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Clínica que recebeu idosa internada à força pela filha e genro é interditada

Polícia Civil justificou que o local foi usado para prática de crime; com a interdição, o estabelecimento não pode receber novos clientes e os que já estão em atendimento devem ser transferidos para outros locais.

A clínica psiquiátrica onde estava a idosa Maria Aparecida Paiva, internada à força pela filha e pelo genro, foi interditada neste sábado (25) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. De acordo com os investigadores, o local foi usado para a prática do crime de sequestro qualificado.

Os policiais chegaram à Clínica Revitalis, localizada no distrito de Araras, em Petrópolis, Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, por volta das 11h da manhã deste sábado. Com a interdição, o estabelecimento não pode receber novos clientes e os que já estão em atendimento devem ser transferidos para outros locais.

A outra unidade da clínica, que também recebeu a vítima, identificada como Vista Alegre, localizada em Correias, também é alvo das investigações.

O casal Patrícia de Paiva Reis, filha da vítima, e o marido dela, Raphael Machado Costa Neves, foram presos na última quinta-feira (23). Segundo as investigações, ambos tinham o objetivo de desqualificar a vítima para ficar com parte da pensão dela e, por isso, a sequestraram e internaram à força.

O delegado Felipe Santoro, responsável pela investigação, explicou que também vai apurar a conduta dos médicos que atenderam Maria Aparecida.

A médica Aline Cristina Correia, que assinou o laudo para a internação da vítima, atestou que Maria tinha apresentado quadro depressivo grave e recorrente e delírio, mas nada disso foi confirmado. A médica e o diretor da Clínica Revitalis serão intimados a depor.

Em nota, a Clínica Revitalis afirma que “foi procurada por Patrícia de Paiva Reis, que solicitou a internação de sua mãe de 65 anos, com ‘histórico de depressão com episódios de confusão mental”.

Ainda segundo a nota, “Em 5 dias na clínica, com abordagem multidisciplinar da equipe, foi constatado que a paciente não mais apresentava indicação de internação”.

Em entrevista ao RJ2, Maria Aparecida relatou o desespero de ficar internada em uma clínica psiquiátrica, mesmo sem estar doente.

Como motivos para a internação, Maria contou que a filha ficou com raiva porque ela denunciou que estava maltratando os netos. Além disso, ela vê uma questão financeira: “Tem questão financeira envolvida também, porque ela tem medo de perder a pensão do filho dela e se essa denúncia vai pro processo ela perde, porque o pai está pedindo a guarda do filho”, acrescentou.
Ficha corrida da filha

Patrícia de Paiva Reis tem uma extensa ficha policial. Ela responde a cinco processos por calúnia, estelionato, extorsão e furto em veículo, entre 2019 e 2020. Também é investigada em dois processos sob suspeita de falsas acusações contra ex-namorados enquadrados na Lei Maria da Penha.

Além disso, Patrícia já tinha tentado internar a mãe, pelo Samu, em 27 de janeiro. Mas o plano não deu certo. A equipe não constatou nada de errado com Maria Aparecida.

O casal é reincidente na prática de forjar doença mental em parentes. O irmão do companheiro de Patrícia, Raphael Rodrigo Machado Costa Neves, também viveu situação similar à de Maria Aparecida e tudo foi registrado pelas câmeras. No dia 18 de fevereiro do ano passado, ele foi surpreendido e imobilizado na frente de casa por uma equipe contratada por Rafael e Patrícia.

Rodrigo morreu de forma suspeita 7 meses depois, no dia 20 de setembro 2022 A suspeita é de que tenha sofrido intoxicação. No IML, a certidão de óbito apontou a necessidade de exames laboratoriais.

*Com informações da Forum

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Lava Jato: a razão dos ataques de Dallagnol a Eduardo Appio

Os ataques desesperados do deputado de ultradireita Deltan Dallagnol contra o juiz Eduardo Appio – que assumiu a vara da Lava Jato – tem uma razão objetiva.

