O presidente Lula (PT) abrirá o debate geral da Assembleia Geral da ONU em Nova York na próxima terça-feira (23). Seu discurso aborda temas como soberania, democracia, multilateralismo, mudanças climáticas e o genocídio em Gaza, com mensagens diplomáticas dirigidas ao presidente dos EUA, Donald Trump. Tradicionalmente, o Brasil inicia os discursos na ONU, e Lula será o primeiro a falar, o que pode levar a um encontro com Trump.
O presidente reafirmará a defesa da soberania nacional e criticará a sobretaxa de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros, interpretada como uma tentativa de influenciar o julgamento de Jair Bolsonaro. Aliados esperam que Lula se posicione contra a guerra tarifária, evitando ataques diretos.
Na agenda ambiental, Lula, como anfitrião da COP30, cobrará maior comprometimento dos países desenvolvidos com a preservação das florestas tropicais e enfatizará o objetivo de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030.
Lula pedirá que os países ricos apresentem metas mais ambiciosas e defenderá a soberania dos países amazônicos em questões de segurança, criticando a presença de navios militares americanos no Caribe.
O discurso também tratará da necessidade de reformas no Conselho de Segurança da ONU, do cessar-fogo na Ucrânia, e do genocídio de Israel em Gaza, reiterando a importância da criação de um Estado palestino que conviva pacificamente com Israel.
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Pequim indicou cooperação econômica, comercial e energética com países ao redor do mundo, incluindo a Rússia
Pequim dará uma resposta decisiva e defenderá sua soberania se seus interesses forem prejudicados, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, nesta segunda-feira (15/09), quando questionado sobre as exigências dos EUA de que os países do G7 e da OTAN imponham tarifas sobre as importações de petróleo russo do gigante asiático para pressioná-lo a participar da resolução do conflito na Ucrânia.
“Se os direitos e interesses legítimos da China forem prejudicados, ela retaliará firmemente e protegerá firmemente sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, disse durante uma coletiva de imprensa, enfatizando que Pequim se opõe firmemente ao “abuso ilegal de sanções unilaterais e à ‘jurisdição de braço longo’ contra a nação asiática”.
Nesse contexto, o porta-voz indicou que a cooperação econômica, comercial e energética com países ao redor do mundo, incluindo a Rússia, é “legítima e irrepreensível”. “As ações dos EUA constituem uma típica intimidação unilateral e coerção econômica, que compromete seriamente as normas do comércio internacional e ameaça a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais”, enfatizou.
Sobre a crise ucraniana, Jian enfatizou que, desde o primeiro dia de hostilidades, o gigante asiático tem mantido “uma postura objetiva e imparcial, insistindo em promover a paz e o diálogo”. Ele reiterou que o diálogo e a negociação são a única solução viável para o conflito.
Em relação ao conflito ucraniano, Pequim tem apelado repetidamente a uma solução política entre Moscou e Kiev, enfatizando sua disposição de contribuir para ela. Também tem reiterado seu compromisso com a promoção do diálogo , que nunca forneceu armas letais às partes em conflito e que controla rigorosamente a exportação de itens de dupla utilização.
No último sábado (13/09), o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou uma carta “a todas as nações da OTAN e ao mundo” pedindo sanções mais severas aos países que compram petróleo russo. Segundo o presidente, isso, juntamente com a imposição pela OTAN de tarifas de 50% a 100% à China, que serão totalmente retiradas após o fim do conflito Rússia-Ucrânia, também “contribuirá significativamente para o fim” das hostilidades.
Trump propõe à UE tarifas de 100% sobre a Índia e a China Os Estados Unidos estão prontos para ampliar as tarifas sobre os importadores de petróleo russo caso a União Europeia adote medidas semelhantes, reduzindo assim a receita essencial de Moscou para sustentar a guerra na Ucrânia, afirmou uma autoridade americana à agência AFP na terça-feira (09/09).
O presidente Donald Trump propôs tarifas entre 50% e 100% sobre países como China e Índia, durante uma reunião com altos representantes dos EUA e da Europa sobre possíveis ações contra a Rússia, de acordo com um funcionário de alto escalão que preferiu não fornecer mais detalhes.
De acordo com a fonte, Trump estaria “disposto a implementar imediatamente, mas considera que a UE deve agir da mesma forma”. Essa mensagem foi transmitida aos representantes europeus, ressaltando que, caso Bruxelas concorde em apoiar as tarifas, Washington agirá em conjunto.
*Opera Mundi
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O GPS da grande mídia avisou a Tacisio de Freitas que ele pegou a mão errada e os efeitos biológicos deram ruim.
