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Mundo

Prisões, coações, censura: o cerco aos universitários dos EUA que defendem a Palestina

De Oeste a Leste, estudantes demonstram solidariedade ao povo palestino e resistem a medidas coercitivas das faculdades.

A repressão da liberdade de expressão atinge o ensino nos EUA, com prisões de estudantes pró-Palestina e revogação dos vistos de alunos estrangeiros. Na terça-feira (6), 30 estudantes foram presos após ocuparem um edifício do campus da Universidade de Washington, em Seattle, como parte de um protesto estudantil pró-Palestina. No domingo (4), em Nova York, 31 jovens da Faculdade de Direito da NYU foram proibidos de entrar no campus e fazerem os seus exames finais, a menos que assinassem um termo de renúncia ao direito de protestar contra as ações do governo de Israel.

Em Seattle, o grupo Estudantes Unidos pela Igualdade e o Retorno dos palestinos (Super, na sigla em inglês) havia pedido que a universidade estadunidense cortasse seus laços com a Boeing, acusando a fabricante de aviões de produzir armas usadas no genocídio em Gaza. O prédio de engenharia ocupado na segunda-feira (5) recebeu uma doação de US$ 10 milhões (cerca de R$ 56,5 milhões) da Boeing, companhia com sede em Washington, segundo o site da universidade.

A polícia desocupou o edifício por volta das 23h00 locais (3h em Brasília) da terça e os estudantes detidos foram acusados de invasão, destruição de propriedade, desobediência e conspiração criminosa, ainda de acordo com a instituição.

NYU law students refused to sign away their right to protest – and won

Já em Nova York a tentativa de coerção falhou: após a Universidade de Nova York tentar obrigar os 31 estudantes a assinarem um “Acordo de Uso do Espaço“, que incluía a cláusula de que os protestantes “não devem participar em nenhuma atividade disruptiva na propriedade na Faculdade de Direito”, a faculdade recuou do pedido, após todos os estudantes se recusarem a assinar a medida.

Eles eram acusados pela universidade de participar de protestos passivos nos dias 29 de abril e 4 de maio, contra o genocídio em Gaza, na biblioteca da NYU e nos arredores do prédio do reitor.

“Eles acharam que poderiam fazer isso por trás das cortinas. Pensaram que conseguiriam coagir e assustar os estudantes a assinar esses acordos”, disse um estudante da Faculdade de Direito da NYU ao Peoples Dispatch. “Em vez disso, nenhum dos 31 estudantes que foi ameaçado assinou esses tratados coercitivos. Todos permaneceram firmes e, por conta disso, conseguiram que a Faculdade de Direito retraísse [nas medidas] e conseguiram realizar os exames”, completou.

Apesar das conquistas, os estudantes ainda lutam contra outras medidas disciplinares implementadas pela NYU contra eles, como rotular os ativistas como “persona non grata” dentro do campus.

*BdF

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Matéria investigativa

Vídeo: Por que Bolsonaro sempre acreditou piamente na impunidade?

Vendo o excelente vídeo reportagem de Juliana Dal Piva, do Uol, observa-se com clareza o motivo do envolvimento de Bolsonaro com uma forma de poder paralelo que atua dentro do Estado brasileiro que, certamente, tem uma relação intensa com várias instâncias do poder, assim como um braço bastante significativo, o que não é novidade pra ninguém, de uma boa parcela do setor privado que compra segurança paralela.

A matéria também mostra por que Bolsonaro acabou passando recibo ao censurá-la.

Juliana Dal Piva comanda uma reportagem investigativa que abrange, senão todos, quase todos os quadrantes que Bolsonaro utiliza para produzir o que produz e, lógico, isso o impulsionou a exigir censura da matéria, também publicada com exclusividade pelo Uol, o que expõe em praça pública os intestinos da imobiliária familiar de Bolsonaro que tem como principal prática comprar imóveis com dinheiro vivo, prática comum no mundo da contravenção para lavar dinheiro sujo.

