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EUA e Israel esnobam cúpula de paz no Cairo, enquanto Gaza é bombardeada

Enquanto alguns dos principais líderes mundiais e chanceleres se reúnem neste sábado numa imponente sala no Cairo, os governos de Israel e dos EUA esnobam a cúpula da paz, organizada pelo Egito. Se a reunião conta com presidentes, monarcas e ministros de vários países, Tel Aviv não enviou ninguém e o governo americano apenas destacou uma diplomata sem qualquer influência. Enquanto isso, Gaza continuava sendo alvo de bombardeamentos.

O foco dos principais países árabes foi o de rejeitar qualquer tentativa de Israel de deslocar a população palestina para um novo território, eventualmente no Egito. O temor da região é de que um dos objetivos de Tel Aviv seja a de forçar a saída dos palestinos.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, insistiu que não aceita que seu povo seja expulso de Gaza. “Nunca vamos aceitar uma transferência. Nunca vamos deixar nosso território”, disse, apelando por um corredor humanitário e o fim do conflito.

Ele ainda defendeu que o Conselho de Segurança da ONU atue para “proteger os palestinos” e para que seu governo possa ganhar status de membro pleno nas Nações Unidas.

O príncipe herdeiro do Kuwait, Meshal al Ahmad al Sabah, também reforçou o coro de que não haverá uma aceitação qualquer plano de deslocar os palestinos para fora de Gaza.

Ao abrir o evento, o presidente do Egito, Abdul Fatah Al-Sissi apresentou o que acredita que ser um plano para lidar com a crise, envolvendo um cessar-fogo, a entrega de ajuda humanitária e o início de uma efetiva negociação entre palestinos e israelenses.

Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, também pediu um cessar-fogo e alertou para o risco de que ambas as partes comecem a receber armas de potências. “O conflito pode sair do controle”, disse.O encontro ainda contou com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, além chanceleres da França, Reino Unido e Alemanha. A Rússia enviou seu vice-ministro de Relações Exteriores.

O Egito havia convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o evento. Mas, recuperando-se de uma operação, ele ordenou que seu chanceler, Mauro Vieira, representasse o país.

Sub da Sub da Sub
Mas, no caso americano, a opção foi por destacar apenas a embaixadora alterna que ocupa a representação dos EUA no Cairo, Beth Jones. Hoje, os americanos não contam com um embaixador pleno no Egito e Jones é apenas uma chargé d’affair. Na hierarquia diplomática, trata-se de um sinal de que o governo americano não vê o encontro como prioritário.

o redor da mesa, porém, os discursos alertavam sobre o risco de um colapso da região. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que a região está “a um passo do precipício”. Em seu discurso, ele destacou que a ajuda humanitária permitida a entrar em Gaza neste sábado está longe de ser ideal.

“Ontem fui ao posto de fronteira de Rafah”, disse. “Lá, vi um paradoxo: uma catástrofe humanitária acontecendo em tempo real. Por um lado, vi centenas de caminhões repletos de alimentos e outros suprimentos essenciais. Por outro lado, sabemos que, do outro lado da fronteira, há dois milhões de pessoas sem água, comida, combustível, eletricidade e medicamentos”, afirmou.

“Caminhões cheios de um lado, estômagos vazios do outro”, lamentou.

Ele destacou como um comboio de 20 caminhões está se deslocando hoje. “Mas o povo de Gaza precisa de um compromisso muito, muito maior – uma entrega contínua de ajuda a Gaza na escala necessária”, disse.

Guterres, porém, deixou claro que tanto Israel como Hamas precisam terminar com a onda de violência.

“Vamos ser claros. As queixas do povo palestino são legítimas e longas. Não podemos e não devemos ignorar o contexto mais amplo desses eventos trágicos: o conflito de longa data e 56 anos de ocupação sem fim à vista”, disse.

*Jamil Chade/Uol

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Mundo

50 países se unem contra veto dos EUA e pedem reunião de emergência da ONU

Num gesto raramente visto na diplomacia internacional, mais de 50 países se uniram para pedir a convocação de uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU. O objetivo é a de mobilizar apoio político para a proteção ao povo palestino, diante dos ataques de Israel em Gaza.

A decisão ocorre depois que o governo dos EUA vetou um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, pedindo uma “pausa humanitária” e o fim da evacuação de civis do norte de Gaza. A presidência de Joe Biden já havia avisado o governo brasileiro que não queria o envolvimento do Conselho da ONU nas questões envolvendo Israel, depois dos atos terroristas cometidos pelo Hamas, no dia 7 de outubro.

O veto americano foi explicado pela Casa Branca por conta de sua insistência na necessidade de que Israel mantenha seu direito a autodefesa. A resolução, por ter um caráter humanitário, não tratava desse aspecto.

indicou, já na quarta-feira, que iria tomar uma decisão de driblar o veto americano e pensava em convocar a Assembleia Geral da ONU.

Agora, a iniciativa ganhou o apoio de mais de 50 países, entre eles Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.

No Conselho de Segurança, uma aprovação de uma condenação apenas pode ocorrer se não houver o veto de todos os cinco membros permanentes da entidade. Mas, na Assembleia Geral, a regra é outra: basta que uma resolução tenha a maioria dos 192 votos.

Numa carta obtida pelo UOL e enviada por esses governos para a presidência da Assembleia Geral, o Grupo Árabe e do Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) nas Nações Unidas em Nova York, “solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral após o veto lançado em 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.

Diz a carta:

“À luz da gravidade da situação, devido, em particular, à agressão militar por parte de Israel, a potência ocupante, contra a população civil palestina na Faixa de Gaza, que, até a presente data, matou milhares de civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, feriu dezenas de milhares, causou a destruição desenfreada de casas e outras propriedades e infraestrutura civis, e infligiu condições humanitárias catastróficas, arriscando uma desestabilização ainda mais perigosa da situação, colocando em risco mais vidas civis e ameaçando a paz e a segurança internacionais, é urgente que a Assembleia Geral se reúna para tratar dessa crise.”

Ao longo do processo negociador da resolução do Brasil, o Itamaraty cedeu e acomodou vários dos pedidos americanos, na esperança de que o texto pudesse ser aprovado.

Mas a atitude da Casa Branca foi vista como uma tática de protelar qualquer decisão, argumentando até mesmo que o órgão deveria esperar o fim da visita de Joe Biden à região.

Para a diplomacia brasileira, esses eram argumentos apenas para adiar qualquer gesto do Conselho e, mesmo aguardando a visita, não haveria qualquer garantia de que os EUA apoiariam o projeto.

Agora, a manobra dos árabes vai no mesmo sentido da estratégia já usada pelo governo americano contra os russos, quando o governo de Vladimir Putin também usou seu poder de veto no Conselho e impediu a aprovação de uma resolução que os condenava pela invasão da Ucrânia.

A Casa Branca, então, levou o caso para a Assembleia Geral e, ali, conseguiu votos suficientes para aprovar uma resolução condenando Putin.

*Jamil Chade/Uol

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Opinião

Os EUA não votaram contra o Brasil, mas a favor do crime de guerra perpetrado por Israel denunciado assim pela ONU.

Os EUA votaram pelo direito de Israel de se “defender” assassinando bebês, crianças, mulheres e pessoas doentes. Pior, votaram pelo cerco nazista, pela manutenção do campo de concentração em que os sionistas transformaram Gaza. Sem comida, água, luz, gás e sem dignidade.

Até agora, já foram contabilizadas as mortes que totalizam 3.478 palestinos de Gaza pelos ataques assassinos de Israel. Dessa soma, 70% eram bebês, crianças, mulheres e idosos.

Os EUA, com seu voto na ONU nesta quarta-feira (18), anunciou ao mundo que acha pouco e quer muito mais vítimas fatais para efetivar a limpeza étnica.

Hoje, Israel fez novo ataque a Gaza, ataque aéreo em Rafah, e diz que supostamente matou um dos chefes dos Comitês de Resistência Popular, segundo os militares. Sobre civis mortos em mais esse bombardeio, nem um pio.

Segundo a Folha, palestinos brasileiros que estão no sul de Gaza, foram afetados diretamente pela guerra de Israel X Hamas. Desde que ela explodiu, eles não podem mais sair de suas cidades por determinação do Estado judeu, que bloqueou todas as localidades do território.

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Política

As provas da interferência indevida da equipe de Deltan no acordo Petrobras x EUA

Força-tarefa de Curitiba planejou como evitar que o dinheiro oriundo da multa aplicada à Petrobras pelos EUA fosse destinado à União.

