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Atenção: Quem nega altos riscos na ação de bolsonaristas no 7 de Setembro está a serviço de Bolsonaro

O Supremo sabe desses riscos, não os esconde, e os quer contidos por uma barreira de proteção especial.

Janio de Freitas – Quem nega altos riscos na ação de bolsonaristas no 7 de Setembro —um coro que cresce a cada dia— está a serviço de Bolsonaro ou comete uma leviandade. Não há sinais, de descontrole ou de contenção, merecedores de confiança.

Em contrapartida, sabe-se que o bolsonarismo é perigoso em si mesmo, sempre potencialmente criminoso nos meios e nos fins. E Bolsonaro, ele sim, emite sinais claros de sentimentos opressivos, de cerco e medo: o ataque frontal ao Supremo, a incessante corrida a aglomerações excitáveis de Norte a Sul, o agravamento de suas falas —e a convocação às “manifestações do 7 de Setembro do povo”.

Nesse estado de país enlouquecido, as polícias militares passam de proteção social a fontes de medo coletivo. Os militares do Exército, que exigiram a referência à segurança interna, na Constituição, como domínio seu, reduzem-se a uma incógnita nos riscos das manifestações.

O Supremo sabe desses riscos. Não os esconde, e os quer contidos por uma barreira de proteção especial. O Congresso segue, sem outro jeito, o seu tergiversante presidente. Rodrigo Pacheco o juntou às providências do Supremo, mas à sua maneira.

Para negar fundamento ao impeachment de ministro do Supremo pedido por Bolsonaro, apressou-se à baixeza da compensação: “como também não antevejo para impeachment do presidente da República”. Contudo, a proteção buscada pelo Supremo e o Congresso são advertências para os riscos que Bolsonaro acionará em Brasília, pela manhã, e à tarde em São Paulo.

Muitos governadores estão com preocupação extrema. A situação é de tal maneira desarticulada, que aos governadores não bolsonaristas falta até a segurança de que devam mobilizar suas PMs. Em vários estados, como Ceará, pode ser melhor a polícia invalidada no quartel do que nas ruas com seu bolsonarismo. Uma síntese da situação: o baderneiro agressivo é menos ameaçador do que polícias.

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Vídeo: Censura: rádio de Natal acaba programa com jornalistas que entrevistaram Lula

Uma entrevista com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva desagradou à direção da rádio 97 FM de Natal e o Programa RN Verdade foi interrompido nesta sexta-feira (27) após 10 meses no ar.

Na terça-feira (24), o veículo de comunicação foi privilegiado em detrimento de outros, com mais de 40 minutos de um bate-papo ao vivo e exclusivo com Lula, quando cumpria agenda no Rio Grande do Norte.

O ex-presidente chegou a conceder entrevista coletiva à imprensa apenas no dia seguinte.

Um dos sócios da 97 FM é Haroldo Azevedo, que se lançou hoje como pré-candidato ao Senado em 2022. Ele já foi suplente de senador de Geraldo Melo e secretário de Turismo do Governo Wilma de Faria. Há um mês, havia declarado intenção em disputar o governo, ao admitir estar em maratona de viagens pelo interior do estado.

A direção da rádio, apesar de cultivar publicamente o antipetismo, sabia da entrevista com Lula, mas não conseguiu digerir a opinião de um dos entrevistadores, Herberth de Souza, que estava na bancada do programa desde a sua criação.

Dividindo as perguntas com os jornalistas Octávio Santiago e Juliana Celli, Herberth encerrou a conversa elogiando o legado do ex-presidente, ressaltando ainda se tratar de uma opinião pessoal, que “talvez não expresse a opinião editorial da direção da rádio”.

“Eu diria que a elite brasileira talvez nunca lhe engula (…) O senhor foi muito acusado de não ter um diploma universitário, mas foi um presidente que mais fez universidades neste país. Eu diria, que mais formou pessoas”, disse Herberth, pedindo licença para sair do papel de jornalista ao declarar apoio ao líder político.

“Deus estava vendo cada criança que o senhor conseguiu salvar pela inclusão social nesse país”, continuou o jornalista, ao citar também a transposição do rio São Francisco e lembrar emocionado sua origem em Equador, município no Seridó potiguar.

