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Lula é o político com a melhor imagem, aponta AtlasIntel/Bloomberg

As pesquisas AtlasIntel/Bloomberg divulgadas nesta semana mostram que o presidente Lula é o político com a melhor imagem dentro do Brasil e um dos melhores entre os países da América Latina pesquisados.

No relatório Latam Pulse, Lula tem sua imagem vista como positiva para 51% da população. Ele está à frente de figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (50%) e Jair Bolsonaro (42%). No lado oposto, com o menor percentual de imagem positiva vem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com somente 7% de imagem positiva e 85% de imagem negativa. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

No mesmo estudo, no entanto, um sinal de alerta para Lula, ainda que continue sendo bem visto pela maioria da população, a pesquisa mostra que na série temporal desde janeiro a avaliação positiva de seu desempenho caiu. Mesmo que dentro da margem de erro, os 47,3% que desaprovam o desempenho superaram os que aprovam, 47,1%, pela primeira vez.

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Derrite, derrete junto, na mesma fogueira, Tarcísio dissolve e Bolsonaro defuma

Traído por Bolsonaro, Tarcísio mudou o  rumo da prosa e defende ampliar câmeras em PMs: “Estava completamente errado”
Derrite, até o mundo mineral sabe, é parte da cota do Clã Bolsonaro no governo de Tarcísio. Clã esse, que será candidato a presidência da república se todos os filhos de Bolsonaro não forem pra cadeia junto com o pai.

Bolsonaro já definiu que, se estiver preso em 2026, e os filhos comparsas soltos, Eduardo será seu candidato à presidência da República. Isso é o máximo que ele admite.

Essa mudança de tom de Tarcísio define a chave do comando da segurança pública em SP. Ou seja, Derrite, subiu no telhado.

Ou seja, a selvageria institucionalizada que provocou asco na sociedade brasileira depois que vídeos protagonizados pela violenta PM paulista em ação, totalmente fora da lei, foi a pilha que Tarcísio utilizou para anunciar mudança de rumo em sua política de segurança pública. E isso terá consequência direta na relação entre o Clã e Tarcísio. A ver.

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PF acha contrato de R$ 900 mil da reforma da casa de Bolsonaro avaliada em R$ 98 mil

Na declaração de bens de Bolsonaro, nas eleições de 2022, a residência estava avaliada em R$ 98.500

Durante uma operação de busca e apreensão na investigação da tentativa de golpe em 2022, a Polícia Federal (PF) encontrou um contrato de R$ 900 mil para a reforma da casa de Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. O documento estava em uma pasta na mesa do ex-presidente no escritório do Partido Liberal (PL), em Brasília.

O material, segundo informações da jornalista Sarah Teófilo, do jornal O Globo, foi juntado ao inquérito em que o ex-mandatário foi indiciado por tentar reverter o resultado das eleições de 2022 com um golpe de estado.

Contrato apreendido pela PF
De acordo com a PF, “chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, nas eleições de 2022, a residência estava avaliada em R$ 98.500”. O valor constava na declaração passada por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O montante da reforma corresponde, portanto, a quase dez vezes o suposto valor do imóvel declarado”, destacou a PF.

Os valores de imóveis declarados ao TSE costumam estar abaixo dos preços praticados no mercado, porque a lei não exige que sejam atualizados ao longo do tempo. Segundo uma corretora consultada pelo jornal O Globo, o imóvel estaria avaliado em cerca de R$ 2,5 milhões.

O contrato apreendido pela PF é de 11 de outubro de 2023 e não está assinado nem por Bolsonaro nem pela empresa responsável pelo serviço. O valor de R$ 900 mil inclui mão de obra e material. O documento diz que seria efetuada uma entrada de 30% do contrato (R$ 270 mil), mais o pagamento de quatro parcelas de R$ 135 mil durante a reforma, e um quinto pagamento, de R$ 90 mil, com o serviço finalizado. O prazo para conclusão era de cem dias úteis.

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Sim, Bolsonaro sabia da trama golpista’, afirma diretor-geral da Polícia Federal

Andrei Rodrigues cita provas documentadas que sustentam a investigação sobre o ex-presidente

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, declarou nesta quarta-feira (4) que existem provas suficientes que indicam o conhecimento e a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano de golpe de Estado de 2022. Durante um café da manhã com jornalistas em Brasília, ele afirmou: “Sim, o ex-presidente sabia da trama golpista. […] É uma investigação muito responsável. Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado. Tudo o que está posto ali tem sustentação fática”.

