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Erika Hilton: Embaixada dos EUA reafirma transfobia

Em meio a alteração transfobica do visto da deputada brasileira Erika Hilton, a Embaixada dos Estados Unidos (EUA) afirmou que só existem dois sexos.

O que disse a Embaixada dos EUA sobre o caso de Erika Hilton?
A deputada federal Erika Hilton denunciou o recebimento do visto para entrada nos EUA com o gênero masculino, ignorando sua autodeterminação de gênero e informações oficiais de documentos brasileiros.

Diante do caso, a Embaixada dos EUA informou que segue a Ordem Executiva 14168, emitida por Donald Trump no dia 20 de janeiro.

O texto sancionado exige que os departamentos federais reconheçam o gênero como um binário masculino-feminino imutável e proíbe a autoidentificação de gênero em documentos federais, como passaportes.

“A Embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento”, disse o órgão.

Erika Hilton foi convidada para palestrar em um evento realizado na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).

A viagem foi autorizada como missão oficial pela presidência da Câmara. Nestes casos, o trâmite de solicitação de visto costuma ser protocolar, feito diretamente entre o Parlamento brasileiro e a embaixada do país de destino.

No entanto, segundo a equipe da deputada, o processo foi marcado por entraves incomuns, atribuídos a novas diretrizes da gestão de Trump.

Inicialmente, representantes da deputada foram orientados por telefone a solicitar um visto de turista, o que foi posteriormente corrigido após esclarecimentos.

Ainda assim, o visto emitido em 3 de abril trazia a classificação de gênero masculino — algo que, segundo Erika, nunca foi informado ou consentido por sua equipe.

Ao mesmo tempo, Harvard trava uma briga contra o governo Trump. O presidente republicano cortou verbas da universidade por políticas de diversidade e manifestações pró-palestina e contra a guerra travada por Israel.

Transfobia como política
“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, declarou Erika Hilton. Ela classificou a situação como um ato de violência institucional, de abuso de poder e uma clara violação de um documento oficial brasileiro.

A deputada também afirmou que o episódio transcende o âmbito individual, tornando-se uma questão diplomática. “É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano. Quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty”, afirmou.

Posição de Erika Hilton
Diante da situação, Erika Hilton recusou-se a utilizar o documento e optou por não embarcar para os Estados Unidos, abrindo mão da participação no evento.

A decisão da embaixada americana ocorre em meio a um cenário de crescente repressão contra a população LGBTQIA+ nos EUA sob a gestão Trump, que já impôs diversas restrições a políticas de transição de gênero e determinou o banimento de termos como “gay”, “lésbica”, “transgênero” e “LGBTQ” de portais oficiais do governo.

Ela também afirma que se trata de “uma situação de violência, de desrespeito, de abuso, inclusive, do poder porque viola um documento brasileiro, que é nosso. É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano”.

Segundo informações da CNN, a a deputada prepara uma ação internacional para questionar o governo estadunidense. Ela também tenta agendar um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.]

*TVTNews

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Política

Pior que Bolsonaro, só o Bolsonaro paralelo

Enquanto Bolsonaro faz aquele teatro no hospital, a vida real do sacripanta vai sendo descortinada.

As novas revelações de um agente da ABIN paralela, não deixam dúvidas. Pior que o monstro, só o monstro paralelo.

O canalha é muito pior no caixa 2, no por fora, na corrupção, no roubo do país.

Vai querer ter anistia paralela também junto com o Ramagem paralelo?
Ou o congresso paralelo do PL paralelo e afins vai exigir um STF e um Moraes paralelos?

É a milícia dentro de um governo miliciano.

Quando Michelle paralela anunciou que lançaria uma empresa para aproveitar o escândalo das joias, depois de ser Investigada pela PF por peculato, a pura ex-primeira-dama decidiu debochar do caso com o anúncio de que abriria a Mi joias.

Agora é esperar o que essa quadrilha, instalada no Planalto durante quatro anos de Bolsonaro, dirá sobre as denúncias de um agente da ABIN paralela que foi obrigado por Ramagem a transportar joias no paralelo.

Hoje, quinta feira, ainda tem o diretor da ABIN e ex-número 2 depondo na PF.

A conferir.

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Mundo

Bloqueio de ajuda humanitária é ‘principal ferramenta’ de Israel em Gaza

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas enquanto piora uma grave crise humanitária

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que Tel Aviv não permitirá a entrada de nenhuma ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enfatizando que a prevenção de ajuda é uma “ferramenta principal” usada para pressionar o Hamas.

“Como mencionei na minha declaração, a política de Israel é clara e nenhuma ajuda humanitária está prestes a entrar em Gaza”, disse ele, acrescentando que a prevenção de ajuda é “uma das principais ferramentas” que Israel está usando para pressionar o Hamas, “além das outras medidas que Israel está tomando”.

“É uma pena que haja quem tente enganar. Na realidade atual, ninguém vai levar ajuda humanitária para Gaza, e ninguém está se preparando para trazer tal ajuda. Enfatizei que, em relação ao futuro, um mecanismo para o uso de empresas civis deve ser construído, para não permitir que o Hamas tenha acesso [à ajuda] no futuro”, continuou o ministro da Defesa.

Katz havia anunciado em uma declaração anterior na quarta-feira que Israel eventualmente retomaria as entregas de ajuda a Gaza, mas apenas por meio de “empresas civis”.

A declaração de Katz enfatizou “antes de mais nada, fazer todos os esforços para conseguir a libertação de todos os reféns dentro da estrutura do [enviado dos EUA Steve] Witkoff e construir uma ponte para a derrota do Hamas no futuro”.

Ele enfatizou “interromper a ajuda humanitária, que mina o controle do Hamas sobre a população, e criar uma infraestrutura para a distribuição [de ajuda] por meio de empresas civis no futuro”.

“Até agora, centenas de milhares de moradores foram evacuados e dezenas por cento do território foi adicionado às zonas de segurança”, referindo-se à recente tomada de território em Gaza. “A pressão sobre o Hamas para executar o acordo é pesada e a tensão entre ele e a população local está aumentando”, continuou.

Ele acrescentou que o Egito, pela primeira vez, estabeleceu “o desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza” como condição “para um acordo abrangente e para o fim da guerra”.

Katz enfrentou críticas significativas de membros da coalizão e das famílias dos prisioneiros israelenses mantidos na faixa.

O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir o “erro histórico” de permitir a entrada de ajuda em Gaza.

“É uma pena que não aprendamos com nossos erros. Enquanto nossos reféns estiverem morrendo nos túneis, não há razão para que um grama de comida ou ajuda entre em Gaza”, afirmou.

O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas chamou as declarações de Katz de “fantasia”, criticando especificamente a insistência do governo em priorizar a tomada de território em Gaza em detrimento das vidas dos reféns.

“Chegou a hora de acabar com as falsas promessas e slogans. É impossível continuar a guerra e, ao mesmo tempo, libertar todos os reféns”, afirmou o fórum.

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas, com o fluxo de ajuda para a faixa interrompido. Hospitais em Gaza estão à beira do colapso total devido à falta de suprimentos médicos desesperadamente necessários, tornando quase impossível tratar as dezenas de palestinos feridos que chegam aos centros médicos diariamente.

Desde a recente retomada e expansão das operações terrestres em Gaza, Israel assumiu o controle de pelo menos 50% do território da faixa. Katz anunciou no sábado a captura pelo exército israelense do recém-criado Corredor Morag, que isola a cidade de Rafah, no extremo sul, da cidade de Khan Yunis.

Katz também disse que o exército em breve ampliará “vigorosamente” sua ofensiva em Gaza.

Mais de 1.630 palestinos foram mortos e mais de 4.300 feridos por Israel em toda a Faixa de Gaza desde que a guerra em Gaza recomeçou em 18 de março.

Enquanto isso, os EUA aprovaram um novo carregamento de milhares de bombas para a Força Aérea Israelense.

