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Mundo

Cinismo, terrorismo e a estranha democracia dos EUA

Sem moral e sem direito, EUA se julgam no direito de declarar como suas as riquezas da América Latina, classificar países como apoiadores do terrorismo e decidir quem deve presidir nações ao redor do mundo.

Nos EUA, tem quem creia que esse país é o dono do mundo. E o pior é que aqueles que creem nisso são os que governam, ou têm em suas mãos as rédeas do Poder. Isso explica o que foi dito pela General do Pentágono, Laura Richardson, Chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, que recentemente reiterou uma declaração formulada há alguns meses assegurando que as riquezas naturais da América “lhes pertencem”.

E essa é a política habitual do país do Norte, que se sente no dever de decidir quem deve ser Presidente nos países que têm subjugados, ou busca submeter. Para aplicar as orientações de sua política, a Casa Branca se vale de diversos recursos. Um, é o uso da poderosa ferramenta “dissuasiva” da que dispõe; mas outros são mecanismos de ordem política mediante as quais procura dobrar a resistência que encontra aos seus ditames.

Dessa concepção provém sua conhecida “lista” de Países Promotores do Terrorismo, que publica regularmente, e que hoje inclui Cuba. Cabe, nessa circunstância, formular duas perguntas: que direito tem os Estados Unidos de se colocar à frente de outras nações e dizer quais são as que “promovem o terrorismo”? E quais são os critérios que Washington usa para atribuir essa condição a determinados Estados Soberanos?

A resposta à primeira pregunta é clara: nenhum! Nenhum Estado, por grande e poderoso que seja, está acima de outros, nem pode se colocar na situação de juiz de ninguém. A democracia – seja capitalista ou socialista – parte de um princípio de igualdade que lhe é inerente: ninguém é superior a ninguém.

Sem motivos e sem direito
A segunda resposta é mais subjetiva. Como os administradores do Poder nos Estados Unidos agem em função do interesse do Grande Capital, então “as razões” que usam para julgar a outros correspondem aos propósitos que ele encarna. Por uma e outra razão, então, a “Yanquilândia” não tem direito algum de agir como o faz, nem em relação a Cuba, nem em relação a outros países.

No caso de Cuba, como se sabe, mantêm um brutal bloqueio há mais de 60 anos, mas contra a Venezuela esgrime hoje 920 sanções e contra a Rússia mais de 16 mil. Em todos os casos, a vontade de impô-las corresponde exclusivamente aos interesses que o governo dos Estados Unidos representa.

É claro que, para atuar desse modo, a administração norte-americana usa dois pesos e duas medidas. Agora se intromete na Venezuela, à raiz das eleições presidenciais recentes. E se dá ao luxo de ditar sanções contra a imprensa russa — RT — à qual busca castigar por ter opinado sobre as eleições que acontecem em novembro na terra de Lincoln. É claro que os Estados Unidos não toleram que ninguém se imiscua em seus próprios “assuntos”, apesar das poderosas razões que fluem da realidade.

Dois pesos e duas medidas
Recordemos que, em 2004, as eleições presidenciais nos EUA tiveram resultados tão estreitos entre George Bush e Al Gore que o candidato democrata não as reconheceu e pediu a recontagem dos votos no Estado da Florida, o que não foi aceito. O tema foi para a Corte Suprema, onde por 4 votos a 3 se convalidou uma diferença de 537 votos que “deu a vitória” ao Republicano, que foi proclamado por essa Corte.

Mais recentemente, em 2020, Donald Trump denunciou “fraude” nas eleições na qual Biden ganhou, e até tentou tomar o Capitólio para impor suas vontades. Alguém disse alguma coisa nessa circunstância? Foram questionados esses processos? Foram exigidas “as atas” ou “novas eleições”, como hoje se exige na pátria de Bolívar? Alguém propôs, porventura, reconhecer o “candidato derrotado” como o Presidente eleito dos Estados Unidos? Onde estiveram Mávila Huerta ou Fernando Carvalho, que não tocaram um pito na contenda?

Nada disso aconteceu. E esse país continuou regendo os destinos de todos porque era “a primeira potência mundial”. Deu-se ao luxo, então, de invadir Iraque, Afeganistão, Síria ou Líbia; e assassinar mandatários como Saddam Hussein ou Muamar Gadafi; ou encarcerá-los como Slobodan Milosevic, na Sérvia, ou Manuel Antônio Noriega, no Panamá.

