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Para incriminar Lula, Palocci embolsou R$ 30 milhões e não agiu sozinho

Antonio Palocci não vale nada, já se sabia, mas é preciso também verificar a responsabilidade dos policiais federais e do desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, na fraude que foi a delação do ex-ministro.

Durante mais de dois anos, Palocci se ofereceu a Moro para delatar. Ameaçou entregar a Globo e bancos, em depoimento que tratou de outro assunto.

Até a força-tarefa de Curitiba rejeitou, talvez em uma estratégia que só se compreenderia mais tarde: terceirizar a responsabilidade.

Na época, em chat privado, a procuradora Laura Tessler chegou a comentou sobre a farsa, como se saberia pela Vaza Jato.

“Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.

“O melhor é que (Palocci) fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, acrescentou Antônio Carlos Welter.

Moro também achava a delação fraca, segundo as conversas do chat que se tornariam públicas.

Mesmo assim, divulgou um dos anexos da delação quando faltava uma semana para o primeiro turno das eleições de 2018.

Quem negociou delação e tomou os depoimentos foi a Polícia Federal em Curitiba — braço da Lava Jato. E quem homologou foi o amigo de Moro no TRF-4, João Pedro Gebran Neto.

Com o acordo, Palocci deixou a cadeia, com 30 milhões de reais lavados pela Justiça, já que esse dinheiro se encontrava bloqueado por ser resultado dos crimes que o próprio ex-ministro cometeu.

Em reportagem publicada hoje, com base no relatório da PF para investigar denúncias apresentadas na delação sobre vazamento de informação privilegiada do Banco Central, o Conjur informa os únicos delitos comprovados até agora “foram praticados pelo próprio Palocci”.

Ele “falsificou agendas de compromissos e contratos para dar ares de veracidade ao que disse”, registra.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, não tem dúvida de que a delação atendeu a interesse político.

“Sempre dissemos que a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para praticar lawfare contra o ex-presidente Lula. Na semana passada o Supremo Tribunal Federal acolheu um dos recursos que levamos à Corte para reconhecer que Moro agiu de forma ilegal e com viés político ao anexar, de ofício, essa delação ao processo de Lula seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018. Agora a Polícia Federal concluiu que a mesma delação é um nada. Isso reforça que sempre estivemos na direção certa e que Moro e a Lava Jato praticaram intenso lawfare para tentar aniquilar Lula e para isso colocaram o país numa situação terrível”, afirmou.

Com fortuna legalizada, Palocci aplicou um golpe, mas se engana quem imagina que a Justiça foi vítima.

Como mostram os diálogos da Vaza Jato, só acreditou nele quem quis ou quem também viu algum benefício nas mentiras que Palocci contava.

Benefícios não para o sistema de justiça, mas para se encaixar em jogo político ou algo ainda mais imoral do que isso.

Se não forem responsabilizados — e é difícil que seja, já que a delação é como um contrato e, portanto, se caracteriza como ato jurídico perfeito –, os responsáveis pela delação de Palocci devem ser expostos à execração pública.

São cúmplices.

 

*Joaquim de Carvalho/DCM

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Mercado entra em parafuso com apostas de furo ao teto de gastos. XP fala em dólar a R$ 6,50

Segundo o Infomoney, Investidores ouvidos pela XP Investimentos veem dólar a R$ 6,50 e Ibovespa a 80.000 pontos caso âncora fiscal seja extinta

Uma sondagem feita pela XP Investimentos com 72 investidores institucionais, entre a noite de quinta e a manhã de sexta-feira (14), mostra que 67% acreditam que a âncora fiscal será “furada” de alguma forma a partir do ano que vem.

A maioria dos entrevistados (53%) acredita que o teto de gastos será alterado ou driblado de alguma forma a permitir gastos adicionais do governo.

Segundo o levantamento, entre os que esperam o descumprimento da regra, a média das projeções indica um “transbordamento” de R$ 54 bilhões em relação ao limite de R$ 1,485 trilhão fixado para o orçamento do ano que vem. O valor do teto é formado a partir da inflação medida pelo IPCA do IBGE nos doze meses encerrados em junho (2,13%).

Entre os entrevistados, 44% são gestores, 32% economistas e 15% traders. A maior parte do público atua em gestoras (68%). Outros 24% trabalham em bancos ou instituições financeiras.

O fura-teto, Bolsonaro, quer mais é que o teto se exploda. Ele quer se manter no poder para cercar frango e não deixar que as investigações contra o clã avancem, pois do contrário, vai a família toda em cana.

Trocando em miúdos: responsabilidade fiscal é mantra sagrado para quem só pensa em Estado mínimo.