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Mundo

Militares israelenses exigem fim da guerra e expõem crise no governo

Cartas de militares da reserva, ex-chefes do Mossad e do Shin Bet denunciam uso político da guerra e cobram libertação dos reféns

Israel enfrenta um movimento crescente de oposição interna à continuidade da guerra em Gaza. Reservistas e veteranos de elite, incluindo ex-chefes de inteligência e unidades especiais, denunciam o uso político do conflito e exigem uma saída negociada com o Hamas. A reação do governo Netanyahu aprofunda o racha interno e expõe a crise de legitimidade da ofensiva militar.

Uma carta aberta publicada no dia 11 de abril e assinada por 970 reservistas da ativa e veteranos da Força Aérea Israelense teve forte repercussão nacional ao denunciar o prolongamento da guerra como uma decisão guiada por interesses pessoais e não por objetivos de segurança.

“Continuar a guerra não serve a nenhum dos seus objetivos declarados”, afirmaram os signatários na carta. “A santidade da vida é mais sagrada que o deus da vingança”, escreveram.

A iniciativa desencadeou uma mobilização em diversas frentes do aparato militar e de segurança. Cartas semelhantes foram divulgadas por 150 oficiais da Marinha, 1.525 membros do Corpo Blindado, 250 integrantes da unidade de inteligência cibernética 8200, mais de 1.500 veteranos das Forças Especiais e da Infantaria, e cerca de 500 representantes do setor de alta tecnologia israelense, segundo o Vermelho.

Também subscreveram o protesto cerca de 250 veteranos do Mossad, incluindo três ex-diretores, e 100 ex-alunos do Colégio Nacional de Segurança.

Todas as declarações convergem no apelo pelo fim da guerra, pela devolução dos reféns e pela abertura de negociações que coloquem a vida dos civis acima dos cálculos políticos de Netanyahu e da sua coalizão.

Reação do governo: repressão e ataque político

A resposta do governo foi imediata. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou os signatários como um “grupo anarquista, barulhento e desconectado de aposentados” e afirmou que a mobilização é financiada por organizações estrangeiras com o objetivo de derrubar o governo de direita.

O ministro da Defesa, Israel Katz, e o comandante da Força Aérea, Tomer Bar, ordenaram a demissão dos reservistas da ativa que assinaram a carta. Ao menos 25 recuaram e retiraram suas assinaturas após reuniões com o alto comando militar. Segundo os comandantes, as cartas abalam a coesão das unidades e comprometem a eficiência da operação militar.

A repressão não conteve o movimento, no entanto. Cartas de apoio seguiram circulando e ampliando o clamor pelo fim dos combates. O Shin Bet, serviço de segurança interna, divulgou uma nota assinada por centenas de veteranos, com apoio explícito às cartas militares e exigência de uma comissão de inquérito sobre os eventos de 7 de outubro.

“Trazer todos os reféns de volta é um mandamento ético supremo, mesmo ao custo de interromper temporariamente os combates”, afirmaram.

O racha social e político em Israel

A crise de legitimidade também se reflete nas ruas. Manifestações em Tel Aviv e Jerusalém reúnem familiares de reféns, reservistas e militantes pela paz, que exigem um cessar-fogo imediato. As manifestações incorporaram a agenda das cartas: devolução dos reféns, investigação dos erros de 7 de outubro e fim da guerra.

A isenção concedida às comunidades ultraortodoxas — que não cumprem serviço militar — também é alvo de crescente revolta entre soldados da reserva e familiares. As cartas acusam o governo de permitir uma guerra desigual, onde apenas parte da população é chamada a se sacrificar.

Guerra contestada por dentro

A dissidência militar, a pressão da sociedade civil e as divisões dentro dos aparatos de segurança indicam que a guerra em Gaza não tem mais o consenso institucional que sustentou as primeiras fases da ofensiva.

A insistência do governo Netanyahu em manter a linha dura, sem apresentar alternativas realistas para a devolução dos reféns, amplia o isolamento interno e internacional de Israel. A continuidade da guerra, longe de garantir segurança, expõe um país em ruptura com suas próprias forças armadas.