Na falta de suprimento propositivo, ser um borralho de Bolsonaro, é o único bode que o governador de São Paulo consegue tirar da sua felpuda cartola atochada até o pescoço.
Essa alimentação artificial de sua imagem, anda dando curto até para uma legião de abestados bolsonaristas.
Seu discurso na Paulista foi um juramento àquela bandeira norte-americana gigante.
Ele quis misturar dois idiotas em um só Frankenstein, Trump e Bolsonaro.
O troço talhou e, do alto da torre, a mídia, por outros meios, mandou ele usar outro armamento porque com esse acertou o próprio pé.
O fato é que, na mochila do sujeito, não há armamento retórico além de um engenho burocrático, já que não tem obra nenhuma para mostrar da época em que foi ministro de Bolsonaro. A que tem agora, é demandada pelo governo Lula, não o governo de São Paulo.
Se o sujeito enfia o pé na jaca, Lula pega ele no pulo. Se nada falar é ainda pior.
Sua solução de “gênio” foi sentar a mamona em Moraes e a desaprovação da patrãozada da mídia.
O fato é que Tarcísio não tem arma para uma guerra futura contra Lula.
O hurra épico do bolostrô já queimou na largada num anti-histórico buraco n’água.
Uma caricatura do Jeca Tatu carioca em terras paulistas, não poderia dar em outra coisa.
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“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém”, afirmou o presidente Lula
Em pronunciamento nacional veiculado na véspera do 7 de Setembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a soberania nacional e enviou mensagens diretas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula afirmou que o Brasil não aceita interferências externas, enfatizando:
“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. Ele reforçou que o Brasil mantém relações amigáveis com outros países, mas “não aceitamos ordem de quem quer que seja”, destacando que o único dono do país é o povo brasileiro.
O discurso foi motivado pelas recentes tensões com os EUA, após Trump impor uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, usando como justificativa o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Lula criticou a tentativa de interferência no Judiciário brasileiro, afirmando que a Constituição garante a independência dos Três Poderes e que o presidente não interfere nas decisões judiciais. Ele também acusou políticos brasileiros, em referência indireta a Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de estimularem ataques ao Brasil por interesses pessoais, chamando-os de “traidores da pátria”.
O pronunciamento, gravado no Palácio do Planalto, integrou a campanha “Brasil Soberano” e foi ao ar em rede nacional de TV e rádio, com foco em temas como democracia, independência e políticas públicas. No mesmo contexto, Lula participou do desfile de 7 de Setembro em Brasília, que destacou a soberania, a COP-30 e o Novo PAC, reforçando a narrativa de um Brasil autônomo.
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Pentágono acusou aeronaves de voarem perto de navio militar dos EUA no Mar do Caribe: ‘se nos colocarem em uma situação perigosa, devem ser abatidos’, alegou o mandatário
Em coletiva realizada na Casa Branca, na noite desta sexta-feira (05/09), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou atacar aviões militares da Venezuela caso os navios norte-americanos que se deslocam pelo Mar do Caribe se sintam intimidados pela força aérea do país sul-americano.
“Devo dizer que eles (os aviões venezuelanos) estarão em apuros, e nós avisaremos vocês sobre isso. Ouvimos sobre o que aconteceu, mas foi algo que não se concretizou, ou pelo menos não como foi descrito”, afirmou o presidente estadunidense.
A declaração faz referência a um informe do Pentágono que acusa Caracas de enviar aeronaves para a região próxima aonde estavam os navios militares dos Estados Unidos. “Duas delas sobrevoaram muito perto de um dos nossos navios, que estava em águas internacionais”, diz um comunicado do Pentágono sobre o informe mencionado por Trump.
Durante a coletiva, o presidente norte-americano estava acompanhado de Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, e afirmou a ele que as forças militares do país estavam autorizadas a “agir como bem entenderem” caso a Venezuela decida sobrevoar algumas das zonas que o mandatário denominou como “nossas zonas de segurança”.
Em seguida, ele foi mais específico em sua ordem, ao dizer que “se (os aviões venezuelanos) nos colocarem em uma situação perigosa, devem ser abatidos”, ao que Caine respondeu com um protocolar “sim, senhor”.
Vale lembrar que também nesta sexta-feira, horas antes da coletiva de Trump, os Estados Unidos enviaram dez caças F-35 para Porto Rico, território norte-americano no Mar do Caribe.
*Victor Farinelli/Opera Mundi
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Ah, o clássico circo bolsonarista em terras ianque.
