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Deputado do PSL Douglas Garcia e mais 33 envolvidos em esquema de ‘linchamento virtual’

As investigações conduzidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News identificaram ao menos 33 endereços IP ligados a três funcionários do deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) que estariam envolvidos em um suposto esquema de ‘linchamento virtual’ por meio de fake news. Entre eles está Edson Pires Salomão (PRTB-SP), que se afastou da chefia do gabinete de Garcia para concorrer ao cargo de vereador de São Paulo nas eleições 2020.

A informação foi apresentada pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) no depoimento prestado à Polícia Federal no último dia 29 no inquérito que apura o financiamento e divulgação de atos antidemocráticos. Os detalhes sobre o depoimento do parlamentar foram divulgados pela Folha de S.Paulo e Jornal Nacional e confirmadas pelo Estadão, que também teve acesso ao depoimento.

Os dados que relacionados aos assessores de Douglas Garcia foram apresentados por Frota na esteira de informações que implicariam diretamente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No caso de Eduardo, os investigadores identificaram IPs de computadores supostamente responsáveis pela ‘orientação, determinação e divulgação’ de ‘fake news’ e ataques virtuais em dois endereços ligados ao filho ’03’ do presidente: um no Jardim Botânico, onde o deputado mora em Brasília; e outro na Avenida Pasteur, no Rio, imóvel que o filho do presidente declarou à Justiça Eleitoral.

Já no caso dos assessores de Douglas Garcia, Frota indicou que os IPs identificados pela CMPI das Fake News apontam para ao menos quatro endereços: um na Rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, casa de Edson Salomão; em Santos e no Guarujá, no litoral paulista, ligados a Lilian Denise Goulart da Silveira; e um na Rua Otávio Gomes, Aclimação, de propriedade de Eduardo Martins. Somente com relação a este último, os investigadores teriam identificado 30 endereços de IP e uma linha telefônica.

Em seu depoimento Frota ainda frisou que os três assessores de Douglas Garcia são ligados ao movimento Brasil Conservador, que é coordenado pelo deputado estadual em conjunto com Edson Pires Salomão, seu ex-chefe de gabinete. Este último é investigado no inquérito das fake news no Supremo e foi alvo de buscas em maio no âmbito das apurações. Na ocasião, os agentes apreenderam computadores no gabinete de Garcia na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O deputado federal também destacou que Eduardo Bolsonaro é ‘apoiador ostensivo’ do movimento, tendo compartilhado ataques à ex-aliada de Bolsonaro Joice Hasselmann que foram criados pelo Brasil Conservador. Os mesmos faziam alusão peppa Pig, o que acabou virando mote da campanha da candidata à Prefeitura de São Paulo.

As descobertas da CPMI vão na linha do inquérito aberto pelo Ministério Público de São Paulo em junho para apurar suposto ‘gabinete do ódio’ na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp). A investigação sobre suposta prática de atos de improbidade administrativa foi instaurada após representação em que o deputado federal Júnior Bozzella apontou que o então chefe de gabinete de Douglas Garcia gravou vídeos e realizou diversas postagens no interior do gabinete do deputado com recursos públicos e durante o horário de expediente.

Como mostrou a Coluna do Estadão em julho, a quebra de sigilo no inquérito conduzido pela Promotoria também identificou IPs de funcionários de Douglas Garcia que teriam sido responsáveis por a ataques a parlamentares do PSL adversários do clã Bolsonaro, e até ao Supremo Tribunal Federal.

Com a palavra, Douglas Garcia e o candidato Edson Salomão

“Não existe esquema de ataques virtuais, não temos acesso aos documentos da CPMI e no meu apenso do inquérito 4781, foi feito perícia nos meus equipamentos e nada que pudesse me prejudicar foi encontrado. Lamento que estejam dando credibilidade para o Alexandre Frota, que foi condenado por fake news nas eleições de 2018 e denunciado pelo MP recentemente por falsidade ideológica”.

 

*Com informações do Uol

 

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Canal Antropofagista – Governo Bolsonaro apodrece no pé

Um governo totalmente sem norte, sem projetos e sem eira nem beira que, a cada dia que passa, mais se aproxima do precipício levando com ele uma nação de 211 milhões de brasileiros. Um governo que começa na segunda e termina na terça.

Assista:

 

*Da redação

 

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Wassef e Flávio Bolsonaro articularam a indicação de Kassio Marques para o STF

O advogado e Flávio Bolsonaro levaram o nome de Kassio como sugestão ao presidente para a vaga no STF.