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Política

Planalto já tem plano para acabar de vez com o PL da Anistia na Câmara

Planalto quer colocar um ponto final na gritaria dos bolsonaristas que buscam perdão aos criminosos golpistas do 8/1, que, por tabela, livraria Bolsonaro da cadeia. Entenda o método.

A tramitação do Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os criminosos golpistas do 8 de Janeiro de 2023 e favorecer Jair Bolsonaro, encontra-se em uma situação delicada na Câmara dos Deputados. O governo Lula acredita que o projeto da extrema direita está fadado ao fracasso, após desenvolver um plano para bloquear sua aprovação. Os bolsonaristas conseguiram reunir 265 assinaturas para um requerimento de urgência, superando o mínimo de 257 necessário. No entanto, a inclusão do PL em pauta urgente depende da anuência do presidente da Câmara, Hugo Motta, que inicialmente era contra, mas mudou sua postura após uma postagem nas redes sociais, sugerindo que a decisão seria submetida a uma votação informal entre os líderes do Congresso, o que poderia facilitar a aprovação da anistia.

Perante isso, o governo federal analisou a situação e decidiu adotar uma estratégia para desviar o foco do projeto, que tem causado entraves desnecessários na política nacional. Essa tática envolve considerar as adesões ao requerimento de urgência do PL.

A coordenação política do governo reconhece que a votação plenária é o verdadeiro teste de apoio, não apenas a assinatura da lista. Mesmo com 265 assinaturas, sendo 146 de supostos partidos governistas, o governo considera que, se retirar entre 12 a 15 votos desses “governistas”, o projeto da anistia não será aprovado, garantindo uma vitória clara para o Planalto na votação. Assim, a articulação do governo visa minimizar os apoios ao projeto, afirmando que a legislação não deve ser discutida, dada sua natureza controversa e absurda.

A implementação do PL da anistia no Congresso pode ser alcançada através de uma estratégia simples, envolvendo ajustes nas nomeações para cargos desejados e a liberação de emendas para as bases eleitorais dos deputados. Especialistas consultados pela Fórum sugerem que muitos parlamentares que assinaram a lista de urgência do projeto fizeram isso conscientemente, prevendo que o governo usaria essa assinatura como uma moeda de troca. Essa situação não seria considerada anormal, devido à natureza comum das negociações políticas.

Fontes ligadas ao governo e ao Congresso garantem que o plano tem altas probabilidades de sucesso, uma vez que a maioria dos signatários da lista não é composta por parlamentares de visões extremistas. Além disso, muitos moderados têm sido alvo de pressão intensa por parte da bancada bolsonarista, o que pode influenciar suas decisões. A expectativa é de que, com a oferta de cargos e a liberação de emendas, um número significativo de deputados possa reconsiderar sua posição, optando por retirar seus nomes da lista e, consequentemente, votar contra o projeto no plenário.

Em resumo, a estratégia de negociações políticas em torno do PL da anistia envolve a manipulação das nomeações e a liberação de recursos para garantir apoio, aproveitando-se da vulnerabilidade de certos parlamentares diante da pressão política. Isso poderia criar um cenário onde, uma vez formalizadas as propostas, muitos se sentiriam inclinados a mudar suas posições, ajudando o governo a contornar obstáculos legislativos. A combinação de ofertas atraentes e a situação delicada de alguns deputados poderia facilitar uma reviravolta significativa na votação do projeto.

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Política

Agente da Abin afirma ter sido obrigado a trazer relógios do Qatar para Ramagem

O agente teria sido ‘constrangido’ por uma assessora de Ramagem para que trouxesse os itens.

Um funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) disse à Polícia Federal (PF) que foi obrigado a trazer três relógios de luxo do Qatar para o Brasil, para entregá-los a Alexandre Ramagem, então diretor do órgão. A informação é do jornalista Aguirre Talento, do portal UOL.

A informação é investigada no inquérito da “Abin paralela” e já está em sua fase final. Na próxima quinta-feira (17), a PF vai colher o depoimento de Luiz Fernando Corrêa, o atual diretor da agência, que está sob suspeita de ter permitido a destruição de provas.

Segundo o UOL, Ramagem disse em depoimento à PF que os relógios foram recebidos, catalogados pela Abin e encaminhados ao museu da instituição.

Transporte dos relógios
O agente que transportou os relógios disse que foi constrangido por uma das assessoras de Ramagem para trazer os relógios para o Brasil.

De acordo com sua declaração, durante uma de suas viagens, a assessora “determinou ao declarante que levasse o presente de Ramagem”. O agente, contudo, não deu detalhes sobre como entrou no Brasil com os itens. Caso tenha entrado no país sem ter declarado o material, pode ser que tenha havido uma sonegação fiscal.

Outro ponto investigado pela PF é a ligação dos funcionários da Abin nomeados por Ramagem, com uma empresa contratada pela agência. Na fase atual, a investigação tenta identificar se eles receberam pagamentos dessa empresa.

*ICL

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Brasil Mundo

Moraes cobra explicação da Espanha após veto à extradição de Eustáquio

A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto no tratado firmado entre Brasil e Espanha.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a Embaixada da Espanha no Brasil, que tem à frente a diplomata Mar Fernández-Palacios, a explicar a decisão do governo espanhol de se recusar a extraditar o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido naquele país. A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto em tratado firmado entre Brasil e Espanha.

A reação de Moraes se soma a outra: ele decidiu suspender, nessa terça-feira (15/4), o processo de extradição do cidadão búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, que foi solicitado pela Espanha.

A suspensão foi fundamentada no entendimento de que, em casos de extradição, é necessário que os países envolvidos respeitem o princípio da reciprocidade. Isso significa que um Estado só está obrigado a atender um pedido de extradição de outro país se este também cumpre pedidos semelhantes.

Como a Espanha recusou o envio de Eustáquio, como antecipou o Metrópoles, na coluna de Paulo Cappelli, Moraes entendeu que o Brasil não está obrigado a seguir com o pedido espanhol.

Moraes ainda determinou aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para que notifiquem a representação diplomática do governo espanhol no Brasil.

O processo contra Vasilev envolve um caso de tráfico de drogas. De acordo com informações da Interpol, em outubro de 2022 ele teria transportado 52 quilos de cocaína em malas por Barcelona. A droga deveria ser entregue a outro suspeito, que foi preso no dia seguinte. Vasilev foi detido no Brasil, em fevereiro de 2025, e interrogado no mês seguinte.

Na decisão, Moraes cita o artigo I do Tratado de Extradição entre Brasil e Espanha, que determina que ambos os países se comprometem, de forma mútua, a entregar pessoas acusadas ou condenadas por crimes, desde que respeitadas as regras do tratado e as legislações locais, segundo Giovanna Estrela e Manoela Alcântara, Metrópoles.

A negativa da extradição de Eustáquio por parte da Espanha foi comunicada recentemente ao governo brasileiro. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e o Itamaraty informaram que pretendem recorrer da decisão.

Oswaldo Eustáquio é investigado por crimes como ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a Polícia Federal, ele divulgou dados de autoridades envolvidas nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, espalhou desinformação sobre as eleições e participou de atos antidemocráticos. Atualmente, Eustáquio está na Espanha.

Prazo de 5 dias
Com a suspensão do processo de extradição de Vasilev, o ministro do STF determinou que o governo espanhol se manifeste em até cinco dias e comprove que segue o princípio da reciprocidade em matéria de extradição. Caso contrário, o pedido poderá ser rejeitado definitivamente.

Enquanto isso, Vasilev terá a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Ele só poderá sair de casa com autorização judicial, exceto em emergências médicas, e será monitorado continuamente. O descumprimento dessas condições poderá levá-lo de volta à prisão comum.

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Opinião

A suposta cirurgia de Bolsonaro brocou

Não se sabe ao certo qual era a função dessa suposta recente cirurgia de Bolsonaro.

O fato é que a coisa não aconteceu como ele queria em termos de marketing.

A excepcional recuperação de Bolsonaro saracoteando pelos corredores do hospital horas depois da tal cirurgia, melhor do que estava antes, deve ter feito muito marmanjo desanimar em passar o conto para frente. .

O famigerado clã Bolsonaro, também sentindo que o fato não pegou, evitou berrar que aquilo foi uma cirurgia de 12 horas e muito delicada.

Com o corpo ereto, depois de uma suposta cirurgia de tantas horas, não há narrativa possível que consiga forçar um sentimento coletivo de pesar.

Deu ruim!

As notícias saíram da pauta prioritária da mídia, sendo escanteadas.

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Brasil

Vídeo: PMs de SP queimam cruz ao estilo Ku Klux Klan com apologia nazista

As forças especiais da Polícia Militar (PM) de São Paulo (SP) publicou um vídeo nesta terça-feira (15) em que aparecia os agentes do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) queimando uma cruz e fazendo uma saudação lida como nazista. A publicação foi apagada após a repercussão.

Confira o vídeo publicado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep):

Em meio à escuridão da noite, a cerimônia acontece no que parece um campo. As cenas são iluminadas com a luz do fogo e dos faróis das viaturas ao fundo. Uma passarela ao centro liga uma cruz sendo consumida pelo fogo e os quatro carros da PM.

A cruz em fogo era usada em cerimônias para causar inspiração e comoção entre os membros da Ku Klux Klan (KKK) — grupo reacionário e extremista que defende a supremacia branca e o nacionalismo branco.

“Ela [a cruz] enviará uma emoção de inspiração a todos os membros de clãs nas colinas”, escreveu Thomas Dixon Jr., em The Clansman: A Historical Romance of the Ku Klux Klan (1905).

Na sequência aparece dois agentes com os braços levantados na altura do ombro, formando um ângulo de 90º. Esse é um dos poucos momentos “normais” do vídeo. Esse movimento pode ser o de juramento à bandeira ou o de cobrir. A julgar pela situação é mais provável que seja um juramento.

Na sequência do vídeo completo aparece um homem levantando o braço acima da altura do ombro. Existem duas possibilidades para esse movimento: o agente errou um dos movimentos mais básicos do militarismo ou ele fez uma saudação a Hitler, em clara apologia nazista.

Na imagem montada pela TVT News é possível ver com clareza que o braço do agente está acima do ombro. Na direita há uma imagem da população alemã reunida realizando a saudação nazista, de praxe, os braços estão acima do ombro em um ângulo similar a 145º.

Ao servir para uma instituição militar, seja exército, aeronáutica, PM ou até em escolas cívicos-militares, a ordem é: faça o movimento em 90º, qualquer coisa alteração é criticada e mal vista, por ser considerada desleixada.

Apesar de ser possível imaginar que foi um erro desleixado do agente da PM, o contexto leva para o lado mais negativo.

Uma referência a KKK junto a um símbolo nazista no mesmo vídeo não parece ser uma simples coincidência num mundo cada vez mais extremo politicamente.

A instância responsável pela defesa da população se associa ao movimento político responsável pelo Holocausto, responsável pelas mortes sistemáticas de judeus, negros, LGBTQIAPN+ e outras minorias. Nos Estados Unidos, Elon Musk fez o mesmo.

Movimento de PM em comparação a saudação nazista:

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*TVTNews

 

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Opinião

Sem rumo, Trump chuta para onde o nariz aponta

A maravilhosa aura para negócios que dizem que Trump tem, não foi trabalhar. Ela chegou, no máximo, ao vale do coquinho.

Agora, sai a notícia de que o desvairado vai tarifar produtos da China em 245%.

Vindo da cabeça oca do amalucado Trump, tudo isso é normal.

Até à tarde desta quarta, ele pode anunciar nova tarifa de 2,4% ou 2.400%.

O chuveiro de notas de dólar fica pra lá e pra cá.

Bolsas viraram birutas de aeroporto.

A totalização desses efeitos retóricos é nenhuma, zero!

Trump está de joelhos no milho.

Os EUA não têm estofo para emparedar a China.

A fala de Trump é uma natureza morta. Virou uma rainha sem trono.
A única coisa coisa que Trump conseguiu foi favorecer os norte-americanos às avessas com sua pretensão tardia de líder de um império que só existe na sua cabeça.