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Não são somente R$ 30 milhões: os casos de corrupção do clã Bolsonaro

Da adulteração de notas de combustível às joias árabes, passando por rachadinhas, Wal do Açaí, entre outros, família Bolsonaro acumula escândalos

Em dezembro de 2020, prestes a completar dois anos de governo, Jair Bolsonaro reagiu às críticas da imprensa com um desafio provocativo: “Me chama de corrupto, porra!”.

A frase reforçava a narrativa que o ex-presidente sempre buscou sustentar: a de que poderiam acusá-lo de qualquer coisa, menos de corrupção.

De lá para cá, porém, multiplicaram-se os casos que levantam suspeitas de corrupção envolvendo Bolsonaro e seu núcleo familiar mais próximo.

Réu por tentativa de golpe de Estado, o episódio mais recente que o coloca sob suspeita é a movimentação de R$ 30,5 milhões em suas contas bancárias em apenas um ano. O caso, tratado como possível lavagem de dinheiro, foi apontado em relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo por obstrução de Justiça.

um raio-x dos principais casos de corrupção e suspeitas de lavagem que marcam a trajetória da família Bolsonaro:

Jair Bolsonaro
R$ 30,5 milhões sob suspeita (2023–2024)
Entre março de 2023 e fevereiro de 2024, Bolsonaro recebeu R$ 30,5 milhões em suas contas, valor incompatível com sua renda declarada. Segundo a PF, parte desse dinheiro veio de vaquinhas virtuais e doações de apoiadores, mas teria sido “lavado” por meio de transferências em cadeia e PIX a familiares e assessores. O caso, revelado em agosto de 2025, ainda está em investigação.

Joias sauditas (2019–2023)
O escândalo eclodiu em março de 2023, quando se descobriu que Bolsonaro e auxiliares se apropriaram de conjuntos de joias de diamantes avaliadas em até R$ 16 milhões, presentes do governo da Arábia Saudita em 2019 e 2021. O ex-presidente ainda teria tentado vender nos Estados Unidos estes e outros presentes caros dados ao Estado brasileiro. Em agosto de 2023, a PF indiciou Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O caso tramita no STF.

Fraude do cartão de vacinação (2021–2024)
Em maio de 2023, a PF apreendeu o celular de Bolsonaro em operação que investigava adulterações no sistema do SUS. Descobriu-se que, em 2021, seus dados foram manipulados para indicar uma vacinação contra Covid-19 que nunca ocorreu. Em março de 2024, ele foi indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos e uso de documento falso.

“Wal do Açaí” (2003–2018)
Caso clássico de funcionário fantasma. Walderice Santos, lotada no gabinete do então deputado Bolsonaro na Câmara desde 2003, admitiu ao MPF em 2018 que nunca trabalhou em Brasília. Mantinha, em Angra dos Reis, uma loja de açaí. O MPF ajuizou ação de improbidade, que segue em tramitação no TRF-1.

Notas frias de combustível (anos 2000–2010)
Reportagens da época mostraram que Bolsonaro usava notas fiscais adulteradas de postos de gasolina para justificar gastos da cota parlamentar. Apesar das evidências de irregularidade, o caso não gerou denúncia criminal.

Possível rachadinha no Gabinete “Valle” (2001–2018)
Parentes de Ana Cristina Valle, segunda ex-esposa de Bolsonaro, foram nomeados em seus gabinetes. Investigações do MPRJ apontam que até 99% dos salários eram sacados por eles. A prática é considerada típica de esquemas de rachadinha.

Nathália Queiroz (2016–2018)
Filha de Fabrício Queiroz, Nathália foi nomeada assessora em Brasília, mas trabalhava como personal trainer no Rio. A Câmara constatou que terceiros assinavam seu ponto. Caso tratado como “funcionária fantasma”.

Flávio Bolsonaro (01)
Rachadinha na Alerj (2007–2018)
Estourou em 2018 após relatórios do Coaf. Fabrício Queiroz recolhia parte dos salários de assessores e fazia depósitos fracionados na conta de Flávio. O MPRJ o denunciou por peculato, lavagem e organização criminosa, citando até a loja de chocolates Kopenhagen como fachada. Em 2021, decisões judiciais anularam provas, mas o caso ainda não foi encerrado.

Laços com a milícia (2007–2018)
A mãe e a ex-mulher de Adriano da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras, foram empregadas no gabinete de Flávio. O MP-RJ identificou que parte dos recursos das rachadinhas financiava empreendimentos ligados ao grupo. Flávio sempre negou envolvimento.

Imóveis em dinheiro vivo (1990–2022)
A família Bolsonaro adquiriu 51 imóveis em espécie ao longo de três décadas. Flávio é o principal protagonista dessas transações, com valores subfaturados em cartórios e diferença milionária entre preço declarado e valor de mercado.

Mansão de Brasília (2021)
Em março de 2021, Flávio Bolsonaro comprou uma mansão de R$ 6 milhões no Lago Sul, bairro nobre da capital, com financiamento do Banco de Brasília (BRB). O caso levantou suspeitas por três motivos: o valor era incompatível com seus rendimentos declarados como senador; a operação envolveu condições facilitadas pelo BRB, banco controlado pelo governo do DF, então aliado de Jair Bolsonaro. Embora não tenha resultado em denúncia formal, a mansão tornou-se símbolo do enriquecimento súbito e suspeito de Flávio.

Carlos Bolsonaro (02)
Rachadinha na Câmara do Rio (2001–2019)
Em 2024, o MPRJ denunciou sete ex-assessores por peculato, acusados de devolver parte dos salários recebidos. Carlos não foi denunciado, mas a Justiça pediu que explicasse sua participação política no esquema.

Eduardo Bolsonaro (03)
Possível manipulação financeira
Em petição apresentada em julho ao Supremo, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu que seja investigada uma possível utilização de informação privilegiada (insider trading) para lucrar com a alta do dólar registrada pouco antes do anúncio tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, às exportações brasileiras. O pedido foi anexado ao inquérito que já apura a atuação de Eduardo Bolsonaro em articulações para pressionar e coagir autoridades brasileiras, especialmente ministros do STF.

Segundo a petição, há uma ligação entre a tentativa de desestabilizar a economia brasileira para pressionar o STF e a realização de movimentações financeiras que geram lucro com este tipo de crise.

“A AGU enfatiza que o inquérito, instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República para apurar a conduta delitiva do Deputado Federal licenciado, Eduardo Nantes Bolsonaro, decorre do uso de instrumentos comerciais internacionais como mecanismo de coação premeditada contra a Justiça brasileira”, diz o órgão.

Jair Renan Bolsonaro (04)
Operação Nexum (2022–2024)
O filho mais novo de Bolsonaro foi indiciado em fevereiro de 2024 por falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Ele inflou o faturamento de sua empresa para obter empréstimos bancários que não foram pagos. Em março de 2024, o MPDFT ofereceu denúncia, aceita pela Justiça. Jair Renan é réu.

Outros casos
Cheques para Michelle Bolsonaro (2011–2016)
Entre 2011 e 2016, Fabrício Queiroz e sua esposa depositaram 27 cheques somando R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro. Jair Bolsonaro alegou empréstimo pessoal, mas a explicação nunca foi comprovada documentalmente.

Patrimônio imobiliário (1990–2022)
Entre 1990 e 2022, a família Bolsonaro negociou 107 imóveis, avaliados em R$ 25 a R$ 30 milhões. Em pelo menos 51 operações, os pagamentos foram feitos em espécie, prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro.

*Ivan Longo/Forum


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Política

Os filhos de Jair Bolsonaro na investigação da Abin Paralela

Uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a chamada “Abin Paralela” aponta que três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro – Carlos, Flávio e Jair Renan – foram beneficiados por ações clandestinas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante seu governo. O esquema que envolvia o uso ilegal do software de espionagem FirstMile tinha como objetivo proteger interesses políticos e familiares, monitorar adversários e interferir em investigações.

Abaixo, detalhe como cada filho aparece na investigação, com base nas informações disponíveis:

Carlos Bolsonaro 
Papel central: Carlos, vereador do Rio de Janeiro, é apontado como um dos principais beneficiários e idealizadores da estrutura paralelamente. A PF o coloca no “núcleo político” do esquema, afirmando que ele era o “destinatário direto” das informações obtidas ilegalmente, usado para proteger o núcleo familiar e atacar adversários políticos.

Desinformação: Ele é acusado de disseminação articular de notícias falsas, incluindo ataques ao sistema eleitoral brasileiro, uma das bandeiras de Jair Bolsonaro. A PF organizou que Carlos recebeu relatórios de inteligência ilegais e coordenou o chamado “gabinete do ódio”, responsável por difamar opositores nas redes sociais.
Provas : Uma mensagem de sua assessora, Luciana de Almeida, pedindo ajuda a Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) em inquéritos envolvendo “PR [presidente] e os 3 filhos”, reforça seu envolvimento. A PF também interceptou diálogos onde membros da Abin combinaram marcar Carlos em postagens com fake news contra adversários, como o senador Alessandro Vieira, durante a CPI da Covid.

Flávio Bolsonaro 
Monitoramento ilegal: A Paralela da Abin é atuosa para obstruir investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro, especialmente no caso das “rachadinhas” (desvio de substituição de assessores) quando ele era deputado estadual. A PF detalhou que a agência monitorou três auditores da Receita Federal envolvidos na apuração, com o objetivo de descredibilizá-los e neutralizar a investigação.

Obstrução de justiça: As ações incluem obter informações internas da Receita, identificar delatores e fragilizar a legitimidade do processo, configurando desvio de finalidade administrativa. Um áudio gravado pela PF, envolvendo Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e o general Augusto Heleno, discutiu a investigação das rachadinhas, transferindo interferência direta.

Defesa de Flávio: Relatórios da Abin foram produzidos para subsidiar a defesa de Flávio, conforme planejado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela PF.

Jair Renan Bolsonaro 
Proteção preventiva: Jair Renan, vereador eleito em Balneário Camboriú, foi beneficiado por ações da Abin que buscavam antecipar e neutralizar investigações que poderiam impactá-lo. A PF aponta que a agência monitorou trâmites do Ministério Público, relações empresariais e movimentações financeiras para evitar danos à sua imagem.

Tráfego de influência: Em 2021, Jair Renan foi alvo de um inquérito por suspeita de tráfico de influência, arquivado posteriormente. A Abin atrapalhou essa investigação, monitorando o empresário Allan Lucena, ex-sócio de Jair Renan. Um agente da Abin foi flagrado pela Polícia Militar do Distrito Federal seguindo Lucena, sob ordens de um auxiliar de Ramagem, para levantar informações sobre um carro elétrico fornecido por Jair Renan.

Interferência em investigações: A PF destaca uma interferência “desastrosa” da Abin em uma apuração sobre Jair Renan, que investigava sua relação com empresários da construção civil específicos em projetos do Ministério do Desenvolvimento Regional. Ele teria recebido um veículo elétrico como pagamento por intermediação, e um Abin atuou para neutralizar a investigação.
Contexto geral :

A investigação, que resultou no indiciamento de 36 pessoas, incluindo Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem, revela que a Abin foi usada para fins pessoais, violando princípios de legalidade e impessoalidade.
Jair Bolsonaro, embora não indiciado neste inquérito por já responder por organização criminosa em outro processo (relacionado à tentativa de golpe), é apontado como o “centro decisório” e principais beneficiários das ações, definindo diretrizes estratégicas ao lado de Carlos.

O software FirstMile foi usado para monitorar ilegalmente quase 1.800 telefones, resultando em 60.734 consultas irregulares entre 2019 e 2021, repassando autoridades, jornalistas e opositores.
Flávio Bolsonaro negou envolvimento com a Abin, indicando que a divulgação do relatório visava prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio. Carlos e Jair Renan também negaram irregularidades.

Observação: As informações são baseadas em relatórios da PF e reportagens, mas as peças judiciais independentes de análises do Ministério Público e do STF. A investigação expõe um padrão de uso indevido da Abin, mas as defesas dos envolvidos contestam as acusações, alegando falta de provas ou motivações políticas.


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Política

Lavagem de dinheiro e falsidade ideológica: Renan Bolsonaro vira réu

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por fraudar empréstimos e criar programa para esconder recursos obtidos ilegalmente.

Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), virou réu por falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, após a Justiça do Distrito Federal acatar a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O filho do ex-presidente foi alvo da Operação Nexum, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por participar de uma organização criminosa que tinha como objetivo obter vantagens econômicas indevidamente, segundo a coluna Na Mira, do Metrópoles.

Aguarde mais informações…

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Opinião

Bolsonaristas que chamam de mito um genocida que matou mais de 700 mil por Covid, chamam Lula de presidengue

A pergunta que não se cala nesse país é: quando Bolsonaro será preso pelos seus inúmeros crimes contra o povo brasileiro, entre eles o genocídio por Covid?

O fumacê fascista, talvez seja pelo MP denunciar Jair Renan por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Tal pai, tal filhos. Não salva um. Uma mansão para cada filho, dada por Bolsonaro nos quatro anos de governo, é o símbolo da esbornia miliciana do clã.

Outro tijolo na testa de Bolsonaro vem do MP do Rio, que denunciou Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF no governo Bolsonaro por fraude licitatória, sem falar que seu filho 04 também foi denunciado pelo MP, por fraude em banco.

Essa falta de imaginação da terra plana contra Lula é a única receita de oposição que o gado premiado tem.

E a festa continua…

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Política

Jair Renan Bolsonaro é denunciado pelo Ministério Público por fraude em empréstimo bancário

O MP também aponta que Jair Renan teria se beneficiado ilegalmente de parte dos valores obtidos.

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A acusação surge após uma investigação que aponta o uso de informações falsas para obtenção de um empréstimo bancário não quitado.

De acordo com o inquérito da Polícia Civil, Jair Renan teria se valido de uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, na qual atua como sócio, para embasar um empréstimo no Banco Santander, juntamente com seu sócio Maciel Alves. No entanto, as autoridades constataram indícios de falsificação nesse documento, tanto material quanto ideologicamente, conforme destacado no relatório final do caso.

Segundo as investigações, além do empréstimo em questão, a dupla teria contraído outros dois empréstimos no mesmo banco. O MP aponta que Jair Renan teria se beneficiado ilegalmente de parte dos valores obtidos, utilizando-os para pagar a fatura do cartão de crédito de sua empresa, no valor aproximado de R$ 60 mil.

Em seu depoimento, Jair Renan negou reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento suspeitas e refutou ter solicitado os empréstimos. No entanto, peritos, testemunhas e evidências, como imagens de seu login no aplicativo bancário, contradizem sua versão.

Ao ser indagado sobre o assunto, o advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, optou por não comentar, alegando sigilo do caso. Por outro lado, Pedrinho Villard, advogado de Maciel Alves, expressou confiança na absolvição de seu cliente.

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Investigação

PF apura indícios de que Abin de Ramagem montou operação paralela para inocentar Jair Renan

Filho do presidente era alvo de investigação que apurava suspeitas de tráfico de influência; inquérito foi concluído sem apontar crimes.

A Polícia Federal apura indícios de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou uma operação paralela para tentar tirar Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, da mira de uma investigação envolvendo suspeitas de tráfico de influência no governo e que posteriormente foi arquivada.

Na ocasião, a PF já havia apontado que uma ação da Abin havia atrapalhado as investigações envolvendo Jair Renan. Agora, os policiais encontraram elementos que indicam como motivação uma tentativa de livrar o filho do presidente das suspeitas que recaíam sobre ele — e de incriminar o ex-parceiro comercial de Jair Renan.

À época, Jair Renan abriu um escritório no estádio Mané Garrincha, em Brasília, e passou a atuar em parceria com o seu ex-personal trainer para angariar patrocinadores dispostos a investir no novo negócio do filho do presidente.

A PF passou a investigar o caso após a revista VEJA revelar que Jair Renan e seu ex-personal trainer intermediaram uma reunião de empresários com integrantes do governo Bolsonaro. O inquérito foi arquivado em agosto de 2022.

Durante a investigação da PF naquela época, a Abin passou a seguir os passos do ex-personal trailer de Jair Renan. A ação de espionagem foi flagrada pela Polícia Militar do Distrito Federal, que abordou um integrante da Abin dentro do estacionamento do ex-parceiro do filho do presidente.

Ao prestar esclarecimentos na PF, o agente da Abin informou que recebeu a missão de um auxiliar de Ramagem de levantar informações sobre um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil que teria sido doado ao filho do ex-presidente e ao seu personal trainer por um empresário do Espírito Santo que estava interessado em ter acesso ao governo. “O objetivo era saber quem estava utilizando o veículo”, disse Felix na época. O empresário chegou a ter uma reunião com o então ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.

Ramagem, nome do PL para a disputa da Prefeitura do Rio de Janeiro, é figura próxima de Bolsonaro e era um dos homens de confiança do então presidente. Em agosto de 2022, o GLOBO revelou que a PF informou em um relatório que o órgão de inteligência sob a gestão Ramagem atrapalhou o andamento da investigação envolvendo Jair Renan.

Ao analisar o caso, a PF afirmou em um relatório que a Abin interferiu nas investigações e que depois que a operação foi descoberta o ex-personal trainer de Renan decidiu devolver o automóvel elétrico. “A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado”, informou a PF.

O GLOBO mostrou em agosto de 2022 que o relatório da polícia citava que essa interferência da Abin pode ter estimulado os dois investigados a combinarem versões e ressaltava que não havia “justificativa plausível” para a diligência do órgão de inteligência. Na época, a Abin dizia que não havia registro da ação no sistema. O agente, por sua vez, não quis comentar. Ele foi desligado do órgão 13 dias depois de ter sido flagrado em missão. Jair Renan sempre negou ter ganhado um carro ou aberto as portas do governo a empresários.

Advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga afirma que não teve acesso à investigação da PF e que, por isso, não pode comentar. O defensor disse ainda que “tudo mais que está sendo falado” sobre o caso “é especulação da imprensa”.

Flávio Bolsonaro
O caso de Jair Renan não foi a primeira vez em que a agência foi relacionada com investigações do interesse dos filhos do presidente. Também durante a gestão de Ramagem, em 2020, a Abin participou de uma reunião no Palácio do Planalto sobre o caso das “rachadinhas” com a defesa do senador Flávio Bolsonaro.

Em dezembro daquele ano, a advogada de Flávio disse à revista ÉPOCA que tinha recebido relatórios de inteligência diretamente de Ramagem sobre o caso. A Abin negou, na ocasião, que os documentos eram oficiais, mas admitiu que houve a reunião com a defesa do filho do presidente. Em entrevista ao Globo em 2022, o sucessor de Ramagem na chefia da Abin, Victor Felismino Carneiro, disse que o encontro “foi uma consulta”.

Em nota, o senador disse ser “mentira” que a Abin tenho o favorecido e classificou o caso como ” tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro”.

“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro. Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, diz nota enviada por meio da assessoria de Flávio.

FirstMile
Ramagem, sete policiais federais e três servidores da Abin são alvos de uma operação da PF nesta quinta-feira que apura o uso do programa espião de monitoramento de celulares First Mile pela agência de inteligência. A polícia investiga se a agência usou a ferramenta para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.

A PF apura se a Abin produziu dossiês envolvendo os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se monitorou o ministro da Educação Camilo Santana quando ele era governador do Ceará.