Terrorismo made in USA
Criou cárceres clandestinos, centros de tortura e campos de concentração no Iraque, na Romênia, na Polônia e em outros países. Organizou voos secretos para transferir “prisioneiros” de um continente a outro e encarcerá-los na Base Naval de Guantánamo, em Cuba. Oficializou a tortura, e criou grupos terroristas em distintos países para consumar atentados, colocar bombas e até matar adversários. Não foram atos terroristas os assassinatos de Orlando Letellier, Juan José Torres, Carlos Pratt ou o general Schneider?

Por acaso não foram atos terroristas os consumados por Posada Carriles, ou o assassinato de Fe del Valle no incêndio de “El Encanto”, os 700 atentados contra Fidel, ou a morte do turista italiano Fabio Di Celmo em um hotel de Havana?

*Diálogos do Sul

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Política

Se estão tocando fogo de propósito, o nome disso é terrorismo

Multiplicam-se os focos de incêndio que ameaçam cidades e espalham o medo.

Ganhou o nome de tentativa de golpe de Estado a invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, quando milhares de pessoas saquearam os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, revoltadas com a volta de Lula à presidência da República.

Há quem discorde disso. Por exemplo: para o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, atual diretor de Relações Institucionais e Políticas do banco BTG Pactual, não se tratou de uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crime previsto no Código Penal. O que aconteceu então? Diz Jobim:

“Aquelas pessoas todas ficaram um tempo enorme na frente dos quartéis, acampados, aquela coisa toda, pretendendo que os militares interviessem. Ou seja, dessem um golpe. […] Eu enxergo aquela manifestação da rua como uma espécie de cara da frustração que tiveram de não obter o golpe militar”.

Ora, se “aquelas pessoas” pressionaram os militares para que dessem um golpe; se os militares que juram respeitar a Constituição assistiram a tudo de braços cruzados; se antes Bolsonaro os convidou para atentar contra a democracia e não foi preso nem denunciado por eles, a democracia esteve em perigo.

Seria exagero chamar de ato terrorista o que vimos no dia 8 de janeiro. Mas não é exagero dizer que o Brasil é alvo de um atentado terrorista caso se confirme a origem criminosa dos incêndios que no último fim de semana devastaram áreas gigantescas do país, ameaçando cidades.

A Organização das Nações Unidas define o terrorismo “como a prática de atos criminosos planeados ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou em particulares, por motivos políticos”. A Polícia Federal foi acionada para investigar a origem dos incêndios.

Segundo Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, “quase todo incêndio no Brasil é criminoso. Não temos incêndio espontâneo e são raros os casos de acidente, como um caminhão que pegou fogo, ou uma queda de um cabo de alta tensão.” E completa:

Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário”.

Produtores rurais, ouvidos pela Folha de S. Paulo, compartilham a hipótese de que os incêndios têm origem criminosa. Eles afirmam acreditar que o fogo dos últimos dias foi resultado de ação humana. A forma como as queimadas começaram aponta para uma ação coordenada. É também o que pensa Lula.

Até ontem, a onda de incêndios em São Paulo já acumulava mais de 3,4 mil focos detectados por satélite neste mês: segundo a MetSul Meteorologia, os dados mostram um quadro “absolutamente fora do normal e extraordinário”. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, relembra o “Dia do Fogo” em 2019:

“Do mesmo jeito que nós tivemos o ‘Dia do fogo’ no Pará, há uma forte suspeita de que esteja acontecendo de novo. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência nesses anos de trabalho com fogo.”

Na última sexta-feira, São Paulo registrou 1.886 focos de incêndios, e superou até mesmo a Amazônia, que contabilizou 1.659 focos no mesmo período. No Brasil inteiro, foram registrados 4.928 focos de calor neste dia. Isso significa que apenas o estado de São Paulo representou 38% de todas as queimadas do país.

*Blog do Noblat

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Justiça

Moraes afasta Ibaneis Rocha, governador do DF, do cargo por 90 dias

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afastou o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha por 90 dias.

A decisão foi proferida no início da madrugada de hoje, horas após invasões de terroristas bolsonaristas à sede do Tribunal e aos edifícios do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Procurado pelo UOL por meio de sua equipe, Ibaneis ainda não se manifestou.

Com o afastamento de Ibaneis, assumirá a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).

Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que a decisão de Moraes é “necessária e indispensável ao restabelecimento da normalidade institucional”.

“Descaso e conivência”

Na decisão, Moraes aponta o descaso e a conivência do governo Ibaneis com a organização dos atos golpistas, mencionando diretamente o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, exonerado hoje do cargo.

Segundo Moraes, a responsabilidade de Torres está sendo investigada em uma apuração separada.

Para ele, “o descaso e conivência” de Torres “com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem” no Distrito Federal “só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha”.

Ibaneis, escreveu Moraes, “não só deu declarações públicas defendendo uma falsa ‘livre manifestação política em Brasília’ —mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados— como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos em 7 de setembro, em especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso”.

Absolutamente NADA justifica a existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal. Absolutamente NADA justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”
Alexandre de Moraes, ministro do STF

Outras determinações

Além de afastar o governador, Moraes determina ainda:

  • A desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos nas imediações dos quartéis-generais e outras unidades militares e prisão em flagrante de seus participantes;
  • A apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados pela PF que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal;
  • A desocupação em até 24 horas de todas as vias e prédios públicos estaduais e federais de todo o país;
  • A proibição imediata, até o dia 31 de janeiro, de ingresso de qualquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal;
  • Manda a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) manter e enviar os registros de todos os veículos, inclusive telemáticos, que entraram no Distrito Federal entre 5 a 8 de janeiro;
  • Manda a PF obter todas as câmeras de segurança do Distrito Federal que possam auxiliar na identificação dos terroristas e obter, junto a hotéis e hospedarias, a lista e identificação de manifestantes que chegaram a Brasília desde quinta-feira passada (5);
  • Requisita ao TSE que utilize o acesso a dados de identificação civil mantidos no tribunal para contribuir na identificação e localização dos envolvidos nos atos terroristas;
  • Manda o Facebook, TikTok e Twitter bloquearem cerca de 18 perfis nas redes sociais.

Terrorismo

Na decisão, Moraes classifica as invasões às sedes dos Três Poderes como “ataques terroristas à democracia e às instituições” e diz que os envolvidos serão responsabilizados, assim como financiadores e organizadores dos atos.

Segundo o ministro, a “omissão e a conivência” de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficam demonstradas em diversos momentos, como:

  • A ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar;
  • A autorização para mais de 100 ônibus ingressarem livremente por Brasília, sem qualquer acompanhamento policial;
  • A total inércia no encerramento do “acampamento criminoso” nas imediações do QG do Exército, “mesmo quando patente que o local estava infestado de terroristas”.

Escolta da PM

Moraes também cita que os terroristas foram escoltados pela Polícia Militar, que não ofereceu resistência à tentativa do grupo de invadir as sedes dos Três Poderes. Alguns agentes, inclusive, teriam fotografado e filmado as cenas “de forma jocosa”.

“Diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha”, disse o ministro.

Em momento tão sensível da Democracia brasileira, em que atos antidemocráticos estão ocorrendo diuturnamente, com ocupação das imediações de prédios militares em todo o país, e em Brasília, não se pode alegar ignorância ou incompetência pela OMISSÃO DOLOSA e CRIMINOSA

A omissão das autoridades públicas, além de potencialmente criminosa, é estarrecedora, pois, neste caso, os atos de terrorismo se revelam como verdadeira ‘tragédia anunciada’, pela absoluta publicidade da convocação das manifestações ilegais pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, tais como o WhatsApp e Telegram

A Democracia brasileira não será abalada, muito menos destruída, por criminosos terroristas
Alexandre de Moraes, ministro do STF

Quem estiver em acampamento, será preso em flagrante. Pelos termos da decisão de Moraes, as forças de segurança poderão prender em flagrante de participantes de acampamentos nas imediações de quartéis.

O ministro também reforça a manutenção da segurança no perímetro da Praça dos Três Poderes e das residências oficiais de agentes políticos da União.

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Do golpismo ao terrorismo, com o aval do presidente da República

Palácio da Alvorada vira refúgio de procurados pela Justiça.

“A ordem é prender os vândalos”, anunciou no meio da noite de ontem o governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal. Mas até o início da madrugada nenhuma prisão ocorreu, e cerca de 200 bolsonaristas radicais permaneciam aglomerados defronte a um prédio da Polícia Federal na área central de Brasília.

Exigiam a libertação do indígena Serere Xavante, de 42 anos, preso horas antes por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. Ele é acusado de envolvimento em manifestações antidemocráticas e com o tráfico de drogas.

Serere Xavante foi preso nos arredores do Palácio da Alvorada. Na noite do domingo, um aviso postado nas redes sociais dizia que os portões do palácio estavam abertos para quem quisesse acampar nos seus jardins. Centenas de bolsonaristas, abrigados perto do QG do Exército, atenderam ao chamado, levando cadeiras e agasalhos.

Michelle Bolsonaro, a primeira dama, mandou alimentá-los com sanduíches e café. Eles passaram toda a segunda-feira à espera de Bolsonaro. E quando ele apareceu, decepcionaram-se com o seu silêncio. O presidente limitou-se a saudá-los, levantando os braços. O gatilho da baderna foi então a prisão de Serere Xavante.

Enquanto os mais exaltados, de volta ao centro da cidade, tocavam fogo em carros e ônibus e atacavam o prédio da Polícia Federal, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, preso outras vezes e com medo de sê-lo novamente, fazia o caminho inverso. Pediu e obteve refúgio no Palácio da Alvorada, segundo seu advogado.

Na ótica bolsonarista, trata-se de livre expressão de pensamento, garantida pela Constituição. Não é. O monopólio da violência cabe ao Estado, que pode exercê-la para preservar a ordem pública. Quem prega a anulação de eleições em portas de quartéis é golpista. Quem toca fogo em carros e ônibus é terrorista.

Bolsonaro é o principal responsável por tudo isso. Por mais de ano tentou desacreditar o processo eleitoral. Uma vez derrotado, não reconheceu a vitória do seu adversário. Seu silêncio nada tem de obsequioso. Ao rompê-lo na semana passada, deu razão aos golpistas e estimulou-os a seguir nas ruas, amotinados.

No ato de diplomação do presidente eleito Lula da Silva, o ministro Moraes garantiu que “serão responsabilizados” os diversos grupos organizados que espalham a desinformação, professam o discurso de ódio e querem destruir a democracia. É o mínimo que se espera que seja feito, mas logo, sem demora nem concessões.

*Noblat/Metrópoles

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Armas, bombas caseiras, saques e depredação: violência em atos golpistas escala para terrorismo

Autoridades ligam sinal de alerta para a situação e apuram casos com mais rigor.

A violência bolsonarista está se intensificando nos protestos golpistas em rodovias e em frente a quartéis nos últimos dias, informa a Folha de S. Paulo.

As autoridades já ligaram o sinal de alerta para a situação: o Ministério Público do Estado da Rondônia, por exemplo, enquadra como possível crime de terrorismo o ataque a uma adutora de água.

Já a Polícia Rodoviária Federal classificou que os métodos adotados pelos manifestantes bolsonaristas de Santa Catarina “lembraram os de terroristas”. A corporação informou que foram usados “rojões, bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina (coquetéis molotov), óleo derramado intencionalmente na pista, “miguelitos” (pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores.”

Ainda segundo a Folha, “a escalada de violência inclui ações lideradas por homens encapuzados e armados, uso de bombas caseiras, saques e depredação de caminhões.” Foram notificados, também, ataques contra agentes de segurança e até mesmo contra caminhoneiros que tentavam furar os bloqueios.

Os estados que mais concentram ocorrências são Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia. Foram justamente estes três estados que deram mais votos, proporcionalmente, a Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.

*Com 247

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Política

Hoje faz 34 anos da expulsão de Bolsonaro do exército por arruaça, terrorismo e picaretagem

Não há no mundo sujeito mais cínico que Bolsonaro. O representante da família tradicional é tão convicto disso que teve logo três famílias. Disso resultou no chefe de Queiroz, Flávio Bolsonaro, com uma coleção de denúncias de esquema de corrupção, sem falar nos outros três filhos que seguem o mesmo desenho de caráter do próprio pai. As mansões hollywoodianas em Brasília que o digam.

Bolsonaro é tão comprometido com a verdade, com o combate à corrupção, que o caricatura já mandou pôr em sigilo por cem anos uma renca de denúncias do indecente esquema de corrupção envolvendo os filhos e o próprio.

O militarismo de Bolsonaro é esse que faz hoje 34 anos de sua expulsão, pelo menos é o que está nas páginas dos documentos do exército. Expulsão provocada por um histórico digno de um meliante, não de um soldado, este morreu de inanição pela ganância desmedida de um tenente que tinha como ideal de vida usar a farda do exército para enriquecer.

