Medida tem caráter provisório, pois ainda há recurso pendente no STF; deputado questiona valor e condenação.
A Justiça determinou a penhora de R$ 88,9 mil de contas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em ação de indenização por danos morais movida pela repórter Patrícia Campos Mello, da Folha. Tal determinação, proferida pelo juiz Luiz Gustavo Esteves, da 11ª Vara Cível de São Paulo, aconteceu após o deputado não ter pago o valor no prazo determinado.
Estão inclusos no cálculo R$ 35 mil da indenização, além de custas processuais, honorários advocatícios e penalidades relativas à falta de pagamento.
O montante foi bloqueado em caráter provisório, isso porque ainda há recurso pendente do STF (Supremo Tribunal Federal), em que o parlamentar questiona a condenação. Em agosto, após pedido da repórter, a primeira instância determinou que houvesse o pagamento do montante devido. O deputado apresentou uma contestação, alegando haver excesso no valor.
“Determino a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira do(s) executado(s), existentes nas instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores até o limite da dívida executada”, diz a decisão que ordenou o bloqueio.
O deputado ainda tem prazo para questionar a penhora. Sua defesa foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar,
Em 2021, Eduardo foi condenado pela primeira instância a indenizar a jornalista em R$ 30 mil, além de pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, em decisão da 11ª Vara Cível de São Paulo.
No mesmo ano, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou recurso dele, manteve a decisão de primeira instância e elevou o valor da indenização para R$ 35 mil. A decisão foi tomada de forma unânime pelos desembargadores da 8ª Câmara de Direito Privado.
O parlamentar recorreu ainda ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que rejeitou o recurso por unanimidade em maio deste ano. Ele sustentou inicialmente que o valor da indenização era exorbitante. A Quarta Turma da corte, no entanto, entendeu que a quantia não era desproporcional e que não cabia revisão por parte do STJ. Há ainda um recurso apresentado ao STF pendente.
Eduardo Bolsonaro atacou jornalista A repórter acionou a Justiça após ataque, com ofensa de cunho sexual, feito numa live e em publicação em rede social. Em transmissão ao vivo, Eduardo disse, entre outras coisas, que a jornalista “tentava seduzir” para obter informações que fossem prejudiciais ao seu pai, então presidente Jair Bolsonaro.
Em suas afirmações à época, o deputado fez referência a Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, que mentiu e insultou Patrícia em uma sessão da CPI das Fake News, no Congresso —ele também foi condenado em processo de danos morais.
Hans trabalhou para a Yacows, empresa de marketing digital, na campanha eleitoral de 2018. Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos para registrar chips de celular e, assim, conseguir o disparo de SAINlotes de mensagens em benefício de políticos.
A apuração jornalística foi baseada em documentos da Justiça e em relatos de Hans. Ele, porém, deu declarações inverídicas e insultou a jornalista na CPMI, ao insinuar que ela buscava informações “a troco de sexo”.
Na sentença de primeira instância, o juiz afirmou que Eduardo Bolsonaro, “ocupando cargo tal importante no cenário nacional –sendo o deputado mais votado na história do país, conforme declarado na contestação– e sendo filho do atual presidente da República, por óbvio, deve ter maior cautela nas suas manifestações, o que se espera de todos aqueles com algum senso de responsabilidade para com a nação”.
Investigados por fake news, os parlamentares bolsonaristas acusaram o governo Lula de censurar informações da tragédia no RS
Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) resolveram atacar o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, após o dirigente ter feito alertas à Polícia Federal sobre fake news em relação às ações do governo Lula (PT) para ajudar o estado. Pimenta disse não ter medo de “bandido” e de “miliciano”. Os parlamentares acusaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) censurar informações da tragédia no RS.
“Quem vai analisar se há crime, se deve ser indiciado, é a polícia. Depois o Ministério Público”, afirmou Pimenta. “Comuniquei a autoridades para que avaliem a possibilidade de inquérito. Aqueles que não cometerem crimes, não têm o que temer”, disse. “Eu sei do que vocês são capazes. Se não tem alguém que não se intimida com miliciano, com bandido sou eu”.
O deputado da extrema-direita é filho de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível por espalhar notícias falsas do sistema eleitoral brasileiro. “Os senhores sabem que a popularidade de vocês caiu. Tanto que escalaram um secretário de Comunicação para gerir a reconstrução de uma cidade e não um engenheiro, administrador, gestor”, afirmou Eduardo Bolsonaro, acrescentando que a Globo News é “assessoria de comunicação dos senhores”.