O nome do indicado à próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Marques, chegou a Jair Bolsonaro através de um esforço conjunto entre o advogado Frederick Wassef e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto.

Wassef já trabalhou na defesa de Flávio e foi denunciado recentemente pela Lava-Jato do Rio de Janeiro. Há alguns meses, o advogado teve um encontro com o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, quando o magistrado ainda estava em campanha para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Wassef e Flávio Bolsonaro então levaram o nome de Kassio como sugestão ao presidente para ser indicado ao STF.

Procurado, Wassef disse que não irá comentar o tema. Kassio Marques também foi questionado e não se pronunciou. Pessoas próximas aos dois confirmaram que o encontro entre Wassef e o futuro ministro ocorreu quando a vaga ao STF ainda não estava em discussão. A informação de que Wassef recomendou o nome de Kassio a Bolsonaro foi publicada pelo site “O Antagonista” na semana passada e confirmada pelo GLOBO.

Em uma “prévia” da sabatina com senadores na manhã desta terça-feira, Kassio Marques foi perguntado sobre ter sido indicado por Wassef. Ele desviou da pergunta e insinuou ser fantasiosa a versão que circulou de que o presidente do PP Ciro Nogueira (PI) teria levado seu nome ao presidente, mas sem citar o nome do senador. Ao criticar a “criatividade” da imprensa, disse não estar se referindo a Wassef.

— Eu cheguei a ver na imprensa uma assertiva de que uma determinada pessoa me levou ao presidente e o diálogo que foi travado. Em que pese o sofrimento que eu tenho passado esses dias, é um momento hilário do dia porque eu não sei a quem atribuir tanta criatividade. Não foi esse exemplo que o senhor citou (de Frederick Wassef), foi um outro caso de um parlamentar que teria me levado e consta na imprensa o diálogo, o que eu disse, o que ele falou.

Entre Wassef e Kassio Marques, há também afinidade nas ideias. Em 2019, Kassio escreveu sobre uma decisão do ministro do STF Dias Toffoli que favoreceu Flávio Bolsonaro. Publicado na revista “Justiça & Cidadania”, o artigo elogia a decisão que suspendeu, a pedido de Wassef, investigações com dados do Coaf (Conselho de Administração de Atividades Financeiras) compartilhados sem autorização do Judiciário.

“Embora o combate à criminalidade seja um norte que oriente qualquer comunidade que se pretenda organizada, tal meta política não pode ser dissociada, no emprego de instrumentos para a sua consecução, de princípios fundamentais, que tutelem a dignidade da pessoa humana”, escreveu Marques sobre o compartilhamento de dados do Coaf.

O desembargador critica no artigo a vertente de pensamento “utilitarista”, segundo a qual a eventual violação à privacidade no compartilhamento de dados do Coaf seria justificada pelo bem-estar coletivo. Diz ainda que essa visão do direito parece ser “adotada por grande parte da mídia brasileira”.

Depois de ser apresentado a Bolsonaro e receber formalmente o convite para se tornar ministro do STF, o indicado contou com o aval do presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e de outros líderes do Congresso e ministros de Cortes superiores. O Palácio do Planalto o apresentou a senadores como uma indicação de Ciro e Flávio.

Ainda na conversa com senadores na manhã desta terça-feira, Kassio disse que a imprensa “não consegue descobrir” quem o indicou e garante que a escolha “foi exclusiva do presidente Bolsonaro”.

— Quanto à questão da indicação, o que eu posso asseverar é que foi exclusiva do presidente Bolsonaro. Há um ditado antigo em Brasília que diz que quando a imprensa ultrapassa cinco nomes como padrinhos de indicados é porque realmente não consegue descobrir.

 

*Natália Portinari e Naira Trindade/O Globo

 

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Vídeo: Até Caio Coppolla joga a toalha e detona Bolsonaro

Um dia após Sara Winter, a mais bolsonarista dos bolsonaristas, aos prantos se dizer decepcionada com Bolsonaro, numa cena patética, Caio Coppolla, em plena CNN, dobra as críticas e, de lambuja, encaixota na mesma encomenda o clã representado por Flávio Bolsonaro.

A ira do rapaz, não se enganem, não é pelo que ele apregoa no vídeo, isso é apenas uma demonstração de quem berra diante de um governo cretino que está com seus dias contados.

