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Programa Terra da Gente: Ampliando a Reforma Agrária, governo Lula anuncia entrega de 12 mil lotes

Lula participa de evento em Minas Gerais e anuncia investimentos bilionários em créditos, educação e desenvolvimento rural.

O governo federal oficializa, nesta sexta-feira (7), um amplo pacote de medidas voltadas para a reforma agrária, durante evento no Complexo Ariadnópolis, em Campo do Meio (MG). A cerimônia, que contará com a presença do presidente Lula (PT), marca a entrega de 12.297 lotes para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais espalhados por 24 estados. No total, são 385 mil hectares de terras destinadas à produção agrícola familiar e à inclusão produtiva.

O programa Terra da Gente também receberá um reforço financeiro significativo. O governo anunciará um investimento de R$ 1,6 bilhão em 2025 para o Crédito Instalação, destinado à construção de moradias, apoio inicial aos assentados e incentivo à participação de jovens e mulheres na reforma agrária. A expectativa é de que pelo menos 18 mil famílias sejam contempladas com novas residências. Além disso, será autorizada uma nova rodada do Pronaf A, com liberação de créditos de até R$ 50 mil e juros reduzidos entre 0,5% e 1,5% ao ano.

Outro investimento de peso será feito no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que receberá R$ 1,1 bilhão. Entre 2023 e 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquiriu 249 mil toneladas de alimentos de cooperativas e associações, sendo que 26% dos fornecedores eram assentados da reforma agrária. A tendência é que a compra de produtos desses pequenos agricultores aumente em 2025.

Novos decretos para reforma agrária – Durante a cerimônia, Lula assinará sete decretos que reconhecem como de interesse social 13.307 hectares de terras para fins de reforma agrária, beneficiando cerca de 800 famílias. Os decretos abrangem propriedades em diferentes estados, incluindo as fazendas Ariadnópolis (3.182 ha), Mata Caxambu (248 ha) e Potreiro (204 ha), todas localizadas no Complexo Ariadnópolis, em Minas Gerais. Outras áreas beneficiadas estão em Pau-d’Arco (PA), Formosa (GO), Barbosa Ferraz (PR) e Cruz Alta (RS), somando um investimento de R$ 189 milhões.

A reforma agrária também contará com a criação de novos projetos de assentamento, graças a um investimento de R$ 383 milhões, contemplando 528 famílias. Os projetos estão distribuídos em municípios como Alcobaça (BA), Teixeira de Freitas (BA), Goiana (PE), Pirapora (MG), Castro (PR), Muquém de São Francisco (BA), Primavera do Leste (MT) e Marabá (PA).

Regularização de dívidas e incentivos produtivos – Outro destaque do evento será a assinatura de contratos de renegociação de dívidas do programa Desenrola Rural, que oferece descontos de até 96% para assentados da reforma agrária refinanciarem seus débitos. Essa medida busca facilitar o acesso ao crédito e evitar que agricultores familiares fiquem inadimplentes.

Também serão entregues 243 títulos de terras pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), totalizando investimentos de R$ 53,7 milhões. Além disso, dez famílias assentadas nos estados de Tocantins, Mato Grosso, Bahia, Pará e Acre receberão títulos definitivos no âmbito do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Com 247.

Parcerias para fomentar produção e tecnologia – Durante o evento, o governo assinará dois acordos estratégicos. O primeiro será firmado com a Itaipu Binacional, garantindo um benefício de R$ 4,6 mil para cada uma das 2,5 mil famílias acampadas em situação de vulnerabilidade, voltado a investimentos produtivos. O segundo acordo será com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), destinando R$ 15 milhões para o desenvolvimento de bioinsumos e mecanização da agricultura familiar.

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Medidas para baixar preço de alimentos e tarifas de importação zero são anunciadas por Alckmin

Governo passou o dia em reuniões para tentar alternativas para a inflação dos alimentos; medidas devem valer em breve.

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira (6) que o governo criou medidas para tentar baixar o preço de alimentos. As medidas incluem zerar a tarifa de importação para alguns produtos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.

Alckmin afirmou que as medidas vão passar a valer “em poucos dias”. Segundo o vice-presidente, “o governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”.

Alckmin foi questionado sobre o impacto das medidas nos produtores nacionais, que vão ter que lidar com um produto mais barato vindo de fora. “Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando”, disse Alckmin.

As medidas foram anunciadas após reunião do presidente com ministros e empresários do setor de alimentos e abastecimento no Palácio do Planalto.

Alckmin

Alckmin: alimentos e imagem do governo
A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações do governo Lula no momento. Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o presidente enfrenta atualmente.

Veja como ficam as tarifas de importação anunciadas:

Carne

Tarifa de importação atual: 10,8%

Nova tarifa: 0%

Café

Tarifa de importação atual: 9%

Nova tarifa: 0%

Açúcar

Tarifa de importação atual: 14%

Nova tarifa: 0%

Milho

Tarifa de importação atual: 7,2%

Nova tarifa: 0%

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Taxas de juros do 1º e 2º mandatos de FHC: 38% e 45%. Governos Dilma: 26,5% e 13,75%. Mas para a mídia Dilma é que foi desastrosa

O neoliberalismo como fábula e o neoliberalismo como ele de fato é.

O Globo aposta numa amnésia coletiva quando entrevista Gustavo Loyola, presidente do BC de FHC para dar conselhos a Lula e atacar Dilma

Pior, o camarada tenta justificar o golpe que Dilma sofreu com apoio massivo do próprio Globo, numa campanha de desqualificação criminosa nunca vista no país.

Loyola afirma que o golpe do “impeachment” se deu contra ela porque a taxa Selic, em seu segundo mandato, chegou a 13,75%.

Comparado aos 45% do 2º mandato de FHC, não tem nem graça comentar porque a taxa Selic de FHC foi mais de três vezes maior que a de Dilma, e FHC não teve qualquer problema para cumprir seu desastroso 2º mandato, pois contou com apoio irrestrito da mesma mídia que bombardeou Dilma.

Detalhe: FHC apoiou publicamente o golpe contra Dilma.

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Prazo para Bolsonaro se defender das acusações sobre golpe de Estado termina hoje

Para a procuradoria, Bolsonaro cometeu o crime de organização criminosa armada e outros quatro delitos.

Termina hoje o prazo para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente defesa para as acusações que constam na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado ocorrida no país.

Os advogados do ex-presidente e Bolsonaro solicitaram a ampliação do prazo, mas o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, manteve o tempo de 15 dias.

A defesa pediu prazo de 83 dias, argumentando que esse foi o tempo utilizado pela PGR para formular a denúncia. Alegou também que não teve acesso a todos os documentos do processo.

Moraes, no entanto, rejeitou o pedido, dizendo que há “integral acesso aos autos e ao sistema” e a todos os elementos de prova disponíveis.

Com isso, a equipe do ex-presidente precisa protocolar sua manifestação até o fim desta quinta-feira (6).

Para a procuradoria, Bolsonaro cometeu os seguintes crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Prazos distintos
Nem todos os 34 denunciados têm o mesmo prazo de resposta. É o caso do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que pode se manifestar até sexta-feira (7).

A diferença tem a ver com o momento em que cada um foi intimado. Bolsonaro recebeu sua intimação em 19 de fevereiro, com prazo de 15 dias se encerrando nesta quinta-feira.

Já Braga Netto foi intimado um dia depois, em 20 de fevereiro, e, por isso, tem até sexta-feira para responder.

Bolsonaro pediu Impedimento
Além do pedido de ampliação do prazo, os advogados de Bolsonaro solicitaram que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se declarassem impedidos de julgar o caso.

A defesa alega que Dino poderia não ser imparcial, pois, em 2021, quando era governador do Maranhão, entrou com uma queixa-crime contra Bolsonaro.

À época, o então presidente acusou o governador de não utilizar a Polícia Militar para reforçar a segurança durante sua visita ao estado.

Sobre Zanin, a defesa do ex-presidente argumentou que ele atuou como advogado do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

E que em um processo relacionado às eleições de 2022, ele se declarou impedido de julgar por ter defendido o partido na época, segundo o ICL.

Apesar das alegações da defesa, os dois ministros afirmaram não haver impedimentos e reafirmaram que estão aptos a analisar a denúncia da PGR.