A mensagem do imenso idiota Eduardo Bolsonaro foi essa: “Povo Brasileiro, vamos fazer o mundo ouvir a nossa voz. Coloque o seu agradecimento ao Presidente Donald Trump @realDonaldTrump abaixo e vamos rumo à lei Magnistky!”
Para mostrar que o ridículo não tem limite, colocou em inglês também e em garrafais:
“THANK YOU PRESIDENT TRUMP – MAKE BRAZIL FREE AGAIN – WE WANT MAGNISTKY!”
Eduardo Bolsonaro, foragido do Brasil e exilado nos EUA desde março, realmente postou essa pérola no X.
O fariseu até incluiu uma imagem com o slogan “MAGA” adaptado para o Brasil, como se fosse uma campanha de boné.
O objetivo declarado?
Celebrar as tarifas como “fruto do lobby” contra, segundo ele, os “abusos” do STF.
No fim, o ridículo é o combustível perfeito para o circo continuar. Eduardo acha que está jogando xadrez internacional, mas está mais para palhaço Marmelada de circo de lona furada na chuva pedindo sanções para os EUA contra o próprio povo para “libertar o Brasil”.
O resultado foi uma tempestade de xingamentos de leitores, chamando o abestado de pelego fajuto, vagabundo contumaz e cadelinha sem rabo dos EUA e deTrump.
Com seu berra-boi, até bolsonaristas espinafraram o infeliz. Isso no barato.
O VTNC condensado, foi o campeão dos campeões nos comentários.
A condição servil dos Bolsonaro, acaba sendo mola propulsora da candidatura à reeleição de Lula.
O que estamos vendo são lambanças progressivas do clã atordoado e atolado com a iminente prisão do pai e, depois, não restam dúvidas, com o andar dos acontecimentos, vai a corja inteira para a cadeia.
O que não falta é crime de todo tipo e gosto.
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Não há saída para um pais que, nas últimas décadas, fez-se na base do neoliberalismo globalizado.
O problema de Trump é que ele não pode entregar o que prometeu a seu eleitorado.
Pode tarifar a porra toda que isso não mudará em nada a marafunda capitalista criada pelo próprio império americano contra si.
O projeto neofascista de Trump, na tentativa de sair do atoleiro à bala, dobra a aposta na doutrina da força.
Trump está colocando o capitalismo de cabeça para baixo, sem conseguir sair do lugar,quando não piora o que não tem mais como piorar.
Esse é o sobressaltado cenário mundial que Trump promoveu com suas tarifas tiro no pé.
A abrangência do divisor de sistema produtivo em que os EUA não mandam mais em nada, é infinitamente maior que o fumacê retórico que Trump vende aos seus eleitores.
Hoje o New York Times acusou Trump de atacar não só os países, mas o próprio capitalismo que se encontra hoje nos EUA na contramão total com as novas fórmulas de intervenção do Estado na economia.
Hoje, a doutrina oficial nos EUA é a mesma que era considerada o pior bicho papão do capitalismo americano.
Ou seja, Trump está sabotando os próprios dogmas imperialistas para, na sua cabeça, sustentar o imperialismo de décadas passadas.
Pior, boa parte desse roteiro Trumpista já foi testada e reprovada pela vida real, nos EUA e no mundo.
Por isso as últimas notícias nos EUA são sempre piores que as penúltimas.
Apenas isso.
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O que o ataque do governo dos Estados Unidos ao TPI pode nos revelar sobre imperialismo digital?
Quem acredita na neutralidade das grandes empresas norte-americanas? Quem aderiu à ideia de que tecnologia é apenas um meio disponível para quaisquer finalidades? Quem caiu na conversa dos consultores das big techs que disseram que o importante é ter “a chave do cofre” dos dados e sistemas hospedados nas nuvens dos provedores norte-americanos? Quem aceitou a ideia de que os produtos vendidos pela Amazon, Microsoft, Oracle, chamados de “nuvem soberana” garantiria efetivamente a nossa soberania dos dados?
O que o ataque do governo dos Estados Unidos ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pode nos revelar sobre o imperialismo digital implementado pelas big techs?
Recentemente, o presidente Donald Trump ordenou que o seu gabinete colocasse em prática sanções contra os membros do Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, por emitirem mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, acusados de crimes de guerra e ações de extermínio da população palestina. Além de cassarem os vistos de quatro magistrados da corte, as possibilidades de bloqueio tecnológico aos serviços digitais do Tribunal estavam na pauta.
O jornalista brasileiro Jamil Chade publicou no dia 22 de agosto no UOL uma matéria relatando que o TPI tinha seus arquivos hospedados em uma big tech estadunidense: “como preservar as provas contra os indiciados, já que o sistema contratado pela promotoria estava sob a guarda de uma empresa americana, a Microsoft. Por duas semanas, todo o trabalho parou para que milhares de páginas de provas e evidências fossem para impressoras do escritório. Ninguém mais confiava na possibilidade de que elas seriam preservadas.”
Esse receio de destruição de arquivos ou simplesmente negação de acesso, mesmo que eles estivessem encriptados, foi confirmado em outra situação por representantes das big techs na Europa. Em audiência no Senado francês, no dia 10 de junho último, Anton Carniaux e Pierre Lagarde, executivos da Microsoft na Europa, confirmaram que a empresa é legalmente obrigada a cumprir as solicitações do governo Trump sob o US Cloud Act. A chamada lei da nuvem, Clarifying Lawful Overseas Use of Data Act, permite ao governo dos EUA acessar dados dos provedores de nuvem e empresas dos EUA, mesmo que suas máquinas estejam alocadas no exterior. Trata-se de mais uma extensão da jurisprudência estadunidense para todo o planeta.
O US Cloud Act torna a localização física dos computadores e servidores pouco relevante. O provedor de nuvem como AWS, Microsoft Azure, Google, entre outros, deve assegurar que as autoridades dos EUA tenham acesso a dados via mandado ou intimação dos provedores. Para isso, essas empresas devem ter mecanismos técnicos para garantir a execução da lei. Esse é o ponto. Quando o Serpro e a Dataprev entregam os dados estratégicos do governo brasileiro para a nuvem de uma corporação norte-americana, estão colocando-os sob o controle da Justiça e das agências do Estado estadunidense.
Edward Snowden já havia demonstrado que a NSA, agência de espionagem digital dos EUA, atua dentro das big techs e a partir das big techs com base no US Patriotic Act e na FISA, ou seja, na Foreign Intelligence Surveillance Act. A FISA foi criada no contexto da guerra fria, em 1978, e coloca regras para a vigilância eletrônica de cidadãos estadunidenses, mas é completamente flexível para atuar contra alvos estrangeiros. Em 2008, foi aprovada a FISA Amendments Act que ampliaram os poderes de coleta de dados em massa, como podemos recordar com o programa PRISM, denunciado por Snowden.
Donald Trump, com sua truculência e atitudes de CEO de empresa à beira da falência, tem escancarado o poder de interferência do Estado norte-americano em diversas áreas, principalmente a partir das empresas dos EUA. Em diversas situações, Trump parece estrelar um filme como um tirano, caricato, autocrático e violento. Trata-se da realidade do neofascismo. O neofascismo atua com o poder das tecnologias. Atua pelas redes e com corporações que o fascismo histórico não conheceu. Não podemos continuar submetidos à crença de que os grupos Meta, Alphabet, Amazon, Microsoft e Oracle serão neutros diante dos interesses e decisões dos atuais dirigentes dos Estados Unidos.
A aplicação da soberania de dados no atual cenário sociotécnico implica que os dados criados e extraídos da população brasileira e de seus indivíduos devem estar submetidos às leis brasileiras e não de outros países. Mas os Estados Unidos tem um gigantesco aparato legal de intrusão oficial e expansão de suas determinações legais e políticas para todo o planeta, desrespeitando, agora abertamente e antes veladamente, as legislações nacionais. Obviamente, os consultores das big techs tentarão atenuar essa realidade evidente, com tapinhas nas costas dos gestores públicos e com outras técnicas de manutenção de contratos. Mas, é hora de começar a levar a sério os ataques à nossa autonomia, independência e autodeterminação realizados a partir da presença das big techs em nosso cotidiano. A administração pública brasileira está nas mãos dessas empresas.
Observe o caso canadense. Após diversas ameaças feitas por Trump ao Canadá, os militares canadenses parecem ter descoberto o que sempre foi óbvio: suas estruturas de defesa estão nas mãos das big techs que também são aparatos geopolíticos do Pentágono. As Forças Armadas Canadenses e até mesmo o Departamento de Defesa do Canadá utilizam os serviços chamados Microsoft 365. Trata-se de uma assinatura que combina os aplicativos de produtividade com serviços em nuvem, segurança e dispositivos de gerenciamento de dispositivos. As Forças Armadas canadenses personalizaram esses serviços e os nomearam de Defesa 365.