Rodrigues citou como evidências depoimentos de militares, trocas de mensagens e até uma impressão do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi feita no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro estava presente. De acordo com informações da CNN, o relatório da PF menciona o ex-presidente 516 vezes e afirma que ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” nos atos da organização criminosa que visava tomar o poder.

Bolsonaro diz que investigação é “narrativa inventada” por Moraes

O documento também ressalta que o golpe não se concretizou por “circunstâncias alheias” à vontade de Bolsonaro, que, segundo a PF, era sustentado por investigados desde 2019. O indiciamento do ex-presidente está agora sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará ou não uma denúncia. Rodrigues afirmou estar “absolutamente seguro do conteúdo e da qualidade do trabalho que a Polícia Federal produziu”.

Em contraponto, Jair Bolsonaro desqualificou a investigação, referindo-se a ela como uma “historinha” e uma “narrativa inventada” pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele questionou: “Golpe em que ninguém viu um soldado sequer na rua? Um tiro? Ninguém sendo preso?” e acusou Moraes de criar narrativas com a PF.

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PF achou slides que Braga Netto usou para incitar militares a ‘ampliar poder’, diz jornal

Documento, encontrado na sede do PL, defende ‘poder de pressão política’ das Forças Armadas.

A Polícia Federal encontrou uma apresentação que teria sido usada pelo general Walter Braga Netto em palestras realizadas em clubes militares para incentivar a tropa a “ampliar o poder de influência na Esplanada”. O documento foi achado na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro de 2024. A informação é do repórter Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo.

O documento foi encontrado em um computador apreendido numa sala de assessores de Walter Braga Netto.O texto aborda a “evolução do relacionamento civil-militar no Brasil” e defende o “poder de pressão política” das Forças Armadas para “participar ativamente das decisões nacionais” e “ampliar o poder de influência na Esplanada”.

Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo de Jair Bolsonao, foi um dos 37 indiciados por organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado de Direito. De acordo com as investigações, ele conhecia o plano de matar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. Braga Netto também foi candidato à vice de Bolsonaro em 2022.

Com o nome “Palestra nos Clubes Militares – 29 JUN V2.pptx”, à apresentação foi adicionado um alertas de “acesso restrito” e um pedido: “Solicita-se evitar cópias e divulgação”. O documento foi criado pelo assessor Carlos Antonio Lopes de Araujo e que a última modificação foi feita pelo coronel da reserva Marcelo Lopes de Azevedo.

Braga Netto: palestra nos clubes militares
A apresentação tem 67 páginas de slides. O documento começa se contrapondo ao discurso de que “Forças Armadas não se envolvem em política” e de que “lugar de militar é no quartel”: “Seguindo o pensamento liberal, os militares foram afastados do centro de poder e das decisões de Estado. Com isso, perdemos paulatinamente a capacidade de influenciar!!”.

Para ilustrar a afirmação, um slide exibe duas imagens de reuniões presididas por Lula em agosto de 2009 e pór Dilma em janeiro

ro de 2012 com a pergunta: “Algum militar?”

Para fazer a comparação dos governos de Lula e Dilma com gestão de Jair Bolsonaro, slide exibe duas imagens de reuniões presididas por Lula em agosto de 2009 e pór Dilma em janeiro de 2012 com a pergunta: “Algum militar?”

Em seguida, a “importância da participação dos militares na conjuntura política”: “A atuação política é necessária para não ceder espaço. Não estamos em um movimento retrógrado, mas sim num aproveitamento do êxito”, segue a apresentação. “Nunca haverá vácuo de poder”, diz outro trecho do arquivo.

Além dos governos Lula e Dilma, a apresentação critica o que classifica como ativismo do Judiciário, elencando a soltura de Lula, em 2019, e a “articulação contra o voto impresso e auditável”.

Num trecho que se inicia com um slide que tem como título “Por que queremos mais quatro anos de governo Bolsonaro?”, há página de rascunho, com sugestões que Braga Netto adicionar informações sobre a campanha de 2022, em que foi cadidato a vice de Jair Bolsonaro, além de “projetos” para 2024 e 2026. “No caso concreto, o general pode citar o exemplo pessoal que concorreu como vice-presidente e está colocando o nome dele à disposição do partido”.