O caso será julgado pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

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Em drible da vaca de Lula sobre Trump, Paraguai deleta candidato à OEA

Decisão do Paraguai de retirar candidatura de nome conservador ocorre após Lula entrar em campo e fechar coalizão por diplomata do Suriname para a OEA.

O nome disso é sagacidade política, mas pode chamar de drible da vaca.

Saída à francesa

O Paraguai deletou a candidatura de Rubén Ramírez Lezcano à presidência da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O ministro de Relações Exteriores paraguaio representa um governo de direita e conservador, sendo visto como o então favorito por Trump.

Rubén Ramírez foi escanteado depois que Lula fechou acordo direto com com Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai para apoiar o diplomata de Suriname Albert Ramdin.

Gol de placa de Lula!

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Governo Lula estuda MP para retaliar barreiras comerciais de Trump

Diante das barreiras protecionistas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da falta de avanço nas negociações com a Casa Branca, o governo brasileiro avalia a edição de uma Medida Provisória (MP) para criar mecanismos legais de retaliação comercial. A iniciativa visa garantir uma resposta rápida às sobretaxas norte-americanas, sem depender do longo trâmite do Congresso.

Segundo a CNN Brasil, a possibilidade de editar uma MP é vista na Esplanada dos Ministérios como uma alternativa ao Projeto de Lei 2088/2023, que tramita no Senado com o mesmo teor. O projeto foi apresentado originalmente em meio às ameaças da União Europeia de impor restrições a produtos agrícolas brasileiros, sob a justificativa de preocupação com o desmatamento na Amazônia.

A proposta, batizada de PL da Reciprocidade Ambiental, foi articulada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e protocolada pelo senador Zequinha Marinho (PL-PA). O projeto estabelece que o Brasil também possa impor exigências ambientais a produtos de países ou blocos que adotem medidas semelhantes contra as exportações brasileiras.

A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS), relatora do texto, ajustou a proposta para incluir mecanismos de retaliação comercial em resposta às ameaças de Trump. O texto revisado teve respaldo do governo Lula e recebeu aval de ministérios como o MDIC (Indústria e Comércio) e o Itamaraty.

Ainda conforme a reportagem, o relatório de Tereza Cristina foi concluído na sexta-feira (28) e está pronto para votação na Comissão de Meio Ambiente do Senado. A senadora já se reuniu com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para acelerar a tramitação. Uma das hipóteses é aprovar o texto em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sem necessidade de passar pelo plenário. De acordo com o 247, o substitutivo apresentado pela ex-ministra autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a suspender concessões comerciais e direitos de propriedade intelectual (patentes) como resposta a ações unilaterais de países ou blocos que prejudiquem a competitividade dos produtos brasileiros.

Com as sobretaxas ao aço prestes a entrar em vigor e Trump ameaçando ampliar barreiras comerciais, o governo brasileiro quer garantir instrumentos legais para adotar retaliações. O Planalto estuda a publicação de uma MP nos mesmos moldes do substitutivo de Tereza Cristina, com discussões concentradas no MDIC.

A principal diferença entre as duas propostas é a agilidade. Enquanto o projeto de lei precisa passar pelo Senado e pela Câmara, uma MP tem efeito imediato, podendo ser usada como ferramenta de pressão nas negociações com os EUA.

Atualmente, para retaliar um país, o Brasil precisa de aval da Organização Mundial do Comércio (OMC). Foi assim na “guerra do algodão”, quando o Brasil obteve autorização para impor tarifas adicionais a produtos americanos após comprovar subsídios ilegais aos cotonicultores dos EUA. No entanto, a OMC está paralisada e Trump tem ameaçado ignorar as regras do comércio internacional.

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Polêmica ONG Internacional é usada pela Globo para atacar STF

Organização, que se beneficiaria de recursos da Petrobras na gestão da Lava Jato, tenta desqualificar decisão que expôs abusos da operação.

O jornal O Globo voltou a recorrer à polêmica ONG Transparência Internacional – Brasil para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a já desmoralizada Operação Lava Jato. A entidade, que chegou a ser cotada para receber recursos de uma fundação bilionária que seria criada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol com dinheiro da Petrobras, apresentou à Organização dos Estados Americanos (OEA) um relatório em que acusa um suposto “desmonte do combate à corrupção” no Brasil.

A iniciativa, amplificada pelo Globo, omite um ponto central: o combate à corrupção foi transformado em um instrumento de guerra jurídica e política para desestabilizar a economia nacional e facilitar a venda de empresas estratégicas do país.

A crítica da Transparência Internacional se concentra na decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que, em setembro de 2023, anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor), expondo a ilegalidade das investigações conduzidas pela Lava Jato. Para a ONG, essa decisão seria um golpe no “combate à corrupção”. No entanto, o que O Globo e seus aliados evitam mencionar é que esse “combate” foi conduzido de maneira seletiva, ilegal e com interesses externos, provocando o enfraquecimento da indústria nacional e a perda de milhares de empregos.

O escândalo dos recursos da Petrobras para a Lava Jato

A Transparência Internacional – Brasil, que hoje se coloca como uma defensora da integridade, foi diretamente ligada a um projeto altamente questionável da Lava Jato. O ex-procurador Deltan Dallagnol planejava a criação de uma fundação privada para administrar bilhões de reais desviados da Petrobras, obtidos por meio de acordos firmados com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Parte desses recursos poderia ser destinada à ONG, que, na época, mantinha relações próximas com os procuradores de Curitiba.

A iniciativa foi barrada pelo STF, que identificou a manobra como uma tentativa de privatizar a Justiça brasileira, desviando dinheiro público para uma entidade sem transparência e com claras ligações com interesses estrangeiros. Ainda assim, a ONG segue atuando como porta-voz de uma narrativa que busca deslegitimar o STF e manter viva a retórica da Lava Jato, ignorando o impacto devastador da operação na economia nacional.

A Lava Jato como instrumento de destruição econômica

A decisão de Toffoli que anulou as provas da Odebrecht foi baseada no fato de que elas foram obtidas de forma ilegal e sem garantias mínimas de devido processo legal. O STF, ao longo dos últimos anos, tem exposto como a Lava Jato utilizou delações forçadas e acordos suspeitos para perseguir alvos políticos e empresariais específicos, destruindo grandes empresas brasileiras e favorecendo concorrentes estrangeiros.

O saldo da Lava Jato para o Brasil foi catastrófico. Empresas estratégicas como a Odebrecht, a OAS e a Andrade Gutierrez foram devastadas, resultando na perda de milhares de empregos qualificados e na paralisação de projetos de infraestrutura fundamentais para o país. A Petrobras, alvo central da operação, viu seu valor de mercado despencar, enquanto seus ativos foram vendidos a preços baixos para grupos nacionais e estrangeiros, segundo o 247.

Apesar dessas consequências, O Globo continua a alimentar a falsa narrativa de que a Lava Jato foi um marco positivo para o Brasil e que qualquer correção de suas ilegalidades seria uma afronta ao “combate à corrupção”. Essa estratégia de distorção da realidade serve apenas para justificar os danos causados ao país e perpetuar a influência de organizações que atuaram em conluio com interesses externos para enfraquecer a economia nacional.

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Exército já avalia locais para prisão de Bolsonaro, priorizando unidades militares

Preocupações com aglomerações de apoiadores e segurança das Forças Armadas marcam as discussões.

As discussões entre oficiais do Exército já começaram a se concentrar sobre onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá cumprir pena, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua suposta tentativa de golpe de Estado. Um dos principais pontos de preocupação é a possibilidade de manifestações em frente à unidade militar onde Bolsonaro poderá ser alojado, considerando a grande mobilização de seus seguidores.

Embora ainda exista um receio de que o julgamento sobre a tentativa de golpe avance apenas em 2026, os militares estão se preparando para possíveis cenários. O STF tem uma expectativa de que a análise dos 34 denunciados ocorra até o final deste ano, mas a quantidade de réus torna essa previsão incerta. A intenção dos oficiais é que haja uma organização prévia, caso a situação se torne crítica.

A principal preocupação gira em torno de Jair Bolsonaro, que, devido ao seu passado como chefe de Estado e ex-integrante das Forças Armadas, poderá cumprir pena em uma unidade militar. Ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de liderar uma organização criminosa voltada para um golpe de Estado, o que ele nega veementemente. Em contrapartida, o ex-presidente poderia ser encaminhado a uma unidade da Polícia Federal, similar ao que ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou preso em uma sala especial por 580 dias em Curitiba.

Prisão de Braga Netto e usada como parâmetro

Contudo, a hipótese mais provável é que Bolsonaro cumpra pena em uma unidade militar. As instalações que ele ocuparia seriam equivalentes às que estão sendo utilizadas por Braga Netto, também denunciado, no quartel da 1ª Divisão do Exército, localizado na Vila Militar do Rio de Janeiro. Esse espaço é equipado com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro privativo.

Entre os locais considerados, um espaço no Comando Militar do Planalto, em Brasília, é uma das opções analisadas. No entanto, nenhum passo concreto foi dado até o momento, e essas discussões ainda estão em fase preliminar. Embora o Código Penal Militar preveja a criação de espaços especiais para ex-presidentes, é necessário considerar que isso também pode gerar um fluxo de apoiadores, lembrando as aglomerações que ocorreram durante o acampamento de manifestantes em frente a quartéis durante as eleições passadas.

A possibilidade de tumultos e a pressão de seguidores de Bolsonaro para que se posicionem em favor dele são preocupações reais para os militares, que desejam evitar novas tensões nas Forças Armadas. Durante a prisão de Lula, por exemplo, manifestantes se aglomeraram em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, criando um clima tenso. No caso de Bolsonaro, o temor é de que a situação se repita, gerando novos desafios para as instituições militares, segundo a Folha de S, Paulo.

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Negócios entre Brasil e China é o que envolve a conspiração de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Entreguista, deputado deixa claro que um de seus objetivos é minar parcerias sino-brasileiras para beneficiar o governo dos Estados Unidos.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está praticamente morando nos Estados Unidos e já cogita não retornar ao Brasil. Desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro, o deputado federal viajou três vezes ao país norte-americano, onde tem permanecido para articular ataques ao governo brasileiro e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O filho de Jair Bolsonaro tem se aliado a parlamentares da extrema direita estadunidense para pressionar o governo dos EUA a adotar retaliações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a trama golpista, e até mesmo sanções contra o Brasil.

O objetivo é claro: constranger Moraes e o governo Lula com o respaldo dos EUA, tentando influenciar o curso da investigação sobre a tentativa de golpe. A intenção final é livrar Jair Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo politicamente para um eventual retorno ao Palácio do Planalto. Além disso, Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o Brasil como forma de enfraquecer a gestão de Lula e pavimentar o caminho para que seu pai volte ao poder.

Diante dessas articulações, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo que Eduardo seja investigado e tenha o passaporte apreendido. O petista argumenta que as ações do parlamentar configuram crime de lesa-pátria e tentativa de interferência no curso das investigações conduzidas pelo Judiciário brasileiro.

A conspiração de Eduardo Bolsonaro, no entanto, não se limita a pressões contra Moraes e o STF. O deputado também tem se movimentado para minar as relações comerciais entre Brasil e China, favorecendo os interesses de Washington. O fortalecimento das parcerias sino-brasileiras representa uma ameaça à influência dos EUA no país, e Eduardo busca barrar acordos estratégicos firmados entre os dois governos, diz a Forum.

Em entrevista a um canal de extrema direita dos EUA nesta terça-feira (4), o deputado afirmou que a representação de Rogério Correia tem como objetivo impedir que ele assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) da Câmara dos Deputados. O comando das comissões será definido na próxima semana pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e parlamentares governistas se articulam para impedir que Eduardo assuma o colegiado.

Na mesma entrevista, Eduardo Bolsonaro deixou claro que, caso presida a Comissão de Relações Exteriores, trabalhará para dificultar a aprovação dos acordos firmados entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente chinês Xi Jinping. Sua estratégia envolve barrar esses tratados dentro da comissão, enfraquecendo as relações sino-brasileiras e beneficiando diretamente o governo Trump.

Ao compartilhar a entrevista em seu canal no Telegram, Eduardo Bolsonaro deixou clara essa intenção:

“Entre os 37 acordos assinados por Lula com Xi Jinping no G20, que precisam ser aprovados na Comissão, estão temas sensíveis como tecnologia nuclear, fornecimento de urânio, telecomunicações, controle digital e mídia. Seria coincidência que agora querem me impedir de assumir a comissão que irá avaliar esses acordos tecnicamente e que pode barrá-los caso identifique eventuais obstáculos ao interesse nacional brasileiro? O que está em jogo pode não ser apenas o meu passaporte, pode ser a própria soberania do Brasil”, escreveu o deputado.

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O silêncio de Tarcísio sobre o Oscar do Ainda Estou Aqui revela seu bolsonarismo latente

Governador de SP seguiu nas redes sociais o movimento de outros líderes da extrema-direita.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ignorou a vitória inédita do Brasil no Oscar do último domingo (2), com o filme “Ainda Estou Aqui”.

Tarcísio seguiu nas redes sociais o movimento de outros governadores bolsonaristas que optaram pelo silêncio diante da premiação.

“Ainda Estou Aqui” retrata a história da advogada paulistana Eunice Paiva, cujo marido, o deputado federal cassado Rubens Paiva, foi sequestrado e assassinado pela ditadura militar no início da década de 1970.

Jair Bolsonaro (PL) defendeu o regime durante toda sua carreira política e mantinha em seu gabinete, quando deputado, fotos como do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi do Exército. Antes da premiação, há uma semana, o ex-presidente havia feito críticas ao filme, em entrevista.

Tarcísio tem histórico de comemorar feitos brasileiros nas redes
Tarcísio tem histórico de usar suas redes sociais para comemorar feitos de brasileiros em competições internacionais.

O caso mais recente foi o do tenista João Fonseca, após sua vitória no ATP de Buenos Aires, em fevereiro.

“É mais um talento brasileiro despontando para o mundo, carregando as cores da nossa bandeira”, escreveu na ocasião.

Antes disso, durante as últimas Olimpíadas, a ginasta Rebeca Andrade e a judoca Beatriz Souza, ambas medalhistas de ouro, também haviam sido homenageadas pelo governador, que é cotado para disputar a Presidência da República em 2026.

Nesta terça (4), ele publicou também uma mensagem parabenizando a Rosas de Ouro por seu oitavo título do Carnaval paulistano.

A “Folha de S.Paulo” questionou o Palácio dos Bandeirantes sobre o silêncio em relação à premiação de cinema, mas não obteve resposta.

Quando criticou o filme, Bolsonaro tinha sido questionado se torceria pela produção e pela atriz Fernanda Torres e se esquivou, respondendo: “A mensagem ali é política. Ela falou, por exemplo, que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Por quê? Eu proibi alguém de fazer alguma coisa? Cassei a concessão de alguém?”

Em fevereiro, o diretor Walter Salles concedeu à “CNN” americana e havia afirmado que o filme é um “produto do retorno da democracia ao Brasil”, com a derrota do ex-presidente para Lula (PT), em 2022, e que no governo anterior “Ainda Estou Aqui” não teria como ser filmado.

Durante o mandato do ex-presidente, o diretor Wagner Moura enfrentou uma série de entraves com a Ancine para o lançamento do filme “Marighella”, que retrata a história do deputado cassado Carlos Marighella, militante comunista e integrante da luta armada contra o regime, morto em 1969, segundo Bruno Ribeiro, ICL.

Em resposta pública a queixas de Moura, o então secretário de Cultura de Bolsonaro, Mario Frias, afirmou que não haveria verba pública para “lixo panfletário”.

Bolsonaristas
Outros governadores bolsonaristas tiveram comportamento semelhante ao de Tarcísio. Romeu Zema (Novo), de Minas, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, apontados como possíveis presidenciáveis, não fizeram nenhuma citação à vitória brasileira. O goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se declara pré-candidato, publicou nos stories no Instagram palmas e uma bandeira brasileira.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que se declara apoiador de Bolsonaro e se aliou ao ex-presidente nas eleições municipais do ano passado, deu “parabéns a todos” pela vitória histórica de domingo. “Mais um orgulho em ser brasileiro, a cidade de São Paulo está em festa”, escreveu.

Tarcísio tem concentrado suas publicações nas redes sociais, nesta semana, em uma ação de policiais que entram em blocos de Carnaval fantasiados para tentar deter ladrões de celulares.

O governador publicou uma imagem de policiais vestidos de Power Rangers no domingo e outra com os personagens dos jogos Super Mario na segunda. Ambas tiveram mais de 180 mil curtidas.