Bolsonaro não tem projeto de Estado e nem de mercado, ele sempre teve projetos pessoais que inclui apenas os do clã e, por isso, não vai querer abandonar o que embala sua popularidade, que é o auxílio emergencial, o que está deixando o mercado, que tem fobia de pobre, em completo estado de horror com o monstro que alimentou até aqui.

 

*Da redação

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O que o Datafolha revelou foi uma grande vitória política da esquerda e uma grande derrota da direita

Não interessa que a população não saiba que foi a esquerda quem conseguiu impor goela abaixo de Bolsonaro o auxílio emergencial de R$ 600 que deu a ele algum chão que havia perdido, justamente porque não conseguiu qualquer apoio do povo em seus 20 meses de governo.

Se parte da esquerda está desolada com o Datafolha, a direita clássica está sem cor, anunciando a falência do governo Bolsonaro.

A obsessão dessa gente pelo Estado mínimo para os pobres é uma doença. Isso faz parte da personalidade mística das classes opulentas no Brasil. Por isso a vitória temporária de Bolsonaro numa pesquisa do Datafolha deixou de cabelo em pé a direita apaixonada por Guedes, que ameaça deixar Bolsonaro se ele continuar a seguir a linha mestra da esquerda, com programas sociais que tragam qualquer benefício a uma legião de pobres e miseráveis nesse país.

A direita não está interessada no ganho político de Bolsonaro, mas em privatizações, cortes orçamentários e um calhamaço de regras neoliberais que Bolsonaro, segundo ela, já abandonou.

É praticamente unanimidade na direita, principalmente entre banqueiros, rentistas e grandes empresários que Guedes já foi para a frigideira e está para pular fora do governo ou mesmo ser pulado por Bolsonaro.

Bolsonaro é pragmático, está enrolado, tem uma família de criminosos e todos os dias pipoca uma notícia nova que envolve a organização criminosa da família que, como mostram os fatos, ninguém se salva. E se isso não importa para os endinheirados, apavora Bolsonaro, porque basta pegar um de seus filhos que o chão dele desaparece de vez. E como ele sabe onde seu calo aperta, está tentando um meio termo impossível entre os interesses da classe dominante e a sobrevivência dos mais pobres.

E é aí que a porca torce o rabo, porque a reação da pesquisa Datafolha mostrando Bolsonaro com a popularidade crescente em função do auxílio emergencial, azedou o fígado de um número infinitamente maior dos abutres da direita do que alguns apressados da esquerda que andam apavorados com a sua “melhora” nas pesquisas.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Para 97,8% dos professores de direito, Moro foi parcial contra Lula, em condenação.

Pesquisa realizada com 283 docentes de Direito de todo o Brasil revela ainda que 96,4% acreditam que houve conluio de setores da mídia com Moro no julgamento de Lula. Para 95,4% reportagens da Vaza Jato devem ser usadas no julgamento da suspeição do ex-juiz pelo STF.

O projeto Suspeição vai além em sua análise, ao mostrar que 80,9% dos docentes acreditam que Sérgio Moro já considerava o ex-presidente Lula culpado, antes mesmo da instrução no processo. Ou seja, já havia pré-julgamento em prejuízo ao réu.

Indagados se a relação de Moro com a imprensa influenciou a opinião pública a respeito da formação da culpa de Lula, 96,4% respondem que “sim”. Apenas 2,83% respondem que a relação de Sergio Moro com a imprensa não suscita falta de imparcialidade.

Para 95,4% dos professores, os diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil, no episódio conhecido como Vaza Jato, devem sim serem aceitos pelo STF em pedido de habeas-corpus em favor do ex-presidente, pela suspeição do ex-super-juiz Sérgio Moro.

Em relação ao julgamento, que deve entrar em breve na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), 85,5% acreditam que a conduta de Moro pode ser enquadrada no art. 254 do Código de Processo Penal, especialmente em face do que está consignado em seu inciso IV, que diz que ele pode ter sido parcial ao “aconselhar qualquer das partes”.

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Agora, a Família Marinho exige provas do doleiro que delatou.

Para a Globo, delação sem provas no dos outros é refresco.

Bastou Dario Messer, o doleiro dos doleiros, delatar os Marinho que a Globo, que soltou rojão no Jornal Nacional quando Moro condenou Lula por delação sem provas, para Bonner enfatizar que a delação de Messer não veio acompanhada de provas.

Segundo a revista Veja a operação entre doleiro e família dona da Rede Globo teria sido iniciada nos anos 90.

No acordo homologado pela Justiça Federal do Rio, o “doleiro dos doleiros” disse que sua equipe entregava de 2 a 3 vezes por mês valores oscilavam de US$ 50 mil a US$ 300 mil.

O doleiro, no entanto, teria dito que nunca se encontrou com integrantes da família Marinho e não teria apresentado provas dos fatos.

“A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, esclarecemos que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma forma, nunca realizaram operações não declaradas às autoridades brasileiras”, diz a nota da família Marinho, lida ao vivo por William Bonner.

Agora, a Globo descobriu que para uma delação ser válida, o delator deve indicar provas, não basta a palavra do delator.

Desde quando os donos da Globo exigiram provas de delação contra Lula? Nunca!

Eles davam como verdade absoluta e, se a Globo disse ser verdade, muitos incautos caíram no conto de Moro e sua Lava Jato, parceira da Globo.

 

*Da redação

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Para a elite, Bolsonaro pode assassinar 100 mil ou 1 milhão, só não pode furar o teto de gastos

Burlesca e caricata, a elite nativa, cada vez menos nacional, está pouco se lixando se morrerão 100 mil, 200, 300 ou 1 milhão de brasileiros por Covid-19, por culpa do genocida que está sentado na cadeira da presidência, ela não está de olho nos hospitais, porque até então, praticamente não morreu ninguém dos de cima. O que interessa à elite são os cofres do Estado, por isso mesmo comemora a aprovação pelo Senado do projeto que retira R$ 242 bilhões da saúde e da educação.

A maioria dos nossos super ricos sequer mora no Brasil. Seus filhos estudam nas melhores escolas mundo afora e, desde novinhos, já aprendem a dar uma banana para o país que tem uma elite bananeira, herdeira escravocrata que transformou as instituições brasileiras em espelho de sua alma, mesquinha, funesta, inculta e visceralmente selvagem.

Essa gente, como preocupação, tem apenas a de ter um produto que lhe dê margem para vender o mais caro possível para lucrar o máximo que podem. É assim que ela pensa sobre a produção e os trabalhadores brasileiros, quanto mais precarizados, mais lucros darão para os donos da terra.

Não adianta, em plena guerra de Bolsonaro com a Globo, que acirrou nos últimos dias, reclamar da elite dizendo que ela não se importa com os mortos e por que diabos Merval Pereira acha que a elite deve se importar com os mortos pela Covid- 19 se o próprio disse que Bolsonaro não é suficientemente neoliberal para cumprir todas as maldades de Guedes contra o povo brasileiro?

Essa gente nunca mordeu com tanta força o próprio rabo.

O fato é que estão todos numa encruzilhada e a conta não fecha. Bolsonaro, um bandido, sabido por todos que, durante 30 anos, como parlamentar, montou uma organização criminosa com lavagem de dinheiro, funcionários fantasmas, milicianos, assassinos de aluguel, grileiros, madeireiros, garimpeiros em que sua família, contando da atual mulher às duas anteriores e os filhos fazem parte da bandalha. Nada disso teve importância para a Globo na hora de apoiá-lo fervorosamente na eleição de 2018 contando com o antipetismo que se transformou numa verdadeira psicopatia dos Marinho.

Mais que isso, a Globo, que é parte da elite, até hoje não teve coragem de dizer que dois dos maiores vigaristas do país, Paulo Guedes e Moro são os principais responsáveis por colocar um genocida no poder e não diz isso, porque Guedes reza por sua cartilha ultraliberal e Moro, além de entregar a cabeça de Lula numa bandeja aos próprios Marinho para eleger Bolsonaro e ganhar o cargo de ministro, é o candidato dela na eleição de 2022.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro só tem o auxílio emergencial aprovado pelo povo; auxílio proposto pela esquerda no Congresso que ele foi contra e perdeu

Ironicamente, depois de 20 meses de um governo fracassado na área econômica e, consequentemente na prometida política de geração de empregos, depois de uma série de reformas, Bolsonaro ainda soma contra si, além dos crimes de corrupção da família, o título de genocida, por sua conduta criminosa diante da pandemia, tendo apenas o auxílio emergencial como algo que obteve aprovação da sociedade, o que levou ao aumento da aprovação de seu governo.

Para muitos isso é uma vitória de Bolsonaro porque transformou limão em limonada, já que queria dar, no máximo, R$ 200 de auxílio e o Congresso aprovou o projeto, liderado pela esquerda, que elevou o valor para R$ 600.

Lógico que Bolsonaro transformaria esse mata-leão que tomou em obra de seu governo, porque ele suficientemente mau-caráter para exaltar programas sociais nos quais a vida inteira ele cuspiu ódio como o Bolsa Família.

Mais irônico ainda são os bolsonaristas que hoje comemoram o aumento de sua popularidade porque Bolsonaro foi obrigado pelo Congresso a cumprir um programa social da esquerda.

Isso revela o nível de indigência desse governo, não ter um único projeto ou programa além desse que foi aprovado pela sociedade depois de 1 ano e 8 meses de governo. É mesmo coisa de “mito”.

O que precisa ser calculado não é o que Bolsonaro ganhou politicamente com o auxílio emergencial que era contra, mas a reprovação do povo a todos os programas e reformas de seu governo até então. O homem é um portento em fracassos políticos. Precisou ser salvo pela esquerda para continuar sobrevivendo politicamente, aos trancos e barrancos, porque se dependesse das políticas ultraliberais de Guedes, Bolsonaro hoje teria apoio apenas do gado que muge ódio, que gira em torno de, no máximo, 20%.

É isso que tem que ser calculado por uma análise pragmática sobre a tal pesquisa do Datafolha.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonarista do MP-RJ pode ter perdido propositalmente o prazo de recurso contra o foro de Flávio Bolsonaro.

A procuradora Soraya Gaia, defensora do foro especial para o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, antecipou em três dias o prazo para que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) recorresse da decisão em favor do foro privilegiado no caso da rachadinha. Soraya teria efetuado a alteração da intimação que informava ao MP-RJ da remessa do caso da rachadinha para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,  no dia 2 de julho.

Soraya —que já elogiou Bolsonaro nas redes sociais— fez isso ao acessar em uma quinta-feira, 2 de julho, a intimação que informava ao MP-RJ a remessa do caso de Flávio para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O acesso dela lançou no sistema o registro de que o MP-RJ tinha tomado oficialmente ciência da decisão, dando início ao que a Justiça chama de fluência de prazo.

Em junho, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio concedeu foro especial a Flávio. Pela decisão, o processo que investiga a prática de “rachadinha” no gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio saiu das mãos do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, e passou para o Órgão Especial do TJ, colegiado formados por 25 desembargadores.

Com o prazo estourado, o MP-RJ tentou o recurso e, obviamente, foi rejeitado.

A ação da procuradora pode ter sido o exemplo mais claro de como a justiça, no Brasil, é uma ação entre amigos e aproximações sociais.

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Juíza racista pode ser demitida

 juíza de Curitiba (PR) Inês Marchalek Zarpelon, que citou a raça de um réu negro para associá-lo a um grupo criminoso em uma sentença, pode ser demitida do serviço público e ainda responder a processo criminal por discriminação. A menção poder levar ainda a uma reforma e até à anulação da decisão que condenou o réu.

Na sentença, de junho, a magistrada citou que Natan Vieira da Paz, um homem negro de 48 anos, “seguramente” integrava a organização, “em razão de sua raça”. O caso ganhou repercussão com uma postagem da advogada do condenado, Thayse Pozzobon.

A Defensoria Pública do Paraná anunciou que constituirá uma força-tarefa para revisar todas as sentenças proferidas pela juíza nos últimos 12 meses. Em nota, a entidade afirmou ter recebido com “estarrecimento e inconformismo” o teor da decisão.

Redação com Folha  

*do Blog da Cidadania

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Dallagnol reconhece “equívocos” e justifica ilegalidades da Lava Jato como “interpretações dos fatos e da lei”.

Em artigo publicado no jornal O Globo, o procurado-chefe da força-tarefa da Lava Jato finalmente reconheceu a “não santidade” das ações dos investigadores da operação. O reconhecimento ocorre nas vésperas de seu julgamento pelo CNMP, que pode afastá-lo da Lava Jato.

Os diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil mostraram que os equívocos vão muito além do reconhecido e que sua afirmação final, de que os direitos previstos na Constituição de 1988 foram respeitados, não passam de pura retórica.

“Eventuais equívocos da operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos, pois é natural a divergência na interpretação de fatos e da lei”, escreve Dallagnol. “Nos termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria uma punição pelo trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia de inamovibilidade de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a própria credibilidade e independência da instituição”, diz ele em outro ponto do texto.

Dallagnol afirmou haver uma narrativa construída para atacar a imagem da Lava Jato.

Para ele, “o que existiram foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e normas. Desde o início da Lava-Jato, investigados, réus e seus aliados, irresignados com a perspectiva de punição e sem sucesso em questionamentos perante o Poder Judiciário, tentaram utilizar o Conselho Nacional do Ministério Público como palco para retaliação ou para frear as apurações”.

Ao que parece, para quem afirmava a santidade da operação, reconhecer a existência de “equívocos” dentro de que chamou de “interpretação dos fatos e da lei”, já soa como justificativa para seu afastamento, dado como certo por muitos analistas.