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Vídeo: Brasil tem 22.169 casos de covid-19, 1.223 mortes e Bolsonaro espalha vírus de dentro do Palácio do Planalto

Todos sabem que Bolsonaro está orquestrando as ações nas ruas e estradas contra o isolamento social.

Agora à tarde, como mostra no vídeo publicado em seu twitter, Bolsonaro compartilha uma manifestação de motoristas orquestrada por ele e escreve: “Além do vírus, agora também temos o desemprego, fruto do “fecha tudo” e “fica em casa”, ou ainda o “TE PRENDO”.
– Para toda ação desproporcional a reação também é forte. O Governo Federal busca o diálogo e solução para todos os problemas, e não apenas um.”

O cara é imundo, todos sabem, inclusive os que o apoiam, na verdade o apoiam porque ele é imundo e isso fascina os que são tão imundos quanto ele.

EUA, França, Itália, Inglaterra, entre outros, vêm pedindo para seus cidadãos deixarem o Brasil o mais cedo que puderem. Motivo: Bolsonaro quer transformar o Brasil no epicentro do coronavírus no planeta. O mundo todo já sabe disso, só os bolsonaristas que não.

Não satisfeito, Bolsonaro disse também hoje, em transmissão ao vivo pelas redes sociais do Planalto: “Precisamos cada vez mais de liberdade. O país precisa ser informado do que realmente está acontecendo. E não através do pânico, mas através de mensagens de paz, de conforto, [para] cada um se preparar para a realidade”.

Sua fala ocorreu na abertura de uma videoconferência com representantes católicos e evangélicos com o objetivo de celebrar a Páscoa.

Bolsonaro só tem uma intenção, infectar todos os brasileiros o mais rápido possível para tentar salvar a economia, ter a proteção do mercado para salvar as cabeças dos três filhos criminosos e a sua própria nos casos envolvendo assassinatos, milícia, Marielle, Adélio, corrupção da rachadinha, Queiroz e outras tramas com as quais o clã está envolvido até a alma. Casos que estão sendo barrados de avançar na justiça pelos poderes que o mandato de presidente confere a Bolsonaro. Se ele cair, o castelo do clã vai ao chão.

Por isso, Bolsonaro vai até o fim nessa sua política genocida para salvar os filhos e ele próprio da cadeia, mesmo que, para isso, tenha que matar milhões de brasileiros espalhando vírus pelo país todo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Mundo

Hospitais da Suécia suspendem uso de cloroquina em pacientes com coronavírus devido a efeitos colaterais severos

Hospitais de ponta da Suécia interromperam o uso do medicamento cloroquina em pacientes infectados com o coronavírus, em consequência de relatos de graves efeitos colaterais – como arritmias cardíacas e perda de visão periferal.

Defendida pelos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro como uma possível cura para o Covid-19, a cloroquina – ou sua variante, a hidroxicloroquina – é indicada para o tratamento da malária, mas tem sido testada em pacientes com coronavírus embora sem comprovação científica da eficácia do medicamento nesses casos.

“Recomendações médicas devem ser feitas por especialistas, e não por políticos”, disse à RFI o médico sueco Magnus Gisslén, professor da Universidade de Gotemburgo e chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Sahlgrenska, o maior hospital da Suécia e um dos maiores da Europa.

Todos os hospitais da região de Västra Götaland – incluindo a cidade de Gotemburgo, a segunda maior do país – pararam de administrar a cloroquina em pacientes de Covid-19. Diversos hospitais da capital sueca – entre eles o Södersjukhuset, um dos maiores de Estocolmo – também já anunciaram a suspensão do medicamento.

“Tomamos a decisão de interromper o uso da cloriquina diante de uma série de casos suspeitos de efeitos colaterais severos, sobre os quais tivemos notícia tanto aqui na Suécia como através de colegas de hospitais em outros países”, destacou o professor Magnus Gisslén.

O especialista ressalta que um dos principais efeitos colaterais possíveis da cloroquina é o risco de arritmias e paradas cardíacas, especialmente se administrada em altas doses. Doses excessivas podem ser letais.

“No início da crise do coronavírus, começamos a administrar a cloroquina em pacientes de Covid-19, o que já vinha sendo feito em países como China, Itália e França. Mas diante de suspeitas de que o remédio pode ter efeitos colaterais mais graves do que pensávamos, optamos por não arriscar vidas. Não se pode descartar que o medicamento possa inclusive piorar o quadro clínico do paciente”, observa o médico sueco.

Ele reforça a preocupação de que ainda não há evidências por trás da esperança de que a cloroquina possa ser eficaz no tratamento da Covid-19.

“Vamos portanto aguardar até que se possa ter provas mais robustas em torno do uso da cloroquina”, diz Magnus Gisslén.