Toda aquela paspalhice grosseira que ele faz com flexão de pescoço, que ele chama de flexão de braço, é apenas uma parte da sessão de molecagens que o arruaceiro utilizava para cristalizar que sempre foi um péssimo soldado, assim como foi um péssimo parlamentar, e hoje engrossa seu currículo como o pior presidente da história do Brasil.

Na prática, esse foi o soldado Bolsonaro que nem a ditadura suportou manter dentro dos quartéis.

Bolsonaro, todos sabemos, é o evangélico católico, mas, dependendo do público, também é judeu na sua chocadeira oficial de vocações.

O Centrão é a própria estética oficial do seu governo rumo ao esgoto da corrupção.

Mas não foi o ataque do general Heleno contra o Centrão, que arrancou aplausos e gargalhadas, quando o senil, em campanha em 2018, cantou “se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”?

Ou seja, aquele sujeito que hoje fez discurso em nome da honra militar, sempre teve simpatia pela arruaça, pela picaretagem e pelo terrorismo e, por isso mesmo, foi há 34 anos, obrigado a juntar seus panos de bunda e bater em retirada, consolando-se em passar de tenente para capitão, no tranco, jogado compulsoriamente na reserva por seu comportamento insolente por não suportar a disciplina militar.

Por isso, seus olhos saudosos de hoje são para o nada. Sua ficha nas Forças Armadas foi tão envenenada pelo próprio quanto toda a sua trajetória política, sem produzir uma única fagulha de benefício ao país, enquanto até hoje se deleita com a flagrante e gorda mamata pública.

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Do bolsonarismo ao terrorismo: Bolsonarista mata cachorro em vídeo para intimidar técnicos da Anvisa

Extremista, que faz saudação nazista e pede voto para o atual presidente, encaminhou imagens aterradoras para servidores do órgão que aprovou vacina para crianças, com seus endereços e CPF’s , dizendo que faria o mesmo com eles.

Entre as novas mensagens ameaçadoras encaminhadas para técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram o uso de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, feitas por seguidores extremistas do presidente Jair Bolsonaro, há um vídeo no qual um cachorro é morto por enforcamento pelo autor das imagens, que junto à cena aterradora anexada no e-mail volta a intimidar os servidores, dizendo que “fará o mesmo com eles”. A informação e as imagens macabras foram confirmadas e noticiadas pela jornalista Natuza Nery, da GloboNews.

O homem que mata o cão e faz ameaças reiteradas aos funcionários do órgão federal, ainda de acordo com Natuza, que por razões óbvias não reproduziu as cenas no canal de notícias, usa saudações nazistas e diz estar com “Bolsonaro 2022”. Ele mostra no texto que tem endereços e CPF’s dos técnicos.

“Os senhores irão pagar caro. Irei me deslocar da minha casa no RS até Brasília e irei purificar a terra onde a Anvisa está instalada. Usando combustível abençoado. O apocalipse se aproxima… Mas estarei bem longe quando o Xandão mandar os vagabundos parasitas da PF aqui pra casa”, é um trecho da mensagem eletrônica lida pela jornalista.

Polícia Federal abriu inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito, há pouco mais de uma semana, para investigar as ininterruptas ameaçadas de bolsonaristas a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após técnicos do órgão terem aprovado o uso de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. A perseguição aos funcionários públicos teve início depois que o presidente Jair Bolsonaro estimulou, na sua live de 16 de dezembro, a identificação dos técnicos e insinuou “providências” contra eles por conta da autorização dos imunizantes para o público infantil.

Uma reportagem da TV Globo, veiculada em 20 de dezembro, mostrou que os diretores da Anvisa receberam novos e-mails com ameaças, o que motivou as diligências de agentes da PF para deter os extremistas. Um dia antes, no dia 19, o presidente do órgão, Antônio Barra Torres, encaminhou ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e ao Ministério da Justiça cobrando providências em relação aos criminosos e exigindo proteção para os servidores intimidados.

*Com informações da Forum

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Política

O golpe e o medo do golpe – o terrorismo bolsonarista

Quase todos os dias, vamos dormir convencidos de que Jair Bolsonaro não tem apoio político, econômico, social e nem militar para dar um golpe. E acordamos com mais uma ameaça por zap, tuíte ou entrevista de rádio, dele, de auxiliares, puxa-sacos e demais bolsonaristas. Na escalada retórica, as ameaças semanais viraram diárias, às vezes tem duas por dia. O que querem Bolsonaro e os seus? Tocar terror, meter medo.