Na prática, os morcegos que habitam nas fendas do Palácio do Planalto sentem o cheiro mais forte de toucinho de um presidente que está cada dia mais enfraquecido, perdido e sem rumo e, portanto, prestes a cair da ribanceira direto para a frigideira.

Essa gente toda que agora entorta o nariz para Bolsonaro, justificando que é inaceitável sua aproximação com Dias Toffoli, Gilmar Mendes e etc., assim como se diz indignada com a com a indicação para o STF do desembargador Kassio Marques, comemorou e muito a condenação e prisão de José Dirceu e José Genuino na farsa do mensalão, protagonizada pelo mesmo STF, a partir da “teoria do domínio do fato”, de Barbosão e, da mesma forma, aplaudiu o silêncio do STF no golpe contra Dilma, assim como também fogueteou o aval que o STF deu a Moro para, sem provas, condenar e prender Lula que, provavelmente, venceria a eleição no primeiro turno.

Em seguida, essa gente comemorou nas redes sociais a barganha entre Moro e Bolsonaro que levou o vigarista de Curitiba para a pasta da Justiça e Segurança Pública para “combater a corrupção”.

O fato é que, com a desmoralização de Aécio, depois de fazer o mesmo discurso moral e ser pego em gravações, com áudio e vídeo, em grossa corrupção recebendo propina da JBS, implodindo o próprio PSDB, a saga do clã Bolsonaro promete um espetáculo de degradação moral da família miliciana infinitamente maior do que foi com Aécio, Temer e Cunha juntos. Gente que tinha apoio de quem hoje começa a detonar Bolsonaro porque, na prática, Bolsonaro já está detonado pelo governo trágico que faz e pelos crimes da família que, por mais que ele tente segurar, estão vazando entre os dedos.

O oportunista Caio Coppolla, aqui, só assume que sempre defendeu, ou seja, o que existe de pior na vida pública em nome de um ódio imbecil e infrutífero contra o PT e, sobretudo contra Lula, o presidente que teve a maior aprovação da história e que segue cada vez mais forte no coração do povo brasileiro.

Agora o rato, como qualquer rato faz, está abandonando o barco, assim como tantos outros, como JR Guzzo que ele cita, o decano dos ratos da revista Oeste, criada para lamber as botas de Bolsonaro.

https://youtu.be/cr6gJjrxSdE

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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A pergunta a ser feita ao STF não é se devolverá os direitos de Lula, mas se avalizará a farsa de Moro

Lula não deve nada à justiça e, quanto mais os dias correm, mais sua inocência vai sendo confirmada e, junto, confirma-se a trama armada por Moro para condená-lo, prendê-lo, tirá-lo da eleição de 2018 para colocar Bolsonaro no poder.

Moro não teve sequer coragem de desmentir o que o Intercept revelou sobre a Lava Jato, o máximo que disse foi que ali não foi apresentado nada que o desabonasse e, com isso, confirmou que todo aquele absurdo trazido à luz é rigorosamente verdadeiro.

O STF não pode ignorar o que foi revelado pela Vaza Jato, já que o próprio Moro e muitos procuradores confirmaram o que ali fora revelado. Alguns até tentaram, sem muito entusiasmo, dizer que aquilo era verdade, mas estava fora de contexto.

O fato é que o Intercept mostrou que todo o processo que levou à condenação e prisão de Lula foi viciado, já que o juiz do caso determinava extraoficialmente, ou seja, na calada da noite, de forma imoral e ilegal, como os procuradores deveriam conduzir a investigação e a apresentação da denúncia para que o próprio julgasse e condenasse Lula.

Isso está pra lá de escancarado.

Moro já perdeu muito a sua força política dentro do STF. Ele foi muito poderoso enquanto serviu aos interesses da mídia, pois, descobertas as suas trapaças, a Globo não teve coragem de fazer uma defesa à altura dos serviços prestados por Moro a ela, vacilou, trabalhou com o pior caminho fazendo balanço entre erros e acertos e, sem perceber, condenou a Lava Jato e, consequentemente o maestro da orquestra.

Se por acaso o STF se mostrar frouxo diante dessa forma criminosa com que Moro conduziu a Lava Jato, sua desmoralização será total e irreversível, pois vai mexer com toda a estrutura política do país, assim como foi feito para levar um genocida ao poder, cheio de denúncias de corrupção de todas as formas e envolvido com a contravenção mais barra pesada da bandidagem carioca.