Diálogos inéditos da Operação Spoofing a que o GGN teve acesso provam que os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba intermediaram um acordo que a Petrobras assinou com autoridades dos Estados Unidos, referentes às denúncias de corrupção levantadas pela própria força-tarefa no Brasil.

A força-tarefa de Curitiba, comandada à época por Deltan Dallagnol, tinha interesse no acordo da Petrobras com os Estados Unidos porque queria evitar que parte da multa que retornaria ao Brasil fosse parar nas mãos da União.

“Agora sim temos que brigar para dizer que é possível a destinação de recursos dessa forma (e não para o caixa da União)“, diz um dos procuradores no grupo de Telegram.

Em vez disso, Deltan passou a estudar uma forma de definir o destino dos recursos a título de “projetos sociais”, a partir de uma “fundação” que seria criada com participação da sociedade civil e, quiçá, do próprio Ministério Público Federal.

Os diálogos mostram que, para esboçar o sistema de governança dessa fundação com dinheiro da Petrobras, Deltan foi buscar inspiração no modelo que a Transparência Internacional Brasil ofereceu à força-tarefa da Operação Greenfield no âmbito do acordo de leniência do grupo J&F – firmado em 2017, um ano antes das negociações entre Petrobras e Estados Unidos.

Publicamente, Deltan e seus colegas sempre negaram participação no acordo da Petrobras com as autoridades estadunidenses, mas o vazamento de conversas no Telegram mostram que os procuradores de Curitiba tinham informações privilegiadas sobre as rodadas de negociação, fizeram alterações em textos que embasaram o acordo e foram solicitados a interceder pela Petrobras.

Em uma das mensagens, Deltan chega a tirar sarro do título que foi dado à minuta do acordo. “O nome é uma piada. Termo de parceria? Os americanos vão rir. Tem que ser temo de acordo e destinação”, disse Deltan.

As conversas também mostram que, diferentemente do que ocorreu no caso J&F, desta vez, a Transparência Internacional Brasil tinha interesse em ajudar a força-tarefa de Curitiba a definir o sistema de governança da fundação Lava Jato, mas sem ficar impedida de pleitear recursos para si.

“Por enquanto, pedem para não ser compartilhado com Petrobras. TI tem receio de ficar de fora da possibilidade de receber recursos“, diz uma das mensagens.

Para entender o acordo Petrobras x EUA
Por ser uma empresa com ações na bolsa de Nova York, a Petrobras foi processada nos Estados Unidos pelas mesmas denúncias levantadas pela Lava Jato no Brasil. Para evitar ir a julgamento, a Petrobras aceitou fechar um acordo com o DOJ (Departamento de Justiça) e a SEC (Comissão de Valores Mobiliários) dos Estados Unidos, e arcar com uma multa de 853 milhões de dólares.

Os EUA aceitaram que 80% do valor total da multa pudesse retornar ao Brasil em benefício das “autoridades nacionais”. Mas a turma de Deltan Dallagnol decidiu firmar um memorando de entendimento com a Petrobras, homologado pela juíza Gabriela Hardt, dando outra destinação para esses recursos. Em reais, o dinheiro ultrapassava a casa dos 2 bilhões.

De acordo com os diálogos obtidos pelo GGN, Deltan cuidou pessoalmente do caso e, com seus pares, procurou, a todo custo, evitar que os bilhões de reais parassem nos cofres da União.

A força-tarefa de Curitiba teria até encomendado estudos à Transparência Internacional Brasil e à Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre o sistema de governança da fundação que os procuradores pretendiam criar.

Operação Greenfield inspirou a Lava Jato
Ao criar uma fundação com dinheiro da Petrobras, Deltan Dallagnol não queria repetir os mesmos erros cometidos pelos procuradores da Operação Greenfield, que tentaram estabelecer a governança dos também mais de R$ 2 bilhões que o grupo J&F deveria executar a título de “projetos sociais” por força de seu acordo de leniência, firmado em 2017.

Nas conversas de Telegram, aparecem críticas ao acordo da J&F que, na “pressa”, teria esquecido de definir o destino dos bilhões a serem gastos com “projetos sociais”. O que havia no acordo de leniência era uma lista com 49 atividades autorizadas pelo MPF, em que a J&F poderia aplicar os R$ 2,5 bilhões ao longo de 25 anos. A Transparência Internacional Brasil teria oferecido o primeiro modelo de governança ao grupo J&F, tentando criar um precedente a ser seguido por outras forças-tarefas.