Certamente não se trata do destino dos processos que ainda tramitam por lá – já que estavam praticamente parados, a exemplo do que ocorreu com a Operação Banestado.

O receio maior são os 4 terabytes da Vaza Jato, mantidos em segredo pelo Supremo Tribunal Federal. Aparentemente, tem muito mais informações comprometedoras do que as que foram divulgadas pelo pool de veículos até agora.

O papel de Dallagnol tem sido o de alimentar o chamado jornalismo de fofocas, de notas curtas, com ataques a Appio, recorrendo a Cláudio Humberto e Malu Gaspar.

Hoje, no Estadão, Fausto Macedo volta a fazer jornalismo e vai à fonte – o próprio Appio – em uma entrevista em que dá a palavra ao juiz.

Aliás, é curioso que aceitem acusações de Dallagnol contra o pai de Appio, sem sequer apurar a veracidade e circunstâncias, e deixem de lado o processo que corre contra o pai de Dallagnol, por acusação de supervalorização da imóvel desapropriado pelo INCRA.

Luis Nassif/GGN

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Carla Zambelli teme ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral

Ações que questionam abuso de poder e desinformação na Justiça Eleitoral tiram o sono da deputada Carla Zambelli.

A deputada federal Carla Zambelli tem um motivo para fazer afagos a ministros de Cortes superiores. Ela teme ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma das ações que tramitam contra ela, diz o Metrópoles.

Nesta quarta-feira (22/2), em entrevista à repórter Carolina Linhares, a parlamentar disse que tem uma “expectativa” de que vá acordar com a Polícia Federal em sua porta e que agora “não é hora” de bater no Supremo Tribunal Federal (STF).

Se Zambelli fosse condenada e presa por algum crime comum pelo STF, a Constituição a protegeria, como parlamentar, de ser presa. O TSE, por outro lado, tem poder para interromper seu mandato, já que ela é acusada de ilícitos eleitorais cuja pena é a cassação.

No início de fevereiro, Zambelli confessou a interlocutores que estava preocupada com a linha que o TSE vem adotando em processos de bolsonaristas e disse que, pelo que sabe, vê uma probabilidade altíssima de ser cassada.

A deputada responde a cinco Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), três no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e duas no Tribunal Superior Eleitoral.

Em todas, ela é acusada de abuso de poder político e de autoridade, cuja pena pode levar à cassação. Adversários acionaram a Justiça acusando a deputada de ter se beneficiado de desinformação para se reeleger, de ter estimulado ataques à democracia e de ter cometido abuso dos meios de comunicação para disseminar inverdades.

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Presos de 8/1 só poderão receber visitas com autorização de Moraes

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que os detidos pelos atos antidemocráticos não respondem às regras da VEP/DF.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que os presos por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro só poderão receber visitas com autorização do STF. Ele entendeu que os custodiados são classificados com “alta periculosidade” e, por isso, não podem ser submetidos às mesmas regras de outros detentos.

A decisão de Moraes foi publicada na quarta-feira (22/2). No texto, o ministro afirma que apenas ele poderá autorizar ou não as visitas aos encarcerados pelos atos de 8 de janeiro – quando extremistas invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes.

O magistrado destacou que essas pessoas não respondem à portaria da Vara de Execuções Penais do DF (VEP/DF) que dispõe sobre visitas aos custodiados.

“[…] no que diz respeito às prisões efetuadas em 8/1/2023 por decisão desta Suprema Corte, não se aplica a Portaria VEP 008/2026, expedida pelos Juízes de Direito da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, no que conflitante com esta decisão, razão pela qual o ingresso de quaisquer pessoas no estabelecimento prisional, em relação às mencionadas prisões, deverá ser expressa e previamente autorizado por este relator, vedada a entrada sem a referida expressa autorização e revogadas quaisquer decisões do Juízo da VEP/DF e disposições da SEAPE/DF em sentido diverso ao aqui decidido”, escreveu Alexandre.

