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PL planeja repassar teto do Fundo Eleitoral ao vereador Carlos Bolsonaro

Previsão é de que ele receba cerca de R$ 1,5 milhão da legenda para fazer sua campanha no RJ.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (RJ) deve contar com o teto permitido pelo Fundo Eleitoral para candidatos a vereador na capital fluminense neste ano. Tido como principal puxador de votos do PL para a Câmara Municipal, a previsão é de que ele receba cerca de R$ 1,5 milhão da legenda para fazer a sua campanha.

O filho “zero dois” de Bolsonaro é tido como o nome mais forte da sigla para o legislativo municipal e espera-se que faça até 150 mil votos. Para que Carlos consiga atingir a meta, o partido pretende atrelar a imagem dele à do pai em todos os materiais eleitorais, além de contar com a presença dos dois membros do clã Bolsonaro em eventos.

Os votos em Carlos, acredita o partido, têm a possibilidade de fazer com que o PL salte dos atuais três vereadores no Rio para até 13 na próxima legislatura. Além dos 150 mil votos em Carlos, o PL também vê o vice-presidente do Flamengo, Marcos Braz, e o cantor gospel Waguinho como puxadores. Os votos na legenda 22, por influência de Bolsonaro, também serão distribuídos pela nominata.

Presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto diz acreditar que Carlos será o mais votado da cidade.

— Não tenho dúvidas de que ele será o principal candidato e o maior puxador de votos do partido — afirma o cacique do PL.

Com influência no partido, Carlos também pode assumir uma função de dirigente após o período eleitoral. Na ocasião da ida dele para o PL, foi pactuado que o filho de Bolsonaro poderia assumir o diretório municipal do partido, caso quisesse. Atualmente, o posto é ocupado por Bruno Bonetti, um dos principais homens de confiança de Valdemar.

Responsável pela distribuição de recursos para a campanha a vereador, Bonetti afirma que Carlos terá recursos compatíveis com o seu potencial de atração de votos.

— Carlos Bolsonaro é o grande puro-sangue do nosso partido. Ele reúne o potencial de votos e a firmeza ideológica do PL. Logo, terá investimentos proporcionais a isto — diz.

O principal desafio da vida política de Carlos, entretanto, deve ocorrer em 2026, quando espera-se que ele se candidate à Câmara dos Deputados. Embora siga como o principal nome do PL em nível municipal, ele registrou uma queda no número de votos na última eleição. Em 2020, ele amealhou pouco mais de 71 mil votos — menos do que os 106 mil registrados em 2016, quando foi o mais votado da cidade.

Procurado para falar sobre a estratégia eleitoral, Carlos não se manifestou.

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Aprovado projeto de Tarcísio que entrega aos ruralistas áreas públicas com 90% de desconto

Com o PL do governador de São Paulo, fazendeiros que já ocupavam áreas do estado de maneira irregualr têm agora até 31 de dezembro de 2026 para aderir ao programa e legalizar tudo pagando apenas 10% do valor.

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (24) projeto do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que, na prática, entrega para ruralistas fazendas públicas com descontos de até 90%. Trata-se do Projeto de Lei 1.589/23, de autoria do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que amplia o prazo para adesão ao programa estadual de regularização de terras. Ou seja, aqueles que já ocupam grandes áreas públicas há décadas, de maneira irregular, agora têm até 31 de dezembro de 2026 para aderir ao programa e pode legalizar tudo pagando apenas 10% do valor.

São grandes fazendas localizadas na região do Pontal do Paranapanema, ocupadas há décadas por latifundiários. Ou seja, grandes fazendeiros com propriedades que se estendem inclusive por outros estados. Essas terras, consideradas devolutas, deveriam ser destinadas a programas de reforma agrária, segundo o artigo 188 da Constituição.

O governador Tarcísio, porém, se esforçou para aprovar seu projeto, ressuscitando assim a lei Lei nº 17.557, aprovada em 2022, cujo prazo para adesão caducou em 20 de janeiro passado. Ou seja, sem a prorrogação desse prazo, o programa de regularização fundiária perderia a função. O bolsonarista aparentemente venceu as dificuldades, reuniu a base na aprovação e com isso poderá anunciar a boa nova aos ruralistas aliados na Agrishow. O evento, que é o principal do agronegócio, começa neste dia 29, em Ribeirão Preto.

Na sessão extraordinária da tarde de hoje a base compareceu em peso. Foram 57 votos favoráveis. E a oposição fez o que pode para tentar barrar o projeto que tramitou em regime de urgência e sem transparência.

*RBA

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Medicamentos e serviços terão redução de 60% em impostos. Veja lista

Para ter direito ao benefício, será necessário observar um conjunto de regras aplicadas às operações que envolvem a lista de bens e serviços.

Um total de 14 bens e serviços terão redução de 60% na alíquota geral, segundo o primeiro principal texto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo. O Ministério da Fazenda apresentou o levantamento na manhã desta quinta-feira (25/4).

A lista inclui, entre outros, serviços de educação e de saúde e medicamentos. Há um conjunto de regras que deverão ser observadas nas operações que envolvem esses bens e serviços para ter direito ao benefício.

Por exemplo, no caso dos medicamentos, é exigido o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou a produção por farmácias de manipulação.

alíquota média do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que compreende o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de natureza estadual e municipal, e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, ainda será definida, mas a referência média é de 26,5%.

O valor vai depender da listagem completa de exceções que serão aprovadas.

Veja quais são os bens e serviços que terão redução de 60% na alíquota:

  • serviços de educação;
  • serviços de saúde;
  • dispositivos médicos;
  • dispositivos de acessibilidade próprios para pessoas com
  • deficiência;
  • medicamentos;
  • produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
  • alimentos destinados ao consumo humano;
  • produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente
  • consumidos por famílias de baixa renda;
  • produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e
  • extrativistas vegetais in natura;
  • insumos agropecuários e aquícolas;
  • produções nacionais artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais;
  • comunicação institucional;
  • atividades desportivas; e
  • bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional,
  • segurança da informação e segurança cibernética.
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Anistia Internacional denuncia operação da PM de Tarcísio em relatório global

Relatório com dados de 156 países destaca denúncias de execuções sumárias, torturas e prisões forjadas pela PM paulista. E menciona ações policiais na Bahia e no Rio de Janeiro.

A Anistia Internacional denunciou em âmbito internacional as violações das duas fases da operação autorizada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Baixada Santista, que matou ao menos 84 pessoas. A entidade detalha a violência praticada por agentes da Polícia Militar no litoral de São Paulo no relatório global sobre violações de direitos humanos “O estado dos direitos humanos no mundo”, divulgado nesta quarta-feira (24). O documento destaca as denúncias de “execuções sumárias, tortura e prisões forjadas” nas ações da PM até 1º de abril, quando a segunda fase da Operação Escudo foi encerrada.

relatório, porém, menciona apenas as mortes do período de julho a setembro de 2023, correspondente à primeira fase da operação Escudo, quando 28 pessoas foram mortas em 40 dias. No entanto, a organização acredita que o dado esteja subestimado diante da gravidade da situação. Já a segunda fase, chamada oficialmente de Verão – e que não foi contabilizada no documento – pelo menos 56 pessoas morreram em toda a região, segundo dados oficiais. Mas o número de mortes pode superar 62.

No início de abril, a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, todos do Psol, denunciaram Tarcísio e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. Os parlamentares os acusam de crimes contra a humanidade por conta das dezenas de mortes na operação policial. De acordo com parlamentares, a decisão de levar as acusações surgiu da ausência de investigações a respeito das suspeitas de “execuções sumárias, tortura e prisões forjadas” nas ações.

Violência policial e impunidade
A Anistia Internacional também faz menção a ações policiais na Bahia e no Rio de Janeiro. Entre elas, os seis dias de operação da PM na Favela da Maré, na capital fluminense, que deixaram 120 mil moradores sem luz, atendimento médico e aulas. A organização contabiliza que pelo menos 394 pessoas foram assassinadas por policiais em operações apenas nos três estados.