A juíza Gabriela Hardt teve que jogar no lixo a acusação dos procuradores, sem qualquer prova, de que Lula forjou palestras para receber suborno. Isso foi martelado na mídia durante cinco anos para se descobrir, no final, que os procuradores é que foram levianos, corruptos, bandidos, pois, sabendo da inocência de Lula, usaram do cargo que ocupam no Estado para praticarem o crime de falso testemunho.

Por tudo isso, se o STF não devolver a Lula seus direitos políticos impedindo-o de ser candidato e que o povo tenha de fato a liberdade de escolher o seu representante, ele assinará sua própria falência como instituição.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Canal Antropofagista: Bolsonaro pode não ser candidato à reeleição

Bolsonaro pode não se candidatar à reeleição – Antropofagista
Carlos Henrique Machado esclarece que, além de Bolsonaro declarar que não sabe se será candidato à reeleição em 2022, há um movimento intenso na ala da direita ligada a Moro, muito bem organizada, na tentativa de ocupar uma lacuna no coração do bolsonarismo.

Assista:

 

*Da redação

 

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Juízes têm 36% da remuneração em extras salariais e estão fora da reforma administrativa

Levantamento em 871 mil contracheques aponta gasto de R$ 12 bi em verbas que não compõem salário.

Poupados até agora da reforma administrativa, que visa cortar benefícios e penduricalhos na remuneração do funcionalismo público, os juízes brasileiros têm 36% de seus ganhos compostos por extras salariais de diversas naturezas.

Levantamento da Folha em 871,2 mil contracheques de magistrados, remetidos ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por tribunais do país de setembro de 2017 a agosto deste ano, mostra que, de R$ 35,2 bilhões brutos desembolsados pelas cortes, R$ 12,6 bilhões cobriram “indenizações, direitos pessoais e eventuais”.

Nessas três cestas, pagas para além dos salários, estão benefícios como o terço de férias e o 13º salário, mas também uma gama de auxílios, como de alimentação, saúde, pré-escola e natalidade (para despesas iniciais com filhos); ajudas de custo; indenizações por até centenas de dias de férias acumulados; gratificações por substituição, exercício de magistério e cargos de presidência e representação.

Entram ainda jetons e diferentes outras verbas, não raro pagas retroativamente. O valor dos adicionais dá uma ideia da economia para os cofres públicos caso o país decidisse lipoaspirar não só a folha de pagamentos de servidores dos três Poderes, mas também a dos julgadores.

Em setembro, o governo Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com mudanças para, em meio à crise fiscal, supostamente racionalizar o serviço público e reduzir gastos com pessoal.

O texto atinge servidores do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, mas não alcança o alto escalão desses Poderes (magistrados, parlamentares, promotores e procuradores do Ministério Público).

O Ministério da Economia alega que, por limitação constitucional, o governo não pode propor novas regras para essas carreiras, o que, como mostrou a Folha em outras reportagens, é contestado por parte dos juristas.

Um dos focos da PEC é o corte de extras. O texto proíbe adicionais por tempo de serviço e substituição, aumentos de remuneração ou de parcelas indenizatórias com efeitos retroativos, progressões ou promoções vinculadas ao tempo no cargo, indenizações sem previsão de requisitos em lei, além da incorporação de valores pagos pelo exercício de cargos em comissão e funções de confiança.

Também veda a aposentadoria compulsória como modalidade de punição, assegurada à magistratura.

Os dados levantados pela Folha são os informados pelos tribunais ao CNJ por força de uma resolução que os obriga a reportar as remunerações desde setembro de 2017.

As tabelas têm os pagamentos feitos desde então a juízes da ativa, aposentados e pensionistas das esferas de Justiça Estadual, Federal, Trabalhista, Militar e Eleitoral. Incluem conselhos (CNJ e CJF) e cortes superiores (STM, STJ, TSE e TST) —exceto o Supremo Tribunal Federal, que não se submete ao controle do CNJ.

Embora magistrados estejam, em teoria, sujeitos ao cumprimento do teto de remuneração do funcionalismo, equivalente ao subsídio (como é chamado o salário do juiz) dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), hoje em R$ 39,2 mil mensais, pressões da própria magistratura sobre seus órgãos de controle e sobre o Legislativo, bem como o vácuo legal sobre o tema, criam ambiente para que os tribunais, principalmente nos estados, instituam benesses e autorizem pagamentos de atrasados por conta própria.

A maioria dos extras não é considerada para o cálculo do limite. Os descontos para o cumprimento desse parâmetro da lei representam 0,8% do total de rendimentos e 2,2% dos adicionais.

