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Caso Epstein: entenda a relação de Trump e acusado por abuso sexual de menores

Carta de presidente dos EUA a Jeffrey Epstein, revelada por jornal, expõe proximidade entre os dois; ex-presidente reage com ataques

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta uma crise interna. Parte de seus apoiadores queimaram bonés vermelhos do movimento Make America Great Again (Faça os EUA Grandes Outra Vez, em tradução livre) em protesto ao descumprimento de uma promessa de campanha: divulgar documentos da investigação contra o empresário Jeffrey Epstein, acusado de uma série de crimes sexuais, incluindo exploração de menores.

A indignação dos apoiadores vem açodada por uma revelação bombástica do Wall Street Journal, na última quinta-feira (17/07): uma carta que mostra a relação de proximidade entre os dois. A resposta de Trump veio em forma de ataque nas redes sociais: contra o jornal, que, segundo ele, publicou mentiras, e contra seus eleitores que o questionaram, que ele definiu como “ex-apoiadores” e “fracotes”.

Mas o começo da crise se deu em 5 de junho, quando o ex-apoiador de Trump e integrante do governo, Elon Musk, publicou em seu perfil no X (antigo Twitter), que Donald Trump seria parte da “lista de Epstein”, um possível documento com registro de pessoas relacionadas a Jeffrey Epstein em seu esquema de abuso sexual de menores: “Hora de soltar a verdadeira bomba: @realDonaldTrump está nos arquivos Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT [Donald J. Trump]!”, escreveu Musk, em publicação que seria apagada logo depois. A denúncia, apresentada sem provas, ocorreu em meio a uma escalada de acusações nas redes sociais entre o presidente e seu ex-braço direito.

Jeffrey Epstein é um nome infame nos Estados Unidos. Próximo de pessoas influentes, ele foi um investidor multimilionário que ganhou as páginas de jornais em 2005, quando foi acusado de abuso sexual de menores de idade na Flórida. Em 2008, ele foi condenado à prisão pelo estado, após confessar ter solicitado prostituição de menores, em um acordo que lhe livrava de qualquer outra investigação federal. Após 13 meses de regime semiaberto, ele ficaria dez anos em liberdade, sendo novamente preso em 2019 – dessa vez, sob acusação de tráfico sexual de menores de idade. Em agosto de 2019, ele morre em sua cela no Centro Correcional Metropolitano, em Nova York.

Os processos judiciais reuniram o que é difícil conseguir de uma pessoa com o poder e influência de Epstein: provas. Ao longo dos processos, foram juntados registros de viagens, fotos, agendas de contatos, depoimentos e e-mails envolvendo o financista, seus amigos e associados. Estes documentos compõem os “arquivos Epstein”, citados por Musk e que colocaram a administração Trump nas cordas esta semana.

Parte dos documentos foram obtidos em um processo movido em 2015 por Virginia Giuffre, uma das principais vítimas de Epstein, contra Ghislaine Maxwell, cúmplice dele, presa por auxiliar Epstein em seu esquema de tráfico sexual. Os arquivos ficaram sob sigilo até 2024, quando passaram a ser revelados.

Eles incluem menções a quase 200 pessoas, envolvendo o nome de vítimas da rede de abuso estabelecida por Epstein, testemunhas, como funcionários e pilotos das aeronaves do investidor, parceiros de negócio e membros do círculo social dele, além de pessoas acusadas de participação nos crimes de prostituição de menores, tráfico sexual de menores e abuso sexual.

Aparecem nos registros nomes como o do Príncipe Andrew, membro da família real britânica, acusado de abuso sexual de Virginia Diuffre e participação em crimes de Epstein, o ex-presidente dos Estados Unidos envolvido em escândalos sexuais durante seu mandato, Bill Clinton, e o vizinho de Epstein na Flórida, Donald Trump.

Os documentos não fazem parte de uma única base, e não foram publicados na íntegra. Essa é a principal crítica de opositores políticos de Trump e, mais recentemente, de sua própria base política.

Em sua campanha à reeleição em 2024, Trump afirmou que, se eleito, divulgaria na íntegra todos os “arquivos Epstein” obtidos pela justiça. Depois de eleito, ele tentou dissuadir sua base, dizendo que parte de seus apoiadores foi enganada pela “esquerda lunática” por oito anos, que eles “não aprenderam a lição, e provavelmente nunca aprenderão” e que “esses fracotes” estão fazendo o trabalho dos democratas.

“Sua nova FARSA é o que chamaremos para sempre de Farsa do Jeffrey Epstein, e meus ANTIGOS apoiadores engoliram essa ‘merda’, com anzol, linha e tudo. Eles não aprenderam a lição, e provavelmente nunca aprenderão, mesmo depois de serem enganados pela Esquerda Lunática por 8 longos anos. Eu tive mais sucesso em 6 meses do que talvez qualquer Presidente na história do nosso País, e tudo sobre o que essas pessoas querem falar, com forte incentivo da Fake News e dos Democratas famintos por sucesso, é a Farsa do Jeffrey Epstein”, escreveu.

O ‘segredo maravilhoso’ de Trump e Epstein
Trump subiu o tom contra apoiadores após o Wall Street Journal tornar pública, na última quinta-feira (17/07), uma carta escrita pelo presidente a Jeffrey Epstein em 2003. O conteúdo do documento foi tornado público pela primeira vez.

A carta, descrita pelo veículo como “obscena”, integra um livro montado em 2003 por Gislaine Maxhwell e dado a Epstein como presente de aniversário de 50 anos. A declaração de Trump aparece junto de fotos, cartas e cartões de outros amigos e associados do investidor.

No, esta imagen de Jeffrey Epstein con Donald Trump sentados en un sofá con  dos adolescentes no es real · Maldita.es

Segundo jornal, Trump escreveu carta ‘obscena’ a Jeffrey Epstein, acusado de abuso de menores e tráfico sexual
Tony Webster/Flickr

O jornal não publicou imagens do documento, mas o descreveu. Segundo a reportagem, a mensagem é escrita dentro de um desenho, aparentemente feito à mão com um canetão, do corpo de uma mulher. O texto retrata uma conversa entre Trump e Epstein, escrita em terceira pessoa. Leia abaixo, em tradução livre:

Narrador: “Deve haver mais na vida do que ter tudo”, começava o bilhete.

Donald: Sim, há, mas não vou te dizer o que é.

Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.

Donald: Nós temos certas coisas em comum, Jeffrey.

Jeffrey: Sim, temos, pensando bem.

Donald: Enigmas nunca envelhecem, já reparou?

Jeffrey: De fato, isso ficou claro para mim da última vez que te vi.

Trump: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz Aniversário — e que cada dia seja outro segredo maravilhoso.

Trump teria assinado, diz o Wall Street Journal, com um “Donald” escrito de forma torta abaixo da cintura da mulher no desenho, mimetizando seus pelos pubianos.

A revelação fez Trump iniciar uma cruzada contra o jornal. Ouvido pelos jornalistas antes da reportagem ir ao ar, Trump disse nunca ter escrito a carta e que a matéria era mentirosa. “Este não sou eu. Isso é uma mentira. É uma reportagem fake do Wall Street Journal. Eu nunca fiz um desenho na minha vida. Eu não desenho mulheres. Não é minha linguagem, não são minhas palavras, não sou eu”, declarou. Ele ainda alertou que, se o texto fosse ao ar, “processaria o Wall Street Journal como processou todo mundo”.

Após a publicação da matéria, Trump foi às redes sociais, reforçando sua ameaça de processo e acusando o conteúdo de ser mentiroso. “O Wall Street Journal publicou uma carta falsa, supostamente para o Epstein. Essas não são as minhas palavras, não é o meu jeito de falar. Além disso, eu não faço desenhos. Eu disse ao Rupert Murdoch [dono da News Corp., empresa dona do Wall Street Journal] que era uma farsa, que ele não deveria publicar essa matéria falsa. Mas ele publicou, e agora vou processá-lo com tudo, e também o seu jornaleco de terceira categoria. Obrigado pela sua atenção a este assunto!”, Trump escreveu na quinta-feira (17/07).

Não é a primeira vez que Trump é apontado no círculo íntimo de Epstein. Em 2002, um perfil de Epstein incluiu uma fala de Trump sobre o amigo, que considerava “um cara fantástico”. “Conheço o Jeff há quinze anos. Um cara fantástico. É muito divertido estar com ele. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e que muitas delas são mais jovens. Não há dúvida sobre isso — o Jeffrey curte sua vida social”.

À época, o nome de Epstein aparecia apenas nas colunas sociais de jornais e ele era figurinha carimbada em eventos de Trump.

Mais de uma vez, Trump e Epstein foram fotografados juntos, incluindo suas companheiras, em Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida. Apoiadores de Trump afirmam que Epstein só teve acesso às propriedades do presidente até 2007, quando o investidor, na esteira de sua primeira acusação criminal, teria sido banido dos espaços.

Não existem provas do banimento, mas os registros dos dois juntos também cessam nesta época. Em 2019, Trump disse, em uma coletiva de imprensa, que baniu Epstein de Mar-a-Lago, mas que “a razão francamente não faz nenhuma diferença”.

Assim como outras celebridades, Trump também costumava pegar carona no avião particular de Epstein, batizado de “Lolita Express”. O nome de Trump é encontrado em diversos registros de voo entre a Flórida, onde ambos possuíam casas, e Nova York, sede administrativa dos negócios de Trump, durante os anos 90.

A aeronave costumava ser utilizada também para voos às Ilhas Virgens Americanas, onde Epstein possuía uma ilha particular apontada como um espaço de abuso sexual de menores. Nunca foram divulgados registros que envolvam Trump e a ilha.

Na campanha eleitoral de 2024, Trump utilizou um jatinho que já havia sido de Epstein para cumprir agendas em quatro estados diferentes após seu próprio avião apresentar falhas no motor. A campanha do republicano disse ter fretado a aeronave de uma empresa do setor e não saber a quem pertencia anteriormente.

‘Nenhuma divulgação adicional seria apropriada ou justificada’
Em fevereiro de 2025, Trump indicou Pamela Bondi como procuradora-geral dos Estados Unidos – e chefe do Departamento de Justiça do país. No fim do mesmo mês, o órgão publicou, em uma cerimônia com influenciadores de extrema-direita, a “fase 1” dos arquivos de “Epstein”.

Sem novidades sobre o que já havia sido liberado ao longo dos anos, Bondi culpou o FBI, órgão de investigação federal dos Estados Unidos, por reter informações. À época, Kash Patel, diretor do FBI, disse que “não haverá acobertamentos, nenhum documento perdido e nada ficará por investigar”.

A promessa durou até 7 de julho, quando o Departamento de Justiça e o FBI publicaram um documento dizendo que, “após revisão exaustiva”, “não foram encontrados motivos para revisitar a divulgação” dos materiais.

Os órgãos alegam não terem sido encontradas relações com pessoas que justificassem a divulgação de documentos e que isso poderia fragilizar as vítimas de Epstein. “É a determinação do Departamento de Justiça e do FBI que nenhuma divulgação adicional seria apropriada ou justificada”, resume o documento.

Pressionado pela reportagem do Wall Street Journal, Trump publicou em suas redes sociais nesta quinta-feira (17/07) ter pedido ao Departamento de Justiça a publicação de “todos os depoimentos pertinentes” fornecidos ao grande júri – similar ao júri popular no Brasil – sobre o caso. Nenhum novo documento foi publicado até o momento.

*Brasil de Fato


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Mundo

As tarifas de Trump são uma confissão de derrota dos EUA

Usar como ferramenta de política econômica tarifas contra parceiros comerciais para reconfigurar uma dinâmica francamente decadente dos EUA é assinar confissão de derrota.

Gerenciar uma lógica avessa a própria ideia de mercado livre é assumir que não existe um mínimo de regra que paute esse pensamento destrambelhado.

Governar um país tentando inventar um outro país que não existe dentro dos termos impostos pelos idealizadores dessa lambança é conduzir os EUA para um enterro compulsório.

Seu governo, em apenas seis meses, já deu errado sob qualquer ângulo que se olhe, mas parece que os orientadores de Trump, ou querem lhe derrubar ou não têm a menor ideia do que estão propondo.

A popularidade de Trump despencou, antes mesmo do escândalo de pedofilia, que está bombando dentro e fora dos EUA.

Na verdade, o mau-humor de seu eleitorado virou um tijolo só por conta da abestalhada ideia de que as tarifas seriam boas para a sociedade americana, quando a realidade escancara o avesso.

Não é um projeto francamente neofascista que dará cabo de uma desordem capitalista tão latente quanto essa, que se arrasta, há décadas, nas terras do tio Trump.

As forças políticas e sociais, que apoiam Trump, estão cada dia mais ralas.

O apogeu dessa crise de credibilidade parece não ter fundo.
Mesmo os mais desinformados ou fanáticos trumpistas, já começam a jogar a toalha.

Qualquer análise circunstanciada na realidade hoje dirá que Trump está a cada dia mais perto do seu prematuro fim de governo.


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Mundo

O caso de Trump, que envolve uma rede asquerosa de pedofilia, é sério e deve lhe custar o mandado e cadeia

Trump está sendo arrastado para o inferno pelo seu eleitorado mais fiel.

Nos EUA, grandes jornais, como o NYT, têm publicado muitas matérias diárias sobre esse escândalo, porque Trump não cumpre o que prometeu, apresentar a lista macabra de gente graúda que fazia parte da agenda da figura principal dessa rede, o bilionário, Jeffrey Epstein, que se suicidou após ser preso.

Muitos dos mais devotos apoiantes de Trump exigem a divulgação de mais informações sobre Jeffrey Epstein, acusado e condenado por abusos sexuais de menores e pela organização de uma rede de pedofilia.

O assunto criou uma rara ruptura na sua base de apoio.

O que Trump quer esconder?

Nos Estados Unidos, “a controvérsia não dá sinais de abrandamento”, admite ao Expresso John E. Jones, presidente do Dickinson College e antigo juiz distrital da Pensilvânia. Refere-se ao “caso” de tráfico humano e abusos sexuais praticados Jeffrey Epstein, com quem Donald Trump mantinha relação amigável.

Indícios dessa ligação têm estado no centro das polémicas, depois de Elon Musk, em ruptura com Trump, ter levantado a suspeita, há cerca de um mês, de que o Presidente americano estivesse implicado nos ficheiros do caso de pedofilia.

O fato é que Trump está embananado e ninguém consegue ver saída para ele.

Está na cara que não quer apresentar o que prometeu e deve ter motivos sérios e isso faz do seu eleitorado mais fiel o principal protagonista da caçada ao “xerife” universal, que acha que manda no mundo.

Seja como for, nesse mato tem coelho e dos gigantes.

Trump diz que processará jornal WSJ por publicar uma carta que escreveu ao pedófilo Epstein. Isso não muda em nada sua situação para melhor, é apenas joga mais gasolina na fogueira.

A reportagem, publicada na quinta-feira (17), afirma que Trump enviou a carta para Epstein em 2003.

O jornal diz que a correspondência fazia parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para celebrar os 50 anos dele — anos antes de o bilionário ser preso por abuso sexual de menores.

A carta, atribuída ao atual presidente dos EUA, inclui uma mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua desenhada à mão.
A assinatura “Donald” aparece abaixo da cintura da figura. O texto termina com a frase: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo”.

Autoridades públicas, legisladores, especialistas e cidadãos comuns continuam profundamente interessados e preocupados com o caso Epstein”, disse o procurador-geral adjunto Todd Blanche no documento. “Afinal, Jeffrey Epstein é o pedófilo mais infame da história americana”

https://x.com/i/status/1930730687453188562

Cómo Donald Trump puede ser la llave para descubrir toda la verdad sobre su  amigo Jeffrey


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Política

Estadão joga Bolsonaro aos peixes

Em editorial, o governador de São Paulo e os conservadores são desafiados a abandonar de vez o sabotador que ameaça a soberania do país

Em um movimento que expõe as fraturas na direita brasileira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta terça-feira (15) um editorial que marca o rompimento definitivo com Jair Bolsonaro, jogando-o, nas palavras implícitas do texto, no lixo da história. Conservador por tradição, o Estadão foi o mesmo que, em 2018, classificou a eleição como “uma escolha muito difícil” entre Bolsonaro e o PT. Se antes hesitou, agora não há mais ambiguidade: ao associar-se às ameaças de Donald Trump contra o Brasil para tentar barganhar anistia e impunidade pelos processos de tentativa de golpe, Bolsonaro ultrapassou qualquer linha possível de defesa.

O texto vai além da crítica direta a Bolsonaro. Ele lança um ultimato às lideranças conservadoras, com recado explícito ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, exigindo que escolham de que lado estão — com o País ou com o bolsonarismo.

A publicação escancara não apenas o desgaste do ex-presidente, mas também o desconforto de setores históricos da direita com o caminho radical que o bolsonarismo impôs à política brasileira. Ao romper com o antigo aliado, o Estadão tenta resgatar uma bandeira de conservadorismo “responsável”, enquanto expõe as contradições de quem, por conveniência, ainda hesita em se afastar do ex-mandatário.

Bolsonaro, o falso patriota
Jair Bolsonaro não está nem aí para o Brasil. É um patriota fajuto. Prova cabal disso – como se fosse necessária mais alguma – foi sua mais recente manifestação acerca da ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de sobretaxar em 50% os produtos importados do Brasil caso os processos contra Bolsonaro sob acusação de tramar um golpe de Estado não sejam anulados.

Demonstrando preocupação apenas protocolar com os efeitos desastrosos da anunciada tarifa sobre a economia brasileira, Bolsonaro foi direto ao ponto: “O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1.° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”. Traduzindo: para Bolsonaro, basta que as “autoridades brasileiras” o livrem da cadeia para que seu amigão Donald Trump desista de castigar o Brasil.

A publicação deixou claros o método e as prioridades do ex-presidente. Longe de colocar o Brasil “acima de tudo”, como costuma repetir em seus comícios, Bolsonaro usou a perspectiva de prejuízo de setores estratégicos da economia brasileira – e da de São Paulo, em particular – como moeda de troca por sua própria liberdade.

Assim, o ex-presidente age como um sequestrador que dita as condições para liberar o refém em seu poder. O refém, no caso, é o Brasil, capturado por sua verborragia liberticida. Sua derrota na eleição de 2022 mostra que boa parte do País conseguiu sair do cativeiro, mas infelizmente ainda há alguns cidadãos aprisionados por sua retórica destrutiva.

Se é compreensível que Bolsonaro e sua grei estejam empenhados apenas em cuidar da própria vida, é cada vez menos tolerável que um punhado de políticos, a pretexto de herdar o capital eleitoral do ex-presidente, ainda hesite entre a lealdade ao padrinho e os interesses do Brasil. Esse episódio da agressão estúpida de Trump ao Brasil escancarou de vez a pusilanimidade dessa turma.

*Com o Cafezinho


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Pesquisa

Após tarifaço de Trump, aprovação de Lula tem maior crescimento dos últimos 12 meses, segundo Quaest

72% acreditam que Trump está ‘errado ao impor taxas por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro’

Uma nova pesquisa Genial/Quaest apontou um crescimento de 3 pontos percentuais na aprovação do governo Lula pelos brasileiros. O levantamento, realizado entre os dias 10 e 14 de julho e divulgado nesta quarta-feira (16), demonstrou a aprovação direta da população às respostas do presidente diante das tarifas anunciadas em 9 de julho por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aos produtos brasileiros.

A pesquisa também indica a queda da desaprovação. Enquanto 43% dos entrevistados aprovam o governo atual, 53% desaprovam. No último levantamento, de maio deste ano, a aprovação era de 40% e a desaprovação de 57%. A última vez que o governo apresentou um salto de aprovação ocorreu entre maio e julho de 2024, há um ano, quando havia crescido 4 pontos percentuais.

Além da avaliação sobre o governo, os entrevistados responderam diretamente sobre as ações dos EUA. 72% acreditam que Trump está “errado ao impor taxas por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro no Brasil”; 63% veem como incorreta a afirmação de que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é “injusta”; e 79% afirmam que as altas tarifas vão prejudicar a vida dos brasileiros.

Além disso, 44% responderam que “Lula e o PT” estão fazendo o que é mais certo nesse embate. 29% afirmaram que o posicionamento correto seria o de Bolsonaro e seus aliados, enquanto 15% responderam “nenhum dos dois”.

Perfil dos entrevistados
A mudança foi puxada, especialmente, pelo eleitorado feminino. Neste grupo, a desaprovação passou de 54% para 49%, enquanto a aprovação subiu de 42% para 46%. Entre os homens, a aprovação permaneceu estável, em 39%, enquanto a desaprovação caiu um ponto, passando de 59% para 58%.

Também foi perceptível a melhora na avaliação do governo para os eleitores com mais escolaridade. Enquanto os entrevistados com ensino superior completo demonstraram um salto de 12% na aprovação entre maio e julho deste ano, passando de 33% para 45%, e diminuição de 64% para 53% na desaprovação, o grupo com ensino médio completo diminuiu a aprovação de 37% para 35%.

Entre as pessoas com escolaridade até o ensino fundamental, a aprovação segue maior do que a desaprovação desde o início do governo, se aproximando de um empate técnico em maio deste ano. Na pesquisa atual, porém, a vantagem voltou a aumentar, com 51% de aprovação e 42% de desaprovação.

No recorte por religião, o grupo católico apresentou uma inversão recente: enquanto na última pesquisa a aprovação (45%) era menor do que o grupo que desaprova (53%), desta vez, a aprovação chegou a 51% e a desaprovação caiu para 45%. Entre os evangélicos, a desaprovação cresceu, passando de 66% para 69%. A aprovação, que era de 30%, foi para 28%.

*BdF


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Mundo

Casa Branca confirma conversa de Trump e Zelensky sobre ataque contra Moscou

Comunicado do governo norte-americano disse que sugestão ‘era apenas uma pergunta’ após ‘Financial Times’ revelar que países consideraram ofensiva.

A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (15/07) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky sobre a possibilidade de atacar Moscou.

Segundo um comunicado concedido pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, à emissora norte-americana ABC News, Trump e Zelensky discutiram a capacidade da Ucrânia em atacar a capital da Rússia e São Petersburgo, segunda maior cidade do país.

De acordo com o texto, os ataques seriam realizados por Kiev com armas fornecidas pelos Estados Unidos, mas não foram executados.

O posicionamento da Presidência dos EUA vem após uma reportagem do jornal britânico Financial Times noticiar que Trump havia questionado se a Ucrânia conseguiria atacar Moscou com mísseis norte-americanos de longo alcance.

O periódico publicou a informação também nesta terça-feira, com base em relatos de “pessoas informadas sobre as discussões”. Segundo o texto, Trump queria que os russos “sentissem a dor” e perguntou a Zelensky: “você pode atingir Moscou? … você pode atingir São Petersburgo também?”.

“Com certeza. Podemos, se você nos der as armas”, teria respondido o mandatário ucraniano na conversa realizada em 4 de julho.

O jornal britânico ainda escreveu que o diálogo “marca um afastamento acentuado da posição anterior de Trump sobre a guerra e sua promessa de campanha de acabar com o envolvimento dos EUA em conflitos estrangeiros”.

Por fim, Leavitt afirmou que o periódico “desviou a discussão totalmente fora do contexto”. “O presidente Trump estava apenas fazendo uma pergunta, não incentivando mais mortes. Ele está trabalhando incansavelmente para impedir a matança e acabar com esta guerra”, justificou a porta-voz.

Quando o ex-presidente dos EUA, Joe Biden (2021-2025), autorizou que a Ucrânia usasse de mísseis norte-americanos de longo alcance para atacar a Rússia, em novembro passado, Trump criticou a medida, prometendo que a reverteria durante seu mandato. A promessa não foi realizada e a autorização segue em vigor.

*Opera Mundi


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Política

Depois de ver seu nome na sarjeta por trair o Brasil, aplaudindo Trump e suas tarifas, Tarcísio faz teatro oposto

Tarcísio apanhou igual a Bolsonaro e filhos por trair a nação em nome de seu rapapé a Trump pela tarifa de 50% contra o Brasil.

O gênio, agora, corre atrás do próprio rabo para, inutilmente, aparecer nas lista dos “defensores dos interesses nacionais.”

Seria uma espécie de Joaquim Silvério dos Reis com dupla personalidade, uma que “agrada” os Bolsonaro e, outra que “agrada” os empresários paulistas atingidos de morte pelo tarifaço de Trump que Tarcísio comemorou em churrascaria com Bolsonaro.

A cartada funesta e furada de Tarcísio para tentar reverter o desgaste provocado pela comemoração, foi arrumar uma conversa do encarregado de Negócios do governo Trump, Gabriel Escobar, com quinze empresários atingidos.

Como tem zero caráter e vergonha na cara, o sujeito agora tenta dar uma no cravo e outra na ferradura.


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Mundo

Com a decadência irreversível do império, Trump faz o mundo parecer um hospício

Depois de prometer taxar os produtos do Brasil em 50%, Trump anuncia tarifas de 30% sobre a UE e o México

O anúncio das novas tarifas por Trump frustrou as esperanças de acordos comerciais que evitariam tais impostos punitivos. As tarifas entrariam em vigor em 1º de agosto.

Trump pode desencadear outro choque no mercado, alertam investidores.

O maior exportador de vestuário da África pode falir devido às tarifas dos EUA.

Certamente, pensando em uma guerra contra a China, os EUA exigem saber o que os aliados fariam por Taiwan em caso de guerra.

Por que Wall Street está ignorando as crescentes ameaças de Trump sobre tarifas?

Simples, os investidores se sentem livres para continuar aumentando os preços das ações porque presumem que Trump sempre recuará de seus planos tarifários mais custosos, disseram analistas de mercado.

O bilionário da tecnologia e conselheiro de Trump, Marc Andreesen, diz que as universidades ‘pagarão o preço’ pela DEI.

Em um bate-papo privado, Andreessen atacou as faculdades por promoverem a diversidade, dizendo que elas discriminavam “crianças nativas”.

Lojas de presentes de parques são obrigadas a remover itens que ‘depreciam os americanos’

A diretriz do Serviço de Parques Nacionais faz parte de um esforço mais amplo do governo Trump para reformular a maneira como a história americana é contada nas instituições federais.

Gatilho das maluquices de Trump
Preço do café sobe nos EUA após Trump ameaçar impor tarifas de 50% ao Brasil


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Política

Tarcísio deverá ser investigado por facilitação da fuga de Bolsonaro

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes investigue o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por suspeitas de crimes como obstrução de Justiça e abuso de autoridade.

A ação alega que Tarcísio teria feito ligações para ministros do STF para interceder em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado.

O PT afirma que sua intenção foi garantir a autorização judicial para que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos e se encontrasse com Donald Trump, com o objetivo de negociar a reversão do tarifaço imposto por Trump ao Brasil, em troca da absolvição de Bolsonaro.

O partido considera o ato grave, denunciando uma possível tentativa de chantagem entre Trump e Bolsonaro, com Tarcísio atuando como intermediário.

Apesar de Tarcísio negar qualquer contato, o PT defende que tal atuação, mesmo informal, configura uma ingerência indevida no processo penal e representa uma tentativa de obstrução da Justiça.

O documento solicita também que o Ministério Público seja informado sobre as condutas criminosas atribuídas ao governador e que a competência para eventuais desdobramentos da investigação permaneça no STF, em razão da conexão com a Ação Penal 2668.


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Hillary Clinton atira contra Bolsonaro: ‘o amigo corrupto’ de Trump

Ex-senadora dos EUA criticou a taxação de 50% dos produtos brasileiros e alertou para a disparada do preço da carne.

A ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (11), ao comentar a nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. Em publicação na rede social Bluesky, ela chamou o brasileiro de “amigo corrupto” do presidente estadunidense.

“Você está prestes a pagar mais pela carne bovina não apenas porque Trump quer proteger o seu amigo corrupto… Mas também porque os republicanos no Congresso decidiram ceder-lhe o seu poder sobre a política comercial”, escreveu Hillary. A declaração veio acompanhada de uma reportagem do New York Times sobre a medida tarifária.

Tarifaço de Trump
Trump anunciou a taxação na quarta-feira (10), em carta pública dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, publicado nas redes sociais, ele acusa o governo brasileiro de perseguir Bolsonaro e critica o julgamento do ex-mandatário pelo Supremo Tribunal Federal (STF), chamando o processo de “caça às bruxas” e “vergonha internacional”. O republicano ainda alegou, sem provas, que o Brasil promove “ataques insidiosos” à liberdade de expressão dos americanos e às eleições livres.

Na última sexta-feira (12), Lula respondeu com firmeza à ofensiva. Durante evento no Espírito Santo, o presidente classificou a medida como injustificável e ironizou a postura do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defendeu a retaliação estadunidense. “A coisa mandou o filho, que era deputado, se afastar da Câmara para ir lá ficar pedindo: ‘Trump, pelo amor de Deus, solte meu pai, não deixa meu pai ser preso’. É preciso essa gente criar vergonha na cara.”

Lula afirmou ainda que a retaliação estadunidense será enfrentada nos fóruns multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Brics, e destacou que os EUA acumulam superávit comercial com o Brasil há mais de uma década. “Eu que deveria taxar eles”, provocou o petista. “A menor coisa de um homem é não ter caráter. Aquela coisa covarde que preparou um golpe nesse país mandou o filho dele para os EUA pedir para o Trump fazer ameaça”.

*BdF


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