A PF, que encontrou o documento e enviou uma cópia para o STF, afirma que a apresentação seria um “chamamento aos demais militares a participar da vida política”.

 

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Bolsonaro joga os generais golpistas aos leões

Bolsonaro joga os generais golpistas aos leões

Mesmo diante da reação de generais que se sentirem traídos e resolverem abrir o bico, dando um bico de coturno na lealdade canina que tinham com o “mito”, Bolsonaro ordena que seus advogados, não só joguem os generais ao mar, mas diga que eles, e não Bolsonaro, se beneficiariam do golpe, que sím, foi comandado pelo Primeiro Comando do Vivendas da Barra.
Ou seja, a goma alta da farda. que se rendia até aos faniquitos de

Carluxo está sendo desprezado pelo maior traíra da história da república, sem remorso, até porque a tentativa de anistia via congresso, babou.

Assim, Bolsonaro, vai tentando usar os seus aliados mais próximos como boi de piranha. E faz isso, como quem toma um suco de abacaxi gelado.

O que não pode agora, são os mesmos generais se fingirem de surpresos. Até o mundo mineral sabe que Bolsonaro não acode feridos e se preciso for, dá o tiro de misericórdia nos ex comparsas.
(Antropofagista)

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Investigados em trama golpista dizem que estratégia de Bolsonaro é ‘rifar’ militares envolvidos

Manobra, no entanto, pode estimular os militares envolvidos a fechar acordos de delação premiada.

A estratégia de defesa de Jair Bolsonaro (PL) de se distanciar da tentativa de golpe de Estado e de transferir a responsabilidade para os militares pode resultar em complicações jurídicas ainda mais graves para o ex-mandatário. De acordo com fontes militares ouvidas pela coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, a reação de Bolsonaro reflete uma tentativa de salvar sua pele ao negar qualquer envolvimento direto nos planos golpistas.

“Bolsonaro está rifando os militares”, afirmou um dos integrantes das Forças Armadas indiciados pela tentativa de golpe, que preferiu manter anonimato. A crítica ocorre em resposta à fala de Paulo Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, que, na sexta-feira (29), declarou ao programa Estúdio i, da GloboNews, que os principais beneficiários do golpe seriam os militares, com a criação de uma junta militar após a morte de líderes políticos, incluindo o presidente Lula (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Cunha Bueno alegou que, conforme o plano de um dos generais envolvidos, Mário Fernandes, Bolsonaro não faria parte da junta e, portanto, não se beneficiaria do golpe. “Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mário Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, afirmou o advogado, tentando isentar o ex-presidente da conspiração.

No entanto, fontes militares criticam essa versão, afirmando que, mesmo que Bolsonaro não estivesse formalmente incluído no gabinete de crise, o órgão, composto por generais como Braga Netto e Augusto Heleno, seria criado para assessorar uma autoridade, no caso, o próprio presidente. Eles destacam ainda que nenhum militar envolvido na trama teria interesse em derrubar Bolsonaro, já que muitos acreditavam no projeto de país que ele defendia.

Para advogados que analisam o caso, a estratégia de negar a autoria do golpe parece ser o último recurso de Bolsonaro, especialmente devido à forte evidência material que já foi coletada. Com os detalhes da trama já amplamente documentados, não restaria outra alternativa ao ex-presidente senão tentar desvincular-se do golpe. Contudo, essa postura pode acabar gerando uma reviravolta ainda mais danosa à sua defesa, uma vez que militares podem ser incentivados a fechar acordos de delação premiada.

Embora a Polícia Federal já tenha concluído seu inquérito, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não ofereceu a denúncia. Caso a denúncia seja apresentada, os militares envolvidos poderiam se tornar delatores, expondo ainda mais o ex-mandatário.

“A preocupação é maior com os generais Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que foi comandante de Operações Terrestres entre o final de março de 2022 ao final de novembro de 2023 e colocou suas tropas à disposição do golpe, segundo a PF; e o general de brigada Mário Fernandes”, destaca a reportagem. .