Os holerites informados ao CNJ são mensais e têm embutidos o 13º e o terço de férias. Ou seja, em alguns meses, os valores são mais altos que o padrão com esses pagamentos.

Quase um quarto deles (203 mil) registra ganhos mensais entre R$ 50 mil e 100 mil; outro 1,6% (14 mil), entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. Houve ainda 659 beneficiários de valores entre R$ 200 mil e R$ 500 mil; e 27 que ganharam mais de R$ 500 mil em algum mês.

Os três tribunais militares nos estados têm, em média, a remuneração mais alta do país: R$ 51,8 mil por contracheque —nas cortes de Minas Gerais e São Paulo, esse valor é de R$ 54 mil.

 

*Com informações da Folha

 

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Vídeo Canal Antropofagista – A derrocada da Economia brasileira

A derrocada da economia brasileira – Antropofagista
Carlos Henrique Machado coloca de forma clara como a economia brasileira está à beira do abismo e o governo se transformou num bate-cabeças. Anuncia o seu novo programa social, mas não sabe de onde arrancará recursos.

Assista:

 

*Da redação

 

 

 

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Guedes se tornou um zero à esquerda no governo, mas vai ficando por ali

Não tenho competência para ser ministro da Economia, como acusam alguns gentis detratores a cada vez que critico Paulo Guedes. Dizem que eu também não poderia ser titular da Justiça sempre que aponto uma bobagem de André Mendonça, o que acontece todo dia. Se há alguém fiel a si mesmo, eis o homem. Os línguas de trapo se esquecem, no entanto, de que, com efeito, não reunindo qualidades para comandar a economia, eu não a comando. Mas Guedes sim!

O ministro é hoje aquele parente inconveniente, chamado para as festas de aniversário e para a churrasco da família porque, afinal, ficaria chato não convidar, mas todos esperam que não compareça porque vai acabar dizendo inconveniências distintas e combinadas. Todos ficam chateados, e nisso entram em acordo, mas por motivos distintos.

É tão difícil assim constatar que a hora do ministro chegou? Acabou! O que havia de supostamente virtuoso não há mais. Quando Bolsonaro estava empenhado em hostilizar a classe política, apostando nas saídas escatológicas oferecidas por seus extremistas de direita, o ministro da Economia cumpria bem o papel do “baixinho invocado”. É um tipo literário, não um preconceito.

Como esquecer seu chilique do já pré-histórico 30 de outubro de 2018, quando uma jornalista argentina insistiu na pergunta sobre o futuro do Mercosul? O homem disparou, como um gigante: “O Mercosul não será uma prioridade no próximo governo. É isso que você queria ouvir? Você está vendo que aqui tem um estilo que combina com o presidente, que fala a verdade. Não estamos preocupados em agradar”.

Ali estava aquele que se via como o Pigmaleão de uma estátua, então muda em economia, chamada Jair Bolsonaro. Mesmo sem saber para onde ia ou ter um plano de voo detalhado — além da permanente demonização do Estado e do que ele chamava “social-democracia” —, o homem ia empurrando o troço com arrogância que fazia as vezes da barriga.

E o mercadismo respondia bem. Imberbes e “baby facies” iam inaugurando páginas de finanças pessoais no Youtube, ensinando à velharada os caminhos do sucesso e da fortuna. O Brasil regredia à surrealista condição de um Jardim de Infância do liberalismo dos anos 50, com pós-crianças de “gadgets” nas mãos a nos dizer qual era a boa do século passado.

O manejo que faziam do vocabulário, da regência e da sintaxe estavam a me indicar que não tomavam nem o cuidado de ler uma bula de remédio, como faço, para depois procurar em mim os efeitos colaterais que atingem apenas 0,1% dos que experimentaram a droga em teste cego…

Os escatológicos do golpismo perderam a parada, com medo do inquérito aberto por Dias Toffoli e relatado por Alexandre de Moraes. Veio o coronavírus para antecipar a ineficácia das soluções do liberalismo de anteontem de Guedes, e foi preciso arrancar da gaveta, ainda que ninguém ousasse pronunciar o nome, um keynesianismo de efeito rápido — uma espécie, assim, de adrenalina, na forma de cinco parcelas de R$ 600, contra o choque anafilático que sufocava a economia.