*Renato Santana/GGN

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Mundo

Vídeo viraliza ao mostrar efeito de “droga zumbi” nos EUA

Um vídeo que viralizou nas redes sociais recentemente mostra os efeitos da intitulada “droga zumbi” em ruas da cidade de Filadélfia, nos EUA. Nas imagens, é possível ver pessoas em situação calamitosa após utilizarem as substâncias conhecidas como o fentanil e a xilazina.

Resumo:

  • Substâncias são misturadas com outras drogas, o que aumenta a letalidade;
  • Esses entorpecentes têm causado ferimentos graves que podem levar à amputação;
  • Acredita-se que o tráfico desses fármacos é feito na fronteira entre os EUA e o México.

Determinados bairros da cidade são considerados como um “mercado de drogas a céu aberto”, como é o caso da região de Kensington. A xilazina, por exemplo, é uma substância utilizada para sedar animais, já o fentanil, é um fármaco utilizado para o tratamento de dores intensas.

Os traficantes têm combinado as duas substâncias entre si e com outras drogas letais como a metanfetamina. O opioide é considerado 50 vezes mais poderoso que a heroína e foi responsável por dois terços das 109.680 mortes que ocorreram nos EUA em decorrência de overdose, em 2022. Na ocasião, o país bateu o recorde de óbitos anuais por overdose.

Em comunicado oficial, o Departamento de Saúde da Filadélfia e a Junta de Saúde afirmaram que a xilazina atingiu a cidade de forma particularmente severa. “Causando aumento das mortes e ferimentos graves que podem levar à sepse e até à amputação.”

Em entrevista à NPR, Sarah Laurel, fundadora da organização Savage Sisters, relatou que o uso da droga tem aumentado nos últimos anos. “Estamos lidando com indivíduos que têm úlceras abertas e profundas, infecções, e tecidos necróticos, o que leva à amputação”. Laurel ainda concluiu dizendo que ninguém sabia do potencial catastrófico do entorpecente.

Autoridades americanas tentam conter a entrada da droga ilegal no país monitorando a fronteira com o México. Acredita-se que os produtos utilizados na confecção da substância provêm da China.

https://www.tiktok.com/@thebizzleeffect/video/7274994236658060590?is_from_webapp=1&sender_device=pc

*IstoÉ

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Justiça

FBI afirma ter mais informações sobre Bolsonaro além do caso das joias

As revelações para além do escândalo das joias árabes são mais um motivo de preocupação para Jair Bolsonaro.

Deputados governistas da CPMI do 8 de Janeiro apontam que o próximo grande problema para Jair Bolsonaro virá dos Estados Unidos. Mais especificamente da colaboração do FBI com a Polícia Federal brasileira, diz Igor Gadelha, Metrópoles.

À coluna, parlamentares afirmam que receberam extraoficialmente a informação de que o FBI avisou à PF possuir mais informações sobre Jair Bolsonaro do que o requisitado na investigação sobre as joias de luxo.

Segundo os deputados, o órgão de investigação americano enviou um ofício à PF pedindo uma “lista de prioridades”, diante da quantidade de informações que podem ser compartilhadas com as autoridades brasileiras.

No início de agosto, o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a cooperação da Polícia Federal com o FBI para investigar Bolsonaro e seus aliados pela venda de joias de luxo recebidas de delegações estrangeiras.

Na quinta-feira (31/8), Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros aliados como o tenente-coronel Mauro Cid prestaram depoimento sobre a tentativa de vender joias dadas como presentes por autoridades estrangeiras.

Bolsonaro e Michelle ficaram em silêncio, alegando que consideram a 1ª instância, e não o STF, como autoridade competente para conduzir as investigações. Já Cid e seu pai, Mauro Lourena Cid, responderam às perguntas da PF.

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Política

Gravações revelam que ex-assistente de ordens de Bolsonaro cotou e vendeu joias nos EUA

A Polícia Federal (PF) descobriu gravações no armazenamento em nuvem do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que evidenciam sua participação na negociação e venda de joias enquanto estava nos Estados Unidos (EUA) neste ano, informa o portal Metrópoles.