Mais de 1,2 mil pessoas foram presas por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. Elas são suspeitas de participarem dos atos extremistas contra a eleição do presidente Lula (PT) e que deixaram um rastro de destruição na capital federal, no início de janeiro.

Em 30 de janeiro, um relatório de providências da VEP-DF detalhou que há 931 presos provisoriamente devido a envolvimento na arruaça promovida no centro de Brasília. Desse total, há 623 homens e 308 mulheres.

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“Misógino”: Moraes vota a favor de queixa-crime de Tabata contra Eduardo Bolsonaro

Filho do ex-presidente disse que deputada era patrocinada por bilionário por defender proposta de distribuição de absorventes para população carente. Ação foi retomada pelo plenário virtual do STF, informa o Correio Braziliense.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (24/2), a favor de uma queixa-crime protocolada pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por difamação e disseminação de fake news. O filho do ex-presidente disse, em uma série de posts nas redes socais, que a parlamentar teria elaborado um projeto de lei “com o propósito de beneficiar ilicitamente terceiros”.

A proposta trata da distribuição de absorventes em espaços públicos. Para Moraes, as declarações “constituem ofensas que exorbitam os limites da crítica política, uma vez que constituem abuso do direito à manifestação de pensamento, em integral descompasso com as funções e deveres parlamentares”.

Tom misógino

O ministro também destacou o tom misógino de Eduardo Bolsonaro. “O deputado federal, nas publicações em referência, na plataforma digital Twitter, extrapolou da sua imunidade parlamentar para proferir declarações abertamente misóginas e em descompasso com os princípios consagrados na Constituição Federal, cuja ilicitude deverá ser devidamente apreciada por esta Suprema Corte”, ressaltou no voto.

A queixa-crime havia sido rejeitada pelo ministro Dias Toffoli em maio do ano passado. À época, o magistrado argumentou que imunidade parlamentar ampara as declarações de Eduardo Bolsonaro neste caso. No entanto, Moraes pediu vista, ou seja, mais tempo para análise da ação, e o caso foi para o plenário virtual da Corte. O julgamento teve início nesta sexta-feira, com previsão de terminar no próximo dia 3.

O ataque ocorreu em 2021, após Amaral reprovar o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei que distribuiria absorventes para mulheres de baixa renda. Eduardo Bolsonaro disse que a deputada agia de “maneira quase infantil” para “atender ao lobby de seu mentor-patrocinador Jorge Paulo Lemann, um dos donos da produtora de absorventes P&G, do que realmente conseguir um benefício ao público”.

Eduardo Bolsonaro ainda afirmou na internet que Tabata Amaral é financiada por Lemann e disse ainda que o bilionário é da P&G, empresa de bens de consumo que fabrica, entre outros, absorventes. A informação é falsa.

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STJ dá primeiro passo para Robinho cumprir pena por estupro coletivo no Brasil

Ex-jogador foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça italiana e não pode ser extraditado.

Segundo a Folha, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministra Maria Thereza de Assis Moura, determinou nesta quinta-feira (23) a citação do ex-jogador de futebol Robinho, 39, condenado em última instância por ter participado de um estupro coletivo na Itália. A citação faz parte do processo de homologação da sentença italiana que o condenou a nove anos de reclusão pelo crime.

Por meio do Ministério da Justiça brasileiro, a Itália entrou no STJ com o pedido de homologação da decisão que condenou o ex-jogador. O objetivo é que a pena seja cumprida no Brasil.

Também nesta quinta, o ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou a admissão administrativa do pedido italiano e a remessa do caso ao STJ. “A tramitação jurisdicional foi iniciada”, disse nas redes sociais.

A citação determinada pela presidente do STJ é a primeira fase do processo de homologação.

No pedido, há uma nota técnica em que o Ministério da Justiça informa que a Constituição Federal impede a extradição do ex-jogador por ele ser um brasileiro nato.

