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Gilmar Mendes: “Moro e Dallagnol não têm mais condições de exercer suas funções”

“Consórcio de promotores e juízes constituiu uma verdadeira organização criminosa”, declarou o ministro do STF.

Em entrevista nesta quinta-feira (8) ao programa “Timeline”, da Rádio Gaúcha, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi contundente ao analisar a conduta dos integrantes da Operação Lava Jato, especialmente após os vazamentos publicados pela imprensa.

“Nós estamos falando da maior crise que se abateu sobre o judiciário brasileiro, desde a redemocratização. O consórcio de promotores e juízes constituiu uma verdadeira organização criminosa”, declarou o ministro.

Questionado sobre se Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, principalmente, deveriam ser desligados de suas funções, o ministro declarou: “Afastados ou não, eles já não têm mais condições de exercer suas funções, porque se forem tomar qualquer ação, já estarão com a onda de suspeita. O triste é que se organiza uma força-tarefa para combater o crime e ela começa a praticar o crime”.

Gilmar lembrou que tinha advertido sobre isso há muito tempo. “Quando saiu essa história da fundação do Dallagnol, eu ponderei que nós estávamos diante de uma gente argentária, buscando dinheiro. O negócio de combate à corrupção era extremamente lucrativo. É o que se viu, coletando palestras, pegando dinheiro público. O dinheiro que foi devolvido da Petrobras, é o dinheiro da Petrobras e da União. Ninguém pode se apropriar disso. Mas o projeto era se apropriar desse dinheiro”.

O magistrado definiu a situação como extremamente grave. “Eu não me surpreenderia se amanhã eles inventassem uma conta minha no exterior. Quem é capaz de fazer o que eles estavam fazendo naqueles diálogos, é capaz de falsear uma conta, de me atribuir um cartão de crédito”, acrescentou.

Manipulação

Em relação ao comportamento de procuradores diante das delações, Gilmar disse: “Sabe-se lá o que se fez nessas delações. Isso é só o que gente sabe, nós não sabemos de tudo. Eu fico a imaginar quantas pessoas foram delatadas a partir de induções desses agentes. Como podem ter manipulado as delações premiadas. É extremamente preocupante”.

Para finalizar, Gilmar se referiu à matéria publicada no El País, nesta quarta-feira (7), que mostra tentativas de procuradores de atacá-lo. “Eles são de baixíssimo nível. Usam linguagem de criminoso. Eles estavam vendendo palestras para empresas que estavam sendo investigadas por eles. Se outras pessoas tivessem feito isso, eles tinham pedido prisão preventiva. É uma gente muito baixa, desqualificada. Deixaram um grupo de irresponsáveis à solta, cometendo crimes”.

 

*com informações da Forum

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Vaza Jato: “Gilmar Mendes é um brocha institucional”, disse Dallagnol

Em nova conversa divulgada nesta quinta-feira (8), procuradores comemoram resultado das eleições 2018, vendo a possibilidade de pedir impeachment do ministro Gilmar Mendes, do STF.

A ira de Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato, em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, segue uma crescente nas reportagens divulgadas pela Vaza Jato. Em conversa com procuradores no grupo filhos de Januário 2, divulgada pelo Intercept e portal Uol nesta quinta-feira (8), o procurador diz aos colegas que chamará o ministro de “brocha institucional”.

“Vou responder dizendo que Gilmar é um brocha institucional”, escreveu Dallagnol, em 10 de junho de 2018, ao comentar uma entrevista em que o ministro faz críticas ao projeto 10 medidas contra a corrupção”, da Lava Jato, dizendo que há na proposta iniciativas “completamente fascistas”. “É coisa de tarado institucional”, emendou o magistrado na entrevista a O Estado de S.Paulo.

Na reportagem divulgada nesta quinta-feira, os procuradores se mostram empolgados com o resultado das eleições de 2018 no Congresso, vendo a possibilidade de pedir o impeachment do ministro do Supremo.

“Da pra sonhar com impeachment do gm [Gilmar Mendes]?”, perguntou às 20h48 do dia 7 de outubro, o procurador Diogo Castor, então integrante da força-tarefa de Curitiba.

 

 

*Com informações da Forum

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Vídeo: Como uma organização criminosa, Lava Jato intimidou políticos para obter apoios

Por Luis Nassif

Lava Jato usava táticas de organizações criminosas para intimidar pessoas e, consequentemente, obter apoio e vantagens para as investidas políticas da operação.

As mensagens do dossiê Intercept mostram que a Lava Jato, de fato, usava táticas de organizações criminosas para intimidar pessoas e, consequentemente, obter apoio e vantagens para as investidas políticas da operação.

O caso do senador Randolfe Rodrigues, um dos mais efusivos defensores da Lava Jato, ficou escancarado com o vazamento de conversas de Telegram que mostram que ele utilizou sua estrutura partidária para mover uma ação contra Gilmar Mendes, atendendo aos interesses de Deltan Dallagnol.

Nos diálogos, Dallagnol deixa claro que Randolfe não propôs, mas “topou” (ou seja, aceitou a sugestão) de apresentação de ADPF (tipo de ação que um procurador de primeira instância não pode encaminhar ao Supremo Tribunal Federal) contra Gilmar.

Randolfe já foi citado em delações da Lava Jato. O mesmo ocorreu com outras personalidades políticas, como Lindbergh Farias e Álvaro Dias. No caso do primeiro, nada ficou provado e o petista segue na resistência contra a Lava Jato. Mas Dias só acordou mais recentemente para os abusos praticados no âmbito da Operação que levou Lula à prisão.

 

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Havia delação premiada na Lava Jato para quem entregasse Lula, afirma a primeira presa pela operação

A primeira presa na Lava Jato afirmou nesta quarta-feira, 7, que a pressão e o desejo de liberdade podem levar suspeitos ou condenados a mentir em depoimentos e delações. Beneficiada por um indulto concedido no final de 2017 pelo ex-presidente Michel Temer, Nelma Kodama teve a pena extinta.

Em 2014, ela foi condenada a 18 anos por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Depois de um acordo de delação premiada, cumpriu apenas 3 anos e teve direito ao benefício.

Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, a doleira disse que o relato é comum entre presos na operação. “Quando você está preso, você faz qualquer coisa. Chega a um ponto que você fala até da sua mãe porque a pressão é muito grande, e o sofrimento é muito grande. Nessa altura do campeonato, você acaba falando, às vezes, até o que você não tem e o que você não deve. Certamente [pessoas mentiram em depoimento], senão você não sai”.

Segundo Nelma Kodama, presos na Lava Jato também relatavam pressão para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Lula era o assunto. Eu não sou PT, não estou falando sobre política e sim sobre crime. Todo crime precisa ter prova e não houve prova. Cadê o cadáver? Então, qual foi o objetivo? (da prisão)”, afirmou. Ela ainda confirmou que existiu uma delação premiada para entregar o principal alvo da Lava Jato, no caso o ex-presidente da República. “Havia esse tipo de conversa, claro, por parte das pessoas que queriam sair [da prisão]”.

 

 

*Com informações do DCM

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Moro fez doação para ONG que é mantida por empresa envolvida na Lava Jato

Não bastasse o fato do ex-juiz não ter incluído a palestra na sua declaração, entre os mantenedores da ONG está, justamente, a CCR Rodonorte, que fez acordo de leniência com a Lava Jato.

Doação não tem carimbo. Em 2016, a ONG Pequeno Cotolengo do Paraná recebeu, a pedido de Sergio Moro, 10 mil reais a título de doação do Grupo Sinos, por palestra do então juiz.

Entre os mantenedores da ONG dedicada ao acolhimento de pessoas com múltiplas deficiências está a CCR Rodonorte.

A Rodonorte é velha conhecida da Lava-Jato. Em 2018, a força-tarefa autorizou a prisão de 19 pessoas envolvidas em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato na administração das rodovias federais no Paraná.

Entre as enroladas, de acordo com o Ministério Público Federal, intermediadores, agentes públicos e nomes ligados a seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná – Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná. As informações são do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.

Neste ano, a Lava-Jato firmou acordo de leniência no valor de 750 milhões de reais com a Rodonorte. No acertado, a concessionária admite o pagamento de propinas em troca da obtenção de modificações contratuais que beneficiaram a empresa desde o ano 2000. A informação à época foi divulgada pelo MPF.

Não é só. Neste ano, Rosângela Moro doou seu tempo ao dedicar uma palestra ao Compliance Day, evento organizado pela Pequeno Cotolengo. Ela não cobrou cachê. O tema foi: “Integridade nas Organizações da Sociedade Civil”.

 

 

*Com informações do DCM

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Dallagnol usou partido político para entrar com ação contra Gilmar Mendes

O procurador Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato em Curitiba, usou a Rede Sustentabilidade como uma espécie de laranja para extrapolar suas atribuições e propor uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro Gilmar Mendes, segundo revelam mensagens privadas de integrantes da força-tarefa enviadas por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e analisadas em parceria com o UOL.

A articulação, que envolveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), resultou na apresentação de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) no Supremo para impedir que Gilmar soltasse presos em processos que ele não fosse o juiz da causa.

A negociação foi relatada por Dallagnol a outros integrantes da força-tarefa a partir de 9 de outubro de 2018 –dois dias depois, a Rede de fato protocolou a ADPF.

A manobra tinha como objetivo driblar as limitações de seu cargo: Deltan e seus colegas de Lava Jato são procuradores da República, primeiro estágio da carreira do MPF (Ministério Público Federal) e só podem atuar em causas na primeira instância da Justiça Federal. Por isso, têm atribuição de atuar em processos da 13ª Vara Criminal Federal, comandada até novembro pelo ex-juiz Sergio Moro.

No âmbito do MPF, a atribuição para atuar junto ao STF é exclusivamente da PGR (Procuradoria-Geral da República), comandada por Raquel Dodge. Dessa forma, ao usar um partido para dar sequência à causa, conforme revelam as mensagens, a Lava Jato usurpou a competência da chefe do MPF.

Além de Dodge, um seleto grupo de autoridades e instituições pode propor ADPFs no Supremo: o presidente da República; as mesas diretoras da Câmara e do Senado; as assembleias legislativas, os governadores e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Também têm essa prerrogativa confederações sindicais e de classe, além de partidos políticos com representação no Congresso – caso da Rede Sustentabilidade.

“Randolfe: super topou”, disse Dallagnol em chat

Desde setembro, os procuradores se queixavam de uma decisão tomada por Gilmar Mendes sem relação direta com as investigações da Lava Jato, segundo revelam as mensagens.

No dia 14, o ministro decidiu de ofício –isto é, sem provocação ao Judiciário– soltar Beto Richa (PSDB-PR), então governador do Paraná, e outros 13 investigados pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) na Operação Rádio Patrulha, deflagrada três dias antes.

O assunto voltou a ser abordado por Dallagnol em 9 de outubro.

A reportagem manteve as grafias das mensagens tal qual constam nos arquivos obtidos pelo Intercept, mesmo que contenham erros ortográficos, gramaticais ou de informação.

“Resumo reunião de hoje: Gilmar provavelmente vai expandir decisões da Integração pra Piloto. Melhor solução alcançada: ADPF da Rede para preservar juiz natural”, escreveu no grupo Filhos do Januário 3 no aplicativo Telegram, composto por membros da força-tarefa, às 14h13.

Duas horas depois, Dallagnol volta à carga, dessa vez já dando um retorno de Randolfe Rodrigues sobre a ideia. Ele indica que o político concordou em patrocinar a ação pretendida pela Lava Jato.

“Randolfe: super topou. Ia passar pra Daniel, assessor jurídico, já ir minutando. Falará hoje com 2 porta-vozes da Rede para encaminhamento, que não depende só dele”, escreveu no mesmo grupo dos procuradores no Telegram às 16h47.

O UOL não identificou quem é o assessor jurídico relatado pelo chefe da Lava Jato em Curitiba, tratado na mensagem apenas pelo primeiro nome.

No dia seguinte, 10 de outubro, o procurador Diogo Castor, então membro da força-tarefa, dá a entender que enviou para um integrante da equipe de Randolfe uma “sugestão” sobre como deveria ser a minuta da ação, mais um indício de que a ADPF, na prática, foi feita pelos procuradores.

“mandei a sugestão da adpf pro assessor do randolfe”, escreveu Castor às 17h42.

Logo depois, às 17h49, completou, errando o nome do senador: “bastidores: assessor do randolfe alves informou que a boca grande de bsb [Brasília] diz que gilmar vai soltar marconi perilo [Marconi Perillo (PSDB-GO), ex-governador de Goiás] pelo mesmo caminho”.

Perillo, que havia renunciado ao governo de Goiás em março de 2018 para se candidatar ao Senado, foi preso em 28 de setembro, quando deflagrada a Operação Cash Delivery pelo MPF e PF.

Em 11 de outubro, Deltan antecipou aos procuradores às 13h58, horas antes que o assunto fosse noticiado pela imprensa ou divulgado pelo senador, que a ADPF havia sido protocolada pela Rede.

“Hoje protocolada ADPF da rede contra GM [Gilmar Mendes]”, relatou em um dos tópicos sobre uma reunião que havia realizado.

Dois subordinados de Randolfe se envolveram diretamente na ADPF. Os advogados Danilo Morais dos Santos e Cristiane Nunes da Silva, que assinam a ADPF da Rede, trabalham no Senado.

Danilo é lotado como analista legislativo na liderança da Minoria da Casa –o posto de líder é ocupado pelo senador da Rede. Já Cristiane é ajudante parlamentar júnior no gabinete de Randolfe. Antes, ela já havia atuado no escritório de apoio do senador no Amapá.

Na ação, a Rede usa como argumento central para tentar cassar a decisão de Gilmar o princípio do juiz natural, o mesmo que já havia sido citado por Dallagnol nos diálogos com os colegas.

O partido argumenta que a ação é necessária “para impedir que o referido Ministro Gilmar Mendes continue a conceder liminares para beneficiar presos de modo absolutamente revel à liturgia do processo penal, convertendo-se numa espécie de ‘Supervisor-Geral’ das prisões cautelares levadas a termo em operações de combate à corrupção no Brasil”.

A ADPF também pedia a revogação da soltura de Beto Richa e dos outros 13 detidos.

Assim que a notícia de que a ADPF tinha sido protocolada chegou, os procuradores começaram a especular sobre quem seria o ministro relator. Às 18h55, Diogo Castor anuncia: “Carmen Lúcia relatora”.

O procurador Athayde Ribeiro Costa, outro integrante da força-tarefa, então dispara: “Frouxa”. Castor então rebate: “Sei não hein”. Ele emenda: “Contra gm [Gilmar Mendes]”, ponderou, “Ela vai crescer”.

Athayde novamente discorda: “Amiguinha”. Dallagnol encerra a discussão, também manifestando uma opinião crítica sobre a ministra: “Ela é amiga da esposa do GM”, escreveu às 19h17.

Em novembro, Cármen Lúcia negou seguimento à ADPF da Rede, arquivando a ação.

 

*Do Uol

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Gilmar Mendes: “Lava Jato está no mesmo patamar ético de verdadeiros criminosos”.

Gilmar Mendes reagiu à reportagem publicada pelo EL PAÍS, com mensagens enviadas ao The Intercept, que revelam que a Lava Jato planejou buscar na Suíça provas que ligariam o ministro do Supremo ao operador do PSDB, Paulo Preto. Em declaração ao UOL, o magistrado afirmou que não se surpreenderia se os procuradores da Lava Jato tivessem aberto uma conta na Suíça em seu nome. Para ele, os investigadores do Ministério Público Federal estão “no mesmo patamar ético de verdadeiros criminosos”. “Eles partem de ilações absolutamente irresponsáveis. Eu não sei quem é Paulo Preto, nunca o vi. Eles dizem que trabalhou ao meu lado no Palácio do Planalto. Nunca o vi”, afirmou o ministro a jornalistas antes da sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aos jornalistas, Mendes disse que está na hora de a Procuradoria tomar providências contra o que considera um “grave problema de gestão” do Ministério Público Federal (MPF).“Tudo indica, à medida que os fatos vão sendo revelados, que nós tínhamos uma organização criminosa para investigar. Portanto, eles [procuradores] partem de ilações absolutamente irresponsáveis”, disse o magistrado.

A reportagem do EL PAÍS mostra que os procuradores e assistentes da força-tarefa da Lava Jato, liderados por Deltan Dallagnol, se mobilizaram para apurar decisões e acórdãos do magistrado para embasar um possível pedido de suspeição e até seu impeachment. Mas foram ainda além. Planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro, ainda que buscar apurar fatos ligados a um integrante da Corte superior extrapolasse suas competências constitucionais. A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas de membros da força-tarefa pelo aplicativo Telegram enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com o EL PAÍS.

“A mim me parece que isso é revelação de um quadro de desmando completo. Revela a gestão da PGR, e certamente vamos ter ainda surpresas muito mais desagradáveis. Tenho que reconhecer que as organizações Tabajara estavam comandando também esse grupo [de investigadores]”, afirmou o ministro à Folha de S. Paulo.
Nesta conversa, Dallagnol pede ao assessor Fabio para levantar as decisões de Gilmar Mendes no STF.

Nesta conversa, Dallagnol pede ao assessor Fabio para levantar as decisões de Gilmar Mendes no STF.

Nesta conversa, Dallagnol pede ao assessor Fabio para levantar as decisões de Gilmar Mendes no STF.

 

 

*El País

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Lava Jato planejou buscar na Suíça provas contra Gilmar Mendes

Procuradores discutiram usar caso de Paulo Preto, operador do PSDB, para reunir munição contra ministro, mostram mensagens enviadas ao ‘The Intercept’. Diálogos no Telegram mostram o empenho da força-tarefa pelo impeachment do magistrado.

Procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba fizeram um esforço de coleta de dados e informações sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o objetivo de pedir sua suspeição e até seu impeachment. Liderados por Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, procuradores e assistentes se mobilizaram para apurar decisões e acórdãos do magistrado para embasar sua ofensiva, mas foram ainda além. Planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro, ainda que buscar apurar fatos ligados a um integrante da Corte superior extrapolasse suas competências constitucionais, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem. A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas de membros da força-tarefa pelo aplicativo Telegram enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com o EL PAÍS.

Na guerra contra o ministro do Supremo, os procuradores se mostraram particularmente animados em 19 de fevereiro deste ano. “Gente essa história do Gilmar hoje!! (…) “Justo hoje!!! (…) “Que Paulo Preto foi preso”, começa Dallagnol no chat grupo Filhos do Januário 4, que reúne procuradores da força-tarefa. A conversa se desenrola e se revela a ideia de rastrear um possível elo entre o magistrado e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, preso em Curitiba num desdobramento da Lava Jato e apontado como operador financeiro do PSDB. Uma aposta era que Gilmar Mendes, que já havia concedido dois habeas corpus em favor de Preto, aparecesse como beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça, um material que já estava sob escrutínio dos investigadores do país europeu.

“Vai que tem um para o Gilmar…hehehe”, diz o procurador Roberson Pozzobon no grupo, em referência aos cartões do investigado ligado aos tucanos. A possibilidade de apurar dados a respeito de um ministro do Supremo sem querer é tratada com ironia. “vc estara investigando ministro do supremo, robinho.. nao pode”, responde o procurador Athayde Ribeiro da Costa. “Ahhhaha”, escreve Pozzobon. “Não que estejamos procurando”, ironiza ele. “Mas vaaaai que”. Dallagnol então reforça, na sequência, que o pedido à Suíça deveria ter um enfoque mais específico: “hummm acho que vale falar com os suíços sobre estratégia e eventualmente aditar pra pedir esse cartão em específico e outros vinculados à mesma conta”, escreve. “Talvez vejam lá como algo separado da conta e por isso não veio” (…) “Afinal diz respeito a OUTRA pessoa”. A força-tarefa de Curitiba tem dito que não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes e repetiu à reportagem que o “material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade”.

Nas mensagens, tudo começa porque Dallagnol comenta saber de “um boato” vindo da força-tarefa de São Paulo (FT-SP) de que parte do dinheiro mantido por Paulo Preto em contas no exterior pertenceria a Mendes. “Mas esse boato existe mesmo?”, pergunta o procurador Costa. “Pessoal da FT-SP disse que essa info chegou a eles”, responde Julio Noronha, em referência aos colegas paulistas.Procurada, a assessoria de imprensa do FT-SP afirmou que “jamais recebeu qualquer informação sobre suposto envolvimento de Gilmar Mendes com as contas no exterior de Paulo Vieira de Souza”. E também que “se recebesse uma informação a respeito de ministro do STF, essa informação seria encaminhada à PGR [Procuradoria Geral da República]”. E que “jamais passaria pela primeira instância para depois ir para a PGR”.

O artigo 102 da Constituição determina que os ministros do Supremo só podem ser investigados com autorização de seus pares, a não ser que apareçam em uma investigação já em curso, a chamada investigação cruzada. Caso seja este o caso, a competência é necessariamente da PGR. Para o procurador da República Celso Três, que atuou no início do caso Banestado, um marco contra a lavagem de dinheiro, e trabalhou diretamente com o ex-juiz Sergio Moro, os procuradores não cogitam nos diálogos apenas um atalho para chegar a Mendes. “É uma violação grave do devido processo legal”, afirma em entrevista ao EL PAÍS. Ele avalia que, nas conversas, os procuradores de Curitiba demonstraram intenção de desviar a finalidade da investigação, porque tinham autoridade para escrutinar o operador do PSDB, mas planejaram aprofundar essa colaboração com o intuito de atingir o ministro do Supremo. “Não estou defendendo Gilmar, mas está muito claro que estavam em seu encalço”.

 

 

*Do El País

 

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Álvaro Dias, defensor da Lava Jato, é poupado de investigações pela Operação

Defensor da Lava Jato, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) já foi citado como beneficiário de propinas pagas em dois episódios investigados pela operação. Apesar disso, o parlamentar nunca foi oficialmente investigado pela força-tarefa.

A PGR (Procuradoria-Geral da República), órgão responsável por investigar parlamentares com foro privilegiado, declarou que não tem apurações a respeito de Dias. Questionado, o MPF (Ministério Público Federal) do Paraná informou que não comenta inquéritos que possam ter passado pelo órgão. Já a PF (Polícia Federal) de São Paulo, que trabalhou em um caso no qual Dias foi citado, não respondeu à reportagem, mas informou em documento que nunca investigou o senador.

Procurado pelo UOL, Alvaro Dias negou seu envolvimento em esquemas de pagamento de propinas e disse que citações de seu nome não passam de boatos com fins políticos. O senador disse nunca ter sido investigado pela Lava Jato justamente porque nunca houve fatos que justificassem a abertura de inquéritos sobre sua conduta.

Paranaense, Alvaro Dias tem se dedicado a denunciar o que ele chama de “tentativas de dinamitar a Lava Jato”. Essas tentativas, segundo ele, estão ligadas à publicação de diálogos mantidos entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba pelo site The Intercept Brasil, em parceria com outros veículos.

Eis a razão pela qual o senador é poupado.

 

*Com informações do Uol

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A República da Contravenção

“Sim, o Senado pode barrar meu filho, sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o Ernesto Araújo e bote meu filho no Itamaraty. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês”. (Bolsonaro)

O Brasil está sob o comando de uma república de contraventores, de cavalgaduras, sobre isso não pairam dúvidas.

Como bem disse Saul Leblon (Carta Maior): “Quando você condensa o filme sobra a essência: só mesmo uma trapaça eleitoral, como a que foi costurada entre a mídia, a escória, o dinheiro e o judiciário, poderia alçar alguém tão ligeiramente desasnado à Presidência da República para distrair a plebe enquanto a elite assalta a nação”.

Não fosse a profunda simpatia da elite econômica pelo assalto ao patrimônio público que inspirou o belo talento dos senhores Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer, não teria acontecido o golpe contra Dilma. Sem falar naquele que entorpece  de louvores a Globo, o líder da Orcrim de Curitiba, o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro. Afinal, o governo Bolsonaro que cada dia mais se mostra uma gangue de contraventores, só chegou lá pelo coro moral produzido pelos contraventores da Lava Jato.

Isso mesmo, a turma da força-tarefa, natural de Curitiba, é a própria contravenção do Estado brasileiro.

Junte os dois elementos, mais precisamente um governo ligado às milícias e um Ministério Público, judiciário e PF ligados a esse governo, está pronta a obra que vem transformando o país num cadáver econômico e a população num amontoado de gente vivendo sob o império da imoralidade, da violência e da estupidez.

É muito difícil definir o que acontece com o Brasil hoje. O cultivo artificial do ódio promovido pela mídia a mando do mercado produziu não só grandes rachas na sociedade, mas um descolamento total das instituições do Estado com a população, pois este está impregnado de contraventores.

Agora mesmo o Globo revela a teia de fantasmas consanguíneos do clã Bolsonaro. Talvez essa seja a expressão patológica mais viva depois das revelações fatais do Intercept sobre a ação criminosa dos procuradores e juiz da Lava Jato.

Diante de um quadro tão espinhento, sob todos os prismas, a queda de Bolsonaro vem ganhando em velocidade e corpo, uma sustança maiúscula. E o cenário se amplia a cada declaração de Bolsonaro e a cada vazamento do Intercept contra Moro e sua Orcrim.

A conferir os próximos capítulos desse trágico Brasil.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas