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Vídeos – Desta vez, no jogo do Palmeiras: Bolsonaro ouve o coro ‘uh, vai ser preso!’

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao estádio Mané Garrincha, onde ouviu o mesmo coro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para acompanhar a partida entre Água Santa x Palmeiras, pela 8ª rodada do Paulistão. Antes de começar o jogo, a torcida se dividiu entre vaias e gritos de apoio ao político.

Parte da torcida saudou o expresidente com gritos de “mito”, mas nos vídeos que circulam nas redes sociais predominam as vaias e o refrão

“uh, vai ser preso”.

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao mesmo estádio para ver o jogo entre Vasco e Fluminense.

Também foi vaiado e ouviu o mesmo coro: “vai ser preso”.

Veja os vídeos:

https://twitter.com/i/status/1556375467434713093

 

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Acordo de Bolsonaro permite humilhação a brasileiros deportados dos EUA

Modelo de deportação que permite às autoridades dos EUA tratar brasileiros deportados com humilhação, racismo e maus-tratos foi anulado em 2006, mas retomado por Bolsonaro.

Muitos discutiram o caso dos brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil algemados nos pulsos e nos tornozelos, além de terem denunciado humilhações, racismo e maus-tratos pelas autoridades americanas. Mas poucos se questionaram o porquê desse tratamento humilhante.

Alguns argumentaram que isso já era sintoma do fascismo implantado por Donald Trump em seu novo governo. Mas os agentes que algemaram e transportaram os brasileiros como escravos já estavam nas mesmas funções muito antes de Trump tomar posse. Além disso, Joe Biden deportou mais brasileiros do que Trump, inclusive sob as mesmas condições desumanas.

Também se poderia dizer que os americanos são supremacistas e consideram os latino-americanos seres inferiores. Isso já está mais próximo da verdade.

Mas o principal motivo é que o Brasil deixa os Estados Unidos tratarem os brasileiros como lixo. As deportações em voos fretados eram um procedimento comum e legal até 2006, quando o Brasil decidiu que não permitiria mais essa modalidade. Tal decisão dificultou a deportação de brasileiros dos EUA.

7,5 mil deportados sob Bolsonaro
Contudo, a paixão de Jair Bolsonaro pelos Estados Unidos fez com que o Brasil voltasse a aceitar essa humilhação. O primeiro voo fretado de brasileiros deportados dos EUA em 13 anos chegou em outubro de 2019, com 60 imigrantes. O segundo, em janeiro de 2020, com 80. Depois, em março. As denúncias de maus-tratos, assim, também voltaram. Até mesmo um menor de idade relatou ter sido acorrentado nos braços e pés.

Bolsonaro recebeu mais de 7,5 mil brasileiros deportados dos EUA, após concordar com a vinda de dois voos por mês – uma média de mais de 200 a cada mês retornaram ao Brasil. Em geral, sob essas condições subumanas. Segundo a imprensa, o Itamaraty teria tentado, tanto durante o primeiro mandato de Trump quanto no governo Biden, um acordo para liberar os brasileiros do uso humilhante de algemas pelo corpo. Mas outros relatos mostram que o aparato diplomático brasileiro nos EUA atuou contra os direitos de seus cidadãos para favorecer as autoridades norte-americanas.

O acordo de Bolsonaro para retomar as deportações humilhantes passou despercebido, ao contrário do escândalo que gerou a medida que acabou com a necessidade de visto para turistas americanos, sem a tradicional reciprocidade. Uma decisão, complementando a outra, evidencia a que o Brasil foi reduzido: uma colônia de onde bancos e indústrias dos EUA recolhem as riquezas, desgraçando o país, gerando miséria e êxodo, e cujos cidadãos são tratados como animais por tentarem uma nova vida na metrópole. Já os superiores estadunidenses vêm ao Brasil desfrutar de prostitutas e água de coco.

Fulgencio Batista sentiria inveja de Bolsonaro.

*Eduardo Vasco/Diálogos do Sul

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PT, Psol e MST pedem fim do PL da anistia por Hugo Motta ter negado tentativa de golpe no 8 de janeiro

Presidente da Câmara foi elogiado por Bolsonaro depois de minimizar ataque a sede dos três poderes: “Orgulho”.

Uma semana após assumir como presidente da Câmara, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) minimizou os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), na última sexta-feira (7), Motta afirmou ter havido uma “agressão inimaginável” às instituições, mas negou o intuito golpista por trás dos atos de terrorismo.

“Golpe tem que ter um líder, tem que ter pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas, e não teve isso”, afirmou o líder do centrão. “Ali foram vândalos, baderneiros que queriam, com a inconformidade com o resultado da eleição, demonstrar sua revolta”, completou.

Motta foi eleito sucessor de Arthur Lira (PP-AL) com 464 votos, tendo como aliados parlamentares de espectros da esquerda à extrema-direita. A declaração do deputado, porém, gerou reação negativa entre políticos do campo progressista, especialmente do PT e do Psol, e de movimentos populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Gilmar Mauro, dirigente nacional do MST, classificou a declaração de “absurda” e disse que a classe trabalhadora está comprometida a combater iniciativas assim. “De nossa parte, combateremos permanentemente esse tipo de tentativa de golpe pela extrema direita”, afirmou, ao Brasil de Fato.

Mauro mencionou ainda que, se tivessem uma visão estratégica, o deputado e os setores das classes dominantes estariam ao lado da democracia. “Se ele tem, junto com setores das classes dominantes brasileiras, vocação para criação de abutres, que amanhã vão comer os olhos dele e deles também, nós não temos nenhuma dúvida que os setores por detrás do golpe no Brasil são setores de milícias extremamente atrasadas e cobrarão um preço imenso do ponto de vista econômico e político no futuro.”

Reação de parlamentares

Segundo a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS), as falas de Motta são “gravíssimas” ao ignorarem o inquérito da Polícia Federal que investiga o plano de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder e esconderem o interesse em anistiar os responsáveis.

“É mais uma demonstração grave e preocupante desse casamento de conveniência da extrema direita com o centrão, que busca, nesse caso, minimizar o 8 de janeiro. Mas a gente sabe que o que está no radar da extrema direita é tentar pautar o PL da anistia e a mudança na Ficha Limpa para garantir a elegibilidade com menos de oito anos, unindo corruptos e golpe, afirmou ao Brasil de Fato.

Sem citar diretamente a declaração de Motta, a deputada federal e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, se manifestou nas redes sociais.

“É simplesmente descabido votar essa matéria na Câmara. Não se trata de atender o objetivo político deste ou daquele partido, mas de defender a democracia, respeitar e cumprir a decisão da Justiça sobre os ataques aos Três Poderes. É sem anistia!”, publicou Hoffmann nesta sexta-feira (7).

Já o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) enfatizou que o “8 de janeiro foi uma tentativa de golpe”. Em vídeo divulgado nas redes, o deputado afirmou que a depredação das sedes dos Três Poderes não foi um fato isolado e está interligado com a minuta do golpe e as reuniões de Jair Bolsonaro com chefes militares.

“Tinha um plano de assassinar Alexandre de Moraes, Lula e Alckmin. Era tudo uma tentativa de golpe. O 8 de janeiro foi a última tentativa deles”, colocou. “Os comandantes do Exército e da Aeronáutica não toparam, mas o da Marinha topou”, completou Farias.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8 de Janeiro, também se manifestou criticando a posição de Motta.

“Posso atestar categoricamente: após cinco meses de investigação, de receber centenas de documentos e de ouvir dezenas de testemunhas, houve tentativa de golpe e o responsável por liderar esses ataques tem nome e sobrenome. É Jair Messias Bolsonaro”, disse.

Bolsonaro reverencia posição de Hugo Motta

A fala de Motta negando o teor golpista dos atos de 8 de janeiro contradiz sua posição logo após assumir o comando da Câmara, ao dizer que o PL da Anistia seria tratado com “a maior imparcialidade possível” por ser o que “mais divide” a Câmara.

Após a declaração, Jair Bolsonaro (PL) disse estar orgulhoso da decisão do presidente da Câmara de discutir o projeto. O ex-chefe do Executivo disse, em nota, que Motta assumiu o comando em “boa hora” e o chamou de “cabra da peste”.

“Essa pauta humanitária faz alegrar os nossos corações. Tenho conversado com parlamentares de outros partidos e todos comungam do mesmo sentimento. Orgulho ainda do jovem Hugo Motta, cabra da peste, que em boa hora assumiu a presidência da nossa Câmara dos Deputados”, declarou Bolsonaro.

O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) ironizou a declaração do ex-presidente ao classificar a anistia como uma “pauta humanitária”. “Quer enganar quem se fazendo de vítima? Na pandemia, sua “ação humanitária” foi negar vacina e levar milhares de pessoas à morte. Depois roubou joias e tentou golpe de Estado. Vai pra cadeia!”, declarou Valente.

*BdF

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Limpeza étnica no Brasil tem outro nome, agenda fiscal exigida pelo mercado

No Brasil, agenda fiscal é o principal combustível para cravar uma controlada segregação social, tipo a do governo Bolsonaro que agradou o mercado.

A gestão Paulo Guedes, o posto Ipiranga de Bolsonaro, foi uma fábrica de fazer miseráveis.

Afinal, alguém tem que pagar a conta dos recordes de lucros que os banqueiros e grandes rentistas tiveram na época em que Guedes devolveu o Brasil ao mapa da fome com mais de três dezenas de milhões de desvalidos.

Há uma gigantesca diferença entre mercado e economia.
Mercado, o nome já diz, é um balcão de negócios que busca incessantemente e exclusivamente o lucro cada vez maior.

É a alma dos negócios brasileiros!

Isso é parte da economia de um país? Sim, no capitalismo, sim.

Mas é parte, não a economia em si como querem nos convencer os operadores do mercado.

Economia são outros quinhentos, sobretudo a economia de um país com 215 milhões de habitantes, gente de carne e osso, não um papel especulativo, ou uma carteira de crédito.

O problema é que o mercado quer moldar a economia para que ele funcione por suas leis selvagens. O ser humano não tem valor algum.

O centro da economia passa a ser o mercado, não o homem, não quem trabalha e produz a riqueza da nação.

Aliás, a palavra “nação” é tida como palavrão para o neoliberalismo globalizado, onde o rentismo é bicho solto, sem regulamentações.

É nessa hora que entra o grande valor de Lula e o Projeto Neofascista que orientou todo o governo Bolsonaro, via Paulo Guedes.

Guedes tensionou de tal forma a condição humana com sua fábrica de desigualdade que, em quatro anos, o Brasil virou terra arrasada.

Desemprego, fome, desamparo, desesperança e colapso social foram as marcas vitais do governo Bolsonaro.

Aliás isso alimentou e muito o fanatismo dos bolsonaristas que têm horror a pobres e pretos, além da misoginia e homofobia.

A candidatura de Lula à reeleição em 2026 afirma-se como a única capaz de impedir a cristalização desse bloco reacionário em um novo ciclo de governo.

Daí a simpatia que o mercado nutre por um genocida como Bolsonaro que é responsável pela morte de 700 mil brasileiros por Covid; e a antipatia por Lula, que tirou da dor da fome e da miséria 45 milhões de brasileiros operando de forma humana a economia do país.

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Lula ou a extrema direita

As que seriam alternativas de centro praticamente desapareceram, escreve Emir Sader.

A extrema direita retoma sua ofensiva contra Lula, contando com a participação ativa dos meios de comunicação. Ela sabe que, se não destruir a imagem de Lula, não tem possibilidades de retornar ao governo.

Por isso, joga todas as suas cartas nas insinuações de todo tipo contra Lula, no que conta com os meios de comunicação, que diariamente se encarregam de levantar críticas sem nenhum fundamento ao presidente. Desde que Lula teria feito declarações indevidas até que não teria se pronunciado sobre temas de preferência da direita.

As que seriam alternativas de centro praticamente desapareceram. Os tucanos, que tradicionalmente haviam polarizado com o PT a cena política durante várias décadas, desapareceram como partido político, restando apenas o governador de um estado. A direita se deixou levar pela extrema direita. À esquerda do PT, o Psol, que havia surgido com a ideia de que o PT estava equivocado e Lula fracassaria, fracassou ele, porque o PT não estava errado e Lula não fracassou.

Essa polarização entre a extrema direita e o PT marca profundamente a situação política brasileira. Diante da hegemonia das políticas neoliberais adotadas pelo capitalismo neste período histórico, o PT propõe a prioridade das políticas sociais, o fortalecimento do Estado, a retomada do desenvolvimento econômico.

Essas políticas permitiram que a economia brasileira voltasse a crescer, que o nível de emprego passasse a ser o mais alto que o país conheceu, a democracia se consolidou. No entanto, esse resgate da economia brasileira e da própria democracia não se traduz – em algumas das pesquisas, pelo menos – em apoio mais amplo ao governo. Segundo estas, o nível de rejeição de Lula teria aumentado e o apoio à direita estaria em um processo de aumento.

A extrema direita concentra seus ataques contra a política e a democracia, identificados com o PT. Nas velhas, mas sempre reiteradas acusações de corrupção a Lula e ao PT, que reforçam a ideia de desqualificação da política e do Estado.

Ao mesmo tempo, a extrema direita ataca as reivindicações das minorias, o feminismo, entre elas, mas também as reivindicações dos negros, dos homossexuais.

O que surpreende é que Lula e o PT têm um legado, de vários governos, que diminuíram as desigualdades no país, enquanto o legado da direita – o de Bolsonaro – é totalmente negativo, de todos os pontos de vista.

*Emir Sader/247

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Alguém precisa lembrar a Hugo Motta que foi o STF que cassou Eduardo Cunha

Em menos de uma semana na presidência da câmara federal, Hugo Motta arreganhou a porteira da casa para os demônios e os diabos menores.

Ou é um colegial deslumbrado, ou o PL de Bolsonaro ameaçou agourar seus ovos na saída, por saber segredos do pigmeu moral que ainda não vieram a público.

Alguém terá que mostrar ao arrogante a diferença do que ele pode e o que acha que pode

Comprar uma guerra com o executivo e o judiciário como comprou, vai fazer de sua caminhada uma estrada esburacada que certamente o fará tropeçar na própria língua de trapo e terminará beijando o chão.

Parece que Motta está se divertindo com o enfrentamento, sobretudo com o STF.

O papagaio de pirata de Cunha e Lira, agora, com microfones e holofotes voltados para si, arvora-se em pautar o executivo e judiciário a partir de sua cabeça infestada de excremento.

Lógico, vai dar merda!

Se seguir nesse rodopio infrene que estarrece até a mídia, para ele, a previsão do tempo será a de céu escuro, raios, trovões e tromba d’água.

Na tese de Motta, a tentativa dos terroristas bolsonaristas, de explodirem um caminhão de gasolina no aeroporto de Brasília, não foi nada, mas tão somente um episódio inocente.

De acordo com a Polícia Federal, a tentativa de golpe tinha sim, um líder: o então presidente Jair Bolsonaro que, depois de perder a eleição, fez diversas reuniões com auxiliares e com os chefes das Forças Armadas para sondar a possibilidade de uma intervenção autoritária antes da posse de Lula.

Essa seria a linha de atuação, caso um grupo de militares, designado pelo chefe do Executivo, à época, falhasse em encontrar provas de uma fraude fictícia no sistema eleitoral.

Não só isso

A tentativa de golpe também tinha estimuladores, além do próprio presidente, ministros de seu governo, como Walter Braga Netto, instigaram os manifestantes a continuarem engajados na intentona golpista.

Deputados federais, senadores e influenciadores, ligados diretamente à família Bolsonaro, também contribuíram ativamente, segundo a Polícia Federal.

Motta quer negar, mas um número sem fim de provas dos atos criminosos que desembocaram no 8 de janeiro de 2023 não permitem.

Se seguir nessa pegada, verá, e não demora, Hugo Motta terá sua cabeça a prêmio na bacia das almas.

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NÃO À ANISTIA!: Declaração de Hugo Motta sobre 8 de Janeiro anima Bolsonaro, que volta a pressionar por anistia

Novo presidente da Câmara negou golpe de Estado. Bolsonaro vê esperança.

Após o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acenar para os golpistas e defender que o 8 de Janeiro não representou uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) se animou.

O ex-ocupante do Palácio do Planalto, que defende a anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos enquanto se aproxima de uma possível prisão por seu envolvimento na trama golpista, desejou sorte a Motta na empreitada que pode, no fim das contas, beneficiá-lo diretamente.

“Que Deus continue iluminando o nosso presidente Hugo Motta, bem como pais e mães voltem a abraçar seus filhos brevemente. Essa anistia não é política, é humanitária”, destacou Bolsonaro em mensagem enviada no WhatsApp a uma série de veículos de comunicação, neste sábado (8).

Na sexta-feira (7), Motta contestou a interpretação de que os eventos do 8 de Janeiro representaram uma tentativa de golpe de Estado. Segundo o parlamentar, na ausência de um líder capaz de coordenar uma ruptura do regime democrático, o episódio se resumiu a uma ação de “vândalos e baderneiros” que buscavam expressar revolta, sem configurar uma ameaça real à ordem institucional.

As declarações foram amplamente repudiadas pelo campo democrático no Congresso Nacional e pelo meio jurídico, que também rejeitaram as tentativas de retomar as discussões sobre o projeto de anistia aos golpistas.

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PEC do regime semipresidencialista é protocolada na Câmara após aceno de Hugo Motta

Presidente da Câmara indica ser favorável à discussão, mas diz que não tem pressa para iniciar debate.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê a adoção do semipresidencialismo no Brasil foi protocolada na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (6).

O debate acerca desse tema ocorre num momento em que o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), mostrou-se favorável à discussão, apesar de indicar não ter urgência para iniciar a tramitação da proposta.

De autoria dos deputados Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) e Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), a proposta conseguiu assinaturas de 179 parlamentares –são necessários 171 para que uma PEC seja protocolada.

Essa não é a primeira iniciativa legislativa que discute mudança de regime. Um referendo em 1963 e um plebiscito em 1993 rejeitaram a mudança desse regime.

Em entrevistas recentes, o novo presidente da Câmara indicou ser favorável à discussão desses temas.

Na terça (4), ao ser questionado sobre propostas que tratam de mudanças de sistema de governo do país, Motta disse que não teria “dificuldade nenhuma” nesse sentido, mas afirmou que isso deve ocorrer no longo prazo, “com muita responsabilidade”.

“Penso que a discussão do parlamentarismo deve existir, mas não que isso seja aplicado para 2026, 2030.

Discutir reforma eleitoral para a eleição seguinte é muito difícil de aprovar”, afirmou.

Nesta sexta (7), em agenda na Paraíba, o parlamentar disse que a Casa deve discutir o tema do semipresidencialismo porque há “um interesse da Casa e dos partidos”.