“Intervenções policiais continuaram a causar a morte de crianças e adolescentes. Em 7 de agosto, a polícia matou Thiago Menezes, de 13 anos, quando ele passeava em uma motocicleta. Em 4 de setembro, o Tribunal de Justiça do Rio decretou a prisão preventiva de quatro PMs envolvidos no crime. Em 12 de agosto, Eloah Passos, de 5 anos, foi atingida por uma bala perdida enquanto brincava dentro de casa. Em 16 de agosto, Heloísa Santos, de três anos, morreu após ser baleada dentro do carro com sua família”, lembra o relatório.

*RBA

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A mando de Zambelli, hacker Delgatti criou alvará falso para soltar integrante de facção condenado a mais de 200 anos

O objetivo, segundo a PGR, era “obter vantagem de ordem midiática e política” desmoralizando o sistema de Justiça

O hacker Walter Delgatti incluiu um falso alvará no sistema da Justiça para soltar um preso integrante da facção criminosa Comando Vermelho condenado a mais de 200 anos de prisão, informa o Blog da Julia Duailibi, no portal g1.

A informação consta em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que denunciou Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pela invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli foi denunciada como mandante do crime.

De acordo com a PGR, Delgatti invadiu outro sistema da Justiça (o Sistema Eletrônico de Execução Unificado – SEEU) e incluiu um documento para libertar Sandro Silva Rabelo, o Sandro Louco, que está preso em Mato Grosso e é tido pela polícia local como um dos líderes da facção Comando Vermelho.

Sandro Louco cumpre mais de 200 anos de prisão por conta de 15 condenações. Entre os crimes cometidos estão homicídio, latrocínio, sequestro, porte de arma, roubo e organização criminosa.

À reportagem, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso confirmou que Sandro Louco permanece preso, mas não detalhou se o alvará chegou a constar no sistema ou em qual momento foi percebido que se tratava de um documento falso.

Delgatti também incluiu alvará para a soltura de três presos no Distrito Federal. A reportagem acionou o Tribunal de Justiça do DF mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

“Os alvarás de soltura, portanto, foram elaborados a partir de invasão a sistema do CNJ. Não obstante terem sido gerados no âmbito do sistema competente, o conteúdo é falso, já que não houve o prévio regular procedimento interno, nem a assinatura real da autoridade competente”, diz a PGR, em denúncia contra Delgatti.

Segundo o órgão, Delgatti invadiu o site do CNJ “maneira livre, consciente e voluntária, sob comando da senhora Carla Zambelli” e “emitiu documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar valores juridicamente protegidos”.

Segundo o documento da PGR, Delgatti e Zambelli buscavam “obter vantagem de ordem midiática e política” por meio de um “projeto de desmoralização do sistema de Justiça”. O órgão aponta que o objetivo era causar danos ao funcionamento do judiciário, causando desconfiança por parte da população. A PGR diz que o movimento é semelhante ao que foi feito contra as urnas eletrônicas.

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Além de matar pessoas, governo Tarcísio quer matar a TV Cultura

A verduga da Fundação Padre Anchieta é a Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo Marilia Marton.

Já escrevi que o governo Tarcísio de Freitas é a maior ameaça política do país. Está miliciando a Polícia Militar, primeiro incentivando os genocídios e, agora, conferindo poder de fiscalização. Depois, investindo contra todas as instituições independentes.

Sua última investida é sobre a Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura, e um dos símbolos da sociedade civil paulistana. Ao longo do tenebroso período bolsonarista, a Cultura conseguiu se safar relativamente inteira, com exceção de alguns âncoras das rádios.

A verduga da Fundação Padre Anchieta é a Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo Marilia Marton. Apenas reeditou a perseguição que o governo Bolsonaro empreendeu contra a Fundação.

Sua primeira atitude foi cortar totalmente as verbas de manutenção da Fundação – aquelas destinadas a pagamento de salários, reformas, manutenção e lançamento de programas. Em março houve o bloqueio de R$ 35 milhões para a fundação, que teve que se virar com projetos para terceiros.

Financiamento: A Secretaria da Cultura questiona o alto custo de produção da TV Cultura, defendendo uma redução de despesas. A FPA argumenta que a verba recebida é insuficiente para manter a qualidade da programação e que cortes afetariam negativamente os serviços prestados.

Gestão: A Secretaria da Cultura deseja ter maior controle sobre a gestão da FPA, incluindo a nomeação de diretores. A FPA defende sua autonomia como entidade de direito privado, reivindicando liberdade para tomar decisões estratégicas.

Conteúdo: A Secretaria da Cultura busca direcionar a programação da TV Cultura para um público mais amplo, com foco em entretenimento e divulgação dos feitos do governo. A FPA defende a manutenção de uma programação educativa e cultural de qualidade, mesmo que direcionada a um público de nicho.

Futuro da FPA: A Secretaria da Cultura avalia diferentes modelos para o futuro da FPA, incluindo a privatização ou a fusão com outras entidades. A FPA defende sua permanência como instituição autônoma, com foco na produção de conteúdo educativo e cultural.

Antes disso, não passou incólume pelo governo José Serra, mas por puro oportunismo de Paulo Markun, que assumiu a presidência. Serra estava em fim de governo estadual e Markun ambicionava ser reconduzido ao cargo. Para mostrar serviço, rompeu o contrato com Heródoto Barbero, por críticas ao preço do pedágio, e a mim próprio, por críticas que fiz à iniciativa de Serra de gastar publicidade da Sabesp no Nordeste.

Mas, em ambos os casos, foi decisão individual de Markun. Quem me contou, na época, foi o Secretário de Cultura João Sayad. O arroubo de Markun acabou irritando o próprio Serra, que foi responsabilizado pelas demissões.

Depois de ter sido desligado da Fundação, por manter postura independente, recebi convite da TV Brasil. E fui alvo de reportagem sensacionalista da jornalista Vera Magalhães, na Folha, me “acusando” de ter sido contratado sem licitação. A repórter ouviu a próprio FPA, que falou o óbvio: não podia haver licitação para a contratação de comentaristas. Vera cortou esse trecho da reportagem. E o factóide quase gerou uma CPI proposta pelo deputado Roberto Freire.

Curiosamente, a única irregularidade da FPA ocorreu com a própria Vera, âncora do Roda Viva: a prorrogação do contrato de Vera com a FPA, assinada quatro meses antes do término do anterior, violou a lei proibitiva de assunção de despesas em final de gestão.

Nenhum dos episódios teve responsabilidade da FPA. Foram atitudes individuais de jornalistas ambiciosos. O modelo institucional da FPA, até agora, tem permitido a manutenção de uma programação de qualidade.

*Luis Nassif/GGN

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PGR denuncia deputada Carla Zambelli e hacker Walter Delgatti por invasão ao site do CNJ

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, formalizou denúncia contra a deputada federal Carla Zambeli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto no contexto das investigações sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A informação é de Julia Duailibi, no g1.

A denúncia inclui o cometimento de 10 crimes, incluindo sete relacionados à invasão de dispositivo informático, conforme estipulado no artigo 154-A do Código Penal, e três por falsidade ideológica, previstos no artigo 299 do mesmo código, devido à inserção de documentos falsos no sistema.

De acordo com a Polícia Federal, a invasão ao site do CNJ ocorreu em novembro de 2022. No dia 4 de janeiro de 2023, Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do órgão, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), supostamente assinado pelo próprio magistrado.

Em depoimento à PF, Delgatti afirmou que Zambeli redigiu o falso mandado, uma alegação que a deputada nega veementemente. Além disso, o hacker adicionou ao sistema uma falsa quebra de sigilo das contas bancárias do ministro.

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Após novos ataques ao STF, Malafaia precisa ser investigado, diz jurista

Terceirizando ataques de Bolsonaro, Malafaia chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador de toga” e “ameaça à Nação”. Além disso, incitou comandantes militares a se insurgirem contra o Supremo.

Em ato esvaziado que reuniu bolsonaristas neste domingo (22), em Copacabana, no Rio de Janeiro, coube ao pastor Silas Malafaia a tarefa de atacar a Justiça, em especial o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já é alvo das investigações sobre tentativa de golpe no Brasil, terceirizou ao religioso os principais ataques às instituições, como forma de se preservar.

Um dos organizadores do ato, Malafaia voltou a chamar Moraes de “ditador de toga” e “ameaça à Nação”, acusando-o de promover suposta “censura” no Brasil e chegou a pressionar pelo impeachment do ministro. Ao mesmo tempo, o pastor minimizou a chamada “minuta do golpe“.

“Há dois anos, eu chamo o ministro Alexandre de Moraes de ‘ditador da toga’. Alexandre de Moraes, quem te colocou como o censor da democracia? Quem é você para falar o que um brasileiro pode ou não falar? Todo ditador tem um ‘modus operandi’. Prende alguns para colocar medo nos outros para que ninguém o confronte”, disse o pastor.

Além disso, incitou os comandantes militares a renunciarem, em reação ao que entende como abusos cometidos pelo STF. “Se esses comandantes militares honram a farda que vestem, renunciem aos seus cargos. E que nenhum outro general de 4 estrelas assuma até que haja uma investigação profunda do Senado”, afirmou.

Malafaia nos inquéritos
Para o jurista Marcelo Uchôa, Malafaia “sonha” em ser alvo de um pedido de prisão por parte do ministro Alexandre de Moraes. Assim, poderia posar como uma espécie de “mártir” em favor da uma suposta liberdade de expressão. Ao mesmo tempo, uma ação mais dura contra ele poderia, segundo os bolsonaristas, ensejar a suspeição do ministro.

“Ele não é um pastor, ele é um político. A gente sabia que ele já era um empresário que capitalizava através da fé, mas o que ele fez ontem foi, como um político, ir para cima de um trio elétrico e atacar o STF e especificamente o ministro Alexandre de Moraes”, afirma o jurista.

Professor da pós-graduação em Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor), Uchôa afirma que uma eventual suspeição de Moraes já é questão “superada” no STF. E defende a inclusão de Malafaia no inquérito que investiga a tentativa de golpe, e também naquele que investiga a atuação das milícias digitais.

“O pastor Malafaia resolveu assumir o protagonismo, então, ele precisa ser investigado dentro de todos esses inquéritos, e havendo necessidade, precisa, sim, ser determinada medida cautelar contra ele também”, afirma o professor. “O que não cometeu de crime, ele cometeu de fake news. Então, assim, se você considerar que uma boa parte do discurso dele foi pautado em fake news, só aí ele já tá cometendo uma atitude criminosa”.

Pregação de golpe
Sobre os ataques a Moraes, Uchôa afirma que caberia o indiciamento de Malafaia por crimes contra a honra. Ou então, por calúnia, injúria ou difamação. Mais grave ainda, segundo ele, foram as palavras que dirigiu à cúpula militar.

“É muito mais grave, porque é sutil, faz de conta que é uma liberdade de expressão”, afirmou. “Mas, ao mesmo tempo, a gente sabe que ele tá estimulando a multidão a fazer, aquela balbúrdia, aquela discórdia que levou ao 8 de janeiro“.

Ao tentar deslegitimar a “minuta do golpe”, estaria atacando a credibilidade do próprio STF. “É preciso que as autoridades levem isso a sério. Afinal de contas, houve ou não uma tentativa de ruptura institucional no Brasil? Houve ou não uma ameaça a um processo eleitoral? Se houve tudo isso, então essas pessoas estão mentindo. Não podem ficar reverberando o discurso de ódio”.

Religiosidade e confusão
O jurista atenta ainda para a instrumentalização do discurso religioso. “Tem pessoas que pensam que aquele cidadão é um ser iluminado que representa Deus. Quer dizer, é um estelionatário da fé que agora resolveu fazer política abertamente. Então, deixe de ser pastor, se candidate e vá assumir as consequências das coisas que fala.”

Ele diz ainda que há limites para a liberdade de expressão. “A liberdade de expressão, ela fica condicionada também a respeitar a harmonia social. Se for pra divulgar o ódio, se for pra divulgar mentira, se for pra divulgar a mobilização social de forma injusta e usando da má fé, isto aí é claro que não é liberdade de expressão e tem que ser evidentemente repreendido”.

Nesse sentido, Uchôa afirma que inclusive Bolsonaro deveria ser alvo de um pedido de prisão preventiva. Isso porque, tanto em Copacabana, como na Avenida Paulista, em fevereiro, o ex-presidente atacou as instituições ao clamar pela inocência dos golpistas ou por ainda levantar suspeitas sobre o resultado das urnas. Soma-se a isso o fato de ter se escondido na embaixada da Hungria, durante o Carnaval, justamente após lançar a convocação para o ato em São Paulo.

“Já está demonstrado que eles são organizados, que eles sabem o que estão fazendo e que eles não estão pensando em curto prazo. Por isso que a gente tem que ficar muito atento. E por isso que eu acho que a medida judicial ela tem que ser mais efetiva. Não adianta só prender aqueles caras que fizeram o dia 8 de janeiro. Tem que prender os financiadores e os mandantes, porque esses que continuam fazendo ainda a confusão, a mobilização contrária ao processo democrático e tentando desestabilizar o país”.

*RBA

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O caso Daniela Lima e o exercício do jornalismo, por Luís Nassif

Essas disputas de rede social fazem mal para o jornalismo.

A última treta foi a exploração de uma discussão tola entre Daniela Lima, Leilane Neubarth e Fernando Gabeira. Tola, devido ao primarismo de Leilane e Gabeira, de questionar a informação de Daniela, de que o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz havia impedido a liberação de Lula, após o habeas corpus concedido por seu colega Rogério Favreto.

Daniela mencionou o episódio e foi admoestada pelos dois colegas, que não era isso que estava sendo julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no julgamento que levou ao afastamento de três desembargadores do TRF-4.

Sempre que um personagem é citado, há a necessidade de contextualizar, para que os espectadores saibam alguma coisa marcante sobre ele. E o que de mais marcante se sabe sobre Thompson Flores foi sua atitude de atropelar as prerrogativas do colega, em um fim de semana, para uma medida política. O que Leilane e Gabeira deveriam ter feito era mostrar outro episódio nacionalmente marcante na carreira de Thompson Flores. Não mostraram porque não conheciam, e porque, fora suas arbitrariedades na Lava Jato, Thompson Flores é um ilustre desconhecido do Brasil.

Logo, sua crítica à colega teve o claro intuito de patrulhamento, um processo algo sórdido de competição nas redações.

A bola fora foi as redes politizarem o fato. Daniela não agiu como atriz política, mas como jornalista, como um bom time de jornalistas da GloboNews que tentam cavar espaço para o bom jornalismo. O maior desserviço seria confundir essa ação jornalística como um ato político. Ajudaria apenas a fortalecer o patrulhamento e a prejudicar o jornalismo.

*Luis Nassif/GGN

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O cronograma da PF para os indiciamentos de Jair Bolsonaro

A depender do planejamento da Polícia Federal, Jair Bolsonaro e seus aliados terão um indiciamento por mês até o final do semestre.

A depender do planejamento da Polícia Federal, Jair Bolsonaro e seus aliados terão um indiciamento por mês até o final do primeiro semestre do ano: um em maio e outro em junho.

A PF acredita que até maio o inquérito sobre a venda das joias da Arábia Saudita será finalizado. Para junho, a corporação prevê o fim do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado por Bolsonaro e seus pares.

Nesta semana, uma equipe de Polícia Federal irá aos Estados Unidos para obter mais informações da cooperação internacional com o FBI sobre a venda das joias por Bolsonaro, Mauro Cid e o pai de Cid, o general Mauro César Lourena Cid, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

A corporação acredita que, com as informações obtidas com a cooperação com o FBI, o inquérito será finalizado. Em maio, o relatório será concluído e o indiciamento pedido.

Em junho, será a vez do mais importante dos três inquéritos abertos contra Jair Bolsonaro, sobre os esforços para dar um golpe em 2022, culminando no 8 de Janeiro, em 2023.