Em novembro do ano passado, o governo brasileiro, ainda com Jair Bolsonaro (PL) na presidência, negou a extradição solicitada pela Itália em outubro do mesmo ano.

Segundo nota divulgada pelo STJ, a solução apontada pelo Ministério da Justiça brasileiro é a transferência da execução da pena, conforme estabelece artigos da Lei de Migração e do Tratado Bilateral de Extradição entre Brasil e Itália.

Apesar do amparo legal, a ministra afirmou nesta quinta que o caso é complexo.

“O STJ ainda não se pronunciou, por meio de sua Corte Especial, acerca da possibilidade de homologação de sentença penal condenatória para o fim de transferência da execução da pena para o Brasil, notadamente nos casos que envolvem brasileiro nato, cuja extradição é expressamente vedada pela Constituição brasileira”, afirmou.

Caso a defesa de Robinho apresente contestação após a citação, o processo será distribuído para um relator da Corte Especial. No caso de não haver contestação, a atribuição de homologar sentença estrangeira é da presidência do tribunal.

Robinho foi condenado por ter participado de um estupro coletivo contra uma jovem albanesa em uma boate de Milão em 2013. O Superior Tribunal Italiano confirmou a condenação em janeiro de 2022 e não há mais possibilidade de apelação.

A presidente do STJ intimou a Procuradoria-Geral da República para que consulte os bancos de dados e indique um endereço para que o ex-jogador possa ser citado.

Durante o processo, a defesa disse que o ex-atleta é inocente. Os advogados de Robinho afirmaram que não há provas de que a relação com a vítima não foi consensual. Disseram ainda que o processo contém falhas e que Robinho foi “massacrado pela mídia”.

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Os dois principais cotados para suceder Augusto Aras no comando da PGR

Em conversas sobre o tema, Lula tem repetido que o PGR “deve ter responsabilidade” e não só poder.

Faltam seis meses para que o mandato de Augusto Aras como procurador-geral da República chegue ao fim, mas, hoje, dois nomes já despontam no entorno de Lula como os principais cotados para o posto. São os subprocuradores Paulo Gonet e Antônio Carlos Bigonha, segundo Bela Megale, O Globo.

Integrantes do governo e aliados do presidente avaliam que ambos apresentam a característica que Lula busca em um PGR: não fazer espetacularização dos processos e nem de seu papel no comando do órgão. Em conversas sobre o tema, Lula tem repetido que o PGR “deve ter responsabilidade” e não só poder.

Gonet passou a ser visto como opção para comando do órgão por seu trabalho junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No posto de vice-procurador-geral eleitoral que exerce desde 2021, ele teve uma atuação considerada “cooperativa“ por ministros da corte e “equilibrada”, na visão de integrantes da equipe jurídica petista. Durante a campanha presidencial, Gonet chegou a pedir ao TSE a exclusão das publicações do vídeo em que o então presidente atacava as urnas em uma reunião com embaixadores e disse que as falas de Bolsonaro eram “falsas”.

Outro fator que pesa a favor de Gonet é sua relação com o ministro Gilmar Mendes, que se reaproximou do presidente Lula e integrantes de seu governo. Gonet foi sócio do magistrado no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e já escreveu um livro com Gilmar. De perfil conservador, ele chegou a ser levado para uma reunião com Bolsonaro em 2019 pela deputada federal governista Bia Kicis (PL-DF), em meio a disputas pelo comando da PGR. Na ocasião, o ex-presidente optou por Augusto Aras.

Outro subprocurador que também está no páreo é Antônio Carlos Bigonha. Ele é o nome apoiado por advogados com bom trânsito junto a Lula. Uma de suas principais credenciais é seu posicionamento crítico à Lava-Jato nos últimos anos.

Em 2019, Bigonha pediu a palavra no fim da sessão da Segunda Turma do STF para registrar um “pedido de desculpas” aos ministros. O subprocurador criticou a atitude dos colegas da Lava-Jato que haviam divulgado uma nota lamentando a decisão do colegiado de anular uma condenação do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine proferida por Sergio Moro.

Como informou O GLOBO, no fim do ano passado, Bigonha publicou um vídeo no qual disse que o papel do MPF deveria ser menos punitivista. A ação foi vista como um aceno para o presidente eleito, preso durante a Operação Lava-Jato.

Aras também tenta se cacifar para uma recondução, mas as chances de isso acontecer são “praticamente nulas”, segundo interlocutores de Lula.

O presidente sinaliza abertamente a aliados que não está comprometido em seguir a lista tríplice apresentada pelo Ministério Público Federal e que levará em conta outros critérios para sua escolha.

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CNJ pode afastar Marcelo Bretas do cargo de juiz

Nos áureos tempos, o “Moro do Rio” mandou prender, entre outros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o empresário Eike Batista.

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal do Rio de Janeiro, conhecido como “o Moro do Rio”, vai ser julgado no dia 7 de março pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Alvo de três representações disciplinares que questionam sua atuação na Operação Lava Jato, ele pode ser afastado do cargo, fato considerado provável por magistrados de cortes.

Perseguições e direcionamentos

Em uma das representações, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirma sofrer perseguições de Bretas, que não obedeceria ao princípio da imparcialidade ao atuar em processos que o envolvem.

O juiz ainda é citado em três delações premiadas. Os réus afirmam que Bretas aparece tentando direcioná-los para firmar delação, o que é proibido por lei.

Bretas foi quem mandou prender, entre outros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o empresário Eike Batista.

O juiz será julgado por onze conselheiros do CNJ. O relator do caso é o corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão.

*Com Forum

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Dino determina abertura de inquérito na PF para investigar caso Marielle Franco

Governo federal irá colaborar com investigação da morte de vereadora e Anderson Gomes.

Segundo a Folha, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a instauração de um inquérito na Polícia Federal para ampliar a colaboração federal nas investigações sobre a organização criminosa que matou a vereadora Marielle Franco, vereadora do PSOL, e o motorista Anderson Gomes mortos no Rio de Janeiro em março de 2018.

Pela portaria divulgada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, ficou designado o delegado Guilhermo de Paula Machado Catramby para atuar no inquérito da Polícia Federal.

“A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de MARIELLE e ANDERSON, determinei a instauração de Inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”, disse o ministro, nas redes sociais.

Como a Folha já tinha mostrado, o governo federal irá colaborar com investigação do caso de Marielle Franco.

Neste mês, ficou definido que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro irão trabalhar em parceria visando o andamento e a conclusão das investigações.

A ideia é fortalecer a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro já existente destinada, exclusivamente, a apurar os desdobramentos dos mandantes do crime, para que a PF auxilie de uma forma mais direta na investigação juntamente com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros há quase cinco anos, na noite de 14 de março de 2018, em emboscada no centro do Rio. Nos dias seguintes ao crime, também teve início uma campanha difamatória, com fake news sobre relações que jamais existiram entre Marielle e traficantes.

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, foram presos em março de 2019 e se tornaram réus pelo homicídio de Marielle. Desde então, as autoridades tentam identificar possíveis mandantes do assassinato.

Ao longo dos anos, porém, as investigações foram marcadas por tentativas de obstrução, pistas falsas e frequentes trocas no comando do inquérito, observadas com preocupação pela família e instituições de defesa dos direitos humanos. Apenas no último ano, dois delegados já estiveram à frente da apuração na Polícia Civil.

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Atestado com vacinação pode se transformar em prova de crime premeditado

Bolsonaro nega ter se vacinado para não ser acusado de crime premeditado. Eu explico.

Quando a Covid-19 apareceu, o então ministro Luiz Henrique Mandetta defendeu as teses adotadas em todo o mundo: buscas pelas vacinas e recolhimento até que o vírus fosse controlado. Bolsonaro era o presidente da República. A CPI da Covid revelou que, naquela época, ele montou um verdadeiro gabinete paralelo ao Ministério da Saúde, dominado por defensores da imunidade de rebanho e da hidroxicloroquina. Suas declarações seguiam o que o gabinete paralelo defendia.