O jornal sueco Expressen citou o caso de um paciente de coronavírus que teve sua visão afetada após ser tratado com cloroquina no hospital Södersjukhuset, na capital sueca. Segundo o jornal, o hospital prescreveu duas doses diárias de cloriquina para o sueco Carl Sydenhag, de 40 anos, dois dias depois de ele ter sido diagnosticado com o Covid-19 no dia 23 de março. Em seguida, Sydenhag sentiu fortes dores de cabeça e cãibras, e teve sua visão periférica reduzida. Hoje livre dos sintomas do Covid-19, Sydenhag diz que se sente muito melhor, embora a visão ainda esteja pior do que o normal.

 

 

*Com informações do Uol

 

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Quantos foram infectados e quantos morrerão em consequência das manifestações pró-Bolsonaro no dia 15?

Já se sabe que, na França e Coreia do Sul, pastores evangélicos promoveram em seus cultos, num verdadeiro espalha-vírus.

Duas mil pessoas é a média dos cultos evangélicos, um número relativamente pequeno se comparado à última manifestação pró-Bolsonaro, convocada pelo próprio contra o Congresso e o STF no último dia 15.

Temos que lembrar que, logo após as manifestações, o Brasil ultrapassou a Itália, e muito, em número de infectados e de mortos considerando o mesmo período de tempo do primeiro registro.

Não há como negar que as manifestações pró-Bolsonaro foram um fermento perfeito para a propagação relâmpago e exponencial do coronavírus no Brasil.

Se na França e na Coreia do Sul, os pastores vão pagar com prisão por esse crime de progressão geométrica. Aqui no Brasil, quem fará as contas dos possíveis infectados nas manifestações de Bolsonaro que, hoje, sete dias depois, estão por aí espalhando o vírus pelo país? Quem fará Bolsonaro pagar por esse crime? Porque esse ato ultrapassou a necessidade de um impeachment, a pergunta agora é, quem vai condenar Bolsonaro à prisão e quando?

Em quantas cidades os bolsonaristas, em solidariedade ao maníaco do Planalto, se reuniram ? Quantas pessoas foram contabilizadas se juntando numa aglomeração assassina e levando para sua casa, para sua família, para o seu bairro o coronavírus? Alguém já fez essa conta? Se não, deveria fazer.

E fazer mais, saber o efeito daquilo em número de mortos que o Brasil terá nos próximos quatro meses, depois que Bolsonaro estimulou a propagação do coronavírus com o próprio convocando e se misturando aos manifestantes, cumprimentando e produzindo um espetáculo macabro que, certamente elevará e muito a quantidade de mortes no país.

Uma mazela como essa não foi por absoluta ignorância, dizer isso seria contraditório, já que naquele momento o Brasil, através do próprio Ministério da Saúde, já vinha assistindo aos alertas de que, se não tivesse uma consciência coletiva, o Brasil sofreria pesadamente com a pandemia.

Mas isso não foi obstáculo para a floração do pensamento bolsonarista e, muito menos para a disseminação do vírus com o estúpido argumento de que aquilo era saudável para a democracia.

Cabe agora ao Ministério Público não esperar mais nada e buscar pesquisas confiáveis com infectologistas e virologistas sobre aqueles atos que aconteceram em todo o país e quais as consequências em números calculados de infectados, de doentes e de mortos.

Isso é pra já, porque Bolsonaro não vai se contentar em apenas produzir aquela pantomima viral, ele ainda se mostra relutante em admitir que o coronavírus pode promover no Brasil a maior catástrofe da história com mais de 1 milhão de vítimas fatais. Alguém tem que colocar uma focinheira e um enforcador no cachorro louco. Isso é para ontem.

Na Itália, somente de ontem para hoje, já se somam quase 800 mortes, uma progressão macabra.

Detalhe: lá não teve nenhuma manifestação política parecida com aquela estupidez assassina dos psicopatas bolsonaristas junto com o seu “mito”, como a que assistimos no último domingo, 15 de março.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Mundo Saúde

Coronavírus: Ministro francês da Saúde alerta contra uso de ibuprofeno e cortisona em pacientes

O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, alertou hoje contra o uso de ibuprofeno em pessoas infectadas com o coronavírus. Segundo ele, esse tipo de medicamento pode agravar a pneumonia causada pelo Covid-19. Apesar das recomendações do governo, que pediu o adiamento de manifestações públicas com mais de 100 pessoas, os coletes amarelos voltaram às ruas em várias cidades francesas.

“Tomar medicamentos anti-inflamatórios (ibuprofeno, cortisona e outros) pode agravar a infecção. Em caso de febre, tome paracetamol. Se você já está tomando medicamentos anti-inflamatórios ou em caso de dúvida, pergunte ao seu médico”, disse o ministro na sua conta no Twitter.

O ibuprofeno – vendido sob esse nome no Brasil e outras denominações comerciais, como Advil, Alivium ou Ibuflex – provavelmente agravará infecções já existentes e poderá gerar outras complicações. Segundo o ministro francês, vários médicos mencionaram casos de pacientes jovens infectados pelo Covid-19, sem outras patologias conhecidas, que se encontraram em estado grave depois de tomar ibuprofeno para baixar a febre provocada pela nova gripe.

Com mais de 3.600 casos confirmados no país e 79 mortes, Véran, que é médico, insistiu que “estamos no início de uma epidemia de um vírus desconhecido”. Ele instou toda a população “a modificar rigorosa e escrupulosamente de comportamento, para se proteger individualmente e também de forma coletiva.

Os hospitais de Paris “nunca enfrentaram um fenômeno de tal magnitude”, disse hoje o diretor-geral dos hospitais públicos de Paris, Martin Hirsch. Em entrevista ao jornal Le Monde, Hirsch relatou que dos cerca de 900 testes de triagem do Covid-19 realizados na sexta-feira (13) na capital francesa, cerca de 20% deram positivo. Hirsch descreveu uma situação “inédita” e “complexa”, mas tranquilizou os parisienses assegurando que as equipes dos hospitais públicos estão prontas para receber novos pacientes. “Pode haver um aumento de casos graves de 20% a 30% por dia”, o que “representaria 400 pacientes que necessitam simultaneamente de cuidados intensivos na região de Île-de-France [onde fica a capital] dentro de dez a quinze dias”, prevê o diretor-geral.

Coletes amarelos desafiam recomendações das autoridades

A França registrou neste sábado um primeiro caso da infecção no sistema penitenciário. Um detento do presídio de Fresnes (região parisiense) de 74 anos contraiu o novo Covid-19. Pela idade avançada, o presidiário esteve em uma célula individual desde que chegou à penitenciária, no dia 8 de março. Depois de apresentar sintomas, ele foi levado para o hospital Kremlin-Bicêtre.

O coronavírus também avança entre políticos franceses. A secretária de Estado para a Transição Ecológica, Brune Poirson, 38 anos, testou positivo para o coronavírus, assim como a senadora Guylène Pantel. O ministro francês da Cultura, Franck Riester, e dez deputados foram contaminados.

O governo tem recomendado o adiamento de encontros e manifestações públicas com mais de 100 pessoas. Porém, os coletes amarelos ignoraram essa orientação e voltaram às ruas neste sábado em Paris, Bordeaux (sudoeste) e outras localidades, a fim de marcar o 70° ato do movimento. A polícia deteve ao menos 34 manifestantes na capital, depois de surgirem focos de incêndio na zona sul da cidade.

Eleições municipais

Apesar das medidas tomadas para conter a propagação do coronavírus, os franceses vão às urnas neste domingo (15), no primeiro turno das eleições municipais. As autoridades responsáveis pela organização das seções eleitorais se prepararam para receber os eleitores nas melhores condições possíveis, desinfetando maçanetas, mesas e cabines de votação. Os franceses são convidados a levar uma caneta de casa. Foram tomadas medidas para evitar filas e respeitar as distâncias de segurança.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, admitiu “temer” uma participação em declínio. Ele reconheceu que alguns municípios consideram difícil abrir suas seções eleitorais.

 

*Com informações do Uol

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Saúde

Atenção que não é só febre e tosse: Coronavírus pode silenciosamente se transformar numa pandemia

O surto da doença já deixou 80 mortos e mais de 2.700 infectados em todo o gigante asiático. Vírus está paulatinamente se disseminando pelo mundo.

Os médicos do Hospital Universitário de Wuhan, na província chinesa de Hubei, alertaram na sexta-feira (25) que os primeiros sintomas do coronavírus, chamado 2019-nCoV, não são necessariamente semelhantes aos de um resfriado ou gripe, como pensado anteriormente.

A doença pode começar a se manifestar também sob a forma de problemas no sistema digestivo ou nervoso, relata a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Diarreia, náuseas, dores de cabeça e fadiga completam o rol referido pelos médicos chineses como sendo os primeiros sinais do coronavírus em muitos pacientes.

Especialistas advertem que sendo estes sintomas tão comuns a outras doenças, dificultam o diagnóstico, confundem com outras enfermidades e levam a uma maior propagação da doença por dificuldades em associar os sintomas diretamente ao coronavírus.

É preocupante o coronavírus poder infectar o portador vários dias antes que se manifestem os primeiros sintomas, o que pode conduzir a um “silencioso” alastramento e a uma pandemia.

Espalhamento do vírus

Na China, segundo os últimos dados, já há 80 mortos e mais de 2.700 infectados. O presidente chinês Xi Jinping admitiu que a “situação é grave” e que a ” propagação do coronavírus” está acelerando.

Além disso, foram confirmados casos da doença em países como Tailândia, Austrália, Singapura, França, Malásia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Estados Unidos, Vietnã, e Nepal.

Em muitos outros países estão surgindo suspeitas de casos em viajantes que chegam da China. Uma pandemia já pode estar em curso. Os receios com a doença têm levado a um crescimento de receios dos pesquisadores e provocado a queda das bolsas de valores e do petróleo.

 

 

*Com informações do Sputnik

 

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Saúde

Coronavírus: China admite que a situação é grave

“Dada a grave situação de uma epidemia que se acelera, é necessário fortalecer a liderança centralizada e unificada do Comitê Central do Partido”, afirmou.o presidente Xi Jinping, que pediu unidade para enfrentar a epidemia do coronavírus que já matou 41 pessoas no país.

O número oficial de mortos causado pelo surto de coronavírus na China aumentou neste sábado (25) de 26 para 41, e o governo chinês admitiu que a epidemia “está se acelerando” e coloca o país em uma “situação grave”. A afirmação é do presidente Xi Jinping, que pediu unidade para enfrentar a epidemia.

Em uma reunião do comitê permanente do Bureau Político do Partido Comunista, a instância de sete membros que administra o país, o presidente afirmou que a China pode “vencer a batalha” contra o novo coronavírus.

“Dada a grave situação de uma epidemia que se acelera, é necessário fortalecer a liderança centralizada e unificada do Comitê Central do Partido”, afirmou.

Desde o início da crise, 56 milhões de chineses foram isolados em áreas das quais não podem sair até novo aviso.

Além do território chinês, foram confirmados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Malásia, França e Austrália.

Ao longo dos últimos dias, as autoridades chinesas proibiram as entradas e saídas de Wuhan e várias cidades na região, afetando mais de 50 milhões de chineses, e, hoje, decretaram que apenas veículos de emergência podem circular na cidade onde teve origem o surto.

Também em Wuhan começou a ser construído um novo hospital, com capacidade para 1.300 pacientes, que estará concluído em duas semanas, e foi anunciado o envio de equipas de médicos militares especialistas para a província de Hubei, onde se localiza Wuhan.

 

 

*Com informações do 247

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Rússia recusa apelo de Trump e apoia acordo nuclear com o Irã

A Rússia não concorda com o apelo do presidente dos EUA, Donald Trump, aos países garantidores para se retirarem do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA) sobre o programa nuclear do Irã, disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Rússia à Sputnik.

Anteriormente, Trump afirmou que os países garantidores deveriam se retirar do JCPOA e trabalhar em um novo acordo. O próprio governo norte-americano anunciou a retirada do acordo em 8 de maio de 2018.

“Existe um acordo, muito bem desenvolvido, um compromisso que precisa ser implementado. Portanto, a posição do lado iraniano é mais clara de que os EUA precisam retornar à implementação do JCPOA”, declarou a fonte russa.

“E, se alguém não gostar de algo nesses acordos, provavelmente precisaremos discutir a conveniência e a possibilidade de algum tipo de ajuste, mas dentro da estrutura do JCPOA”, acrescentou.

Desde a sua campanha eleitoral, há quatro anos, Trump sempre tratou o acordo nuclear firmado em 2015 pela administração de Barack Obama com o Irã e outras potências signatárias – Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia – como “o pior acordo já feito”.

Desde a saída dos EUA do JCPOA, novas sanções foram implementadas contra o Irã, país que estava cumprindo estritamente o que previa o acordo nuclear, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão vinculado à ONU.

No fim de semana, Teerã anunciou que deixaria de cumprir integralmente o documento de 2015, porém um oficial destacou que o governo iraniano não descarta se manter no acordo, desde que os signatários europeus garantam o fim das sanções impostas pelos EUA.

 

 

*Com informações do Sputnik

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O lacaio Bolsonaro arrasta a guerra dos EUA e Irã para dentro do Brasil

No Brasil, EUA testarão aliança contra o Irã.

Dentro do próprio Itamaraty, comunicado emitido por chanceler Ernesto Araújo em apoio ao ato de Trump foi duramente criticado por colocar em risco os interesses nacionais, por abandonar respeito à soberania e por quebra de uma tradição diplomática do país de diálogo.

GENEBRA – Aliados do governo de Donald Trump afirmam que deverão ser cobrados e testados em sua aliança com a Casa Branca no dossiê iraniano durante uma conferência organizada no Brasil, em um mês.

Nos dias 5 e 6 de fevereiro, o governo brasileiro aceitou sediar um encontro entre aliados militares dos EUA para debater a situação no Oriente Médio e no Golfo.

Oficialmente, a reunião faz parte do Processo de Varsóvia e teria como função o debate de assuntos relacionados à crise humanitária e refugiados, numa agenda que já havia sido estabelecida em dezembro. O Processo de Varsóvia foi lançado pelo governo Trump na capital polonesa no início de 2019 com o objetivo de reposicionar os EUA na região. Mas, nos bastidores, o projeto tem um só objetivo: conter o Irã.

Levando em consideração os encontros dos últimos meses, nenhum das demais potências deve fazer parte da iniciativa. China e Rússia alertam que o processo é uma forma diplomática que os americanos encontraram para planejar o Oriente Médio e o Golfo sem o Irã. A França também se recusou a participar da iniciativa.

Na região, os participantes são os aliados americanos: Afeganistão, Bahrein, Jordânia, Emirados Árabes e Arábia Saudita, além dos israelenses.

Iraque, Síria, Turquia e Líbano, além dos palestinos, também se recusam a chancelar o processo.

No caso do encontro no Brasil, porém, diplomatas na Europa afirmam que o programa de debates ameaça ser fortemente marcado pela crise declarada entre EUA e Irã. A perspectiva é de que, nos corredores e fora da agenda oficial, negociadores americanos usem a ocasião para garantir um apoio da aliança aos seus atos contra o regime de Teerã.

Desde a morte do general Qasem Soleimani, na sexta-feira, em um ataque americano, o Ocidente e aliados americanos foram tragados para a crise.

Do lado americano, porém, há uma enorme pressão para que tradicionais aliados mostrem “unidade” neste momento.

Diversos países que contam com bases americanas ou que têm sido um aliado explícito de Trump indicaram que temem ser alvos de uma represália por parte do Irã ou de milícias.

Reino Unido, Austrália e Canadá se queixaram de que o ato americano ocorreu sem qualquer tipo de consultas com os aliados que enviaram soldados no Iraque.

Os australianos anunciaram que sua embaixada em Bagdá estava fechada, enquanto Ottawa também demonstrou preocupação com sua presença militar no Iraque.

Brasileiros sob ameaça? No Brasil, certas alas das Forças Armadas deixaram claro que não querem ver o país envolvido na crise entre americanos e iranianos. Mas o grupo mais próximo aos EUA, liderado pelo Itamaraty, pressionou por uma declaração de apoio aos atos de Trump e acabou prevalecendo.

Fontes em Brasília indicaram que, antes de o comunicado oficial do governo ser emitido pela chancelaria, versões preliminares circularam com um tom de apoio ainda mais forte aos interesses da Casa Branca.

Dentro do Itamaraty, o comunicado de apoio aos americanos também foi duramente criticado. Embaixadores e diplomatas indicaram que o texto reflete um rompimento de uma tradicional posição de promoção da paz e diálogo do Brasil, assim como uma chancela de uma violação da soberania de outro país. “Ninguém respeita quem adota uma posição de lacaio”, alertou um experiente embaixador. “Em vez de defender os interesses do país, defendem os interesses americanos. Assim, nenhum país pode ser respeitado”, disse.

Para outro representante da diplomacia nacional, declarações de lealdade em relação ao presidente Donald Trump representam até mesmo um risco para empresas brasileiras.

Cientes dos atos de Soleimani, esses diplomatas brasileiros insistiam na necessidade de uma postura de neutralidade por parte do Brasil. Temendo uma retaliação por parte do chanceler Ernesto Araújo, diplomatas pediram para que suas identidades não fossem reveladas pela reportagem.

À coluna, o ex-ministro da Defesa e ex-chanceler, Celso Amorim, alertou que a posição do governo ameaçaria a própria segurança do país. “A questão é saber até onde irá (a aliança entre Bolsonaro e Trump)”, declarou. “E se, além das perdas comerciais, o governo está disposto a colocar em risco a segurança do Brasil e dos brasileiros”, questionou.

Pressão e Bastidores

Mas fontes diplomáticas confirmaram que, em meio à eclosão da crise, o governo americano fez questão de pressionar seus aliados para que saíssem em apoio à sua ofensiva. Nos últimos dias, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se queixou do frágil apoio que recebeu dos governos europeus diante do assassinato do general Qasem Soleimani, na sexta-feira. “Não ajuda”, declarou o americano.

No fim de semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou às lideranças iraquianas para demonstrar o apoio de Paris à soberania de Bagdá. Para diversos especialistas europeus, o governo americano violou a soberania iraquiana ao realizar a operação em território estrangeiro, sem ter sequer consultado com o país onde o ataque ocorreria.

A tentativa de manter os canais de comunicação abertos com o Irã também foi demonstrada pela UE, que convidou o chanceler de Teerã para um encontro em Bruxelas.

O gesto foi interpretado como um ato de desafio ao plano americano de isolar o Irã. O objetivo é o de convencer os iranianos a não responder com um ataque militar, já que isso certamente abriria o caminho para uma ofensiva ainda maior por parte de Trump.

O governo do Reino Unido também enviará nesta semana um de seus ministros para Washington, na esperança de convencer a Casa Branca a adotar uma postura menos agressiva na região.

No Vaticano, o papa Francisco apelou para o “auto-controle” e pela manutenção do diálogo. Enquanto isso, os governos da Suíça e do Japão têm tentado mediar a crise, com contatos entre Teerã e Washington para buscar uma desescalada do conflito.

 

*Jamil Chade/Uol

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Mundo

Haiti à beira de uma insurreição popular

No fim de maio, o Tribunal Superior de Contas haitiano submeteu ao Senado uma auditoria de 600 páginas do programa PetroCaribe. Essa auditoria se seguiu a um informe prévio expondo a corrupção e era muito esperada. Ela detalhou a corrupção massiva e o roubo de fundos e mostrou que o próprio Moïse havia embolsado milhões de dólares como parte de um esquema de apropriação indébita para roubar fundos do povo haitiano no valor de bilhões de dólares destinados a gastos sociais e de infraestruturas através do programa PetroCaribe.

De fato, agora parece que três diferentes empresas controladas por Moïse estão envolvidas no escândalo de corrupção. A auditoria comprovou o que todos já sabiam: a classe dominante haitiana e as elites políticas roubaram cerca de 2 bilhões de dólares ao faturar duas vezes o Ministério de Obras Públicas, que também distribuiu fundos às elites corruptas e suas empresas antes que os projetos fossem concluídos e, em alguns casos, antes mesmo que os projetos fossem iniciado.

Depois do terremoto em 2010, foi iniciada a construção de centenas de estradas, escolas. hospitais, etc., mas, em muitos casos, esses projetos nunca foram concluídos. Um artigo explicava que “Ao sul de Porto Príncipe, um gigantesco hospital semiconstruído e uma ponte que não liga nada com nada servem como lembretes diários da apropriação indébita do governo”.

O movimento de massas, que fluiu e refluiu ao longo do último ano e meio, irrompeu novamente em junho com o lançamento da auditoria e com a oposição cada vez mais decidida pedindo a renúncia do presidente Moïse.
Escassez de combustíveis e alimentos

Tendo perdido o acesso ao petróleo venezuelano subsidiado no início de 2018, o governo haitiano foi forçado a recorrer principalmente às empresas petrolíferas estadunidenses e a pagar preços de mercado por seu suprimento de combustíveis. O governo não podia pagar por isso e se endividou com essas empresas de energia, que se recusam a fornecer combustível até que essas dívidas, no montante de cerca de 100-130 milhões de dólares, sejam liquidadas.

A escassez de combustível no país, que já estava em nível de crise, continuou a piorar durante no último verão. Lojas e escolas foram fechadas como resultado da escassez e os hospitais mal estão funcionando. Há longas filas nos postos de abastecimento, com muito pouco combustível disponível. Os apagões são frequentes e duradouros, e, com o aumento dos preços, muitos não têm acesso aos combustíveis.

Com o desemprego agora em mais de 70% e com a inflação em torno de 20%, muitos não podem se permitir pagar os poucos combustíveis e alimentos disponíveis. Para piorar a situação, uma seca severa deixou agora muitas pessoas sem acesso à água. A situação ficou mais aguda quando a República Dominicana fechou sua fronteira com o Haiti, cortando uma rota essencial para suprimentos.

Diante da escassez cada vez mais severa de produtos básicos, as massas tomaram as ruas durante o mês de setembro em uma série contínua de manifestações e greves, que fecharam completamente Porto Príncipe e paralisaram o restante do país.

As manifestações e greves aumentaram chegando a proporções insurrecionais durante a semana passada, quando aliados de Moïse no senado tentaram empossar a escolha do presidente para primeiro-ministro, um cargo que foi formalmente deixado vazio durante meses depois de uma série de renúncias. A sessão do senado se converteu em caos, com um senador aliado a Moïse sacando uma arma de fogo e disparando contra os manifestantes quando saía do prédio do senado, ferindo um jornalista da AP e um guarda de segurança.
Equilíbrio das forças de classe

O Haiti esteve efetivamente em uma situação pré-revolucionária ou revolucionária durante vários anos, com certeza desde pelo menos o verão passado, quando protestos e greves em massa eclodiram devido à crise do combustível e à corrupção.

Naturalmente, em particular devido à ausência de uma liderança determinada, revolucionária e da classe trabalhadora, houve vários fluxos e refluxos no movimento das massas. Nos momentos chave, parecia que o governo Moïse cairia, mas todas as vezes o governo evitou o colapso ou sua derrubada à medida que o movimento diminuía.

Em muitos aspectos, a situação no Haiti é um microcosmo da situação mundial. Globalmente, a classe trabalhadora é muito forte e cada vez mais determinada a reagir aos ataques da classe dominante. Isso explica a intensificação em escala mundial da luta de classes e a polarização da sociedade. No entanto, o movimento é retido a cada passo por sua liderança. Isso impediu a classe trabalhadora em muitos países de avançar diretamente na direção de ações revolucionárias para mudar a sociedade.

Por outro lado, a classe dominante é muito fraca. Para todos os lugares que se olhe, os partidos do establishment e os principais elementos da classe dominante estão se tornando cada vez mais isolados – e odiados pelas massas trabalhadoras e pela juventude. Isso criou uma situação em que, devido à força geral da classe trabalhadora e da juventude e à fraqueza geral da classe dominante, os capitalistas em muitas áreas não podem avançar diretamente para uma ação contrarrevolucionária (golpes, ditaduras etc.). Isso criou algo semelhante a um impasse, embora seja um impasse em que todo o impulso recai nos trabalhadores e na juventude.