O programa foi ao ar no dia seguinte, mas nesta sexta-feira (26), cada membro da bancada recebeu individualmente telefonema da direção da emissora.

Uma pessoa ligada à rádio 97 conversou com a Agência Saiba Mais e confirmou a insatisfação dos empresários, que consideraram a posição política divergente uma provocação, já que o momento era de grande audiência e exposição.

A fonte disse ainda que a rádio pretende criar um novo produto para substituir o RN Verdade. O futuro dos três jornalistas na empresa será decidido/comunicado em reunião na próxima segunda-feira.

Veja a entrevista, que contou com a presença da governadora do RN, Fátima Bezerra (PT):

*Com informações da Agência Saiba Mais

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Moraes autoriza novas oitivas em inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu nesta sexta-feira, 27, ao pedido apresentado pelo delegado de Polícia Federal (PF) Felipe Alcântara de Barroso Leal para retomar a coleta de depoimento, assim como a tramitação regular do inquérito que apura denúncias de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na PF.

Antes de atender ao pedido de Leal, o ministro determinou o afastamento do delegado do inquérito, alegando que ele solicitou informações sem pertinência no caso ou qualquer relação com a investigação. O delegado pediu informações à PF sobre atos administrativos do atual diretor-geral da corporação, Paulo Maiurino, e à Procuradoria Geral da República (PGR) sobre relatórios que teriam sido produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso das rachadinhas. Moraes anulou as medidas.

Na decisão que permitiu novas oitivas, Moraes atendeu ao pedido de Leal para que julgasse se a decisão do ex-ministro Celso de Mello, que divulgou as gravações da reunião ministerial realizada em abril de 2020 pelo governo Bolsonaro, continua valendo. Em maio daquele ano, Mello autorizou o acesso do Ministério Público, dos advogados do ex-ministro Sergio Moro, do Advogado-Geral da União e de delegada da PF, ao vídeo do encontro de ministros de Estados. A decisão do magistrado foi tomada para que todos, inclusive os defensores dos investigados, pudessem orientar a formulação das perguntas a serem feitas durante os depoimentos das testemunhas.

A reunião ministerial ficou conhecida por ataques à democracia realizados por ministros e frases como “passar a boiada”, dita pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O pedido do delegado da PF ao Supremo frisa que a decisão de Celso de Mello naquele momento “oportunizou a formulação de perguntas”, durante a realização dos depoimentos, “por parte não apenas do Ministério Público Federal, como também dos advogados dos investigados “.

O inquérito em curso no Supremo investiga as acusações apresentadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que Bolsonaro teria agido sem seu consentimento na indicação de nomes para comandar a PF, com o objetivo de interferir politicamente na instituição. O presidente teria feito uma tentativa de aparelhar o órgão de Estado visando proteger seus filhos e aliados, que naquele momento estavam na mira de investigações em potencial.

*Com informações do Uol

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Vídeo: Bolsonaro falou do fuzil e do feijão pra não falar do 04 e da nova mansão

Bolsonaro, mais uma vez, usa de desfaçatez para tirar o foco do que realmente importa, uma nova mansão, a segunda este ano, ligada ao seu clã em área nobre de Brasília, uma bofetada na cara dos brasileiros que não conseguem sequer comer feijão. Ou seja, falou de fuzil e de feijão para não falar da nova mansão.

Assista:

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Bolsonaro ataca manifestação indígena em Brasília: “Esse tipo de gente quer voltar ao poder”

Presidente usa redes sociais para desqualificar ato realizado em frente ao Palácio do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro fez uma publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (27) com ataques a uma manifestação realizada por indígenas em frente ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, em Brasília.

Em declarações anteriores, no início da semana, Bolsonaro se referiu aos indígenas como “uns coitados” e “massa de manobra”. Desta vez, o mandatário tentou associar o ato a “aqueles”, que, segundo ele, “censuram, prendem e atacam os defensores da Constituição Federal”.

“Agora, na frente da Presidência da República. Este tipo de gente quer voltar ao poder com ajuda daqueles que censuram, prendem e atacam os defensores da liberdade e da CF. No momento me encontro no Comando de Operações Especiais em Goiânia/GO”, escreveu Bolsonaro na legenda de um vídeo publicado no Facebook.

Desde o último domingo (22) a mobilização nacional “Luta pela Vida”, em Brasília, reúne cerca de 6.000 indígenas em um acampamento na capital federal organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em conjunto com todas as suas organizações de base.

O movimento indígena vem denunciando de forma constante o agravamento das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais.

Defensores do “marco temporal” se apoiam em uma decisão de 2009, da Justiça Federal em Santa Catarina, que deu reintegração de posse de uma área indígena na Reserva Biológica do Sassafrás. Em 2013, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a decisão.

Defensores dos povos originários apontam que a tese é injusta, porque desconsidera as expulsões, remoções forçadas e todas as violências sofridas pelos indígenas até a promulgação da Constituição.

Além disso, ignora o fato de que, até 1988, eles eram tutelados pelo Estado e não podiam entrar na Justiça de forma independente para lutar por seus direitos.

A sessão definirá o futuro das demarcações de terras indígenas no país. Com status de “repercussão geral”, a decisão tomada neste julgamento servirá de diretriz para a gestão federal e todas as instâncias da Justiça, também como referência a todos os processos, procedimentos administrativos e projetos legislativos no que diz respeito aos procedimentos demarcatórios.

*Com informações do Brasil de Fato

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Bolsonarista ameaça sequestrar Lula e enforcá-lo, denuncia vereador

Segundo o vereador, o autor da ameaça é funcionário do TJ-RS.

O vereador Leonel Radde (PT), de Porto Alegre, usou as redes sociais nesta sexta-feira (27) para denunciar mensagens em que um bolsonarista ameaça sequestrar e matar o ex-presidente Lula.

“Vamos limpar os bandidos do país sequestrrando o Lula e fazendo ele devolver nosso dinheiro. Depois enforcamos em praça pública para que sirva de exemplo. Só a morte do maior bandido do mundo poderá mudar este país”, diz uma das mensagens divulgadas por Radde.

As declarações seriam de Ricardo Chevarria. Em outras mensagens, o bolsonarista ainda diz “esse bandido ainda vai morrer, é só sair às ruas e pá” e “estou só pelos comícios, quero ver ele na rua”. “Não dura 5 minutos”, diz.

Radde ainda apontou que o autor das mensagens trabalharia no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) e cobrou as autoridades. “Esse criminoso, Ricardo Chevarria, ameaça de sequestro, homicídio e tortura uma figura pública do país. E o pior: aparentemente ele trabalha no TJ-RS. Esse tipo de fascista tem que responder pelos seus crimes, urgente! As autoridades devem se manifestar, agora!”, tuitou.

Após a revelação da mensagem, perfis relacionados ao nome Ricardo Chevarria foram apagados no Twitter e Instagram.

A Fórum consultou o Portal da Transparência do TJ-RS e verificou que há um servidor com o nome Ricardo Correa Chevarria. O servidor atua como oficial escrevente na Central de Cumprimento Cartorário (CCC) Gravataí.

Como todos os perfis foram apagados, não foi possível confirmar se é de fato a mesma pessoa, mas nas redes sociais diversos usuários cobraram um posicionamento do TJ diante da possibilidade de um servidor bolsonarista ameaçar sequestrar Lula. O órgão, no entanto, não se manifestou.

*Com informações da Forum

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As mansões dos Bolsonaro e a certeza da impunidade

O descaramento do clã que anda comprando mansões em Brasília, só tem um significado, a crença inabalável na impunidade, o que é um claro desafio à sociedade brasileira, tipo, comprei sim, e daí?

Isso acontece em plena CPI do genocídio em que o vulcão ainda em erupção jorra um esgoto fétido que exala pelo país todo e deixa a população assombrada.

O mais assombroso é ver gente com a maior cara de pau dizer que apoia Bolsonaro por conta de sua honestidade. Nem Bolsonaro é tão cínico assim.

O fato é que nem uma história minimamente plausível eles se preocupam em criar. Logicamente, vem imediatamente à memória o herói nacional, Sergio Moro, a quem até hoje a mídia blinda como uma onça protege a sua cria, pois foi ele que, numa das barganhas mais nojentas da história da República, trocou a cabeça de Lula por um ministério.

Mas não é só esse fato, como ministro da Justiça, Moro protagonizou uma das cenas mais dantescas de que se tem notícia nesse país, quando foi ao condomínio em que moravam Bolsonaro, milicianos, estelionatários, traficantes de armas e assassinos e mandou investigar o porteiro

É também por isso que o judiciário brasileiro chegou a um nível de balbúrdia tal que o sujeito confia tanto na sua impunidade que vive ameaçando invadir o STF, o Congresso, aterrorizando a sociedade com ameaças de golpe.

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CPI da Covid: Justiça retira sigilo de documentos sobre compra da Covaxin

Decisão liminar (provisória) atendeu a um pedido da CPI da Covid e suspendeu um ato administrativo do Ministério da Saúde que determinava o sigilo dos documentos ligados a aquisição da vacina indiana.

A Justiça Federal retirou nesta quinta-feira (26) o sigilo, determinado pelo governo federal, sobre os documentos que tratam da aquisição da vacina indiana Covaxin. A decisão liminar (provisória) atendeu a um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

O contrato de compra da Covaxin, cujo valor total era de R$ 1,6 bilhão para custear 20 milhões de doses, foi encerrado após uma série de denúncias de irregularidades e a constatação de fraude nas documentações enviadas pela Precisa, empresa que atuou como uma intermediária entre a fabricante Bharat Biotech e o Ministério da Saúde.

O sigilo dos documentos foi imposto por um ato administrativo do Serviço de Análise Técnica Administrativa do Ministério da Saúde. A decisão desta quinta (26) suspendeu o ato e liberou o acesso da CPI ao processo administrativo de aquisição da vacina indiana.

A decisão sustenta que o governo federal não apresentou “elementos concretos” que justificassem o sigilo.

“Convém destacar que, ouvida a representação judicial da União, esta não trouxe aos autos elementos concretos que esclarecessem a motivação do ato, fazendo, ao revés, referências a atos que não dizem respeito à controvérsia”, diz a decisão. O documento foi assinado pelo Juiz Federal Anderson da Silva.

O pedido de quebra de sigilo foi assinado pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) e o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). De acordo com a liminar, os senadores sustentaram que houve “abuso de poder” no ato administrativo do governo.

“Sustentam que o ato impugnado está eivado de desvio de finalidade, excesso de poder e abuso de autoridade. Assevera, de resto que o direito de acesso ao referido processo administrativo decorre do princípio da publicidade, que veda o sigilo, como regra”, diz o documento.

A decisão diz ainda que o pedido dos senadores era “necessário” e “útil”.

*Com informações do G1

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Em nome do combate à corrupção, um juiz corrupto colocou no poder uma família de corruptos

Uma das principais técnicas do neoliberalismo é patrocinar campanhas fascistas de assassinato de reputações.

Existem várias formas de se fazer isso, a mais conhecida é o lawfare que, em parceria com a grande mídia, foi usado a balde na Lava Jato contra Lula, mas não só contra ele, contra o PT, José Dirceu e Genuíno, expoentes do partido.

Lógico que figuras ligadas ao PT, como Delúbio Soares e João Vaccari Neto também sofreram dura perseguição de um judiciário de mercado.

Levando ao pé da letra, Moro é um aprendiz do mensalão, mais precisamente de Ayres Britto e, sobretudo, de Joaquim Barbosa, porque há uma assimetria gritante na condução de dois processos, um com absoluta ausência de provas contra o PT e, outro, no caso do PSDB, no que diz respeito à privataria tucana e à compra de votos para a reeleição de FHC, são os mais gritantes. Isso, sem falar que Aécio Neves que está por aí livre, leve e solto, depois de vermos, através de vídeos, provas de corrupção contra ele.

É interessante observar uma coisa, bastou o jornalista da Globo, Paulo Francis, acusar de corrupção a diretoria da Petrobras que o governo FHC meteu-lhe um processo lá nos EUA que, segundo a família, o levou à morte.

Em momento algum a Globo defendeu Paulo Francis e menos ainda o governo FHC a processou, numa operação cirúrgica para detonar um dos seus mais emblemáticos jornalistas, um neoliberal convicto que tinha em seu mantra um anticomunismo quase a la Olavão. Mesmo assim, o mercado não perdoou a sua traição.

Coisa parecida se repetiu no caso da Lava Jato que desembocou num golpe contra Dilma para colocar em seu lugar o ilibadíssimo Michel Temer.

Não satisfeito, o juiz, considerado parcial pelo STF, ou seja, vigarista, assinou um tratado com Paulo Guedes, do mercado, e Bolsonaro para trocar uma pasta do ministério do seu governo pela cabeça de Lula. Assim foi tratado, assim foi feito e com aplausos efusivos do mercado.

Afinal de contas, um dos maiores abutres do sistema financeiro, Paulo Guedes, deu garantias a seus pares de que Bolsonaro não se meteria, como não se meteu, nos destinos da economia toda voltada a detonar os trabalhadores e os pobres, devolvendo o país ao mapa da fome. Para tanto, o mercado colocou no poder não um corrupto, mas uma família inteira de corruptos, uma penca de vigaristas que compra mansões hollywoodianas em Brasília como quem compra um cafezinho na esquina, com uma multiplicidade de esquemas de um apetite inimaginável.

O mercado, agora, só se posiciona contra o clã não pelo governo ser corrupto e fascista, mas porque, com a economia brasileira em frangalhos, começa a colocar os negócios em risco.

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“Seu general golpista fdp” – de Brizola ao Gal Costa e Silva, na Rebelião da Legalidade, 60 anos atrás

Muitas são as marcas da Rebelião da Legalidade comandada por Leonel Brizola em 1961, sessenta anos atrás.

A primeira, e mais importante, foi a mobilização do povo brasileiro. De maneira ostensiva, nas ruas, no Rio Grande do Sul, em manifestações reprimidas país afora, como no Rio de Janeiro, por Carlos Lacerda, e os demais governadores, mas, acima de tudo, todos ouvindo Brizola no rádio, na Cadeia da Legalidade, e nas conversas que se espalhavam país afora e chegavam nos quartéis. Pois havia uma questão que dizia respeito a boa parte do povo brasileiro: o povo havia votado no Vice João Goulart (na época votava-se para vice separado do voto no Presidente) e queria o respeito ao seu voto com a posse de João Goulart. O povo encheu a praça em frente ao Palácio, e lá ficou dias e noites. Não arredou pé, mesmo quando a Aeronáutica ameaçou bombardear o Palácio. Ali estava o povo brasileiro.

Quando Brizola distribuiu armas ao povo (requisitou toda a produção das indústrias de armas no Rio Grande do Sul, onde se achava a Taurus, a maior delas) – deu um revólver e duas caixas de bala e pediu que quem tivesse, trouxesse sua arma – criou-se uma situação singular em nossa história: o povo brasileiro foi armado para uma luta. Os gaúchos representavam o povo brasileiro. Não que produzisse efeitos militares significativos, mas de efeito simbólico inigualável. Oficiais do Exército logo concluíram, especialmente no Rio Grande do Sul e em outras unidades, que não poderiam lutar contra o povo brasileiro.

Outra questão foi a divisão que se operou nas Forças Armadas, especialmente no Exército. Quando soube da renúncia de Jânio Quadros, Brizola acreditou, como em geral se acreditou, que se tratava da derrubada do Presidente. Procurou falar com ele em Cumbicas, base aérea em são Paulo. Conseguiu falar com seu assessor de imprensa, o famoso jornalista Carlos Castelo Branco. Brizola mandou oferecer a Jânio ir para o Rio Grande e de lá, resistir. Recebeu a resposta que não era o caso, que havia renunciado mesmo, agradecia.

Brizola começou a fazer contatos diante da nova situação. Já circulavam rumores que as Forças Armadas não iriam permitir a posse de Jango, que se encontrava na China em visita oficial. Diz-se que Jânio escolheu esta circunstância para não haver a posse imediata do Vice e dar tempo de surgir manifestação para o retorno dele. Brizola falou com o Marechal Lott, Ministro da Guerra que garantiu a posse de Juscelino e Jango, e havia perdido a eleição para Jânio. Lott aconselhou Brizola a procurar alguns generais comandantes de unidades no RGS, como Peri Beviláqua, Oromar Osório e outros. Brizola tentou falar com os próprios Ministros militares, mas não foi atendido. Tentou outros generais. Conseguiu falar com Costa e Silva, comandante do Exército em Recife, que era gaúcho. Pediu para o General ponderar junto aos Ministros para se cumprir a Constituição. Costa e Silva refutou, que só atenderia as ordens do Ministro. Brizola insistiu, Costa e Silva respondeu ríspido: Governador não me telefone só atendo ao Ministro. Brizola lhe devolveu: “seu General golpista, fdp”, e bateu o telefone.

Oficiais do Exército no RGS, especialmente comandantes de unidades, se articularam e pressionaram o comando a se rebelar e a se colocar pela posse de Jango. O Comandante Machado Lopes foi ao Palácio e aderiu a Brizola e assumiu o comando militar da Legalidade.

Diversos oficiais País afora foram manifestando suas posições legalistas. Grupos de sargentos em muitos lugares organizaram-se pela Legalidade. O General Cordeiro de Farias foi nomeado novo Comandante do Exército em Porto Alegre. Não conseguiu reunir forças para chegar lá.

A outra questão que se coloca, que muitos consideram central, foi o sistema de rádio que operou em cadeia e que levou o nome de Cadeia da Legalidade. No dia seguinte à renúncia, as rádios Farroupilha e Gaúcha divulgaram declarações de Brizola e o manifesto do Marechal Lott pela posse de Jango. O Ministro do Exército, na época chamado Ministério da Guerra, determinou o fechamento destas rádios. A Rádio Guaíba não publicou nada e ficou no ar, funcionando. No dia 27, pela manhã, Brizola decretou a requisição da Rádio Guaíba e ordenou à Brigada Militar trazer para o Palácio todos os equipamentos e montou a rádio nos porões do Palácio. Foram sendo feitos contatos com outras emissoras País afora e foi formada a Rede da Legalidade para transmitir ao povo brasileiro as falas de Brizola, que o ouvia especialmente durante a noite e madrugadas, em longas falas. Brizola tocou a consciência do povo brasileiro.

Outra questão a ser lembrada: as brizoletas. O Governo Federal, através do Banco do Brasil e Caixa Econômica, retirou todo o dinheiro, o meio circulante dos diversos bancos no estado. Para haver dinheiro e funcionar o meio circulante, para a economia não parar e as pessoas não passarem necessidades, Brizola determinou a emissão de títulos públicos estaduais de valor determinado, correspondente aos valores do cruzeiro, moeda da época, com garantia do Tesouro do Estado. Ficaram conhecidas como brizoletas e foram aceitas em diversos lugares.

Tancredo Neves foi escalado para ir conversar com Jango em Montevideu e levar-lhe a proposta parlamentarista. Ele e os Deputados Hugo Faria e Almino Afonso, líder do PTB e contrário. Quando Almino chegou no aeroporto na hora marcada, Tancredo já havia saído com Hugo Faria meia hora antes. Tancredo deveria parar em Porto Alegre para conversar com Brizola. O avião preparava-se para descer, Tancredo olha o ambiente e ordena que não desça e siga direto para Montevidéu. Brizola confessou depois: iria levar Tancredo para o Palácio para aguardar a chegada de Jango e só conversar com Jango em Porto Alegre e junto com Brizola. Argúcia e sensibilidade de Tancredo evitaram que fosse retido.

E, assim, surgiu a figura de um herói nacional: Leonel Brizola. Brizola já havia sido reconhecido: reforma agrária, escolas, mais de 6.000, expropriação das empresas de eletricidade e telefonia, a poderosa ITT. O Presidente Kennedy já havia afirmado em entrevista que Leonel Brizola era um político brasileiro que não era amigo dos Estados Unidos. Brizola tivera longa conversa com Che Guevara na conferência de Montevideu, como integrante da delegação brasileira, indicado por Jânio.

Mas a Rebelião da Legalidade era uma outra história. O grande jornal americano The New York Times afirmou que, dadas as dimensões do Brasil, com a Rebelião da Legalidade a Revolução Cubana iria parecer uma briga de botequim.

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