Agora perceberam que estão completamente vulneráveis e pendurados em contratos que em uma situação de confronto ou forte contencioso serão facilmente anulados pelas diversas leis norte-americanas do Cloud Act à FISA, sem falar em atos específicos que podem ser determinados pela atual gestão norte-americana.
Agora vamos observar o Brasil. E o Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), criado em 2016? Está ou não em situação bem semelhante ao Canadá? E os dados do SUS estão hospedados nas estruturas de nuvem das big techs? E o MEC? Por que faz de conta que permitir que os dados das universidades brasileiras, seus repositórios de pesquisas, as trocas de mensagens e os serviços de streaming estejam sob o controle da Amazon, Google e Microsoft não é importante? Por que continua entregar os dados do desempenho escolar dos adolescentes brasileiros para a Microsoft?
A tese de doutorado de João Cassino, Soberania Fatiada, a partir de uma série de licenças obtidas pelo mestrando Gabriel Boscardim de Moraes em sua pesquisa sobre as parcerias das big techs e o Estado brasileiro, revelou que nem mesmo a solução de contenciosos judiciais serão resolvidos em solo brasileiro. Também fica evidente que os servidores das big techs hospedados em território brasileiro precisam ser atualizados com frequência. As atualizações são obviamente realizadas remotamente, confirmando que não é verdade que as máquinas das big techs aqui estão totalmente sem o controle de sua matriz norte-americana.
Enfim, será necessária uma demonstração contundente de Trump para que os gestores públicos brasileiros comecem a tomar providências em defesa da nossa soberania? Teremos que ter o bloqueio dos e-mails de gestores ou de instituições inteiras, como ocorreu com o acesso negado pela Microsoft aos e-mails do procurador Karim Khan do Tribunal Penal Internacional.
*BdF
*Foto-montagem: Migalhas
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Partido planeja manifestações no 7 de Setembro, data em que bolsonaristas devem ir às ruas para defender o ex-presidente
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou um documento neste sábado (23) em que afirma que o chefe do governo americano, Donald Trump, tentará derrotar o brasileiro nas eleições de 2026. De acordo com a legenda, Trump usará as redes sociais e ferramentas de inteligência artificial em sua ofensiva política.
“O que Trump e seus aliados da direita brasileira pretendem, e não terão êxito, é derrotar, nas eleições de 2026, o projeto de desenvolvimento nacional que estamos consolidando sob a liderança do presidente Lula”, afirma a resolução política do diretório nacional do partido, a primeira da nova gestão petista.
O partido afirma que a soberania brasileira está sendo atacada por Trump. O presidente americano impôs tarifas sobre produtos de diversos países mas, no caso brasileiro, as atrelou às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo americano também sancionou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) envolvidos no caso, principalmente Alexandre de Moraes.
“O centro dessa ofensiva do governo Trump e de seus aliados brasileiros se dará com intenso uso da guerra híbrida, por meio das redes sociais e do uso da inteligência artificial como instrumentos de disseminação de desinformação, teorias da conspiração e discursos de ódio”, afirma a legenda, que defende uma regulação das plataformas.
O partido também cita “ataques sistemáticos contra governos progressistas” por parte dos Estados Unidos. Ainda segundo a sigla, há uma disputa “de caráter prolongado” contra o fascismo.
O documento foi divulgado pouco depois de o PT definir os nomes que comporão sua comissão executiva até 2029, concluindo o processo de troca de direção que colocou o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva como presidente do partido.
O partido também planeja manifestações no 7 de Setembro, data em que bolsonaristas devem ir às ruas para defender o ex-presidente. A data coincide com o período do julgamento de Bolsonaro no STF, que começará no dia 2, com sessões até o dia 12. Os petistas querem se contrapor ao grupo político adversário.
“Estamos convocando o 7 de Setembro para que ele seja nacional, ocorra em todos os estados”, disse Edinho em entrevista a jornalistas na sede do PT, em Brasília.
O dirigente petista também afirmou que o partido trabalhará para ampliar sua federação partidária, hoje composta por PT, PCdoB e PV, e que disputará o apoio de partidos e integrantes do centrão -o grupo político, predominante no Congresso, tem representantes em ministérios do governo Lula, mas acelerou um movimento de afastamento visando às eleições do ano que vem.
“Vamos disputar essas lideranças até o fim. Se elas quiserem estar conosco, serão bem-vindas”, afirmou Edinho Silva, em referência à aliança que Lula pretende montar para disputar a reeleição.
De acordo com o ICL, o principal gargalo seria com União Brasil e PP. Os partidos acabam de lançar uma federação e têm buscado um nome à direita para apoiar na eleição presidencial, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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