A situação no Haiti, com greves e manifestações insurrecionais de massas, está muito mais avançada do que em muitos outros países. Isso não é por acaso – a cadeia do capitalismo global está de fato se rompendo por seus elos mais fracos. No entanto, também podemos ver que o equilíbrio das forças de classe é semelhante ao de todo o mundo e que há algo como um ponto morto em que as massas não puderam derrubar o governo e mudar a sociedade. As massas tentaram repetidamente tomar o seu destino em suas próprias mãos, derrubar seu governo apodrecido e tomar o controle de suas vidas, mas todas às vezes o governo sobreviveu.

Como explicamos no início deste ano:

“Sem acesso a fundos ou combustível, o governo haitiano não tem meios de comprar qualquer paz social temporária. Não tem meios econômicos à sua disposição para apaziguar as massas, nem, tem qualquer capital político para apaziguar as demandas políticas do movimento. Com a força policial nacional vacilando, o governo se encontrará em grandes dificuldades para reprimir o movimento com força física. Isso não significa que a polícia não possa atacar e que não atacará as manifestações e os trabalhadores em greve, mas dado o equilíbrio de forças parece improvável que o governo possa derrotar o movimento somente com a ação policial”.

Naturalmente, existem elementos na classe dominante e entre certos setores da pequena burguesia que estariam muito interessados em se mover na direção de algum tipo de golpe para resolver a situação. The Guardian informou recentemente que Nicholas Duvalier (o filho de Jean-Claude “Baby Doc” Duvalier e neto de François “Papa Doc” Duvalier) esteve recentemente em Miami para pedir apoio à comunidade haitiana de lá. Quando perguntado se havia algum apoio no Haiti à família dos ex-ditadores, um entrevistado no Haiti disse: “Sim. Entre pequenos empresários. Conheci um. Ele quer fazer pregos, mas a família Bigio, que tem o monopólio do aço aqui, empurrou-o para o lado. É o tipo de pessoa que apoiaria Nicolas, e existem muitos mais como ele”.

No entanto, dada a debilidade do estado e da polícia haitianos, um golpe bem-sucedido parece improvável – embora possa ser tentado em determinado momento se a crise continuar sem algum tipo de solução.

Naturalmente, um fator importante na política haitiana são os imperialistas – particularmente os EUA, Canadá e França – que, no passado, não temeram intervir política e militarmente de forma direta na política haitiana para preservar seus interesses, investimentos e lucros. Durante os últimos 15 anos, eles tentaram exercer seu domínio e controle através da força de ocupação da ONU. No entanto, deve-se notar que a “a missão de manutenção da paz da ONU” está programada para encerrar suas funções em 15 de outubro e ser substituída por uma “missão política”.

Uma intervenção direta do imperialismo EUA (ou canadense, francês, etc.) parece improvável, dada a situação política nos países imperialistas. No entanto, não se pode excluir algum tipo de acordo seja mediado pelos imperialistas e a classe dominante haitiana para manter as tropas da ONU no Haiti para forçar o fim do movimento de massas e “resolver” a crise, isto é, algum tipo de golpe apoiado ou liderado pelas tropas da ONU.

Cuidado com a Frente Popular

A oposição parece mais decidida do que nunca a derrubar o governo Moïse. Greves e manifestações em massa ocorreram na sexta-feira passada. Foram levantadas barricadas e postos policiais e tribunais foram atacados e incendiados. As massas entraram em confronto direto com o Estado para impor sua vontade sobre a situação e obrigar o governo a renunciar.

Os moradores de Cité Soleil, uma das maiores e mais pobres áreas da capital e, de fato, do mundo, e centro da atividade revolucionária no Haiti, se levantaram e expulsaram de lá as odiadas forças de segurança. De fato, a polícia foi ultrapassada pelo movimento das massas e está sendo desarmada e/ou forçada a se retirar. Um manifestante explicou que, “Estamos dizendo às pessoas que vivem na área de Cité Soleil e à população haitiana para se levantar e derrubar esse governo porque o presidente Jovenel Moïse não está fazendo nada por nós, apenas nos matando”.

Um líder da oposição disse:

“Em 27 de setembro de 2019, o povo demitiu Jovenel Moïse como seu presidente… Jovenel Moïse é um presidente que se esconde… ele não está mais liderando o país”.

Moïse não é visto desde 25 de setembro, quando fez um discurso às 2 horas da madrugada (que ninguém podia ouvir porque estava dormindo ou por falta de acesso à eletricidade devido à escassez de combustível), pedindo “calma”. Embora seus apoiadores insistam em que ele ainda está no controle e “refletindo como um bom treinador”, acredita-se amplamente que, de fato, ele está se escondendo.