A parlamentar é investigada por fake news. “Queremos mostrar a verdade”, disse Bia Kicis na Câmara. “Não se combate desinformação com censura. O governo quer cercear. Acusou a existência de gabinete de ódio no governo Bolsonaro. Nunca foi apresentado um crime sequer cometido pelo tal gabinete, tampouco uma conceituação concreta sobre o que este seria”.
Eduardo Bolsonaro declarou que a tragédia humana, produzida por seu pai, com os seus atos criminosos em prol do vírus contra a população, seria pior se o presidente fosse Lula.
É interessante que Lula, reconhecido no mundo, como presidente que tirou 33 milhões da miséria absoluta e o Brasil do mapa da fome, enquanto o pai do ex-funcionário fantasma de Roberto Jefferson, devolveu o país ao mapa da fome e, junto, 33 milhões de miseráveis.
O desrespeito às vítimas da covid por Eduardo nem é original, pois se pai, que é o presidente que mais produziu vítimas de covid no mundo, de forma consciente e calculada, com a justificativa funesta de imunidade de rebanho seria o suficiente para acabar com a pandemia no Brasil.
Por isso Bolsonaro não cansou de fazer eventos para acumular pessoas, a choldra da Jovem Pan parta, junto com ele, satanizar a vacina, o uso de máscara, oferecendo-se como lobista da Ivermectina e Cloroquina, chegando ao absurdo e mais de 4 mil mortes por dia, sem mostrar em palavras e ações um mínimo de empatia com a dor das vítimas ou de seus familiares.
Essa molecagem, dita por Eduardo, é típica de quem não tem o menor apreço pela dor e a vida de centenas de milhares de brasileiros, e explica, por que, proporcionalmente, o Brasil foi o país onde mais morreram pessoas por covid.
O que ninguém entende é como esse clã segue impune.
Bolsonaro foi expulso do exército pelos mesmos motivos que hoje o STF vai condenar e prender o sacripanta: terrorismo!
Até quando os bolsonaristas e o próprio Bolsonaro vão ficar nesse mimimi só porque vai pegar uma cana dura por comandar atos terroristas contra a democracia?
Se tentar usar o termo arruaceiro, pra aliviar sua culpa pelo dia 8 de Janeiro, piora. Pois esse é termo que acabou sendo usado para o comando do exército proibir sua entrada em qualquer quartel. Arruaça terrorista! Assim foi escrito uma circular para exorcizar o bandalha.
Bolsonaro só virou político porque, expulso do exercito por práticas terroristas contra a própria instituição, queria continuar mamando nas tetas do Estado, sem jamais pegar no pesado na iniciativa privada. Esse é o liberal que todo esperto sonha ser.
O ex-funcionário fantasma de Roberto Jefferson, Eduardo Bolsonaro, disse nos EUA que o “Brasil vive uma ditadura” por abortar um golpe de Estado que seu pai tentou aplicar, que seria seguido de uma ditadura militar.
Parlamentar compartilhou reportagem do Metrópoles criticando entregadora que processa os pais por não a chamarem pelo nome social.
São Paulo – A entregadora Duda Taylor Araújo, de 27 anos e que se identifica como não binário, registrou um boletim de ocorrência de injúria e difamação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O registro na Polícia Civil por transfobia decorreu de uma postagem feita pelo parlamentar na rede social X (antigo Twitter), na qual critica reportagem do Metrópoles, em que Duda afirma processar os pais por não chamá-la pelo nome social.
Duda nasceu menino, mas desde o ano passado passou a se identificar oficialmente como “não binário” — que são pessoas que não se identificam especificamente com o gênero masculino ou feminino.
Na Argentina para acompanhar as eleições do país que acontecem neste domingo (22/10), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concedeu uma entrevista ao vivo ao canal local C5N. No entanto, foi retirado do ar ao defender o porte de armas. O parlamentar endossa a candidatura do economista Javier Milei, da extrema-direita, para a presidência do país.
Na ocasião, Eduardo Bolsonaro defendeu uma exame prático de disparo de arma de fogo, para que os argentinos tenham condições de legítima defesa. Após a declaração, o áudio da entrevista foi retirado. Veja o vídeo:
“É necessário fazer um teste prático de tiros para então levar a diante armas de fogo para os cidadãos, dando condições para que tenham legítima defesa…”, dizia o filho “03” de Bolsonaro ao vivo no Canal 5 Notícias (C5N), a emissora a cabo de maior audiência no país vizinho, quando o âncora do telejornal simplesmente deu ordem para os editores de imagem o cortarem.
“Obrigado, Mariano (repórter)… A Argentina é generosa demais em receber esse tipo de gente… Por isso que seu pai foi tirado do poder, por lógica, pelos brasileiros”, falou irritado o apresentador, tentando dar um ar agradável ao desagradável fato de ver um estrangeiro pregando a distribuição de armas em seu país.
Os demais convidados e jornalistas que participavam da mesa ficaram simplesmente calados diante da cachoeira de bobagens dita por Eduardo Bolsonaro, que se presume ter ficado a falar sozinho sobre sua obsessão por tiros, fora do ar, já que nem notou o corte.
Confira o vídeo:
O mico do dia. Eduardo Bolsonaro tentou bancar o garoto propaganda das armas em programa argentino sobre a eleição e foi retirado do ar. Cortaram o Dudu. pic.twitter.com/jA2c5nFEOt
Em meio à disputa eleitoral de 2022 e a perspectiva de derrota do pai, Jair, na disputa à presidência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajou em “missão oficial” à Argentina, com o apoio do Itamaraty, e contratou com recursos da campanha o marqueteiro Fernando Cerimedo, que criou uma fake news no dia 4 de novembro, após a vitória de Lula, sobre um “dossiê” com informações mentirosas sobre as urnas eletrônicas, segundo a Forum.
Segundo investigação “Mercenários Digitais”, que reúne veículos de mídia para rastrear a indústria das fake news na América Latina, Eduardo Bolsonaro relatou à Comissão de Relações Exteriores da Câmara que viajaria em missão “muito urgente” à Buenos Aires para “participar do Ciclo de Atividades para a Difusão das Ideias de Liberdade, entre 12 e 15 de outubro”.
A Câmara, por meio da Secretaria de Relações Internacionais) notificou o Itamaraty, por meio da Embaixada na Argentina, para “prestar o apoio possível” a Eduardo e dois seguranças, Renan Ornelas Mota e Renato Araújo de Souza.
No entanto, o filho de Jair Bolsonaro viajou acompanhado de Giovani Larosa, correspondente no Brasil do site de extrema-direita La Derecha Diário, de propriedade de Fernando Cerimedo, com quem Eduardo se encontrou na Argentina.
Segundo reportagem de Juliana Dal Piva no portal Uol, Durante a viagem, Eduardo gravou vídeos para a campanha do pai com o apoio de Ceridemo.
Na prestação de contas da campanha, o filho de Bolsonaro lista ao menos um pagamento, no valor de R$ 3,9 mil a Giovani Larosa, jornalista do grupo de Ceridemo no Brasil, com quem viajou à Argentina. A contratação se deu por “divulgação de propaganda eleitoral e apoio à campanha do contratante”.
Após a derrota de Bolsonaro, os perfis do La Derecha Brasil no Twitter, Instagram e Telegram foram suspensos depois que um vídeo em que Cerimedo incita bolsonaristas com uma fake news sobre fraude nas urnas nas eleições foi divulgado.
Com o título “O Brasil foi roubado”, o vídeo fou usado por políticos bolsonaristas e viralizou nas redes ligadas ao ex-presidente, incitando os apoiadores radicais a montarem acampamentos e contestarem os resultados das urnas, que teve seu ápice nos atos golpistas de 8 de Janeiro.
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Filho zero dois de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro mantém, com recursos da verba de gabinete da Câmara, um carro blindado à sua disposição em Brasília, ao custo mensal de R$ 8 mil, segundo Lauro Jardim, O Globo.
Quando vai a São Paulo, aluga também um veículo blindado, como fez em junho, quando desembolsou R$ 3 mil por quatro diárias de um Jeep Compass Longitude.
A propósito, ao contrário do irmão, Flávio Bolsonaro faz uso do veículo fornecido pelo Senado. Lá, somente Sergio Moro anda de carro blindado.
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Os deputados Guilherme Boulos (Psol-SP) e Simão Pedro (PT-SP) recorreram à Procuradoria Geral da República (PGR) solicitando que seja investigada a empresa Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda. e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os parlamentares pedem a apuração sobre “indícios dos crimes de falsidade ideológica, improbidade administrativa e contra a ordem tributária”.
Os parlamentares citam a investigação realizada em conjunto pela Agência Pública, UOL e o Centro Latino-americano de Investigação Jornalística (Clip), em maio, e apontam, por exemplo, que Eduardo Bolsonaro omitiu de sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a existência da empresa e mencionam as descobertas feitas pela reportagem. Eles também questionam o enquadramento da firma como “microempresa” e o fato de o endereço da sede do negócio de Eduardo Bolsonaro não ter nenhuma identificação da empresa.
O filho 03 de Jair Bolsonaro lucrou no ano passado ao menos R$ 600 mil em quatro meses com a empresa. Em março deste ano ele transferiu a sede da Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda para um local sem nenhuma identificação no mesmo endereço de uma loja que faz venda online de objetos com mensagens golpistas e falsas.
Em 18 de abril do ano passado, o deputado federal fundou a empresa para atuar no ramo de “produção de vídeos e de programas de televisão”, “cursos” e “marketing”. A firma foi registrada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e, em março de 2023, transferida para um outro endereço em Caçapava, no interior de São Paulo.
A reportagem esteve no local no dia 17 de maio e não encontrou qualquer referência à firma. No entanto, funciona ali a sede da Camisetas Opressoras, diversas vezes propagandeada por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.
A loja faz venda online de objetos como canecas e adesivos com o slogan golpista “Brazil was stolen” (“O Brasil foi roubado”), usado pelos bolsonaristas na tentativa de obter apoio internacional à ideia mentirosa de que as eleições brasileiras foram fraudadas.
De acordo com dados da Junta Comercial de São Paulo, a Eduardo Bolsonaro Cursos foi registrada a partir de um ofício preparado por Lucimar Claudina dos Santos, secretária parlamentar do gabinete de Eduardo, na Câmara dos Deputados, em Brasília, desde abril de 2021.
Pouco tempo depois, em 29 de abril de 2022, o parlamentar admitiu sua mulher, Heloísa Bolsonaro, como sócia-administradora do negócio.
Em 3 de março de 2023, ela alterou o objeto social para incluir “comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios” e informou à Junta a troca de endereço para Caçapava (SP), exatamente para o mesmo endereço da Camisetas Opressoras e de outra empresa de publicidade chamada Wiks.
Em fevereiro deste ano, a Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda também passou a vender suvenires, como canecas, cadernos e calendários, para a militância bolsonarista por meio do site Bolsonaro Store. A diversificação do mercado coincide com sua mudança de endereço de São Bernardo para Caçapava e de ramo de atividade.
Já a empresa Camisetas Opressoras, nos documentos, pertence a Denise Bueno, esposa de Wilker Delkerson Amaral. Ele foi funcionário do gabinete do deputado estadual de São Paulo Gil Diniz (PL), conhecido como “Carteiro Reaça”, aliado da família Bolsonaro e ex-assessor de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. No ano passado, o casal também prestou serviço de “atividades de militância e mobilização de rua” na campanha do candidato: os dois receberam R$ 1.500 cada um.
No mesmo endereço da empresa de cursos de Eduardo e da Camisetas Opressoras ainda está registrada a Wiks Publicidade, cujos sócios são Wilker Amaral e Edmilson Rodrigues. A reportagem foi até o local, na cidade de Caçapava, onde fica um imóvel comercial com dois andares. Ao lado do interfone, há um papel colado com o nome dos negócios que funcionam ali e os números das salas. A firma de Eduardo não consta na lista.
Ao chegar ao local, a reportagem foi atendida por Wilker Amaral, mas, ao ser questionado sobre a Camisetas Opressoras, ele disse que “não tinha autorização” para falar da loja, mesmo que o site da empresa esteja em seu nome.
“Não sou dono da empresa. Sou um colaborador. Não tá no meu nome a empresa”, afirmou. Questionado sobre de quem seria a empresa, Amaral insistiu que não podia falar. “Então, não sou autorizado. Não posso falar da operação. Eu não sou autorizado a falar para você e você não pode falar alguma coisa da operação. O que eu tô falando é que aqui fica a empresa”, disse. Ao final, citou que a empresa seria da mulher, “então tudo em casa”.
No dia em que a reportagem esteve no local, a mulher de Amaral, Denise Bueno, não estava. O casal vive em uma casa a poucos metros da sede da loja. Procurada, ela não retornou.
O site da Camisetas Opressoras funciona desde outubro de 2016. Porém, a empresa só foi formalizada na Junta Comercial em 18 de junho de 2021. Antes, a loja funcionava informalmente.
Ela ficou conhecida em 2018 depois que a família Bolsonaro começou a usar seus produtos —Jair Bolsonaro vestia uma de suas camisetas quando foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG), durante sua primeira campanha eleitoral para a Presidência. Nas redes sociais, há diversas fotos de Denise e Wilker com o ex-presidente.
Além de serem registradas no mesmo endereço, as três empresas também se conectam pela proximidade dos donos. No período eleitoral, em setembro de 2022, Eduardo Bolsonaro esteve no local, onde deixou autógrafos, fez fotos e gravou vídeos dos produtos. Tudo foi compartilhado nos stories do deputado e republicado no canal do Instagram da Camisetas Opressoras. “Uma visita ilustre pra começar bem a nossa semana. Sem palavras. Grande dia!”, escreveu o perfil da empresa.
Em várias postagens, a Camisetas Opressoras informa que Eduardo Bolsonaro não recebe pelos serviços de garoto propaganda. “Tá rolando agora um papo do @bolsonarosp com a galera do @flowpodcast e fomos surpreendidos com essa super publi gratuita! Que honra!”, diz a loja em um vídeo fixado em seu perfil. Em outra publicação, a empresa diz que sempre pôde “contar com o apoio” do deputado.
Embora, oficialmente, não tenha qualquer conexão com a loja, Eduardo chegou a divulgar a caneca “Brasil Was Stolen” nas redes da Camisetas Opressoras. Em um vídeo publicado em 10 de fevereiro deste ano, por exemplo, o parlamentar mostra como chegar até o site da empresa. Ele desliza a tela mostrando os itens. Dentre eles, aparecem a caneca e adesivos com o slogan golpista. A “publi de milhões”, como descreve o post, tem mais de 3.600 curtidas.
O termo “Brazil was stolen” se tornou um dos assuntos mais comentados no Brasil no Twitter quando o argentino Fernando Cerimedo, dono da empresa de marketing político Numen Publicidad e amigo de Eduardo Bolsonaro, divulgou uma live no canal do YouTube do seu site, o La Derecha Diario, com informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
No ano passado, a Pública mostrou que a hashtag #BrazilWasStolen foi bastante compartilhada a partir do primeiro turno das eleições, muitas vezes em conjunto com a #BrazilianSpring, cunhada pelo ideólogo da ultradireita americana e mentor de Eduardo Bolsonaro, Steve Bannon.
Há alguns anos, Eduardo Bolsonaro atua para importar para o Brasil algumas das estratégias usadas pela extrema direita americana. Levantamento da Agência Pública demonstrou que ele teve mais de 77 reuniões com conservadores estadunidenses durante o governo Bolsonaro.
Desde 2019, o congresso CPAC, congresso de direita lançado nos EUA, é realizado no Brasil por iniciativa de Eduardo Bolsonaro. Naquele ano, ele firmou um termo de cooperação com a União Conservadora Americana (ACU), think tank que organiza o evento, para “intercâmbio de conhecimento”. Em 2020 fundou o Instituto Conservador Liberal, que passou a organizar os CPACs no Brasil —já foram realizadas três edições: em São Paulo, Brasília e Campinas.
Os produtos da Camisetas Opressoras também sempre foram vendidos em estandes nos eventos do CPAC Brasil, edição nacional do evento que reúne conservadores nos EUA e organizado por Eduardo Bolsonaro.
Desde o ano passado, inspirado nas palestras oferecidas no evento, em sua maioria por ministros ou secretários do governo passado, o parlamentar montou cursos, vendidos por meio da Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda.
Um dos professores do curso “Formação essencial em política” é justamente André Porciúncula, seu sócio na Braz Global Holding LLC, empresa fundada em março deste ano no Texas, Estados Unidos, como revelou reportagem da Agência Pública em parceria com o UOL e o CLIP. No curso, Porciúncula fala como especialista em arte e defende que a esquerda estaria tentando destruir a fé cristã e a moralidade para implantar seus ideais políticos.