Bolsonaro quer fazer terrorismo usando os únicos recursos que domina bem: mentir, inventar fake news, recorrer a subterfúgios, como a suposta fraude nas urnas eletrônicas, para alimentar o discurso de sua turma. Quer ver nossos cabelos se arrepiando e, quem sabe assim, levar alguns a abrir a guarda e ceder aos seus absurdos.

E não é que às vezes até consegue? Parece não haver golpe no horizonte, apesar das claras intenções do presidente de desferi-lo. Mas boa parte de nós nasceu e cresceu durante uma ditadura. E se??

É aí que reside a essência do mal que Bolsonaro faz ao país. Dá para viver em paz num ambiente desses? Ouvindo a autoridade máxima da República falar em golpe todos os dias? Esperando o golpe do 7 de setembro de Sérgio Reis, que trocou a viola pelas armas golpistas, chegar? Não chegará, sabemos todos em nossa racionalidade. Mas pode haver tumulto, distúrbios, sangue derramado?

O medo do golpe que não vai chegar também pode ter consequências políticas, e já há claramente gente mal intencionada querendo misturar uma possível vitória do ex-presidente Lula em 2022 ao caldo golpista do presidente da República e seus DASs militares.

Sabemos que Lula não é o candidato preferido das Forças Armadas, mas daí a acreditar, como especulam alguns “consultores”, que haveria um atentado à democracia e às eleições para impedir sua posse é ir longe demais — segundo os próprios militares da ativa que mantêm o profissionalismo.

Estão nesse mesmo jogo aqueles que alimentam as especulações de que o “PIB”, o establishment econômico, também não aceitaria uma volta do petista. Chega a soar ridículo, em se tratando de um sujeito que já governou oito anos, e de personagens que frequentavam o Planalto e eram costumeiramente ouvidos.

Está muito difícil viver o Brasil desses tristes anos. Mas, antes de tudo, é preciso respirar fundo, contar até dez e não cair em provocação de fantasmas que não deveriam mais nos assustar. Buuuuuu pra você também, Bolsonaro!! Como diz muita gente, o medo de ter medo às vezes é pior do que o próprio medo.

*Helena Chagas/247

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Mandetta: eu avisei

Quando Mandetta foi demitido em 17 de Abril, o Brasil tinha 1.924 Mortos, 30.425 contaminados por Coronavírus. Hoje, 15 de maio,Teich pediu demissão, são 14.133 mortes e 207 mil contaminados. Deu pra entender que a morte é o projeto de Bolsonaro e o Coronavírus é o maior aliado dele? (Cristina Andrade)

Mandetta pode não ser uma Brastemp, já que é médico ligado ao mercado da saúde. Mas, enquanto ministro da Saúde diante da pandemia, não inventou. Procurou seguir, na medida do possível, as orientações da OMS.

Isso foi fatal para sua gestão. Bolsonaro sempre se colocou frontalmente contra essas orientações.

Baseado em que Bolsonaro é contra a OMS? Nele, no próprio Bolsonaro, é o que basta pra ele.

Achando que ser presidente da República é ser Deus, Bolsonaro pensa como um Napoleão de hospício, com apoio dos militares de seu governo. O mesmo Bolsonaro que, quando era tenente, foi expulso do exército por terrorismo e garimpo ilegal.

Mandetta se demitiu pelos mesmos motivos de Nelson Teich. Os dois são médicos e optaram pela vida dos brasileiros, enquanto Bolsonaro, sempre com foco nos ricos, quer que milhões de brasileiros pobres morram para garantir o lucro dos ricos.

A cloroquina não é a única obsessão de Bolsonaro, o fim da quarentena é outra ideia fixa do genocida.

Tanto é que o maníaco do Palácio do planalto prepara um pronunciamento para decretar o fim da quarentena no Brasil, atropelando prefeitos e governadores.

Por essas e outras, Mandetta e Teich deixaram Bolsonaro falando sozinho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Trump derrotado, Irã vitorioso

Para o professor e escritor Lejeune Mirhan, vimos, no pronunciamento feito nesta quarta-feira na Casa Branca, “um Trump acuado, derrotado, vitimado pela força de seu maior oponente e inimigo em todo o Oriente Médio, o Irã, que sai dessa primeira fase do conflito direto extremamente fortalecido, mais respeitado”.