Imunidade de rebanho quer dizer o seguinte: deixa o vírus se espalhar até que as pessoas se imunizem naturalmente. Quem morrer, morreu. E, quanto à cloroquina, se acreditarem que ela faz algum efeito, mais e mais pessoas deixarão de e esconder da doença em casa. Para completar lambança, o então presidente da República resolveu também combater as vacinas. Chegou a dizer que quem se vacinasse podia virar jacaré.

Depois Bolsonaro disse que nunca foi contra as vacinas e que seu governo foi um dos que mais vacinou no mundo. Quando deu essa declaração o país era o 37º colocado no ranking internacional de vacinação.

Depois Bolsonaro disse que nunca foi contra as vacinas e que seu governo foi um dos que mais vacinou no mundo. Quando deu essa declaração o país era o 37º colocado no ranking internacional de vacinação.

O ex-presidente age assim: mente sem nenhum pudor. Flagrado numa mentira, ele conta outra mais forte para negar os fatos. Agora diz que o atestado foi fraudado. É uma estratégia.

Sites de checagem de fatos chegaram a levantar que o ex-presidente mentiu pelo menos 6 mil vezes em seu governo. Os casos são variados.

Bolsonaro demitiu o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais porque os dados dos satélites mostravam que a floresta amazônica sofria níveis recordes de destruição. Chamou o cientista chefe do INPE de mentiroso e até hoje jura de pés juntos que seu governo é o que mais protegeu as florestas.

Os indígenas ianomamis estavam sendo dizimados? Mentira!, diz Bolsonaro. Foi ele quem mais fez pelos pelos povos originários do Brasil.

Faltou oxigênio em Manaus durante a pandemia com centenas de mortos por falta de ar? O ex-presidente proclama que foi tudo uma armação da esquerda e que ele deu todo atendimento à população.

Ele nega inclusive que tenha havido escândalos de corrupção em seu governo.

Não, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, não teve que deixar o cargo por causa dos pastores que mandavam na distribuição de verbas da pasta, segundo o ministro por indicação do próprio Bolsonaro. Os pastores exigiam propinas dos prefeitos e o ministro chegou a ser preso.

Nem Bolsonaro, nem seus filhos, nem Fabrício Queiroz, nem ninguém se envolveu em rachadinhas. E esses gastos todos nos cartões corporativos da Presidência, tudo isso é perfeitamente explicável.

Então por que, quando presidente da República, Bolsonaro usou e abusou de esconder os dados sobre sua gestão na decretação de sigilos por cem anos? Sigilo que atingiu, inclusive, sua própria vacinação contra a Covid.

Segundo revelou agora o atual ministro chefe da Controladoria Geral da União, consta do cartão de vacinação de Bolsonaro que ele se vacinou, sim, contra a Covid, apesar de tanto ter combatido as vacinas e até o uso de máscaras.

Aí o ex-presidente vem e faz o que sempre fez: nega, diz que é mentira, que o cartão de vacinação foi fraudado.

Mas, nesse caso, ele não faz isso somente pelo simples hábito de mentir. Bolsonaro mente porque teme que isto resulte numa prova decisiva para um eventual processo responsabilizando-o pelas centenas de milhares de mortes na pandemia.

Se ele, como presidente da República, atuou para que as pessoas não se vacinassem, sabendo que esta era a forma de se proteger — tanto que ele próprio se vacinou — então pode ser acusado de ter-se utilizado de má-fé.

Má fé inclusive ao protelar a compra de vacinas e promover a não-utilização de máscaras. Má fé na distribuição de um remédio que não faz efeito e na busca de uma imunização de rebanho que seriam, então, crimes premeditados.

Imagina se a Justiça no Brasil ou na Tribunal de Haia, digamos, chegarem a esta conclusão.

*Tales Faria/Uol

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