Para se “aprofundar” nos temas, os palestrantes indicam documentários da produtora conservadora Brasil Paralelo. No módulo ministrado por Porciúncula, por exemplo, o curso indica o documentário “Cortina de Fumaça”, que nega o desmatamento e diz que um sobrevoo na Amazônia mostra que se trata de uma “floresta preservada”.
De acordo com Eduardo Bolsonaro, os cursos que sua empresa produz buscam ensinar ao público “o que tem de mais atual e mais importante no conservadorismo” para que as pessoas não caiam “em nenhuma armadilha da esquerda”. “Também vai contribuir para que você enxergue todo o cenário, não só do Brasil, mas do mundo inteiro, quando se fala em política”, explica o deputado na introdução do material “Formação essencial em política”.
Entre os professores convidados estão os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), denunciado por transfobia pelo MP de Minas Gerais; Gustavo Gayer (PL-GO), cujo ataque levou à proibição de um livro de Marçal Aquino na Universidade de Rio Verde; Bia Kicis (PL-DF), investigada no inquérito das fake news aberto no STF; Marcos Pollon (PL-MS), o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), Chris Tonietto (PL-RJ) e Mario Frias (PL-SP), que agrediu um jornalista em sessão da comissão da comunicação da Câmara, além da senadora e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF).
Ferreira e Gayer estão entre os influenciadores da extrema direita que tiveram suas redes bloqueadas no final de 2022 por compartilhamento reiterado de alegações falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas.
O módulo “Formação essencial em política” apresenta conteúdos em áreas como conservadorismo, feminismo, doutrinação, ativismo judicial, redes sociais, meio ambiente, aborto e ideologia de gênero, cristianismo, racismo e eleições. O curso de meio ambiente é ministrado por Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, que deixou o governo Bolsonaro após se tornar alvo de investigação criminal por suposta atuação ilegal em favor de madeireiros, já o de feminismo é conduzido pela deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), que se diz “antifeminista”.
Além de lucrar com a venda dos cursos, Eduardo também ganha dinheiro com a venda de livros. As obras indicadas pelos palestrantes são vendidas na Livraria Eduardo Bolsonaro, cujo site está registrado em nome da empresa Cedet – Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico Ltda, em Campinas, São Paulo.
A livraria e editora Cedet gerencia diversas livrarias virtuais de bolsonaristas, como por exemplo, a de Campagnolo, conforme revelou matéria do Intercept. De acordo com a reportagem, eles ganham comissões pela venda dos livros.
Depois de passar pela formação inicial, a plataforma do deputado ainda oferece outros módulos, que seriam mais aprofundados, mas ainda não estão disponíveis. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, dará o curso de “guerra cultural” e o deputado André Fernandes (PL-CE), investigado pelo STF por suposto envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, ministrará as aulas de “manipulação da juventude”, segundo o site.
Procurado, Eduardo Bolsonaro não respondeu até a publicação desta reportagem.
Advogados da deputada paulista enviaram alegações finais ao STF dizendo que não aceitam qualquer substituição de pena em razão da “péssima conduta social” e da recorrência de “delitos imputados” ao colega.
Enquanto o pai, Jair, presta depoimentos recorrentes à Polícia Federal (PF) para tentar se explicar de supostos crimes que o envolvem, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ter como destino a prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue procedente uma ação movida pela colega de Câmara, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), diz a Forum.
No processo, aceito pelo STF, Tabata pede a condenação de Eduardo Bolsonaro por uma fake news em que ele insinua que a deputada fez a defesa do projeto de distribuição gratuita de absorventes para tentar beneficiar o empresário Jorge Paulo Lemann. Os bolsonaristas propagam que Tabata faz parte da bancada controlada pelo bilionário brasileiro na Câmara.
Nas alegações finais, advogados da deputada afirmam que em razão da “péssima conduta social” e da recorrência de “delitos imputados” ao colega, querem que o filho 03 de Bolsonaro seja preso, sem a possibilidade de quaisquer substituição de pena.
“Em razão de sua péssima conduta social e se tratar de agente contumaz nos delitos imputados, devem as penas ser majoradas, sendo afastada eventual substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, pois medida insuficiente à reprovação das condutas concretas”, diz a defesa ao STF.
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