“Nós vamos discutir essa matéria. Há um interesse na Casa, dos partidos de poder se debater. Também não temos compromisso em pautar isso de forma urgente, correndo. Pelo contrário. Discutir o sistema político do Brasil é sempre bom para buscar mais eficiência, mais participação popular e buscar governos sempre de mais resultados para uma população que precisa”, afirmou.

Como a Folha mostrou, a Câmara deverá criar ainda neste ano uma comissão especial para discutir uma nova reforma eleitoral, tema frequente de discussões de deputados e senadores. A ideia surgiu a partir de um projeto de lei que altera o sistema eleitoral para o modelo distrital misto.

Ainda não há clareza sobre quais temas poderão ser incluídos no bojo das discussões e, até então, aliados de Motta descartavam discussões sobre mudanças de regime de governo nesse colegiado.

A PEC do semipresidencialismo
A PEC protocolada nesta quinta prevê a adoção do semipresidencialismo no Brasil.

Ela diz que a figura de presidente da República continua existindo, mas com poderes limitados. Pelo texto, o presidente continuará sendo o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas, mas passará a existir um primeiro-ministro -responsável pela administração do governo.

Caberá ao presidente da República nomear o primeiro-ministro, após consulta aos partidos políticos que compõem a maioria da Câmara dos Deputados, assim como os demais integrantes do Conselho de Ministros. O presidente também seria responsável por enviar projetos de lei ao Congresso e manter relações com Estados estrangeiros, entre outras coisas.

A figura responsável pela administração do governo será o primeiro-ministro, que será sempre um parlamentar escolhido pelo Congresso. Caberá a ele elaborar o programa de governo, editar decretos e nomear cargos da administração federal.

A PEC também prevê a implementação do voto distrital misto para eleição de deputados federais. A proposta diz que a emenda entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2026, no começo do último ano do mandato do atual presidente, Lula (PT).

Ainda há um longo caminho para que a PEC chegue ao plenário da Câmara. Primeiro, o presidente da Câmara precisa despachar a proposta para análise na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.

Depois, caso aprovada na CCJ, caberá também ao presidente da Casa designar uma comissão especial para tratar do mérito da proposta -há um prazo de 40 sessões para votar o texto, sendo que o período para emendas se esgota nas 10 primeiras.

Após passar pela comissão especial, a PEC precisa ser analisada no plenário da Câmara, e são necessários 308 votos (de 513) para a sua aprovação, em dois turnos de votação. Com ICL.

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Sem anistia, dizem aliados de Bolsonarro

Não há a menor chance de Bolsonaro ser anistiado ou aliviado sob qualquer pretexto de ocasião.

Sem ilusões, dizem os próprios aliados do comandante do golpe tentado e frustrado no dia 8 de janeiro de 2023.

Do final do ano não passa. Essae é também a avaliação dos aliados mais próximos.

Bolsonaro reluta em concentrar-se no principal.

Como suportará anos de cadeia que lhe custarão, sobretudo o esquecimento da manada que vive de carne fresca?

Ele sabe que nesse mundo do bolsonarismo de momento a fila anda rápido.

A travessia para a sua liberdade ser devolvida será longa e penosa.

Portanto, não haverá forma de ressuscitar alguém no mundo da política, não com esse horizonte infinito.

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Vídeo e documentos mostram proximidade de Derrite e PM da Rota suspeito de ajudar PCC

Filmagem compartilhada nas redes sociais mostra Secretário de Segurança trabalhando na mesma viatura que policial José Roberto Barbosa de Souza.

Um vídeo antigo e documentos mostram proximidade entre o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, então tenente da Rota, e um sargento da PM paulista atualmente investigado sob suspeito de ajudar integrantes do PCC. A pasta negava essa relação.

Uma filmagem compartilhada nas redes sociais mostra Derrite, na época da tropa de elite da polícia, trabalhando na mesma viatura que o sargento aposentado José Roberto Barbosa de Souza, o Barbosinha.

Conforme nota oficial, a pasta sustentava que o secretário havia tido “contatos esparsos” com Barbosinha, conhecido como Mão de Rã pela habilidade ao volante, no período em que ambos trabalharam no batalhão da Rota (tropa de elite da PM).

O nome de Souza aparece em relatório da Corregedoria como um dos policiais suspeitos de ligação com PCC que teriam fornecido dados sigilosos de operações para criminosos. O documento diz que o PM trabalhou na Rota entre 2008 e 2018 e, durante esse período, também prestou serviços na seção de rádio do batalhão, juntamente com o sargento Alexandre Aleixo Romano Cezário.

“Segundo denunciante, [Souza] passava informações sobre operações que seriam realizadas na Rota ao crime organizado, sendo que, em 2022, em sua candidatura política, teria utilizado de uma agência para montar o seu comitê, os quais teriam ligações com criminosos do PCC”, diz trecho do documento.

Souza foi candidato a deputado federal pelo União Brasil em 2022. Conforme o advogado de Souza, Abelardo Julio da Rocha, a única verdade contada sobre o sargento até agora é que ele foi motorista de Derrite, apesar de negativa oficial. “Eles foram, efetivamente, da mesma equipe, inclusive há outros documentos que mostram Derrite pedindo elogio pra equipe”, disse.

PM foi motorista de Derrite na Rota
Entre as provas de que Souza foi, de fato, motorista de Derrite na Rota, o advogado encaminhou à reportagem um vídeo gravado em 2010 quando ambos participaram juntos de atendimento de ocorrência em Osasco, na Grande São Paulo. O vídeo mostra Souza ao volante e o então tenente Derrite como encarregado.

Além disso, o advogado encaminhou documentos, também de 2010, em que o oficial pede elogios aos superiores para os membros da equipe Rota 91.328, composta pelo tenente Derrite e pelos soldados Barbosa, Da Mata e Bueno, em razão de prisões realizadas na capital e litoral paulista, segundo Rogerio Pagnan, ICL.

Procurada no fim de janeiro, a Secretaria da Segurança reencaminhou nota compartilhada à imprensa, em que sustentava a versão dos “contatos esparsos”. A assessoria do secretário também confirmou ter informado que Souza não foi motorista de Derrite.

Após a reportagem informar à pasta ter um vídeo e documentos que contrariavam essa tese, a Secretaria da Segurança enviou novo posicionamento, sem mais citar o sargento.

“O secretário Derrite, durante toda a sua carreira da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sempre atuou dentro da legalidade com o objetivo de contribuir para o combate à criminalidade e a proteção da população”, diz trecho da nova nota, sem mencionar “contatos esparsos” ou negar ligação com Souza.

A Folha também questionou a PM sobre a versão apresentada pela defesa, de que Souza jamais trabalhou na sala de rádio ou nos órgãos de inteligência da Rota, diferentemente do que apontam documentos da Corregedoria. Ainda segundo a defesa, isso poderia ser confirmado com uma consulta às escalas de serviço do policial.

A pasta não fez comentários sobre esse questionamento. Respondeu apenas que “a conduta do 3º Sargento citado é alvo de investigação por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) que tramita em segredo de Justiça”.
Rocha disse, por fim, que o cliente deve acionar judicialmente os oficiais da Corregedoria, assim como as pessoas que atacaram a honra de Souza na internet, incluindo jornalistas. O advogado afirma que, além do prejuízo emocional, o sargento aposentado perdeu emprego na iniciativa privada.

O advogado disse, ainda, que o sargento aposentado disse estar se sentindo abandonado, principalmente pelos oficiais que trabalharam com ele por anos na Rota e conhecem a índole dele, como os integrantes do Comando-Geral.

“Olha, toda a cúpula hoje da Polícia Militar serviu na Rota e sabe que isso é mentira. Todo mundo ficou absolutamente em silêncio. Isso deixou ele muito triste, decepcionado. Porque a lealdade, você sabe disso, lealdade é uma via de mão dupla, né?”, finalizou o advogado.