Assisti pregado na TV, ao vivo, à coletiva convocada pela Casa Branca, concedida (com atraso) pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Ao seu entorno, Mike Pence e Mike Pompeo, a dupla de neocons que compõe não só a vice-presidência como o Departamento de Estado. Atrás dele estavam TODOS os maiores generais quatro estrelas do país, do CENTCOM, Comando Central Conjunto das Forças Armadas dos EUA. Pela imagem já dá para se ver a cara de derrotados de todos eles.

Faço a seguir um resumo do que captei de mais importante do que Trump falou por quase meia hora:

1. Trump não esboçou nenhuma reação relacionada à destruição total de duas das suas oito bases existente (ainda) no Iraque. Fez questão de negar uma única morte, ainda que várias agências tenham mencionado muitos mortos e mais de 200 feridos e a destruição total das bases (como é possível duas bases militares com pelo menos mil soldados cada uma ser inteiramente destruída e nenhum deles vir a morrer?);

2. Afirmou que vai cobrar da OTAN (que os EUA mandam, na verdade) maior presença militar no Oriente Médio – o que é inédito – mas que sinaliza uma possível saída completa dos EUA de toda a região;

3. Reafirma que os EUA lutam contra o terrorismo, mas todos sabem que eles apoiam e financiam o Estado Islâmico. Mas pior que isso: diz lutar contra o terrorismo – mera peça publicitária de propaganda – mas assassina usando métodos terroristas o comandante militar que mais lutou contra o terrorismo e que é o responsável maior pela destruição do DAESH/ISIS, Al Qaeda, Al Nusra entre outros agrupamentos;

4. Pela primeira vez fez uma afirmação jamais ouvida, no sentido de reconhecer que EUA e Irã têm o mesmo objetivo de lutar contra o terrorismo e contra o ISIS (estranho dizer isso e matar quem luta contra essa organização terrorista; na verdade, seu discurso é para seu público interno e para os minions do mundo inteiro do tipo que temos no Brasil, que acreditam na propaganda governamental);

Em suma, vimos um Trump acuado, derrotado, vitimado pela força de seu maior oponente e inimigo em todo o Oriente Médio, o Irã, que sai dessa primeira fase do conflito direto extremamente fortalecido, mais respeitado. O Irã impôs a sua soberania mesmo sem ter armas nucleares. Mostrou ao mundo a capacidade, precisão, velocidade, letalidade, abrangência de todo o seu arsenal de mísseis balísticos (estimados em mais de 1,5 mil mísseis). Mostrou ainda ao mundo a total incapacidade, falência, fragilidade do sistema de defesa anti-aérea composta pelos (superados) mísseis patriots que não conseguiram barrar um míssil sequer dos mais de 30 lançados (praticamente todos atingiram em cheio os alvos).

Isso coloca os EUA em uma situação de derrota, talvez a maior que se possa constatar desde a derrota da perda do Irã para os muçulmanos xiitas em fevereiro de 1979. Sinaliza ainda o aumento do isolamento desse país e dessa potência, não só no Oriente Médio, como mesmo de outras potências regionais imperialistas subalternas. Sinaliza, por fim, a chance real de saída total ou quase total de toda a região, que colocaria em xeque e em total insegurança seu maior aliado e protegido, que é o Estado sionista de Israel.

Há que se levantar duas dúvidas, que não tenho, por ora, uma resposta: 1. Será que o Irã irá interromper a série de ataques às bases estadunidenses no Iraque (ainda restam seis intactas), ou podemos esperar a continuidade dos ataques; 2. Será que a destruição de duas bases estadunidenses – com número de mortos norte-americanos ainda incertos – será o suficiente para considerar vingado a morte do maior general da história militar iraniana moderna?

Apenas para registro: quando da famigerada “primavera árabe” (sic) em fevereiro de 2011 o povo egípcio saiu às ruas para derrubar o ditador Hosni Mubarak, os satélites do Google registraram a maior manifestação de massas humanas da história, com mais de 10 milhões de pessoas saindo às ruas. Pois bem, pelos meus cálculos estimativos e por baixo, acho que mais de 30 milhões de iranianos sairam às ruas desde a sexta-feira. E não ouvimos um pio sequer desse gigante da Internet.

Viva a luta do povo iraniano contra o imperialismo! General Suleimani, sua memória será eternamente lembrada!

 

 

*Lejeune Mirhan/247