Vale muito a pena assistir ao vídeo pelas revelações que, por si só, são assombrosas, mas como elas concatenam com a matéria censurada e, depois, por conta da decisão do ministro do STF, André Mendonça, que lhe tirou as amarras da censura, voltar a circular e despertar ainda mais interesse da população.

Vídeo: Por que Bolsonaro sempre acreditou piamente na impunidade?

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Bonner aceitou censura de Bolsonaro no JN sobre peculato e formação de quadrilha, envolvendo Queiroz, Michelle, filhos e mansões

Não precisa nem dizer que Bolsonaro passou recibo de canela de vidro quando o assunto é clã, milícia, laranjas, Queiroz e Michelle.

Segundo Noblat, Bolsonaro deixou claro para Globo que só iria à entrevista no JN se o esquema do clã não entrasse na pauta.

Isso deixa mais do que claro aquilo que todos já sabem, Bolsonaro, e não é de agora, está totalmente transtornado com a possibilidade, cada dia mais concreta, de ser derrotado nas urnas e ir direto para a cadeia junto com o clã inteiro.

Na verdade, desde que assumiu o poder e, imediatamente, estourou o esquema de depósitos de Queiroz na conta de Michelle, apontados pelo Coaf, Bolsonaro não faz outra coisa que não seja tentar encobrir esse escancarado esquema criminoso, cerceando investigações de peculato, formação de quadrilha, carinhosamente chamado de rachadinha.

Ou seja, todos os assuntos abordados por Bonner e Renata, foram em comum acordo com Bolsonaro. Na verdade, o JN imitou o Flow e, mesmo assim, ele mentiu durante 40 minutos, enrolou-se todo para responder, ainda que não tenha sofrido qualquer pressão mais dura dos entrevistadores.

Noblat – A condição imposta por Bolsonaro para ser entrevistado pela Globo

Apesar de convencido por seus conselheiros de campanha eleitoral de que não poderia perder a oportunidade de falar ao país no horário de maior audiência da televisão brasileira, Bolsonaro impôs uma condição para ser entrevistado pelo Jornal Nacional.

Poderiam lhe perguntar tudo o que quisessem e ele responderia – mortos pela pandemia da Covid-19, desmatamento da Amazônia, corrupção no governo, urnas eletrônicas, fake news, ataques a ministro do Supremo Tribunal Federal, e até golpe.

Mas sobre um assunto ele não admitiria perguntas: envolvimento dos seus filhos e da sua mulher em supostos casos de corrupção. Nada de Fabrício Queiroz, rachadinha, mansão milionária de Flávio em Brasília, depósitos na conta de Michelle e coisas afins.

Condição imposta, condição aceita. De todo modo, Bolsonaro compareceu à sabatina com quatro tópicos escritos à palma de uma das mãos: “Nicarágua”, “Argentina”, “Colômbia” e “Dario Messer”. Os três primeiros tinham a ver com o PT.

Era para que se lembrasse de acusar Lula e o PT de estreitas ligações com os governos de esquerda daqueles países. Verdade: acabou ficando de fora “Venezuela”, do ditador Nicolás Maduro, tema que pontua os discursos de Bolsonaro. Mas faltou espaço.

Ou melhor: no espaço reservado à “Venezuela”, ele preferiu escrever “Dario Messer”, também conhecido como “O Rei dos Doleiros”, preso, condenado e depois solto. O nome dele serviria de advertência aos entrevistadores e à própria Globo.

Em sua delação premiada, sem apresentar provas, Messer disse que foi doleiro dos irmãos Marinho, donos das Organizações Globo. Ao mesmo tempo, reconheceu que nunca os encontrou. A Globo o desmentiu em nota oficial. O assunto foi esquecido.

 

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Uma pequena história da censura no Brasil mostra que Jorge Pontual está certo, censurar rede social, é um absurdo

Nós, que sentimos na pele a censura do Facebook ao blog Antropofagista e aos administradores, sabemos bem aonde  e por que desemboca a censura.

Rede social não é tribunal de justiça. Censura é um maldito vício da direita que, além de não prestar, é uma medida falsificada. Basta que não se caia no fogo de um cabeça febril para lembrar o que significou a maldita censura nesse país.

