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Política

Cappelli envia a Moraes identificação de servidores do GSI flagrados em vídeo

Por meio do Twitter, Cappelli, além de informar o cumprimento da determinação, disse que pretende acelerar a sindicância em curso no GSI.

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, afirmou, nesta quinta-feira (20/4), que encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a identificação dos servidores que aparecem em vídeo, segundo o Metrópoles.

O general Gonçalves Dias deixou o cargo após aparecer em novas imagens durante a invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

Por meio do Twitter, Cappelli disse que pretende acelerar a sindicância em curso no GSI. “Acabei de responder aos questionamentos feitos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, acerca da identificação dos servidores que aparecem nas imagens divulgadas ontem. Vamos acelerar a sindicância em curso no GSI”, afirmou.

A medida atente pedido, desta terça-feira (20/04), de Moraes. O magistrado determinou que a GSI identifique em até 24 horas todos os servidores, civis ou militares, que aparecem nas imagens e defina quais as providências devem ser tomadas para cada um deles.

Além de determinar a entrega das informações, o ministro do STF determinou que, em até 48 horas, a Polícia Federal colha o depoimento do general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI. Moraes expediu a decisão no âmbito do inquérito que investiga as autoridades ligadas aos atentados terroristas contra as sedes do Três Poderes em 8 de janeiro.

A determinação de Moraes, publicada na noite de quarta-feira (19/4), acontece após a CNN Brasil divulgar imagens que mostram G Dias, como é conhecido o general, circulando sem escolta no Palácio do Planalto. Quando encontra os extremistas, o militar apenas os orienta a sair do prédio, sem dar voz de prisão aos vândalos.

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Justiça

Moraes nega liberdade a Torres que agora só tem a delação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu manter a prisão preventiva do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso em 14 de janeiro por omissão no caso dos atos terroristas do 8/1, quando apoiadores de Jair Bolsonaro ocuparam temporariamente as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Moraes negou o pedido da defesa de Anderson Torres, respaldado pela Procuradoria-Geral da República, argumentando que no atual momento das investigações a “razoabilidade e proporcionalidade continuam justificando a necessidade e adequação” da medida.

Na decisão, Moraes cita ainda a ‘minuta do golpe de Estado’ encontrada pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro. O documento previa decretar um ‘estado de defesa’ na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contestar ilegalmente o resultado das eleições presidenciais vencidas pelo presidente Lula.

Com as baixas chances de ser solto integral ou parcialmente, cresce a expectativa para uma delação de Torres.

PRF
Moraes determinou ainda que Torres seja ouvido pela PF no inquérito que apura as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições, atendendo a um pedido da própria PF.

Um relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022. À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado por Torres.

*247

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Política

‘Lesa Pátria’: empresária e mecânico que sentou na cadeira do Alexandre de Moraes são presos

Preso em Penápolis, Fábio Alexandre de Oliveira foi gravado enquanto estava sentado na cadeira do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Já Kátia Graceli foi encontrada em uma casa de São José do Rio Preto (SP) após publicar vídeos nos atos golpistas.

O mecânico que sentou na cadeira do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, foi preso na manhã desta sexta-feira (17) durante a oitava fase da operação “Lesa Pátria”, que busca alvos dos atos golpistas que devastaram os prédios dos Três Poderes, em Brasilia, em 8 de janeiro. Além dele, uma empresária e um ex-servidor municipal também foram apreendidos na operação no noroeste paulista.

Ao todo, são cumpridos pelos policiais federais 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão em 10 estados.

Erlon Paliota Ferrite foi chefe do Serviço de Transporte de Ambulância de Penápolis e já foi candidato a vereador pelo Partido Verde (PV) em 2012 e 2016.

No dia 8 de janeiro, ele gravou um vídeo com Fábio. Nas imagens, o mecânico aparece sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes.

No vídeo gravado, o mecânico aparece sentado e debochando da situação: “Cadeira do Xandão agora com irmão Fábio, já era”.

Erlon também divulgou vídeos nas redes sociais onde aparece participando das invasões aos prédios dos três Poderes e destruindo bustos de Victor Nunes Leal e Pedro Lessa. Ele foi exonerado do cargo que ocupava no dia 20 de janeiro.

Prisão em Rio Preto

Já a empresária Kátia Graceli foi encontrada dentro de casa, no bairro Jardim Maracanã, em São José do Rio Preto (SP). Um celular, um computador e diversos documentos também foram apreendidos.

Kátia tem um sítio em Tanabi (SP) e trabalha com o cultivo de pitaia junto com a família. Ela também é dona de uma empresa de produção artística.

Por meio das redes sociais, Kátia chegou a fazer postagens durante os atos, mas excluiu após o começo das investigações. Um vídeo da empresária um dia antes dos ataques repercutiu negativamente. Nele, ela agradece um grupo de pessoas por terem a ajudado na ida para Brasília (veja abaixo).

*Com G1

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Educação

Moraes autoriza retorno de Ibaneis Rocha ao governo do Distrito Federal

Ibaneis estava afastado desde 9 de janeiro, por decisão do próprio Moraes, após os atos criminosos ocorridos em Brasília.

CNN – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (15) o retorno de Ibaneis Rocha (MDB) ao comando do governo do Distrito Federal (DF).

Ibaneis estava afastado desde 9 de janeiro, por decisão do próprio Moraes, por conta dos atos criminosos feitos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que provocaram destruição nos prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, um dia antes.

Celina Leão (PP), que é apoiadora de Bolsonaro, é vice-governadora do DF, e estava no comando do Distrito durante o período de afastamento de Ibaneis. A decisão inicial de Moraes era de um afastamento por 90 dias.

A defesa do governador havia solicitado ao STF a revogação do afastamento. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se pronunciado no sentido de entender que a volta ao cargo não iria prejudicar as investigações, como a colheita de provas, por exemplo.

“Os Relatórios de Análise da Polícia Judiciária relativos ao investigado não trazem indícios de que estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências, fato também ressaltado pela defesa e pela Procuradoria-Geral da República”, explicou o ministro.

Segundo o magistrado, com o andamento das investigações sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, não estão mais presentes os requisitos para manter o afastamento, “sendo possível o retorno do investigado a função pública para a qual foi eleito”.

Ele também relembrou que a medida foi tomada à época dos ataques, quando foi destacada “omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência, verificadas na ausência de policiamento adequado”.

Moraes também afirmou que as investigações continuarão, e o político poderá ser afastado novamente “de ofício ou a pedido das partes”, se houver razão para isso.

“O momento atual da investigação – após a realização de diversas diligências e laudos – não mais revela a adequação e a necessidade da manutenção da medida, pois não se vislumbra, atualmente, risco de que o retorno à função pública do investigado IBANEIS ROCHA BARROS JÚNIOR possa comprometer a presente investigação ou resultar na reiteração das infrações penais investigadas”, afirmou Moraes.

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Justiça

Presos de 8/1 só poderão receber visitas com autorização de Moraes

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que os detidos pelos atos antidemocráticos não respondem às regras da VEP/DF.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que os presos por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro só poderão receber visitas com autorização do STF. Ele entendeu que os custodiados são classificados com “alta periculosidade” e, por isso, não podem ser submetidos às mesmas regras de outros detentos.

A decisão de Moraes foi publicada na quarta-feira (22/2). No texto, o ministro afirma que apenas ele poderá autorizar ou não as visitas aos encarcerados pelos atos de 8 de janeiro – quando extremistas invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes.

O magistrado destacou que essas pessoas não respondem à portaria da Vara de Execuções Penais do DF (VEP/DF) que dispõe sobre visitas aos custodiados.

“[…] no que diz respeito às prisões efetuadas em 8/1/2023 por decisão desta Suprema Corte, não se aplica a Portaria VEP 008/2026, expedida pelos Juízes de Direito da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, no que conflitante com esta decisão, razão pela qual o ingresso de quaisquer pessoas no estabelecimento prisional, em relação às mencionadas prisões, deverá ser expressa e previamente autorizado por este relator, vedada a entrada sem a referida expressa autorização e revogadas quaisquer decisões do Juízo da VEP/DF e disposições da SEAPE/DF em sentido diverso ao aqui decidido”, escreveu Alexandre.

Mais de 1,2 mil pessoas foram presas por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. Elas são suspeitas de participarem dos atos extremistas contra a eleição do presidente Lula (PT) e que deixaram um rastro de destruição na capital federal, no início de janeiro.

Em 30 de janeiro, um relatório de providências da VEP-DF detalhou que há 931 presos provisoriamente devido a envolvimento na arruaça promovida no centro de Brasília. Desse total, há 623 homens e 308 mulheres.

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Justiça

“Misógino”: Moraes vota a favor de queixa-crime de Tabata contra Eduardo Bolsonaro

Filho do ex-presidente disse que deputada era patrocinada por bilionário por defender proposta de distribuição de absorventes para população carente. Ação foi retomada pelo plenário virtual do STF, informa o Correio Braziliense.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (24/2), a favor de uma queixa-crime protocolada pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por difamação e disseminação de fake news. O filho do ex-presidente disse, em uma série de posts nas redes socais, que a parlamentar teria elaborado um projeto de lei “com o propósito de beneficiar ilicitamente terceiros”.

A proposta trata da distribuição de absorventes em espaços públicos. Para Moraes, as declarações “constituem ofensas que exorbitam os limites da crítica política, uma vez que constituem abuso do direito à manifestação de pensamento, em integral descompasso com as funções e deveres parlamentares”.

Tom misógino

O ministro também destacou o tom misógino de Eduardo Bolsonaro. “O deputado federal, nas publicações em referência, na plataforma digital Twitter, extrapolou da sua imunidade parlamentar para proferir declarações abertamente misóginas e em descompasso com os princípios consagrados na Constituição Federal, cuja ilicitude deverá ser devidamente apreciada por esta Suprema Corte”, ressaltou no voto.

A queixa-crime havia sido rejeitada pelo ministro Dias Toffoli em maio do ano passado. À época, o magistrado argumentou que imunidade parlamentar ampara as declarações de Eduardo Bolsonaro neste caso. No entanto, Moraes pediu vista, ou seja, mais tempo para análise da ação, e o caso foi para o plenário virtual da Corte. O julgamento teve início nesta sexta-feira, com previsão de terminar no próximo dia 3.

O ataque ocorreu em 2021, após Amaral reprovar o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei que distribuiria absorventes para mulheres de baixa renda. Eduardo Bolsonaro disse que a deputada agia de “maneira quase infantil” para “atender ao lobby de seu mentor-patrocinador Jorge Paulo Lemann, um dos donos da produtora de absorventes P&G, do que realmente conseguir um benefício ao público”.

Eduardo Bolsonaro ainda afirmou na internet que Tabata Amaral é financiada por Lemann e disse ainda que o bilionário é da P&G, empresa de bens de consumo que fabrica, entre outros, absorventes. A informação é falsa.

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Política

Moraes manda bloquear contas de bolsonarista que chorou para deixar QG

Esdras Jonatas, empresário de MG, é investigado por ser um dos organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Banco Central faça o bloqueio, em 48 horas, das contas bancárias e ativos financeiros de Esdras Jonatas dos Santos. O empresário bolsonarista é investigado pela Polícia Federal por ser um dos financiadores, organizadores e incitadores dos atos de 8 de janeiro, quando vândalos atacaram prédios dos Três Poderes, em Brasília.

Notícia-crime apresentada ao STF mostra um vídeo de 12 minutos no qual Esdras convoca bolsonaristas para o ato de 8 de janeiro. Na gravação, ele chama “soldados” para levar 2 milhões de pessoas ao DF e alerta: “Não é passeio”.

Esdras ficou conhecido ainda por chorar e espernear durante ação da Guarda Civil de Belo Horizonte (MG) para demonstar acampamento em um quartel do Exército. As pessoas acampadas no local protestavam contra o resultado das eleições de 2022, que deram a vitória presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em detrimento de Jair Bolsonaro (PL).

Ele desfilava pelo acampamento de Porsche e acabou sendo apelidado de playboy. Esdras também foi um dos representantes do movimento que bloqueou vias em Minas Gerais após a derrota de Bolsonaro. Ele teve mandado de prisão expedido, mas está foragido. A suspeita é que ele esteja em Miami, nos Estados Unidos.

*Com Metrópoles

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STF dá má notícia a Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) reserva má notícia a Bolsonaro em decorrência dos atos antidemocráticos nos Três Poderes em 8 de janeiro.

De acordo com Paulo Cappelli, Metrópoles, STF reserva uma má notícia a Bolsonaro. Antes de 8 de janeiro, Alexandre de Moraes pretendia enviar parte do inquérito das milícias digitais antidemocráticas à primeira instância. Nos trechos sob análise, havia partes sensíveis ao ex-presidente da República.

Após os atos golpistas, contudo, Moraes reviu a intenção. Entre ministros do STF, passou a prevalecer a tese de que, com a invasão dos Três Poderes, não há como separar o que será julgado pela corte e o que irá para a primeira instância. A percepção é que há conexão entre os fatos.

Já outras investigações que não têm relação com os atos golpistas deverão ser encaminhadas à primeira instância. Entre elas, a que apura cometimento de crime por Bolsonaro por ter associado a vacina contra Covid à Aids.

A Polícia Federal apontou, em 2022, que o então presidente incorreu em crime, mas não indiciou Bolsonaro justamente por causa do foro privilegiado que ele mantinha.

Ou seja, Alexandre de Moraes permanece com inquérito que mira Bolsonaro no STF.

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Moraes determina que PF investigue se Bolsonaro teve participação em atos golpistas

Advogado alega que ex-presidente sempre incentivou ataque às instituições democráticas e é ‘fundamentador ideológico’ do 8 de janeiro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou ontem (6) que a Polícia Federal investigue o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como suposto agente estimulador ou colaborador dos atos golpistas que culminaram na invasão e ataque aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e do próprio STF, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

A representação/notícia crime foi apresentada pelo advogado Sidney Duran Gonçalez. Ele alega que o ex-presidente nunca se dirigiu a seus seguidores e, de maneira enfática, nunca “os repreendeu das práticas antidemocráticas, pelo contrário, sempre incentivou o ataque as instituições democráticas”.

Argumenta também que as condutas em tese praticadas por Bolsonaro “como fundamentador ideológico dos ataques realizados no dia 08.01.2023 poderiam tecnicamente serem atribuídas como base na teoria do domínio funcional do fato, que consiste em que a prática do delito seja partilhada em uma sequência de fatos e atribuições, para culminar no fato desejado pelo idealizador”.

Moraes determinou então “que a Polícia Federal investigue se houve participação dos representados nos fatos objeto do referido inquérito”. De acordo com o ministro do STF, as alegações de Gonçalez “guardam pertinência” com os fatos investigados. O inquérito inclui ainda o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, que era secretário de Segurança Pública do DF e está preso. Cinco dias depois do ataque a Brasília, Moraes incluiu Bolsonaro nas investigações sobre os atos golpistas.

Quebra-cabeça

O cenário atual das apurações indica que as peças do quebra-cabeças parecem que pouco a pouco vão se encaixando. Na semana passada, Moraes determinou abertura de investigação para apurar as declarações do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre uma suposta proposta para participar de um golpe de Estado a partir de uma gravação que ajudaria a fazer do próprio Moraes.

Do Val mudou a versão várias vezes desde a primeira vez que relatou a história à revista Veja. Jair Bolsonaro teria participado de uma reunião com a presença do ex-deputado federal Daniel Silveira, que está preso. Primeiro, em uma live, Do Val disse que tinha sido coagido por Bolsonaro a participar do golpe quando este ainda era presidente. Depois, recuou. Também declarou que renunciaria ao mandato e depois voltou atrás, segundo ele por influência da filha.

*Com RBA

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Política

Bolsonaro pediu para Delgatti assumir grampo em Moraes; Veja sabia do plano desde setembro

Nova gravação mostra Delgatti expondo o plano de Bolsonaro, que foi registrado por Veja em cartório ainda em setembro.

A revista Veja publicou nesta segunda (6) mais informações sobre o plano de Jair Bolsonaro para anular a eleição de Lula e evitar a posse do presidente eleito em outubro de 2022.

Parte do plano consistia em armar uma arapuca para o ministro Alexandre de Moraes, com o intuito de constrangê-lo e tirá-lo do comando das eleições e da presidência dos inquéritos que atingem o bolsonarismo.

Segundo Veja, em meados de setembro de 2022, Bolsonaro pediu ao hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti, que assumisse a autoria de um grampo em Moraes.

Com problemas na Justiça justamente por causa do vazamento de conversas da Lava Jato, Delgatti teria topado o plano de Bolsonaro de imediato.

Bolsonaro teria prometido que o hacker “teria o céu” depois de participar do crime contra Moraes – sinalizando, portanto, que ajudaria Delgatti com seus problemas na Justiça.

Delgatti chegou a procurar um funcionário da TIM na intenção de clonar o número do ministro Moraes. Mas o funcionário rejeitou qualquer envolvimento. Veja divulgou hoje o que parece ser a gravação da conversa entre o funcionário da TIM e Delgatti.

No áudio, Delgatti diz que Bolsonaro já teria conseguido “grampear” Moraes, que teria pego “coisa grave” do ministro e que a missão do hacker seria apenas “assumir” o grampo. “O resto é com nós”, disse Bolsonaro.

Delgatti se encontrou com Bolsonaro em setembro de 2022 por intermédio da deputada federal Carla Zambelli. À época, o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, conversou com a reportagem do GGN sobre o encontro.

O advogado relatou que Delgatti estava com dificuldade de arrumar emprego após ser preso e desesperado com a sua situação financeira. Ele também estaria com rancor de Lula e da esquerda, que foram beneficiados pela Vaza Jato, sem jamais mostrar “gratidão” nem ajudá-lo com os processos que enfrenta na Justiça.

Veja registrou plano de Bolsonaro em cartório, mas não publicou matéria antes da eleição

Veja ficou sabendo da missão de Delgatti ainda em setembro de 2022, mas decidiu não publicar matéria porque não dispunha de nenhuma prova para corroborar o relato. A revista, contudo, registrou o plano em cartório.

Ainda segundo Veja, ao saber das revelações do senador Marcos do Val, na semana passada, Delgatti passou a dizer a interlocutores que viu o escândalo como a “continuidade do plano” apresentado a ele por Bolsonaro.

Conexão com Marcos do Val?

O senador Marcos do Val afirma que em dezembro de 2022, com Lula já eleito, foi chamado para uma reunião clandestina com Jair Bolsonaro e o então deputado federal Daniel Silveira.

Silveira teria pedido a Do Val para grampear alguma conversa constrangedora com Moraes. O GSI ou a Abin do governo Bolsonaro iriam ceder os equipamentos. Marcos do Val reclamou que a escuta seria ilegal e o material, criminoso. Silveira e Bolsonaro dariam um jeito de utilizar o grampo para evitar a posse de Lula.

*Cintia Alves/GGN

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