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Após críticas, General da Saúde ordena secretários a assinarem o protocolo da cloroquina

Documento, que havia sido divulgado como orientação, virou uma ‘nota informativa’.

Cobrado pela falta de assinatura no documento que mudou a orientação do Ministério da Saúde sobre a cloroquina, o ministro interino, general Eduardo Pazuello, ordenou e, cerca de 12 horas após a divulgação, todos os secretários da pasta subscreveram o papel.

As assinaturas foram feitas entre 20h37 e 23h36 da noite de quarta-feira, após o Estadão mostrar que a orientação da pasta não tinha o poder de um protocolo de atendimento, como defende o presidente Jair Bolsonaro. O documento havia sido divulgado por volta de 9h30, como orientação. Depois, virou uma “nota informativa” na versão assinada, que será enviada para gestores do SUS.

Contrariando recomendações de entidades científicas e médicas, a pasta orientou uso de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina, desde o primeiro dia de sintomas da covid-19.

Por não ser um protocolo, o papel não dita regras de atendimento no SUS. É apenas uma orientação, mas marca uma guinada no discurso do ministério e tem força política. Mesmo médicos da rede pública já estavam autorizados a prescrever os medicamentos, desde que com aval do paciente.

Gestores do SUS críticos à proposta temem que a orientação vire arma do governo para pressionar pela redução do distanciamento social. Médicos também afirmam que pacientes podem ser estimulados a cobrar a prescrição, mesmo sem eficácia comprovada.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota contrária à recomendação. A entidade ainda questiona: “Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a Cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os estados em emergência?”

A mudança de postura do ministério sobre a cloroquina ocorre após forte pressão do presidente Jair Bolsonaro, que contribuiu para a saída de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich da pasta. Ambos eram contrários à proposta.

O Ministério da Saúde tem sete secretarias, sendo que três estão com substitutos no comando. Responsável pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCTIE), área que avalia incorporação de medicamentos ao SUS, o médico Antônio de Carvalho não subscreve o documento. Ele pediu exoneração e aguarda a publicação de sua saída no Diário Oficial da União (DOU).

Nesta semana, três entidades nacionais aprovaram um documento com diretrizes para o enfrentamento da pandemia no qual recomendam que as drogas não sejam usadas como tratamento de rotina da doença. As entidades são a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou na quarta-feira, 20, que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam usadas apenas em estudos clínicos contra o novo coronavírus, dentro de hospitais.

 

 

 

*Com informações do Estadão

 

 

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Ministros do STF veem como vaga e inconstitucional MP de Bolsonaro que protege agente público na pandemia

Medida editada pelo presidente protege agentes públicos de responsabilização por atos na crise do coronavírus.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrará nesta quinta-feira (14) com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro para afrouxar a responsabilização de agentes públicos por atos administrativos assinados durante a pandemia.

E a chance de o parlamentar ter sucesso, ao menos em parte, é grande. Isso porque a medida do Executivo não foi bem recebida por ministros do Supremo ouvidos em caráter reservado. Os magistrados acreditam que a MP é muito vaga e que dificilmente será considerada constitucional na integralidade pela corte.

Um ministro chega a questionar se a nova norma não irá inviabilizar a punição a gestores públicos. Seria praticamente impossível, segundo esse ministro, comprovar todos os elementos que caracterizariam um erro grosseiro. O mesmo integrante do STF afirma que seria algo muito exagerado e que ninguém deixa isso tão evidente.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem minimizado o impacto do coronavírus e se colocado contra medidas de distanciamento social, atitude que culminou na demissão de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e, na semana passada, por exemplo, em uma marcha com empresários ao STF. ​

Apesar de dizer lamentar as mortes, o presidente tem dado declarações às vezes em caráter irônico quando questionado sobre as perdas humanas com a Covid-19. Como na ocasião em que afirmou não ser coveiro ou quando disse: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre.”

A medida editada por Bolsonaro estabelece que os agentes públicos só poderão responder na Justiça nas esferas civil e administrativa se houver dolo e erro “grosseiro”. A proteção vale para responsabilizações referentes a medidas adotadas, direta ou indiretamente, no âmbito do enfrentamento da emergência sanitária e no combate aos efeitos econômicos decorrentes da Covid-19.

O texto classifica essa falha como um “erro manifesto, evidente e inescusável praticado com culpa grave, caracterizado por ação ou omissão com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia”.

Membros do Supremo reconhecem que é necessário dar segurança jurídica para os gestores no período de calamidade decretado em razão do covid-19, mas sustentam que é preciso manter bem claros os limites e as responsabilidades dos governantes.

Os magistrados também citam que a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal autorizada em decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes e a posterior aprovação da PEC do orçamento de guerra já garantiram liberdade fiscal para as três esferas de governo conseguirem destinar recursos ao combate ao novo coronavírus.

Na MP publicada nesta quinta constam as assinaturas de Bolsonaro e dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).

Na avaliação do que deve ser erro grosseiro, devem ser levados em conta, de acordo com a MP

  • obstáculos e as dificuldades reais do agente público;
  • complexidade da matéria e das atribuições exercidas;
  • circunstância de incompletude de informações na situação de urgência ou emergência;
  • circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação ou a omissão;
  • contexto de incerteza acerca das medidas mais adequadas para enfrentamento da pandemia da covid-19 e das suas consequências, inclusive as econômicas;

Segundo relataram interlocutores à Folha, desde o início da crise da Covid-19 existe preocupação entre técnicos do governo sobre possíveis responsabilizações com medidas tomadas na pandemia. Eles argumentam, por exemplo, que o sistema de compras públicas teve que ser modificado e que é preciso algum tipo de proteção para processos que estão sendo feitos em caráter emergencial.

Também existe receio de responsabilização direta do presidente por alguma medida tomada na crise, o que poderia ser usado no futuro, por exemplo, como base para algum processo de impeachment.

 

 

*Com informações da Folha

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Apoio a impeachment de Bolsonaro chega a 46%

Avaliação do governo Bolsonaro atinge pior marca e apoio a impeachment chega a 46%, diz Atlas Político.

Pesquisa do Atlas Político aponta ainda que 72% apoiam quarentena e que 76% são contra queda de Mandetta.

Pesquisa revelada pelo Atlas Político nesta quarta-feira (15) mostrou que o governo do presidente Jair Bolsonaro segue patinando em meio ao surto do novo coronavírus. O levantamento mostra uma piora nos índices de aprovação do governo e uma população dividida quanto a um possível impeachment do ex-capitão.

Entre fevereiro e abril, o percentual de pessoas que avaliam o governo como Ruim/Péssimo saltou de 38% para 43% – o maior desde o início do mandato de Bolsonaro. A avaliação positiva baixou 6 pontos: eram 29% que avaliavam o governo como Ótimo/Bom e agora são 23%.

Apenas 37,6% a aprovam o desempenho individual do presidente, enquanto 58,2% desaprovam. Além disso, a pesquisa mostra que 46,5% dos brasileiros já apoia o impeachment de Bolsonaro enquanto 43,7% rejeitam.

O Atlas Político perguntou ainda sobre uma possível demissão do ministro da Saúde Henrique Mandetta. 76,2% se posicionaram contra e apenas 13,7% disseram concordar. Além disso, 72,2% dos entrevistados disseram concordar com o isolamento social e 19,6% foram contra

 

 

*Lucas Rocha – Revista Forum

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Vídeo – Dilma: Incapaz, Bolsonaro quer atribuir morte e fome aos governadores

“Eu poderia estar batendo panela, só que eu te digo, não é a minha forma de luta, nunca foi bater panela”. A afirmação é da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que cinco anos após ser alvo dos batuques de varanda ouve uma nova onda de panelaços, agora direcionados ao seu antagonista, Jair Bolsonaro (sem partido).

Em entrevista ao UOL, na última sexta-feira (03), a petista disparou contra o atual presidente e o considera “incapaz” de enfrentar a crise do novo coronavírus.

Dilma vê Luiz Henrique Mandetta (Saúde) no caminho certo para combater a pandemia e, assim como o ministro, defende o isolamento horizontal da população. Mas os elogios param aí. Para ela, as medidas econômicas anunciadas pelo governo são insuficientes e o desempenho de Paulo Guedes (Economia) é “deplorável”.

“O presidente pretende atribuir aos governadores tanto as mortes com uma fome, o que é um escândalo. A responsabilidade é dele. Que é incapaz de agir concertadamente [de comum acordo]”, disse.

Sem pretensões eleitorais, a sucessora de Lula (PT) se mantém em isolamento em sua casa, em Porto Alegre (RS), devido ao novo coronavírus.

Após Fernando Collor (1990-1992), Dilma foi o segundo presidente alvo de impeachment, por crime de responsabilidade. No entendimento dela, um eventual impeachment de Bolsonaro está condicionado ao ambiente político, às estruturas que sustentam seu governo e a comprovação de algum crime.

“Eu acho que todo mundo tem de ter o benefício da legalidade e da lei. Tem de ver se ataque à saúde pública, se desrespeito à vida é causa para impeachment. Se for, ele deve sofrer impeachment. Agora, eu tenho plena clareza que as relações políticas e as condições políticas prévias [é] que vão definir se vai ser ou não objeto de um impeachment”, declarou.

Dilma ainda falou sobre a troca de afagos entre Lula e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

“É absolutamente correta, porque nós todos estamos no mesmo barco”, afirmou sobre o combate ao coronavírus.

 

 

*Com informações do Uol

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Mandetta, mais popular que Bolsonaro, sofre ataques de militância digital bolsonarista

Militância digital bolsonarista começa a atacar Mandetta; veja prints.

Ofensiva vem após Bolsonaro tornar públicas suas desavenças com o ministro da Saúde

Militantes bolsonaristas voltaram suas armas a Luiz Henrique Mandetta, desde que Jair Bolsonaro tornou públicas suas desavenças com o ministro da Saúde.

O argumento central nos grupos de WhatsApp e outras redes sociais é que Mandetta é integrante do mesmo DEM de outros alvos costumeiros da turma: Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

O partido é acusado de estar “tentando desestabilizar o Bolsonaro” desde o começo do governo.

https://twitter.com/isentoes2/status/1245885633815629827?s=20

 

 

*Guilherme Amado/Época

 

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Por telefone, a briga de Bolsonaro e Mandetta: ‘O senhor que me demita’

Durante a ligação, o presidente teria dito ao ministro da Saúde que ele deveria pedir demissão e deixar o governo. Mandetta rebateu de pronto: “O senhor que me demita, presidente”. Carolina Antunes/PR

No jantar que teve com Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia na noite desta quinta — como o Radar revelou mais cedo –, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, narrou aos chefes do Legislativo o tenso diálogo que travou com o presidente Jair Bolsonaro, por telefone.

Durante a ligação, o presidente teria dito ao ministro da Saúde que ele deveria pedir demissão e deixar o governo. Mandetta rebateu de pronto: “O senhor que me demita, presidente”.

A partir desse momento, a conversa teria esquentado ainda mais, ao ponto de o ministro da Saúde recomendar ao presidente que ele se responsabilizasse sozinho pelas mortes causadas pelo coronavírus, que já infectou 8.230 brasileiros e matou 343 pessoas.

Apesar da tensa discussão, Mandetta trabalha normalmente nesta sexta e já participou de uma série de reuniões.

Como o Radar mostrou mais cedo, depois de ser atacado publicamente pelo presidente nesta quinta, o ministro da Saúde foi jantar com os presidentes do Senado e da Câmara na residência oficial do Senado.

Na conversa, o ministro estava inconsolável. Disse aos chefes do Congresso que a situação com o presidente era “insustentável”.

Seguidamente boicotado nos bastidores pelo Palácio do Planalto, atacado nas redes sociais por aliados de Bolsonaro e agora publicamente pelo próprio chefe da República, Mandetta revelou estar no seu limite.

Na conversa, que entrou a madrugada, Mandetta disse a Maia e Alcolumbre que, por ele, está fora do governo. Bolsonaro não mereceria o empenho dele e de seus técnicos. Os chefes do Legislativo apelaram para que ele resistisse o máximo possível no cargo.

Em uma videoconferência do Valor, Maia disse que Bolsonaro “não tem coragem de tirar o ministro e mudar oficialmente a política de enfrentamento à pandemia”.

Bolsonaro deixou claro nesta quinta que teme ficar com a conta das mortes da pandemia no Brasil, se realizar mudanças no plano de combate do ministério e dos governadores. Mesmo assim, bateu duro em Mandetta.

“Mandetta já sabe que estamos nos bicando. Ele está extrapolando. Mas não posso demitir ministro em meio ao combate. Nenhum ministro meu é indemissível”, disse Bolsonaro nesta quinta.

 

 

*Do Radar -Veja

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Isolado, Bolsonaro chora e busca apoio entre militares

Isolado politicamente, o presidente Jair Bolsonaro tem dado demonstrações de fragilidade emocional na condução da crise do coronavírus e buscado refúgio no setor militar para tentar retomar o controle do governo.

Em pelo menos uma ocasião recente, ele chorou ante interlocutores no Palácio do Planalto que não faziam parte de seu círculo mais íntimo.

Reclamou que sofre críticas incessantes e aponta adversários externos, com especial predileção pelos governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ).

Bolsonaro e os chefes estaduais têm medido forças, com o presidente defendendo medidas de isolamento parcial para grupos vulneráveis à Covid-19, enquanto os outros adotam as recomendações de quarentena da OMS.

O presidente está sem suporte interno unânime. Ministros do governo, a começar por Luiz Henrique Mandetta (Saúde), mas também o popular Sergio Moro (Justiça), defendem o isolamento social. Paulo Guedes (Economia) falou que preferia ficar em casa “como cidadão”.

Com isso, Bolsonaro se voltou para o seu meio de origem, o militar, cuja ala no governo havia sido reforçada no começo do ano após ter sido escanteada pelo chamado núcleo ideológico centrado nos filhos do presidente.

Devolveu protagonismo ao chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, numa tentativa de unificar o discurso sobre a crise. O fez sob olhares desconfiados, dado que usualmente a palavra final é dele e dos filhos.

O resultado, de todo modo, foi desastroso do ponto de vista público. Em entrevista coletiva na segunda (30), Braga Netto comportou-se como um tutor de Mandetta e ainda especulou sua demissão.

Líderes no Congresso, a começar pelas cúpulas das duas Casas, ficaram horrorizados com a cena —reação que conta com alguma solidariedade partidária, já que Mandetta é deputado do DEM de Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado).

 

*Com informações da Folha

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Fogo no parquinho do planalto: Mandetta desanca Bolsonaro e diz para governador não reabrir comércio

“Não faça isso”, teria dito o ministro da Saúde ao governador do Acre, que pensava em seguir as orientações de Bolsonaro e abrir o comércio em meio à pandemia do coronavírus.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, resolveu desautorizar Jair Bolsonaro e dar uma recomendação no sentido contrário à que vem sendo dada pelo presidente: ficar em casa e manter o comércio fechado por conta da pandemia do coronavírus.

O informação foi dada pelo governador do Acre, Gladson Cameli (PP), em reunião com sua equipe. “Na sexta-feira (27), peguei o telefone e pedi uma audiência com ele (Jair Bolsonaro). Ia sair de Rio Branco, chegar e dizer: ‘Então, presidente, eu vou seguir a sua orientação. Se é para abrir, então vamos abrir, mas está aqui: eu não tenho condições de arcar com as consequências’. Eu ia, porque o que que eu vou fazer? Estou indo, seguindo uma lógica. Eu liguei para o ministro da Saúde. Ele disse: ‘Não faça isso’.”, declarou o governador do Acre”, afirmou Cameli.

O conteúdo da reunião foi obtido pelo jornalista Altino Machado e confirmado pelo site Congresso em Foco.

No domingo (29), o governador do Acre afirmou que foi aconselhado por Mandetta a reunir agentes funerários do estado “porque o negócio é sério e ainda vai piorar”.

“O ministro de Saúde Mandetta me aconselhou a reunir os donos de funerárias porque o negócio é sério e ainda vai piorar”, disse Cameli durante visita à cidade de Cruzeiro do Sul.

No mesmo dia, Jair Bolsonaro passeou pelas ruas de Brasília incentivando as pessoas a reabrirem seus comércios, indo contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o isolamento social como forma de conter a expansão da pandemia.

 

 

*Ivan Longo/Forum

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Vídeo: Para o Estado não gastar com os pobres, Bolsonaro vai baixar decreto para ‘quem precisar, voltar ao trabalho’

Questionado pela imprensa em frente ao Palácio do Alvorada sobre os detalhes do decreto, ele disse que vai “estudar” o que pode ser feito.

Jair Bolsonaro afirmou na tarde deste domingo (29) que teve um “insight” depois de visitar comércios no Distrito Federal e estuda “baixar um decreto amanhã”, autorizando o retorno às ruas de trabalhadores de todas as categorias, para que possam garantir o seu sustento em meio à pandemia de coronavírus.

“Baixar um decreto amanhã, todo e qualquer profissional, se for necessário para o sustento dos seus filhos, para levar o leite dos seus filhos, arroz e feijão para casa, vai poder trabalhar”, disse Bolsonaro.

Questionado pela imprensa em frente ao Palácio do Alvorada sobre os detalhes do decreto, ele disse que vai “estudar” o que pode ser feito.

“Eu acho que é justo um decreto desse. O cara ali que vai cortar grama, e se não cortar grama, não tem dinheiro para comprar o arroz e feijão das crianças, ele vai cortar grama, pô! Vai deixar a molecada morrer de fome?”, comentou.

Pela manhã, o presidente visitou Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho, no DF. Cumprimentou trabalhadores informais e populares. Ouviu pedidos para reabrir os comércios e igrejas. Prometeu uma “guerra de liminares” com a Justiça, que vem derrubando as medidas do governo, que tenta manter espaços populosos abertos.

No sábado, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pediu que Bolsonaro parasse de confrontar as medidas sanitárias recomendadas pela Pasta, que incluem o isolamento e o distanciamento social, além do fechamento das escolas, universidades e serviços não essenciais.

https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/546037379661437/

 

 

*Com informações do GGN

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#RevogaoTetoJá: Especialistas dizem porque é preciso acabar com a Emenda que retirou verbas do SUS

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recentemente celebrou uma especificidade brasileira ante a necessidade de combate ao novo coronavírus: “Ainda bem que temos o SUS [Sistema Único de Saúde]”, declarou.

Para o médico de família Thiago Henrique Silva, mestre em Saúde Pública e integrante do podcast Medicina em Debate, o SUS – um sistema universal e gratuito, que não existe em outros países com populações de tamanhos similares à brasileira – realmente é uma vantagem nacional no combate à disseminação da doença.

Criado pela Constituição de 1988, o SUS, explica Silva, conta não só com a assistência médica direta, mas também com um “sistema de vigilância capacitado”, dividido nas frentes sanitária e epidemiológicas que podem fazer a diferença.

“A gente tinha um modelo baseado na visão sanitarista de campanhas. Com a construção do SUS, o modelo passa a ser de vigilância e saúde. O grosso do trabalho de vigilância, na vigilância epidemiológica, é evitar que elas ocorram. Você gerencia todos os casos de doenças infecciosas. No Brasil, isso existe muito articulado com a própria assistência”, explica.

Entretanto, ele aponta que o “SUS já opera acima do seu limite” e caso haja a necessidade, bastante provável, de “fortalecer o sistema hospitalar, só o dinheiro emergencial não dará conta”.

Especificamente, Silva aponta que a Emenda Constitucional 95, conhecida como EC do Teto de Gastos, “transformou o piso da saúde em teto” e que “caso a regra anterior tivesse sido mantida”, hoje haveria “muito mais dinheiro para a Saúde”, já que, apesar de aumentos nos investimentos na área, em muitos anos após a aprovação da medida, eles sequer compensaram a inflação.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recentemente celebrou uma especificidade brasileira ante a necessidade de combate ao novo coronavírus: “Ainda bem que temos o SUS [Sistema Único de Saúde]”, declarou.

Teto de gastos

Grazielle David, doutoranda em Desenvolvimento Econômico na Unicamp e participante do podcast É da Sua Conta, aponta que a EC 95 tem prejudicado continuamente o financiamento da Saúde no Brasil.

“Nos últimos anos, com as medidas de ajuste fiscal, o SUS tem sofrido sérias consequências. Houve uma série de promessas. ‘A saúde não tem teto específico, não será afetada’. Os anos provaram que essa narrativa não era verdadeira. A realidade é que ao longo desses anos, o valor que está se aplicando na saúde é inferior ao valor que poderia ser aplicado se estivesse valendo a regra anterior. Corre-se o risco, agora, de 2020 ter uma execução orçamentária abaixo da que foi feita em 2019”, indica.

Isto está ocorrendo, diz ela, porque, a limitação imposta pela Emenda abarca, mesmo que indiretamente, a Saúde.

“É verdade que não há um teto só para ela, mas existe um teto geral. Isso coloca as várias políticas públicas disputando entre si. Depois de quatro anos de emenda do teto de gastos, as disputas estão em seu limite. O investimento está praticamente zerado e as despesas discricionárias não tem mais espaço. Neste momento, tem recurso saindo da saúde para ir para outra área”.

Prazos

Um debate entre economistas brasileiros tem se desenvolvido, diante dos efeitos da pandemia, sobre a necessidade de revisão da emenda, ou até mesmo de seu fim.

De um lado, por exemplo, Monica de Bolle, que defendeu a Emenda no momento de sua promulgação, aponta que a crise econômica não terá precedentes, e que o Teto deve ser revogado. De outro, Nelson Barbosa afirma que medidas emergenciais são permitidas pelo texto da Emenda Constitucional.

Na visão de Grazielle David, de alguma forma, os dois estão corretos, desde que se tenha em mente que “os efeitos são de curtíssimo, de curto, de médio e, talvez, de longo prazo”.

“A covid-19, que é doença, tem efeitos sanitários e tem efeitos econômicos. Para lidar com esses dois efeitos, temos que pensar qual é o prognóstico dessa doença. E o prognóstico é que os dois efeitos não vão ficar só em 2020. Qualquer planejamento, tem que levar em consideração essas diferentes fases”, afirma.

Ela lembra que, neste momento, o Congresso já tem a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2021 em mãos. Pelo menos formalmente, no ano que vem, não se poderia abrir créditos especiais por conta do coronavírus, o que pode ocorrer este ano.

“Em 2020, o teto não interferiria na abertura de crédito. Mas necessariamente em 2021, ainda vai haver muito efeito. É uma previsão de todos os países. Em 2021, não se poderá mais alegar calamidade pública, por que não há mais novidade. Em 2021 o Teto vai ser um problema enorme. Antes da covid-19 já havia a previsão de que o Teto não seria respeitado”, aponta.

Para ela, o Brasil deve imediatamente modificar a meta do resultado primário, já que deve injetar dinheiro na economia para tentar diminuir os impactos econômicos da doença – medida já tomada por outros governos do mundo –, abrir créditos extraordinários em 2020 e, do ponto de vista mais prolongado, revogar o teto de gastos.

#RevogaoTetoJá

Na última quinta-feira (12), o Conselho Nacional de Saúde (CNS), publicou uma Nota Pública pedindo a revogação imediata da Emenda Constitucional 95/2016, que retirou verba do Sistema Único de Saúde (SUS), congelando investimentos até 2036.

O CNS aponta que “a necessidade se fortalece diante dos casos do Novo Coronavírus (COVID-19) no Brasil” e que, até agora, de acordo com estudo da Comissão de Orçamento e Financiamento (Cofin) do CNS, “o prejuízo ao SUS já chega a R$ 20 bilhões só em 2019. Ao longo de duas décadas, os danos são estimados em R$ 400 bilhões a menos para os cofres públicos”.

 

*Da Intersindical