E se a posição de Jorge Pontual deixou histéricos os bolsonaristas, é porque os burros acreditam que fake news elegeu Bolsonaro. Mentira, o monstro é capaz de tudo, no entanto, não foi facada, não foi fake news, não foi mamadeira de piroca, não foi kit-gay e outras paspalhices que o elegeram, mas a condenação e prisão de Lula sem provas feitas por Moro em troca de um ministério, previamente combinado com Bolsonaro. Pior, foi o Barroso que, em relatoria do TSE, deu de ombros para a recomendação da ONU de manter Lula candidato até o julgamento final que acabou por inocentá-lo.

Trocando em miúdos, e passa na imaginação de alguém de esquerda que, censurar rede social, por pior que ela seja, é bom negócio, descobrirão da pior forma possível que esse é um dos piores contos do vigário. A esquerda será a primeira a virar recheio de rocambole.

Nossa história desenha o quanto nos custou a censura.

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Política

Vídeo: Censura: rádio de Natal acaba programa com jornalistas que entrevistaram Lula

Uma entrevista com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva desagradou à direção da rádio 97 FM de Natal e o Programa RN Verdade foi interrompido nesta sexta-feira (27) após 10 meses no ar.

Na terça-feira (24), o veículo de comunicação foi privilegiado em detrimento de outros, com mais de 40 minutos de um bate-papo ao vivo e exclusivo com Lula, quando cumpria agenda no Rio Grande do Norte.

O ex-presidente chegou a conceder entrevista coletiva à imprensa apenas no dia seguinte.

Um dos sócios da 97 FM é Haroldo Azevedo, que se lançou hoje como pré-candidato ao Senado em 2022. Ele já foi suplente de senador de Geraldo Melo e secretário de Turismo do Governo Wilma de Faria. Há um mês, havia declarado intenção em disputar o governo, ao admitir estar em maratona de viagens pelo interior do estado.

A direção da rádio, apesar de cultivar publicamente o antipetismo, sabia da entrevista com Lula, mas não conseguiu digerir a opinião de um dos entrevistadores, Herberth de Souza, que estava na bancada do programa desde a sua criação.

Dividindo as perguntas com os jornalistas Octávio Santiago e Juliana Celli, Herberth encerrou a conversa elogiando o legado do ex-presidente, ressaltando ainda se tratar de uma opinião pessoal, que “talvez não expresse a opinião editorial da direção da rádio”.

“Eu diria que a elite brasileira talvez nunca lhe engula (…) O senhor foi muito acusado de não ter um diploma universitário, mas foi um presidente que mais fez universidades neste país. Eu diria, que mais formou pessoas”, disse Herberth, pedindo licença para sair do papel de jornalista ao declarar apoio ao líder político.

“Deus estava vendo cada criança que o senhor conseguiu salvar pela inclusão social nesse país”, continuou o jornalista, ao citar também a transposição do rio São Francisco e lembrar emocionado sua origem em Equador, município no Seridó potiguar.

O programa foi ao ar no dia seguinte, mas nesta sexta-feira (26), cada membro da bancada recebeu individualmente telefonema da direção da emissora.

Uma pessoa ligada à rádio 97 conversou com a Agência Saiba Mais e confirmou a insatisfação dos empresários, que consideraram a posição política divergente uma provocação, já que o momento era de grande audiência e exposição.

A fonte disse ainda que a rádio pretende criar um novo produto para substituir o RN Verdade. O futuro dos três jornalistas na empresa será decidido/comunicado em reunião na próxima segunda-feira.

Veja a entrevista, que contou com a presença da governadora do RN, Fátima Bezerra (PT):

*Com informações da Agência Saiba Mais

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Quanto está custando aos cofres públicos a censura do Facebook a matérias críticas a Bolsonaro?

Hoje, a rede social Facebook é somente um teatro, pois é a própria representação do grande capital. No caso de Bolsonaro, que tem a força governamental, fora seu clã familiar, há um jogo casado entre governo e Facebook para fechar as portas da ex-rede social, agora empresarial, para qualquer crítica dirigida a Bolsonaro e seu clã.

Isso é sentido na pele, não se trata de teoria da conspiração. O Facebook é regido por interesses financeiros e não vacila em censurar qualquer material crítico aos seus maiores clientes.

É a guerra cibernética que não cabe mais a ingenuidade de acreditar na liberdade de expressão dentro das redes sociais, porque hoje, sob olhares de corisco, qualquer linha escrita contra Bolsonaro no Facebook, é imediatamente censurada. As matérias críticas ficam simplesmente invisíveis para o público em geral.

Detalhe: você recebe do Facebook aviso com todas as matérias censuradas, ou seja, no nosso caso, absolutamente todas.

*Da redação

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Matéria Opinião

Bolsonaristas que foram às ruas pedir AI-5, agora, gritam “censura não” em apoio ao gabinete do ódio

A foto da ex-aecista e, hoje, bolsonarista por conveniência, Ana Paula do Vôlei, é emblemática.

Ana Paula, que sempre apoiou a turma que foi às ruas pedir a volta da ditadura, do AI-5, encarna a alma dessa escumalha verde a amarela.

Eu sei que é uma grande bobagem exigir coerência de vigarista, ou não seria vigarista, mas isso retrata como se molda o discurso dos fascistas no Brasil.

A gritaria dos fascistas é contra o que eles classificam como “escalada autoritária do STF” contra o gabinete do ódio.

Na realidade, essa histeria toda é porque o Facebook recuou e atendeu a Alexandre de Moraes, do STF, e bloqueando perfis de bolsonaristas do gabinete do ódio fora do país, porém, a ordem de Moraes é que os mesmos não sejam visíveis somente no Brasil, já que as leis brasileiras não podem interferir nas leis vigentes em outros países. A multa aplicada foi no valor de R$ 1,920 milhão.

Assim, Ana Paula do Vôlei passou a cornetar, junto com outros bolsonaristas de frete, o impeachment de Moraes: “URGE seguirmos com o processo de impeachment de Alexandre de Moraes. Esse senhor não é dono do Brasil. Devemos cobrar isso de Davi Alcolumbre sem trégua. Alexandre de Moraes não pode – e não vai – estraçalhar nossa Constituição. O senhor é uma vergonha mundial.”

 

*Da redação

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O grande fundamentalismo de Bolsonaro: Bancos lucram R$ 109 bilhões em 12 meses, maior valor em 25 anos, diz Banco Central

Os bancos lucraram R$ 109 bilhões entre julho de 2018 e junho de 2019, informou nessa sexta dia 22 de novembro o diretor de Fiscalização do BC (Banco Central), Paulo Souza, durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira.

Esse é o maior lucro nominal (sem considerar a inflação) em 25 anos, desde o lançamento do Plano Real, em 1994.

Os dados mostram que o resultado é 18,4% superior ao lucro de R$ 92 bilhões registrado entre julho de 2017 e junho de 2018.

Esta é a resposta pra quem pergunta por que Bolsonaro ainda não caiu diante de tantos escândalos, crimes e quebradeira nacional.

Como disse Lula:

“Parece que enfiaram o Brasil numa máquina do tempo e nos enviaram de volta a um passado que a gente já tinha superado. O passado da escravidão, da fome, do desemprego em massa, da dependência externa, da censura, do obscurantismo

O Brasil precisa embarcar de volta para o futuro – Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro.

Não dá para ficar em cima do muro: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta.”

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Óleo no litoral do nordeste: Governo impõe censura a pesquisadores, “se alguém abrir a boca é exonerado”

Pesquisadores envolvidos no tema teriam sido instruídos a não comentarem a catástrofe porque o governo não pode posar de malvado na história, segundo fonte ouvida pela Fórum. Entre os principais órgãos censurados estão o INPE e a Fundação Joaquim Nabuco.

Nos corredores das fundações federais de pesquisa o silêncio impera quando o assunto é o óleo que há quase dois meses polui o litoral nordestino, especialmente a faixa litorânea que vai do sul da Bahia ao Rio Grande do Norte. A Fórum ouviu pesquisadores e pessoas que mantém relação dentro de órgãos federais que admitem que as informações e o debate sobre o tema sofrem censura por parte do governo Jair Bolsonaro.

“Se alguém abrir a boca é exonerado, pois não se pode contestar o governo”, disse uma pesquisadora, que preferiu não se identificar. Entre os principais órgãos censurados estão o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que tem dificultado o acesso às imagens de satélite para detecção da origem do óleo, e a Fundação Joaquim Nabuco, que desenvolve um trabalho de pesquisa junto às comunidades afetadas pelo petróleo que chega às praias.

Pesquisadores envolvidos no tema teriam sido instruídos a não comentarem a catástrofe porque o governo não pode posar de malvado na história, segundo uma das fontes.

Mesmo nas universidades federais, onde há certa autonomia, o clima de caça às bruxas tem feito com que muitos professores e pesquisadores se neguem a dar entrevistas ou falar publicamente sobre o assunto. Quando isso acontece, medem as palavras para não sofrer represálias.

Censura
As informações das fontes corroboram a tese lançada pela diretora do Sindicatos dos Petroleiros do Norte Fluminense, Rosangela Buzanelli Torres – Engenheira Geóloga, Geofísica e mestre em Sensoriamento Remoto pelo INPE –, que em artigo na Fórum disse que só censura explica Petrobras não ter identificado origem do óleo nas praias do Nordeste.

Pesquisadores dizem que não há ainda um consenso sobre a tragédia que atinge a região, mas que além de afetar a vida de milhares de comunidades de pescadores e pessoas que vivem do mar e do mangue – somente em Várzea do Una, um pequeno povoado de Pernambuco, a estimativa é que 2.500 famílias passam por dificuldades – o petróleo causou um dano ainda maior no fundo do oceano, com a morte de corais e um colapso ambiental na vida marinha que deve causar consequências pelos próximos 20 anos, caso o volume de óleo não seja maior.

Algumas das fontes ouvidas pela Fórum atribuem a inação do governo Bolsonaro em relação às manchas de óleo como uma resposta à derrota eleitoral sofrida na região. “É muito estranho que isso aconteça em um momento em que o Nordeste se levanta contra esse homem. É uma resposta do tipo: se lasquem, já que não votaram em mim”.

 

 

*Com informações da Forum

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Censura: EBC corta imagem de Marielle Franco em programa e demite diretor

Censura e tentativas de censura encampadas pelo governo Bolsonaro em órgãos públicos, produções culturais e na imprensa seguem a todo o vapor.

A censura voltou com força no Brasil após a chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto. Ao longo do ano, foram inúmeros os exemplos de censura e tentativas de censura encampadas pelo governo em órgãos públicos, em produções culturais e também na imprensa. Desta vez, o alvo do “cala a boca” de Bolsonaro foi a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), rede pública vinculada ao governo federal.

Conforme aponta o jornalista Guilherme Amado, da Época, uma imagem da vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada em 2018 no Rio de Janeiro, foi censurada do programa “Antenize”, da TV Brasil, canal da EBC. Em seguida, Vancarlos Alves, diretor de programação da EBC, foi demitido.

Na primeira edição do programa que foi ao ar pela televisão em 31 de agosto, que era um especial sobre Jackson do Pandeiro, a imagem de Marielle Franco aparecia durante uma tomada que exibia uma série de cordéis. Vancarlos Alves foi mandado embora uma semana depois da veiculação do programa e, em 23 de setembro, a TV Brasil veiculou o programa em seu canal do YouTube, mas dessa vez com uma versão sem a imagem da vereadora do PSOL que, ao que tudo indica, foi assassinada em uma trama que envolvia milicianos próximos à família de Bolsonaro.

Além da censura e da demissão do diretor, a TV Brasil decidiu extinguir o programa “Antenize”, que era exibido aos sábados, às 21h30. No lugar, a emissora agora veicula o programa “Recordar é TV”.

 

 

*Com informações da Forum