Foi ali que Guedes perdeu o pé da realidade. E ele nunca mais se encontrou. Bolsonaro, a estátua, evidenciou que tinha vida própria, mas não subordinada àquele que se considerava seu escultor. Sem a perspectiva do autogolpe, que nunca se mostrou viável, restava-lhe o caminho do povo. Guedes e reeleição não se combinam.

Alguém precisa encontrar uma saída para Bolsonaro que estabeleça um novo teto de gastos, mas a revisão tem de ser parte de um plano de reformas que não leve aquela molecada — e outros nem tanto — à especulação desenfreada. E isso tem de ser feito com o Congresso.

A última grande ideia de Guedes, no entanto, foi hostilizar Rodrigo Maia, presidente da Câmara, acusando-o de conspirar com as esquerdas contra as privatizações. Como se estas pudessem estar descoladas de um pacote de rearranjo da economia — e não podem — e como se o Executivo houvesse modelado uma proposta, o que não aconteceu.

Guedes atrapalha Bolsonaro. É por isso que, dia desses, o general Luiz Eduardo Ramos o pegou pelo braço e o tirou de circulação. Já não diz coisa com coisa. Se é que chegou a fazê-lo algum dia. Não tendo de encarar uma frente de oposição minimamente articulada, resta a Bolsonaro cair nos braços do povo ainda se aproveitando da popularidade decorrente do auxílio emergencial e ir administrando a bagunça que é seu governo.

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

 

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Sem base social, construída com gambiarras, direita brasileira entra em curto circuito

O que unia a direita brasileira? O sucesso do PT.

Isso parece um nonsense, mas não é. O sucesso provoca visibilidade e esta, mais ampla, torna o alvo ainda maior e, assim, até quem é ruim de mira, atinge de alguma forma seu objetivo de caminhar nas costas do sucesso alheio.

A direita nunca soube fazer críticas ao PT, até porque nunca soube governar. E aqui não se fala somente de quem Lula sucedeu, Fernando Henrique Cardoso. Dos governos militares a FHC, passando por Sarney, Collor, o café com leite, Itamar, a direita se mostrou incapaz de governar o país, todos terminaram seus mandatos de forma melancólica por produzirem verdadeiras hecatombes econômicas, desemprego em massa, desvalorização da mão de obra, perda da capacidade produtiva, perda massa salarial e, consequentemente ampliaram enormemente o fosso entre ricos e pobres.

A partir logo do primeiro ano do governo Lula, o eixo era buscar o que marcou definitivamente os 12 anos de administração do PT, o equilíbrio social do país, e este produziu uma dinâmica interna que fez com que a economia ganhasse base, tônus, num círculo virtuoso, dando suporte a cada degrau para a retomada do desenvolvimento do país.

Lula e Dilma fizeram o correto, arrumar a casa não a partir dos móveis, mas das pessoas que nela moravam e, na medida em que suas vidas fossem se organizando, a casa ganharia o formato organizacional das pessoas que nela habitavam.

Com isso arrumado, o Brasil pôde fazer uma política internacional extremamente sólida e o país promoveu avanços extraordinários.

Isso feito, o Brasil se transformou em um alvo vistoso para ser atacado não precisando, portanto, opor-se à forma de governar do PT, até porque, além de extremamente exitosa, era uma política que deixava pouco espaço para críticas e este não interessava ser explorado pela direita, porque seria a necessidade de se avançar ainda mais pela esquerda.

Entendido isso, a direita foi para o tudo ou nada na base do insulto, da mentira, da condenação pública, do linchamento para facilitar a vida de um judiciário fraco, medroso, despreparado, pior, com um pacto secular com as camadas economicamente dominantes.

Mas o vento muda, ninguém hoje pode usar o PT como ponto de fusão da direita, pois ele não está mais em evidência, não é governo desde 2015. E o resultado é este que se vê, um barata voa maravilhoso de uma direita que só se une no balcão, tendo com questão apenas o valor do negócio a ser fechado. Só que hoje não há um produto visível para ser derrubado e, nele, colocar o que interessa à direita brasileira.

Assim, o que se vê, além do governo trágico de Bolsonaro, que ampliou a tragédia provocada pelo golpista Temer e, como baratas no bueiro, um dia de calor basta para que elas saiam tontas e completamente sem rumo.

É exatamente a isso que se assiste. Por outro lado, o PT, que tem base social sólida, segue avançando sob a liderança de Lula, mas também de Dilma e de uma juventude que começa a florescer trazendo com ela a própria estrela de um partido que nasceu com vocação para brilhar.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas