Categorias
Uncategorized

Putin chama de golpe o golpe na Bolívia e manda recado duro a Bolsonaro

Alerta do governo Putin ocorre às vésperas da cúpula dos Brics, em Brasília. Tema ameaça aprofundar o afastamento político entre o Planalto e o Kremlin.

O governo de Vladimir Putin acusou a oposição boliviana de promover uma onda de violência e insinuou que a tentativa de Evo Morales de promover o diálogo foi minada. Moscou também usou a palavra “golpe” para descrever o que havia ocorrido em La Paz nas últimas horas e mandou um recado aos países sul-americanos. A mensagem foi interpretada nos meios diplomáticos como um alerta especialmente dirigido ao Brasil, EUA e OEA.

Num comunicado emitido na manhã desta segunda-feira, o governo russo ainda pediu que as forças políticas demonstrem “bom senso” e atuem “de forma responsável”.

“Causa profunda preocupação que a vontade do governo de buscar soluções construtivas, com base no diálogo, foi rejeitada por eventos que tem um padrão de um golpe de estado orquestrado”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

“Estamos preocupados com a dramática evolução da situação na Bolívia, onde a onda de violência desencadeada pela oposição não permitiu que o mandato presidencial de Evo Morales fosse cumprido”, afirmou Moscou.

“Apelamos a todas as forças políticas bolivianas para que sejam sensatas e responsáveis, para que encontrem uma solução constitucional para a situação no interesse da paz, da tranquilidade, da restauração da governabilidade das instituições do Estado, da garantia dos direitos de todos os cidadãos e do desenvolvimento social e econômico do país, ao qual estamos ligados por uma relação de amizade”, alertou.

Mas o comunicado também manda um recado para a região. “Esperamos que esta abordagem responsável seja demonstrada por todos os membros da comunidade internacional, pelos vizinhos latino-americanos da Bolívia, pelos países extra-regionais influentes e pelas organizações internacionais”, disse Moscou.

O alerta foi interpretado na diplomacia brasileira como um recado especialmente dirigido a países como o Brasil que, imediatamente depois da queda de Morales, declararam que não se tratava de um golpe. O alerta também se referiu, indiretamente, ao governo americano e à OEA.

Nas redes sociais, o chanceler Ernesto Araújo indicou que o Brasil “apoiará transição democrática e constitucional” e indicou que “a narrativa do golpe só serve para incitar a violência”.

Aproximação

O interesse de Moscou não ocorre por acaso e o alerta é lançado às vésperas do desembarque de Putin ao Brasil, onde participa da cúpula dos Brics.

Já esvaziada diante de um posicionamento cada vez mais distante entre Brasília e o restante do bloco, diplomatas envolvidos na preparação do evento admite que a crise boliviana deve contribuir para um certo distanciamento político entre os governos.

Moscou tem visto com sérias desconfianças a aproximação brasileira ao governo de Donald Trump. Ainda que, em termos políticos, o governo Bolsonaro tenha indicado a necessidade de contar com investimentos chineses e de outros parceiros, o alinhamento geopolítico é o que preocupa o Kremlin.

Para os russos, a situação na Bolívia, portanto, faria parte desse cenário de aproximação de líderes da América do Sul à lógica da política externa americana.

No caso de Morales, Putin tem muito a perder. Nos últimos anos, Moscou ampliou sua participação na economia boliviana, inclusive com a assinatura entre a agência de energia atômica, Rosatom, e autoridades locais em La Paz para pesquisas na área nuclear. Moscou nunca disfarçou seu interesse pelas reservas de metais no país sul-americano. No ano passado, Morales e Putin ainda fecharam acordos em diversas áreas estratégicas e a Gazprom passou a ser um importante ator no país.

Recentemente, o site russo Proekt revelou como Moscou enviou consultores políticos para ajuda Evo Morales em sua campanha eleitoral. Os especialistas teriam desembarcado na Bolívia em junho para montar uma estratégia nas redes sociais.

Os sinais de apoio a Morales também vieram de Margarita Simonyan, chefe da Russia Today, um canal estatal do Kremlin destinado a promover a imagem e interesses de Putin no exterior. Num post nas redes sociais, ela sugere a Morales um cargo de apresentador na RT em Espanhol, lembrando como o equatoriano Rafael Correa também seguiu o mesmo caminho.

Em meados do ano, Morales já havia recebido o título de doutor Honoris Causa de uma universidade russa. Em seu discurso ao receber o título, indicou que foi a “estabilidade política que garantiu a estabilidade econômica” de seu país.

 

 

*Com informações do Uol

Categorias
Uncategorized

Resposta do governo Bolsonaro é patética, diz um dos maiores especialistas internacionais em derramamento de óleo

Há cerca de um mês, o especialista canadense em contenção de derramamentos de óleo, Gerald Graham, adquiriu o costume de abrir o Google News para acompanhar as notícias sobre o crime ambiental que se espalha há 54 dias pelas praias do Nordeste. Ele vem observando as imagens e vídeos, além de notícias, e afirma estar espantado com a falta de respostas sobre a origem do vazamento.

“É muito estranho, até hoje tudo é muito estranho porque não se sabe de onde o óleo está vindo. É uma surpresa o óleo continuar chegando às praias. Parece que continua vindo da fonte original e ainda não se sabe de onde vem”.

A surpresa não se resume ao mistério da origem do óleo. Para o especialista, o mais chocante é o perigo a que voluntários estão se submetendo ao limpar as praias sem que o Governo Federal cumpra seu papel e assuma a retirada do óleo da costa. “Quando eu vi pela primeira vez essas notícias do vazamento, cerca de um mês atrás, eu falei com um jornalista e vi algumas imagens e pensei: ‘isso parece ruim!’”, lembra.

Graham é presidente da Worldocean Consulting, empresa especializada em planejar o uso de tecnologia no processo de limpeza em episódios de derramamento de óleo. Recentemente, deu uma série de entrevistas para apresentar softwares que permitem a visualização de cenários de derramamento de óleo, apontando os métodos mais rápidos e baratos de limpeza.

O extenso currículo de Gerald Graham inclui consultorias para o Banco Mundial, OCDE, Unesco, FAO, União Europeia, Agência de Desenvolvimento do Canadá e alemã GTZ. O expert conversou com a reportagem da Marco Zero por Skype sobre o que considera serem os pontos críticos da limpeza das praias no Nordeste brasileiro e comentou a ação das autoridades responsáveis. Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
Resposta desorganizada ao vazamento

A partir das imagens que eu vi e venho vendo há semanas, há uma resposta desorganizada aos vazamentos. Não há sinal de ninguém no comando, nem soldados. Eles não estão sequer devidamente equipados para a tarefa.

Governo não sabe fazer e não pede ajuda

A última imagem que vi tinha uma mulher dentro da água, sentada na água, tentando limpar o óleo. É ridículo.

Eu esperaria mais do Brasil. Não é um país da Europa ocidental, nem os Estados Unidos, mas não é um país subdesenvolvido. Eu escutei que parte da costa que o óleo atingiu é uma região mais pobre, me corrija se estiver errado.

Eu não tenho visto imagens que mostram manchas na superfície, o material parece ficar nas praias, preso. Por isso a dificuldade de observar com imagens aéreas e satélites.

E a resposta do governo, para mim, é totalmente patética. É um segundo desastre. Primeiro o óleo, depois as respostas são um outro desastre.

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez visita relâmpago à praia de Itapuama. Fez uma live para as redes sociais, falou rapidamente com a imprensa e deixou o estado

As consequências do contato com o óleo

As pessoas são afetadas pelo óleo, elas podem não sentir no começo, mas estão inalando. O óleo pode entrar pela pele, também pode ir para o cérebro.

As pessoas precisariam de um treinamento. Eu não vi nenhuma evidência de que isso está acontecendo. Também não vi equipamentos de limpeza nas praias ou no mar. Onde estão as máquinas que poderiam fazer a limpeza das praias?

A questão é: se a autoridade federal não tem um plano de contingência do óleo não deveria deixar voluntários fazerem isso.

As autoridades regionais e locais, com as autoridades políticas, deveriam manter as pessoas afastadas da praia, evitando que as pessoas sofram as consequências da exposição ao óleo.

Eu não vi nenhuma evidência de um plano. E eu entendo as pessoas estarem tentando dar o seu melhor para limpar as praias, mas elas não deveriam estar fazendo isso. As pessoas vão acabar ficando doentes.

Dificuldade em mensurar o desastre

Algumas imagens mostram barris de óleo. É realmente muito difícil mensurar a extensão do vazamento e afirmar se é uma catástrofe ou não. Eu não posso realmente dizer o que é a partir do que eu vi. Mas, duas semanas atrás, eu vi um vídeo feito de um avião ou drone mostrando a costa e mostrava uma longa mancha de óleo, de cerca de 5 quilômetros. Você via uma foto antes e depois.

É bastante chocante, eu franzi as sobrancelhas e fiquei sem acreditar. Parece que é pior em algumas áreas, do que em outras.

Eu não diria que é um pequeno desastre. Mas quando se tem a visão do óleo parece ser relativamente uma quantidade pequena na costa, comparada a outros vazamentos.

Você precisa colocar em perspectiva. Mas ao mesmo tempo, continua espalhando, continua chegando nas praias e isso causa muitos estragos.

Não seria difícil limpar tudo

Tem apenas uma comparação que eu poderia fazer, com o caso do vazamento em Nakhodka, na Rússia. Naquele vazamento, houve 1,2 milhão de voluntários, mais de 1 milhão envolvidos na limpeza. Houve uma forte resposta voluntária. Em casos como esses, com uma extensão grande de costa – eu não sei quantas pessoas estão envolvidas – não se compara nesse sentido, mas a questão é que o volume do óleo parece pequeno. Mas acho que é subestimado. Eu vi notícias que afirmam que 600 toneladas foram coletadas, eu ficaria bastante cético com essa contagem porque contando 200 comunidades, seriam apenas 3 toneladas por praia.

E o óleo, quando você recolher, vai estar misturado com areia. É relativamente um volume pequeno espalhado por uma área enorme. É incrivelmente não usual fazer essa comparação.

Falando de um modo geral, parece uma quantidade pequena nas praias. Focos de óleo aqui e ali, então não parece um grande desafio limpar tudo. Não é como um massivo vazamento de óleo, como o que ocorreu no Alaska em 1989. Não deveria ser tão difícil de limpar.

Parece que ninguém sabe o que está fazendo

Obviamente, você não consegue conter quando chega na costa, mas você consegue evitar que chegue na costa. Não vi evidência alguma de que isso foi feito.

Normalmente, muitos países têm barreiras em pontos estratégicos da costa, caso algo aconteça. E no Brasil isso não aconteceu.

Uma vez que o óleo chega na costa, você precisa de pessoas treinadas – e não precisam ser profissionais, voluntários poderiam receber um treinamento básico da Marinha para saber como limpar. Poderia ser um curso de dois dias. E qualquer pessoa que não estiver limpando precisaria ficar afastada.

Você precisaria tirar as pessoas, pois é uma zona perigosa. Depois você forneceria o equipamento, técnicas e máquinas para coletar e retirar o óleo.

Esse seria o centro da operação, mas parece que ninguém sabe o que está fazendo e estão tentando ajudar, mas é uma operação extremamente amadora.

 

 

*Com informações do Marco Zero

 

Categorias
Uncategorized

Se a fonte do vazamento for da Rússia, Moro desenterrará o bacamarte?

Numa dessas contradições difíceis de se dar conta no Brasil, a Polícia Federal é comandada por Maurício Valeixo que, por sua vez, está sob o comando do próprio suspeito de ter violado leis da magistratura, o ex-juiz Sergio Moro que, também por sua vez, providenciou uma grande caçada às fontes das informações que estarreceram o país e o mundo nos últimos dias.

“A Polícia Federal articula para, nas próximas semanas, emitir uma resposta “contundente” ao que classifica de “ação orquestrada perpetrada por criminosos de alto calibre”.

A reportagem da revista Istoé destaca que “sob a coordenação do diretor-geral Maurício Valeixo, a PF acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a privacidade dos procuradores e expuseram as vísceras da Lava Jato. Em investigações preliminares, os agentes da Polícia Federal já identificaram conexões no Brasil, em especial em Santa Catarina, e no exterior, com o suposto envolvimento de agentes na Rússia e até em Dubai, nos Emirados Árabes. Segundo agentes ouvidos por ISTOÉ, a PF pode estar perto de alcançar os responsáveis pelo hackeamento ilegal, o que, se confirmado, constituiria uma bomba capaz de provocar uma reviravolta no caso.”

Segundo a matéria, as pistas da linha de investigação levam à Rússia e Edward Snowden reside lá. Greenwald e Snowden são aliados. Em 2013, Snowden se aproximou dos irmãos bilionários Nikolai e Pavel Durov, que criaram o Telegram, um sistema de comunicação por mensagens similar ao Whatsapp. Na Polícia Federal, há quem acredite que o americano refugiado na Rússia possa ter se valido de recentes contatos com os Durov para ter acesso aos diálogos envolvendo as autoridades brasileiras.

 

 

*Da Istoé

Categorias
Uncategorized

O Estado sombra: o Brasil desgovernado por Bolsonaro; assim o nosso país é visto mundo afora

THE ECONOMIST, Inglaterra | O Estado sombra. Máfias dirigidas por policiais corruptos aterrorizam o Rio de Janeiro. O Presidente Jair Bolsonaro faz vista grossa. | econ.st/2IeCz27

EL PAÍS, Espanha | A paralisia econômica atinge os consumidores brasileiros. Famílias põem freios nos gastos e compram marcas mais baratas para economizar. Na maior cidade do país, São Paulo, mais lojas estão fechando que abrindo. | bit.ly/31270RA

PÁGINA 12, Argentina | O ato falho do presidente brasileiro, Bolsonaro. Ele diz ser o “mais ruim”. | bit.ly/2wwIbzk

LA VANGUARDIA, Espanha | As duas faces do Brasil de Jair Bolsonaro se manifestaram no domingo, dia 26, nas duas praias mais emblemáticas do Rio de Janeiro. Enquanto alguns milhares de manifestantes contra a violência policial nas favelas formaram uma cadeia humana na praia de Ipanema, outras dezenas de milhares caminharam pela avenida em frente aos hotéis de Copacabana gritando slogans em defesa do presidente de direita. As medidas defendidas com mais paixão pelo pró Bolsonaro foram um novo “pacote anticrime” que defende uma mão forte contra o crime e o direito de autodefesa com armas de fogo para todos os cidadãos do país. | bit.ly/2Ir3Xu3

PÁGINA 12, Argentina | Bolsonaro recuou com o reconhecimento. O Brasil retirou o convite ao enviado diplomático da oposição Juan Guaidó para apresentar credenciais diplomáticas no gigante sulista. Isso foi confirmado pela própria venezuelana, María Teresa Belandria. A diplomata foi convidada a apresentar suas credenciais na próxima terça-feira junto com embaixadores de outros países, mas no último minuto o executivo mudou de opinião. Agora quer iniciar um diálogo com o presidente da Venezuela. | bit.ly/2Z1GuGk

SPUTNIK NEWS, Rússia | Bolsonaro comenta queda do PIB: ‘já falei que não entendia de economia’? Ao ser perguntado por jornalistas sobre as projeções para a economia brasileira, Bolsonaro relacionou a fatores externos e reiterou a necessidade de aprovara reforma da Previdência. “Já falei que não entendia de economia? Quem entendia afundou o Brasil, eu confio 100% na economia do Paulo Guedes […] A gente quer melhorar os nossos índices aqui, agora passa por questões até externas”, disse. | bit.ly/2HRsUj2

ESQUERDA.NET, Portugal | Protestos contra cortes na educação suplantam defensores de Bolsonaro. Manifestações do dia 30 foram superiores às do domingo anterior, convocadas em apoio ao governo do Brasil. Impasse parece impor-se num momento em que a economia dá sinais de recessão. Uma greve geral está convocada para dia 14 de junho. | bit.ly/2IiunxF

PÁGINA 12, Argentina | “Eles querem entregar a Petrobras e a Amazônia”. Fala Luiz Dulci, vice-presidente do PT e braço direito de Lula. O ex-Secretário Geral da Presidência com Lula conversou com Página / 12 sobre o contexto das grandes manifestações educacionais e analisou os objetivos do governo Bolsonaro e Guedes. | bit.ly/2Z8fl4F

LE MONDE, França | No Brasil, os estudantes realizam demonstrações, pela segunda vez, contra cortes orçamentários. O mundo universitário brasileiro voltou às ruas, enquanto uma nova mobilização é anunciada para 14 de junho, com os adversários da reforma previdenciária. Enquanto o presidente Bolsonaro ocupava o facebook ao vivo por 20 minutos para falar de sua política, em mais de duas centenas de cidades, estudantes ocupavam as ruas no protesto contra os cortes anunciados ao ensino superior. | bit.ly/2IggGPP

 

 

 

 

*Com informações da Carta Maior