 

 

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Cotidiano

Jair Renan nega romance com Diego Pupe e vira chacota nas redes: “Bem vindo ao vale”

O ex-assessor do filho do ex-presidente Bolsonaro revelou que teve uma relação “amorosa” com Renan.

Após Diego Pupe revelar à imprensa que teve um relacionamento com Jair Renan, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, Renan foi às redes negar que tenha tido algum envolvimento com Pupe, diz a Forum.

Jair Renan se pronunciou por meio de suas redes sociais para negar o envolvimento “amoroso” com Diego Pupe. “Se um dia me ver agarrado com um macho, pode ter certeza que é briga”, escreveu Renan.

Porém, se o objetivo de Jair Renan era dar um fim à discussão, o tiro saiu pela culatra e ele foi saudado pela comunidade LGBT+.

“Bem-vindo ao vale”, escreveu um usuário. “Desejo sucesso ao novo casal”, declarou outro.

Alguns foram mais criativos em seus comentários. “Seja bem-vindo à comunidade, racha ?? Agora pare de falar das outras para não desconfiarem de você porque todo mundo sabe, tá? ?? Dá um filme a história de vocês: ‘Amor Perigoso – Diário Secreto de uma Paixão do Clube de Tiro”.

“Tamo sabendo que você manja de pegar na pistola”, ironizou um usuário com o fato de Jair Renan estar na foto segurando uma arma.

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Investigação

Áudio: ex-assessor diz que teve relacionamento amoroso com Jair Renan

Ex-assessor de Renan Bolsonaro prestou depoimento à PCDF, na tarde desta quinta-feira (14/9), no âmbito da Operação Nexum.

Após prestar depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na tarde desta quinta-feira (14/9), o antigo assessor de Jair Renan Bolsonaro, Diego Pupe, disse que manteve um relacionamento “amoroso e romântico” com Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o Metrópoles.

“Eu tive um relacionamento com o Renan, do qual não falei para ninguém ainda. Eu estava esperando todo esse “auê” da polícia, mas logo logo eu vou falar sobre isso, tá bom? Eu tinha um relacionamento íntimo com ele, romântico”, disse Pupe ao Metrópoles, logo após depor no âmbito da Operação Nexum.

Como revelou a coluna do Guilherme Amado, Pupe afirmou aos policiais civis ter ouvido de Maciel Carvalho, 41 anos – empresário de Jair Renan – a ordem para transferir a empresa RB Eventos a outra pessoa. Naquela época, o filho do então presidente era investigado pela Polícia Federal pelos supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo a firma. Antes da mudança de dono, a RB funcionou no mesmo endereço da 357 Cursos, empresa de aulas de tiro que era comandada por Maciel, segundo o depoimento.

A RB Eventos foi transferida neste ano por Jair Renan para Marcos Aurélio Rodrigues, parceiro comercial de Maciel e dono da 357. A Polícia Civil suspeita que Rodrigues seja um laranja em um esquema ilegal. O negócio chamou a atenção dos investigadores porque não houve qualquer pagamento pela movimentação, além de a firma ter faturado R$ 4 milhões em um ano.

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Justiça

Contador de Jair Renan entra na mira da PCDF por fraudar documentos

Jair Renan Bolsonaro e aliados foram alvo da PCDF na última semana. A ação apura crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O contador da empresa de Jair Renan Bolsonaro também está entre os nomes que estão na mira da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no âmbito da Operação Nexum, que apura o crime de lavagem de dinheiro. A coluna apurou que o contador é investigado por, supostamente, fraudar documentos e declarações fiscais da empresa de Jair Renan, segundo o Metrópoles.

O nome do contador não será revelado para não atrapalhar o andamento das investigações. A ação da PCDF apura crimes contra a fé pública e associação criminosa, além de prejuízo do erário do DF.

O filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de busca e apreensão pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), unidade da Polícia Civil do DF (PCDF), na última quinta-feira (24/8).

O principal alvo da operação, e mentor do suposto esquema, é Maciel Carvalho, 41 anos. Ele foi empresário de Jair Renan e coleciona registros criminais por falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo.

Maciel acabou preso nesta quinta em Águas Claras. Outro alvo de mandado de prisão é Eduardo dos Santos, ele já era procurado pela polícia por uma ocorrência de homicídio. Ele continua foragido.

Neste ano, Maciel já foi alvo de duas operações da PCDF: a primeira, a Succedere, da Dot/Decor, investigou crimes tributários praticados por uma organização criminosa especializada em emissão ilícita de notas fiscais.

R$ 4,5 milhões em contratos
A coluna apurou que a empresa que o 04 geriu por um ano teve um faturamento que gira em torno de R$ 4,5 milhões.

Entre julho de 2021 e julho de 2022, a empresa de mídia RB Eventos e Mídia Eirelli, investigada pela PCDF, abocanhou as cifras milionárias após firmar supostos contratos de propaganda e mídia. Os valores são vultosos para uma firma sem expressão no mercado de comunicação e que ostentava o modesto capital social de apenas R$ 105 mil.

Logo depois de receber valores mensais que superaram os R$ 300 mil, a empresa misteriosamente fechou, mesmo com todo o “sucesso financeiro”. A RB funcionou entre novembro de 2020 e março de 2023, quando Jair Renan passou a administração da empresa para Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos. A coluna apurou que a transação ocorreu na forma de “doação”, sem qualquer valor envolvido no negócio.

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Política

Celular de Jair Renan pode esclarecer tráfico de influência no governo Bolsonaro

Investigação ameaça planos do Zero Quatro, apontado como “comparsa” em esquema de falsificação e estelionato.

Os problemas da família Bolsonaro chegaram ao Zero Quatro. Policiais apreenderam ontem o celular de Jair Renan, o caçula entre os filhos homens do ex-presidente. Ele foi alvo de uma operação que apura crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil de Brasília não detalhou as suspeitas, mas se referiu a Jair Renan como “comparsa” do mentor do esquema — um golpista que já chegou a ter dez CPFs. Os dois são amigos e costumavam desfilar juntos nas noites da capital. Agora os investigadores querem saber se a parceria se estendeu à prática de trambiques.

O advogado do Zero Quatro disse que ele está “absolutamente tranquilo”. Não deveria, a julgar pela quantidade de rolos em que já se meteu. No ano passado, o jovem Bolsonaro passou cinco horas na sede da Polícia Federal. Foi ouvido em investigação sobre tráfico de influência no governo do pai.

Num dos casos que vieram à tona, empresários presentearam Jair Renan com um carro de R$ 90 mil. No mês seguinte, o rapaz acompanhou a turma em audiência com um ministro de Estado. Em outro episódio, uma produtora que tinha contratos com o governo foi recrutada para filmar a inauguração da empresa do Zero Quatro. De acordo com os envolvidos, o serviço foi gratuito. Para o filho de Bolsonaro, é claro.

Jair Renan gosta do agito. Em março, mudou-se para Balneário Camburiú, considerada a capital brasileira da música eletrônica. Para ficar mais perto das raves, ganhou cargo no gabinete local do senador Jorge Seif. Ele acabou de chegar à cidade, mas já faz planos de se candidatar a vereador em 2024.

As redes do Zero Quatro espelham o DNA da família. Ele gosta de se exibir com armas e já publicou vídeo cuspindo no rosto da própria mãe. Em outros posts, debochou de vítimas do coronavírus e descreveu a pandemia como “a época em que mais peguei gente”.

As cafajestagens de Jair Renan são problema dele e dos eleitores do clã. Seus negócios durante o governo do pai mexem com o interesse público e precisam ser apurados. O celular recolhido ontem deve ajudar na tarefa.

Depois da operação, o senador Flávio Bolsonaro acusou a polícia de procurar “pelo em ovo” e disse que o irmão “não tem onde cair morto”. Se ele acredita no que diz, poderia ceder uma das suítes de sua mansão de R$ 6 milhões.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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