Durante o período em que acompanhou o ex-chefe na Flórida, Mauro Cid teria conduzido as transações relacionadas às joias. Ele e Bolsonaro permaneceram três meses no exterior, regressando ao Brasil no dia 30 de março. Bolsonaro estava nos EUA desde 30 de dezembro de 2022, tendo partido em um “período sabático” após sua derrota nas eleições para o presidente Lula (PT).

A PF planeja solicitar às autoridades estadunidenses a documentação que comprove as negociações conduzidas por Cid. O intuito é anexar as evidências aos inquéritos nos quais o ex-auxiliar está sendo investigado. Entre esses inquéritos, destaca-se a tentativa de venda de um relógio Rolex avaliado em R$ 300 mil, que teria sido um presente de sauditas a Bolsonaro durante uma viagem oficial.

Durante um almoço na sede da Prefeitura de São Paulo com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), Bolsonaro abordou o assunto da tentativa de negociação das joias por parte de Cid. Bolsonaro afirmou: “não vejo maldade em cotar”. Bolsonaro disse considerar natural que alguém queira buscar cotações na internet.

Além disso, Cid também está sob investigação no caso de fraude nas carteiras de vacinação de sua família e de outros assessores de Bolsonaro.

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Justiça

Allan dos Santos abre empresa nos EUA para substituir o “Terça Livre”

A criação da empresa ocorreu na mesma época em que o ministro Alexandre de Moraes fez o pedido de prisão preventiva de Allan dos Santos Foragido nos Estados Unidos (EUA) desde 2021, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos abriu uma empresa no estado da Flórida para recriar o Terça Livre, canal alvo do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o flcompanyregistry, site que verifica os registros de empresas no estado norte-americano, a Artigo 220 Corp foi criado em 20 de outubro de 2021 na Flórida, sob o nome de Allan dos Santos.

A informação foi divulgada primeiro pelo Uol e confirmada pelo Metrópoles. A criação da nova empresa ocorreu na mesma época em que o ministro do STF Alexandre de Moraes entregou à Polícia Federal (PF) o pedido de prisão preventiva do militante bolsonarista.

Na decisão sobre a prisão, o ministro do Supremo afirma que existe “uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes aos identificados no Inquérito 4.781, com a intenção nítida de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.

“Liberdade de expressão” O nome da empresa, Artigo 220 Corp, refere-se ao artigo 220 da Constituição Federal, que trata da liberdade da “manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação”.

A Artigo 220 Corp segue ativa. Atualmente, com auxílio do site “Notícias sem Máscara”, onde textos de Allan dos Santos são publicados desde janeiro, Terça Livre e Artigo 220 parecem ser usados ​​como sinônimos. O perfil do extremista no LinkedIn mostra que ele é o “dono” da empresa desde janeiro de 2022.

 

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Política

Bolsonaro fez uma remessa bancária de R$ 800 mil para os EUA 3 dias antes de embarcar para Miami e evitar a posse de Lula

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou R$ 800 mil em uma transferência para os Estados Unidos, numa única data no fim de 2022, segundo o Agenda do Poder.

Naquele período, o então presidente deixou o Brasil e se dirigiu a Orlando, onde passou as férias na casa de um ex-lutador de MMA.

De acordo com o documento do Coaf, o repasse é apontado como o principal débito de Bolsonaro em uma conta que ele mantinha em um banco público. A data da transação é de 27 de dezembro de 2022. Três dias depois, o então presidente embarcou para os Estados Unidos.

Procurado por meio de sua assessoria, Bolsonaro não se manifestou. Nas redes sociais, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, que defende o ex-presidente, disse que “são inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa”.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou R$ 800 mil em uma transferência para os Estados Unidos, numa única data no fim de 2022.

Naquele período, o então presidente deixou o Brasil e se dirigiu a Orlando, onde passou as férias na casa de um ex-lutador de MMA.

De acordo com o documento do Coaf, o repasse é apontado como o principal débito de Bolsonaro em uma conta que ele mantinha em um banco público. A data da transação é de 27 de dezembro de 2022. Três dias depois, o então presidente embarcou para os Estados Unidos.

Procurado por meio de sua assessoria, Bolsonaro não se manifestou. Nas redes sociais, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, que defende o ex-presidente, disse que “são inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa”.

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Política

Após má vontade dos EUA em deportar blogueiro bolsonarista que tem ordem de prisão, governo Lula nega extradição de espião russo

A postura dos EUA em relação à ordem de prisão do blogueiro radical bolsonarista Allan dos Santos pesou na decisão do Ministério da Justiça de Lula de barrar o pedido feito pela administração de Joe Biden para extraditar para os Estados Unidos o espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov. A informação é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Condenado por uso de documentos falsos, Cherkasov está preso em uma área especial da penitenciária federal de segurança máxima de Brasília e é alvo de uma segunda investigação, por lavagem de dinheiro.

Assim como o governo russo, os EUA solicitaram a extradição do espião, sob a alegação de que ele atuou em território estadunidense no período em que usou uma identidade brasileira falsa. O pedido dos Estados Unido, entretanto, foi rejeitado sumariamente pelo governo brasileiro, já na primeira análise, no Ministério da Justiça.

Embora a negativa tenha sido justificada com argumentos técnicos, o fator político teve grande peso na decisão, dizem fontes graduadas do governo a par do assunto.

Segundo uma dessas fontes, um dos motivos principais para a negativa foi a falta de reciprocidade dos americanos em pedidos similares que são feitos pelo Brasil a Washington.

O caso do radical bolsonarista Allan dos Santos é não apenas lembrado como o maior exemplo disso, como apontado como uma das razões do “veredicto”, avalizado pela alta cúpula do governo.

Morando nos Estados Unidos, de onde dispara ataques até hoje contra as instituições brasileiras em eventos e em lives transmitidas pela internet, o blogueiro tem contra si uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de ameaçar autoridades, praticar crimes contra a honra e de incitar a prática de crimes.

O governo americano, porém, nunca se dispôs a extraditá-lo para o Brasil, queixa-se um importante integrante do governo Lula à reportagem.

“Você sabe quando os EUA vão extraditar o Allan dos Santos? Pau que dá em Chico também dá em Francisco”, afirma, sob reserva, um dos envolvidos na decisão.

Sergey Cherkasov foi preso pela Polícia Federal em abril do ano passado, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Apontado como integrante do GRU, braço da inteligência militar russa, o espião viveu durante anos no Brasil. Ele havia assumido uma identidade brasileira: Victor Muller Ferreira.

Sob a máscara do personagem construído ao longo de quase uma década, chegou a viajar para os Estados Unidos, motivo pelo qual passou a ser investigado também no território daquele país.

A prisão de Cherkasov se deu depois que autoridades holandesas desarticularam um plano para infiltrá-lo na Corte Penal de Haia, na Holanda, onde correm processos contra o presidente russo, Vladimir Putin.

Flagrado ao chegar à Holanda em um voo que havia partido de Guarulhos, ele foi enviado de volta ao Brasil, e a PF, acionada pela inteligência holandesa, o prendeu no desembarque.

O governo de Joe Biden pediu a extradição do espião para os Estados Unidos em razão das suspeitas de que ele, com a identidade brasileira falsa, teria operado em solo americano no período em que fez um curso em uma das mais prestigiosas universidades de Washington.

A solicitação foi feita ao DRCI, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional, vinculado ao Ministério da Justiça. Cabe ao órgão avaliar se os pedidos de extradição cumprem os requisitos administrativos e legais, em uma primeira fase do processo. Preenchidos os requisitos, os casos são enviados ao Supremo Tribunal Federal, que os julga antes de o presidente da República dar a palavra final.

No caso do pedido estadunidense, o processo parou já na primeira etapa. Foi barrado durante essa análise prévia no departamento subordinado ao ministro Flávio Dino. Com isso, nem chegou ao STF.

A Rússia já havia pedido a extradição de Cherkasov, alegando que ele é um criminoso comum condenado pela justiça local e que, por isso, precisa ser enviado de volta ao país para cumprir pena. Trata-se de uma tática usada frequentemente por Moscou para repatriar seus espiões quando eles são pilhados em atividade no exterior. As autoridades brasileiras já sabem, porém, que a alegação é falsa.

O pedido de extradição feito pelo governo russo já havia recebido o aval do Ministério da Justiça e está em tramitação no Supremo, nas mãos do ministro Edson Fachin.

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