 

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PGR prepara modelo controverso de denúncia conjunta em investigações contra Bolsonaro

Paulo Gonet prepara denúncia ao STF reunindo tentativa de golpe, joias sauditas e cartão de vacina.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, prepara uma denúncia conjunta ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de modo a reunir os casos da trama golpista, das joias sauditas e do cartão de vacina. Advogados ouvidos pela Folha divergem sobre a viabilidade da estratégia da PGR.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro por suspeita de envolvimento em plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. A imputação criminal se soma a outras contra o capitão da reserva.

Além de suspeito na investigação da trama golpista, o ex-presidente também já foi indiciado pela PF em apuração sobre a venda de joias sauditas recebidas de presente pelo governo brasileiro e de falsificação de certificados de vacinas contra

Bolsonaro não é réu em nenhum dos casos nem formalmente acusado. A PGR (Procuradoria-Geral da República) vai analisá-los e definir os próximos passos conforme os elementos colhidos nas investigações. O órgão pode oferecer a denúncia, pedir o arquivamento do inquérito ou solicitar mais diligências.

A PGR confirma já ter recebido o relatório da PF sobre a trama golpista. A lei estabelece um prazo de 15 dias para ela se manifestar, mas, na prática, o prazo pode ser flexibilizado se for necessário mais tempo. A instituição não perde o direito de oferecer a denúncia caso ele seja descumprido.

O procurador-geral cogita apresentar uma acusação conjunta contra o ex-presidente, agregando os casos. A estratégia fica a critério do Ministério Público, dizem especialistas ouvidos pela reportagem.

Ao oferecer a acusação, a PGR deve observar se há prova da materialidade do crime e indícios de autoria, ou seja, elementos concretos que comprovem a existência de um delito e evidências de que ele está relacionado.

a Covid-19.

 

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Quer escapar?

Bolsonaro admite se refugiar em embaixada

O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por planejamento e envolvimento em golpe de Estado, segue negando sua participação nos ataques à democracia. Em entrevista às jornalistas Raquel Landim e Letícia Casado, do UOL, ele voltou a recorrer à falsa argumentação de que é “perseguido” e indica que está cogitando refúgio em embaixada.

“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, disse.

A seguir, fez uma ressalva: “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”.

Pois segundo a Polícia Federal, na ocasião da viagem aos Estados Unidos Bolsonaro se beneficiou justamente de um plano de fuga elaborado pelo tenente-coronel Mauro Cid para o caso de o golpe de Estado não dar certo.

O plano foi elaborado em 2021, quando Bolsonaro tensionava a relação com o STF (Supremo Tribunal Federal), mas só foi posto em prática nos últimos dias de 2022, quando ele abandonou a Presidência e foi para os Estados Unidos.

Bolsonaro deixou o país em 30 de dezembro de 2022, um dia antes do fim de seu mandato. Para que a viagem fosse viabilizada, Cid articulou a falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 para Bolsonaro e sua filha Laura Bolsonaro. Cid, sua esposa e suas três filhas também se beneficiaram do esquema.

“Apesar de não empregada no ano de 2021, o plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado. Conforme será descrito nos próximos tópicos, JAIR BOLSONARO, após não conseguirem o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023 (“festa da Selma”)”, conclui a PF.

Na entrevista ao UOL, Bolsonaro foi perguntado sobre a possibilidade de ser preso. O ex-presidente respondeu que está vivendo “num mundo das arbitrariedades” e volta a atribuir a Alexandre de Moraes a responsabilidade pela “perseguição”. “Vivemos num mundo das arbitrariedades. (…) Corro risco, sem dever nada, corro risco. [O STF] Vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências. O que eu tenho a ver com o cara do rojão? Caiu na minha conta. O próprio Alexandre no dia seguinte: pau em mim…”.

Bolsonaro: ‘É uma grande história’
Bolsonaro disse que as investigações da Polícia Federal que revelaram o plano para sequestrar e matar o ministro do STF, são obra da “criatividade” de “suposições” do STF.

“É uma grande história. A PF faz aquilo que o senhor ministro [Alexandre de Moraes] assim deseja. Basta você ter conhecimento dos áudios do Airton Viera [juiz instrutor de Moraes] para o Tagliaferro [Eduardo Tagliaferro, funcionário do TSE]: ‘Tenha criatividade’. [expressão usada por Airton para Tagliaferro ao pedir investigação contra uma revista]. Aí o que fazem são suposições”.

Seguindo uma linha de argumentação adotada pelos seus principais apoiadores, incluindo os filhos Flávio e Eduardo, Bolsonaro tenta ridicularizar os planos de matar e envenenar as autoridades encontrados na investigação da PF, afirmando ser uma “loucura” e uma “bravata”. “Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Que loucura é essa?”.

O ex-presidente refuta a possibilidade de o Judiciário usar a “teoria do domínio de fato”, linha de acusação do então juiz Sérgio Moro na Lava-Jato, em seu caso. De acordo com Bolsonaro, haveria um volume de provas em relação a Lula, quando “agora tem uma única delação, que ninguém mostra. Por que não mostra?”, referindo-se à delação do seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que está sob segredo de Justiça.

As anotações encontradas na agenda do general Augusto Heleno detalham a estratégia de desestabilização política que levariam ao golpe de Estado que beneficiaria Jair Bolsonaro (Foto: Sérgio Lima/Agência Brasil)

Confrontado com o fato de que o relatório entregue à PGR por Alexandre de Moraes na terça-feira (26), teria provas e documentos, incluindo as anotações manuscritas na agenda do general Augusto Heleno, o ex-presidente devolve simulando ignorar o plano Punhal Verde Amarelo.

“O que é esse plano [Punhal] Verde e Amarelo de que você fala? É de 2022. Não tenho a menor ideia do que seja isso. Começou a colocar em prática esse plano? Pelo que eu sei, não”.

Bolsonaro, porém, admite que chegou a discutir as possibilidades de golpe de Estado, alegando falsamente que estaria “baseada na Constituição”: “Minuta do golpe é baseada na Constituição. Para que serve a Constituição? É a nossa lei máxima.”

“Eu entendo que ali é um norte para você seguir. Se tem um remédio ali, por que não discutir? Foi discutida a hipótese de GLO, de 142, de estado de sítio, estado de defesa. Qual é o problema de discutir isso aí?”

E, apesar de todas as críticas e acusações ao processo eleitoral brasileiro, Jair Bolsonaro declara que se mantém candidato em 2026, mesmo estando inelegível: “Sou um réu sem crime. Fui condenado [tornado inelegível pelo TSE] sem crime nenhum”. Para vice, ele especula: “Talvez um nordestino, um pau de arara, um cabra da peste…”.

 

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Novo documento mostra golpe planejado em detalhes, com anuência total de Bolsonaro

“Como em 64, depois viriam as cassações de adversários, a suspensão de garantias constitucionais e um ato de força”.

O relatório do inquérito da PF sobre a tentativa de golpe desmentiu completamente Jair Bolsonaro, horas depois de ele negar participação na trama, afirmando, com base em uma profusão de provas, que ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” de todo o plano golpista.

Embora os golpes do tipo quartelada estejam em desuso, sendo substituídos pelas novas formas de corrosão da democracia, o golpe de Bolsonaro e seus asseclas seria à moda antiga. E fracassou exatamente porque não teve a adesão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Diante disso, Bolsonaro tenta salvar a própria pele, salta do barco golpista e vai para os EUA. No Brasil, desesperados e sentindo-se abandonados, os golpistas foram para a cartada afinal e arriscada, levando os acampados, arregimentados em vários pontos do país, para o ataque aos centros do poder.

Os detalhes do golpe aparecem em um documento que ainda não havia sido revelado e que foi encontrado na sede do PL, na mesa do assessor do general Braga Netto, Coronel Peregrino. O documento manuscrito estava em uma pasta denominada “memorias importantes” e era intitulado “Operação 142”, por ter como pretensa base jurídica o artigo 142 da Constituição, que na interpretação equivocada da extrema direita, permite a intervenção das Forças Armadas em caso de conflito entre os poderes ou de grave perturbação da ordem

Neste documento aparece a expressão “Lula não sobe a rampa”, síntese do objetivo do golpe, impedir a posse do presidente legitimamente eleito. Nele são listadas as ações que seriam desencadeadas, sob o título “Linhas de Esforço”. Pela ordem, eram elas, tal como listadas no documento

– Enquadramento jurídico no artigo 142 (AGU e MJ).

– Comprometimento político: convocação do Conselho da República e da Defesa.

– Discurso em cadeia nacional de TV e rádio.

– Preparação (ensaios) da tropa para as ações diretas.

– Mobilização de juristas e formadores de opinião.

– Preparar releases para divulgação posterior.

– Interrupção do processo de transição.

– Anulação de atos arbitrários do STF.