias vezes que não fará nenhuma demarcação de terras indígenas”, declararam.

O grupo lembra que, em 2018, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já chamou a atenção no seu relatório para “o clima de deslegitimação, ameaça, intimidação, violência e criminalização de defensoras e defensores de direitos humanos”.

Victoria Tauli Corpuz, relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, relatou que “a impunidade generalizada em relação aos assaltos, assassinatos e intimidação de povos indígenas, particularmente no contexto das ações dos povos indígenas para fazer valer seus direitos sobre suas terras, e anda juntamente com a criminalização dos líderes indígenas.” Ela chegou ao ponto de considerar o Brasil como “de longe, o país mais perigoso do mundo para defensores dos direitos humanos de grupos indígenas.”

De fato, o Brasil ignorou todas as 31 recomendações sobre discriminação e violência contra povos indígenas feitas na entidade.

“O Estado brasileiro não demonstrou nenhum esforço em cumprir tais recomendações”, denunciaram. “Ao contrário, suas ações têm caminhado no sentido oposto, contribuído para o agravamento do quadro de discriminação e violência contra os povos indígenas.

O atual presidente brasileiro, em manifestações públicas, tem disseminado informações preconceituosas que ferem os direitos humanos dos povos indígenas e reforçam o racismo que os vitima”, disseram.

“O presidente comparou as Terras Indígenas (TI) a zoológicos, os índios que nelas habitam a animais em cativeiro, e declarou a necessidade de integrar estes povos, que estariam em uma ‘situação inferior’, ao ‘Brasil de verdade”‘, destacaram.

“O governo também tem feito sucessivas críticas à extensão das Terras Indígenas, em especial na Amazônia brasileira, e ao ‘prejuízo’ que resultaria da impossibilidade de exploração econômica de tais territórios, afirmando que não demarcará nenhuma terra indígena e que proporá a abertura das mesmas para mineração, garimpo e arrendamento”, completaram.

As recomendações sobre meio ambiente também foram ignoradas, segundo o levantamento.

“O Ministério do Meio Ambiente e seu Ministro tem atuado frontalmente contra o meio ambiente, alinhados com o agronegócio e indústrias com grandes impactos ambientais”, disseram. “Nessa gestão, foram extintos conselhos ambientais e foi suspensa a execução de convênios e termos de parcerias do Estado com as ONGs”, apontaram.

Um dos pontos ignorados foi a recomendação sobre o uso dos agrotóxicos nas atividades agrícolas. “O Brasil tem caminhado no sentido oposto às orientações sobre o uso desses produtos consolidadas por diversas relatorias especiais da ONU sobre direito à água, alimentação, saúde, dentre outros e, também, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)”, disseram.

 

*Por Jamil Chade – Uol

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O mundo reage contra Bolsonaro, o monstro neofascista

A Finlândia apelou esta sexta-feira à União Europeia (UE) que considere a possibilidade de banir as importações de carne brasileira como resposta à devastação causada pelos fogos na floresta amazônica. O apelo foi feito no mesmo dia em que a Irlanda e a França ameaçaram bloquear o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

“A ministra das Finanças, Mika Lintila, condena a destruição da floresta tropical e sugere que a UE e a Finlândia deve rever urgentemente a possibilidade de banir importações de carne do Brasil”, disse a ministra das Finanças finlandesa num comunicado citado pela Reuters. A Finlândia assume neste momento a presidência rotativa da UE.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, acusa Bolsonaro de “mentir” e de não respeitar os compromissos ambientais que tinha assumido anteriormente durante um encontro do G20. “Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o Presidente da República nota que o Presidente Bolsonaro mentiu na cimeira (G20) em Osaka”, no Japão, sublinha o Eliseu em comunicado. Por isso, acrescenta o documento, “a França opõe-se ao acordo do Mercosul”.

Já o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, garantiu, por sua vez, que se o Brasil não tomar medidas para proteger a floresta tropical, Dublin vai votar contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, alcançado em Junho após 20 anos de negociações.

Leo Varadkar mostrou-se, à semelhança de outros líderes políticos, preocupado com a destruição da Amazónia e assegurou que o Governo irlandês irá monitorizar de perto os esforços ambientais do Governo brasileiro até que o acordo com o Mercosul seja ratificado.

“A Irlanda não irá votar a favor do acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não honrar os seus compromissos ambientais”, garantiu Varadkar. O primeiro-ministro irlandês classificou ainda de “orwelliana” a tentativa do Presidente brasileiro Jair Bolsonaro de culpar as organizações ambientais pelos incêndios.

Porém, para bloquear o tratado de livre comércio entre a UE e os quatro países que compõem o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), a Irlanda iria precisar do apoio de outros estados-membros da União Europeia. Ao mesmo tempo, o próprio Governo irlandês é pressionado para proteger os seus produtores de carne bovina, que podem sair prejudicados com o Brexit e uma possível inundação do mercado com carne bovina mais barata vinda de países do Mercosul.

 

*Do Público

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O Estado sombra: o Brasil desgovernado por Bolsonaro; assim o nosso país é visto mundo afora

THE ECONOMIST, Inglaterra | O Estado sombra. Máfias dirigidas por policiais corruptos aterrorizam o Rio de Janeiro. O Presidente Jair Bolsonaro faz vista grossa. | econ.st/2IeCz27

EL PAÍS, Espanha | A paralisia econômica atinge os consumidores brasileiros. Famílias põem freios nos gastos e compram marcas mais baratas para economizar. Na maior cidade do país, São Paulo, mais lojas estão fechando que abrindo. | bit.ly/31270RA

PÁGINA 12, Argentina | O ato falho do presidente brasileiro, Bolsonaro. Ele diz ser o “mais ruim”. | bit.ly/2wwIbzk

LA VANGUARDIA, Espanha | As duas faces do Brasil de Jair Bolsonaro se manifestaram no domingo, dia 26, nas duas praias mais emblemáticas do Rio de Janeiro. Enquanto alguns milhares de manifestantes contra a violência policial nas favelas formaram uma cadeia humana na praia de Ipanema, outras dezenas de milhares caminharam pela avenida em frente aos hotéis de Copacabana gritando slogans em defesa do presidente de direita. As medidas defendidas com mais paixão pelo pró Bolsonaro foram um novo “pacote anticrime” que defende uma mão forte contra o crime e o direito de autodefesa com armas de fogo para todos os cidadãos do país. | bit.ly/2Ir3Xu3

PÁGINA 12, Argentina | Bolsonaro recuou com o reconhecimento. O Brasil retirou o convite ao enviado diplomático da oposição Juan Guaidó para apresentar credenciais diplomáticas no gigante sulista. Isso foi confirmado pela própria venezuelana, María Teresa Belandria. A diplomata foi convidada a apresentar suas credenciais na próxima terça-feira junto com embaixadores de outros países, mas no último minuto o executivo mudou de opinião. Agora quer iniciar um diálogo com o presidente da Venezuela. | bit.ly/2Z1GuGk

SPUTNIK NEWS, Rússia | Bolsonaro comenta queda do PIB: ‘já falei que não entendia de economia’? Ao ser perguntado por jornalistas sobre as projeções para a economia brasileira, Bolsonaro relacionou a fatores externos e reiterou a necessidade de aprovara reforma da Previdência. “Já falei que não entendia de economia? Quem entendia afundou o Brasil, eu confio 100% na economia do Paulo Guedes […] A gente quer melhorar os nossos índices aqui, agora passa por questões até externas”, disse. | bit.ly/2HRsUj2

ESQUERDA.NET, Portugal | Protestos contra cortes na educação suplantam defensores de Bolsonaro. Manifestações do dia 30 foram superiores às do domingo anterior, convocadas em apoio ao governo do Brasil. Impasse parece impor-se num momento em que a economia dá sinais de recessão. Uma greve geral está convocada para dia 14 de junho. | bit.ly/2IiunxF

PÁGINA 12, Argentina | “Eles querem entregar a Petrobras e a Amazônia”. Fala Luiz Dulci, vice-presidente do PT e braço direito de Lula. O ex-Secretário Geral da Presidência com Lula conversou com Página / 12 sobre o contexto das grandes manifestações educacionais e analisou os objetivos do governo Bolsonaro e Guedes. | bit.ly/2Z8fl4F

LE MONDE, França | No Brasil, os estudantes realizam demonstrações, pela segunda vez, contra cortes orçamentários. O mundo universitário brasileiro voltou às ruas, enquanto uma nova mobilização é anunciada para 14 de junho, com os adversários da reforma previdenciária. Enquanto o presidente Bolsonaro ocupava o facebook ao vivo por 20 minutos para falar de sua política, em mais de duas centenas de cidades, estudantes ocupavam as ruas no protesto contra os cortes anunciados ao ensino superior. | bit.ly/2IggGPP

 

 

 

 

*Com informações da Carta Maior