A oposição o está buscando ativamente para forçá-lo a renunciar e levá-lo à justiça. Enquanto a oposição caracterizava as manifestações da sexta-feira como “a batalha final na guerra para se livrar de Jovenel”, um dos líderes afirmou que:

“[Se] Jovenel não renunciar hoje, o que acontecer a ele não é de nossa responsabilidade. Jovenel Moïse será responsabilizado por tudo o que acontece no país hoje”.

Dada a escala do movimento para derrubá-lo e a determinação das massas, parece improvável que Moïse fique no poder por muito mais tempo. No entanto, é claro que, embora o movimento esteja unido em seu objetivo de derrubar Moïse, há muitos riscos à frente.

The Guardian informou que a organização Batay Ouvriye está circulando panfletos proporcionando uma análise marxista da situação e pedindo que o movimento revolucionário se arme para se defender. Isso é, sem dúvida, uma boa coisa e um passo necessário para o movimento tomar.

Contudo, Andre Michel, porta-voz do Setor Democrático e Popular, disse algumas coisas que representam um risco direto para o movimento. Há alguns dias ele tuitou que: “O Setor Democrático acompanhará a população em sua mobilização até arrancarmos Jovenel Moïse. A população necessita permanecer mobilizada até instalarmos um presidente e um governo provisório no país”. Mais tarde, ele também disse em uma entrevista que, “Jovenel Moïse não é mais o presidente; o povo o demitiu, mas o povo deve permanecer mobilizado. Os obstáculos devem continuar e a mobilização deve ir além até que instalemos um governo provisório”.

Michel está correto quando diz que as massas devem permanecer mobilizadas para se livrar de Moïse. No entanto, a divisão de classes na oposição se revela claramente no que ele disse. Quando ele diz que as massas devem permanecer mobilizadas “até instalarmos um presidente e um governo provisório”, ele está refletindo os interesses da burguesia e das camadas pequeno-burguesas da oposição, que querem usar as mobilizações e as greves de massas para dar um golpe contra seus oponentes no governo e se colocarem no poder. Uma vez no poder, naturalmente vão querer que as massas vão para casa e parem as mobilizações.

Do ponto de vista das massas, a derrubada do podre governo de Moïse somente representaria o início real da Revolução Haitiana, e não o seu fim. A classe dominante haitiana provou mais de uma vez que é completamente incapaz de liderar o país ou de resolver os problemas de pobreza e desemprego que as massas enfrentam.

Movimentos e greves de massas não podem ser ligados e desligados como uma torneira. Embora os elementos burgueses na oposição tentem, as massas haitianas não serão usadas como peões em um tabuleiro de xadrez. A derrubada de Moïse será um tremendo avanço e uma vitória para o movimento, mas por si só não resolverá nada para o povo do Haiti. Não resolverá os problemas da corrupção, da pobreza esmagadora, do desemprego e da inflação, da escassez de combustíveis e alimentos e da crise econômica geral.

Se Moïse for derrubado, um novo governo burguês, governando com base no capitalismo e no interesse dos imperialistas, será totalmente impotente para fazer qualquer coisa com respeito à situação. A corrupção continuará. As necessidades do povo não serão atendidas, a crise econômica continuará a se aprofundar e as massas se encontrariam na mesma situação em que estão agora (ou até mesmo em situação pior).

As massas haitianas não podem confiar nos elementos burgueses na oposição para resolver a crise e só podem confiar em suas próprias forças. Se o governo de Moïse cair – algo que parece cada vez mais provável a cada dia que passa – as massas não podem se conformar em esperar por um novo governo provisório baseado no capitalismo e na cooperação com os imperialistas. O povo haitiano não pode esperar que outro governo burguês fracasse.

O movimento de massas de trabalhadores, jovens e pobres deve tomar o poder em suas próprias mãos. Esta será a única maneira de lidar com os problemas econômicos que o país enfrenta, a corrupção e a pobreza, e a única maneira de lidar com a escassez de combustíveis e alimentos. Comitês de greve devem ser criados e interligados por todo o país para coordenarem as ações de greve e as atividades que o governo é incapaz de realizar.

As fontes de combustível, alimento e água devem ser expropriados e distribuídos de acordo com a necessidade pelos comitês de greve. Esses comitês devem começar organizando a coleta e distribuição de produtos básicos como alimentos, água e combustível, e organizar o transporte, a educação, o saneamento e os cuidados de saúde. Nenhum governo burguês, provisório ou qualquer outro, será capaz de fazer isso.

Isso coloca a transformação socialista da sociedade na ordem do dia no Haiti. A situação que as massas haitianas enfrentam é verdadeiramente socialismo ou barbárie. Só um governo dos trabalhadores, agricultores e pobres do Haiti será capaz de resolver a crise atual. Só o socialismo oferece um caminho a seguir para o povo do Haiti.

 

 

*Com informações do Diálogos do Sul