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Líder do Republicanos tem conversa dura com Flávio e avalia abandonar Bolsonaro

O presidente do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, teve uma conversa dura com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na semana passada, sobre o apoio à campanha de reeleição de seu pai. Aliados de Pereira relataram à coluna que o líder do Republicanos criticou a postura de Bolsonaro e da coordenação de sua campanha sobre a filiação de candidatos ligados ao presidente, informa Bela Megale, O Globo.

O deputado tem defendido que os partidos que integram a base governista precisam “dividir o bolo” de filiações para que as bancadas federais de todos cresçam. Afirmou a Flávio, no entanto, que seu pai e o grupo que o cerca não fazem movimentos para levar ninguém ao Republicanos e que ambos têm ido além, assediando políticos ligados à legenda para migrarem para o PL, sigla de Bolsonaro.

O senador concordou com as críticas, disse a Pereira que falaria com o pai e retornaria com alguma solução. Até agora, Flávio não deu sinal de vida. A atitude tem abastecido a ala do Republicanos que defende que a sigla se afaste do presidente e adote uma postura neutra nas eleições de 2022.

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Flávio Bolsonaro colocou Receita Federal a seu serviço para tentar anular caso das rachadinhas

Documentos mostram que Receita mobilizou cinco servidores por quatro meses para atender pedido do senador, que queria provar que seus dados fiscais haviam sido acessados de forma ilegal.

A Receita Federal mobilizou por quatro meses uma equipe de cinco servidores para apurar uma acusação feita pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que teria tido seus dados fiscais acessados e repassados de forma ilegal ao Coaf, o que deu origem ao caso das “rachadinhas”, informa a Rede Brasil Atual.

Documentos inéditos obtidos pela Folha de S.Paulo mostram, pela primeira vez, a ação efetiva da máquina pública federal em decorrência da estratégia de Flávio.

O filho do presidente e seus advogados buscaram a ajuda de órgãos do governo federal para tentar reunir provas com o intuito de anular as investigações da suspeita de que ele comandou um esquema de desvio de parte do salário de assessores quando era deputado estadual, no Rio de Janeiro.

A Receita jamais confirmou a apuração. A partir de informações internas que indicavam a existência do caso, a Folha apurou o número do processo, 14044.720344/2020-99, e, a partir daí, entrou com pedido de Lei de Acesso à Informação.

As 181 páginas do processo mostram que de outubro de 2020 a fevereiro de 2021 a Receita deslocou dois auditores-fiscais e três analistas tributários para fazer a apuração, que foi objeto de requerimento apresentado por Flávio, por intermédio de quatro advogados —Luciana Pires, Renata Alves de Azevedo, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Rocha—, ao então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto.

Na petição, datada de 25 de agosto de 2020, o filho do presidente requisitou apuração “com a máxima urgência” para identificação de “nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação” de auditores da Receita que desde 2015 acessaram seus dados fiscais, de sua mulher, Fernanda, e de empresas a eles relacionadas.

A tese era a de que servidores da Receita no Rio de Janeiro haviam vasculhado de forma ilegal os dados de Flávio e de familiares e, a partir daí, repassado informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável pelo relatório de inteligência enviado ao Ministério Público do Rio e que deu origem à investigação das rachadinhas contra o filho do presidente e ex-assessores.

Flávio é taxativo no pedido, detalhando não querer acesso a parte dos acessos feitos, “mas a TODAS [escreve em maiúsculas] as pesquisas de seu nome, de sua esposa e de suas empresas, que tenham sido realizadas desde o ano de 2015”.

O senador afirma ainda que a averiguação deveria ser realizada não necessariamente pela Receita, mas “diretamente pelo Serpro”, a empresa estatal que detém os dados do Fisco. Esse pedido específico de apuração via Serpro não foi atendido, a investigação foi feita pela Receita.

Na petição, Flávio afirma ainda que a suposta violação da qual teria sido vítima representa um “imenso risco à estabilidade das mais diversas instituições do país”, entre elas a Presidência da República e a Assembleia Legislativa do Rio.

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Política

Flávio Bolsonaro assina PEC Kamikaze, que terá impacto de mais de R$ 100 bi, e é chamada por Guedes de ‘bomba fiscal’

Texto cria ‘bolsa caminhoneiro’ e reduz impostos sobre combustíveis e energia . Apoio do senador pode ser sinal de suporte do presidente.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite uma ampla redução de impostos sobre os combustíveis. A proposta está sendo chamada na equipe econômica de “PEC Kamikaze” e de “PEC da Irresponsabilidade Fiscal”, porque pode ter um impacto de mais de R$ 100 bilhões para os cofres da União e vai contra a cartilha da equipe econômica, informa O Globo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em entrevista publicada nesta terça-feira que a proposta do Senado assinada pelo filho do presidente da República é “uma bomba fiscal”.

A PEC foi apresentada pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT) na semana passada e já conta com as assinaturas necessárias para tramitar no Senado.

Na segunda-feira, Flávio Bolsonaro enviou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um requerimento em que pede a adição da sua assinatura na proposta, classificada pela Casa como PEC 1/2022.

Para alguns integrantes do governo, isso seria o sinal de que o presidente pode apoiar a medida que, segundo políticos, teria a meta de gerar “bondades” a grupos de eleitores em um ano eleitoral, mas que pode representar um problema para as contas públicas.

A PEC permite que a União repasse até R$ 5 bilhões a estados e municípios, para projetos de mobilidade urbana que beneficiem idosos. Cria ainda um auxílio diesel de R$ 1,2 mil para caminhoneiros, eleva de 50% para 100% o subsídio ao gás de cozinha para famílias de baixa renda, e reduz impostos federais não só sobre os combustíveis, mas também sobre a energia elétrica.

Para auxiliares de Guedes, essa PEC tem potencial de “explodir tudo”, por conta do forte impacto sobre as contas públicas: aumentar o dólar, a inflação e os juros.

De acordo com integrantes da equipe econômica, o dólar estava dando sinais de arrefecimento — o que ajudaria uma queda nos preços, inclusive os de combustíveis. A negociação da PEC pode fazer esse cenário mudar, alertam auxiliares de Guedes.

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Bolsonarista é nomeado para Corregedoria da Receita, órgão-chave para Flávio

Auditor-fiscal João José Tafner participou de atos de campanha em 2018 e posou para fotos ao lado de Eduardo Bolsonaro.

O ministro Paulo Guedes (Economia) nomeou para o cargo de corregedor da Receita Federal o auditor-fiscal João José Tafner, simpatizante da família de Bolsonaro, informa a Folha.

Tafner participou de atos de campanha bolsonarista em 2018 e chegou a posar para fotos ao lado do então candidato a deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usando camisa da seleção brasileira e adesivo de um outro candidato do PSL.

Conforme mostrou a Folha, entre membros da Receita ele é visto como um entusiasta do governo e sua escolha para o cargo já era dada como certa. Conforme os relatos, ele não tem passagens anteriores pela Corregedoria e, por isso, seu perfil é considerado não usual para chefiar o órgão.

Tafner é formado em análise de sistemas e ciências jurídicas e auditor da Receita desde 2002, onde teve cargos como o de Chefe da Divisão de Segurança e Controle Aduaneiro.

Em 2021, foi diretor financeiro na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), empresa federal vinculada ao Ministério da Economia.

Ele é escolhido para o posto pouco mais de um mês após uma mudança no comando da Receita Federal. Guedes demitiu em dezembro o então secretário especial José Barroso Tostes Neto.

Tostes Neto havia indicado o auditor Guilherme Bibiani para o cargo de corregedor, mas a nomeação nunca foi efetivada. Enquanto isso, a família Bolsonaro tentava, pelo menos desde meados do ano passado, emplacar um nome de preferência.

O filho de Bolsonaro queria a nomeação do auditor fiscal aposentado Dagoberto da Silva Lemos, nome que enfrentava resistência inclusive no corpo técnico da Receita Federal. Diante do impasse, conversas passaram a ser feitas para que um terceiro nome fosse escolhido.

Conforme publicou a Folha, o interesse de Flávio era destravar uma de suas teses defensivas para anular a origem da investigação do caso da “rachadinha”.

Desde 2020, os advogados do senador alegam que seu cliente teve os dados fiscais acessados ilegalmente pela Receita para fornecer informações ao relatório do Coaf, órgão de inteligência financeira que apontou as movimentações suspeitas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

No entanto, a corregedoria da Receita Federal não encontrou indícios de que o relatório do Coaf que trouxe à tona o escândalo das “rachadinhas” tenha envolvido ato ilegal de auditores fiscais do Rio de Janeiro.

O caso foi arquivado pela Corregedoria sob o argumento, entre outros, de que o Coaf demonstrou que é ele quem repassa informações à Receita, não o contrário.

O documento do Coaf é o pivô da apuração do caso das “rachadinhas”, que levou à denúncia contra Flávio sob acusação de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro no fim do ano passado.

Atualmente, a acusação está fragilizada em razão de anulação das quebras de sigilo bancário e fiscal da investigação pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Integrantes da Receita dizem que isso diminuiria o interesse de Flávio na Corregedoria.

O relatório do Coaf, porém, pode ser usado para reabrir a apuração. Sua eventual anulação pelas ilegalidades apontadas impediria o prosseguimento do caso, avalia a defesa do senador.

Em nota, Flávio Bolsonaro disse que não indicou nem tem influência ou interesse nessa nomeação.

“Sequer o conheço ou vi na vida. A Justiça, inclusive, já decidiu sobre as ilegalidades cometidas contra mim e não há mais nada a dizer sobre o tema. Espero que quem quer que seja nomeado para o cargo cumpra suas funções dentro da lei e com a máxima eficiência possível.”

Tafner aparece próximo a Flávio em uma foto com várias pessoas no evento de posse da diretoria do Sindifisco (sindicato dos auditores da Receita), em 2019.

Em 2018, ele também está em imagens de eventos da campanha bolsonarista ao lado de Eduardo, de Marcos Pontes, hoje ministro da Ciência e Tecnologia, e do então candidato a deputado federal pelo PSL Marcus Dantas.

No perfil de Dantas nas redes sociais, a foto dele ao lado de Tafner e Eduardo traz o seguinte texto: “Muito obrigado Jaguariúna-SP pelo acolhimento fraternal. Evento maravilhoso em apoio ao nosso futuro presidente Bolsonaro. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.”

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Compra de fuzis que Flávio Bolsonaro facilitou tem indício de favorecimento

Uma compra de 500 fuzis pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com recursos liberados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Ministério da Justiça foi marcada por série de indícios de direcionamento e conflito de interesses envolvendo um dos policiais responsáveis pela parte técnica da licitação, aponta investigação conduzida pelo UOL.

A Sig Sauer, gigante da indústria bélica com sede nos EUA, venceu o pregão em julho com a oferta de R$ 3.810.442,05 (2% abaixo do teto estipulado), mas a compra só foi concretizada cinco meses depois, quando Flávio conseguiu a liberação de R$ 3 milhões com a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), principal estrutura do Ministério da Justiça.

Fabricantes de armas viram restrições à concorrência no edital e também levantaram suspeitas de direcionamento. Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que a licitação é “viciada” e deve ser anulada.

A Polícia Civil do Rio nega ter favorecido a Sig Sauer e alega que a licitação foi auditada por órgãos públicos. Procurado, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), não se manifestou sobre a intermediação para a liberação dos recursos.

Flávio Bolsonaro afirmou em nota que não tinha conhecimento de possíveis irregularidades na compra dos fuzis e defendeu que a licitação seja investigada. Ele ainda negou fazer lobby para a Sig Sauer, dizendo que “não atua a favor de empresas de nenhum segmento”.

O Ministério da Justiça afirmou, em nota, que a verba foi destinada para a compra dos fuzis por meio de uma lei de 2019. Ainda segundo a pasta, a liberação deste recurso ocorreu após processo licitatório feito pelo Rio de Janeiro e analisado pelo ministério, “conforme normas que estabelecem transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse de forma pública”.

Contratado da Sig Sauer atuou em edital

A Sig Sauer já recebeu uma série de manifestações de apoio da família Bolsonaro para seus negócios no Brasil. No mercado de materiais bélicos, é corrente o discurso de que o clã presidencial defende os interesses da empresa —são citados sempre os nomes de Flávio e Eduardo Bolsonaro.

O UOL apurou que um dos três policiais que elaboraram toda a parte técnica da licitação trabalha para a Sig Sauer. Ele é Manoel Hermida Lage, inspetor da Polícia Civil, que atua como instrutor do campo de tiros da fabricante no Brasil.

De acordo com dois representantes de fabricantes estrangeiras, a Sig Sauer usa seu campo de tiro como forma de recrutar policiais em posições estratégicas em vários estados para obter editais com especificações técnicas que a favoreçam.

As fontes relataram ao UOL que essa prática é adotada de maneira sistemática por Marcelo Costa, que está à frente da Sig Sauer no Brasil. Elas dizem ainda que Costa usa os nomes de Flávio e Eduardo Bolsonaro como forma de abrir portas em órgãos públicos. Flávio Bolsonaro afirmou ao UOL que não autoriza que ninguém fale em seu nome: “apenas ele, o próprio parlamentar, fala pelo seu mandato”, sustenta em nota.

A Polícia Civil do Rio diz que Manoel Lage não possui “qualquer vínculo empregatício com a empresa citada”. Para a corporação, a participação no campo de tiro da Sig Sauer “é considerada uma atividade de docência e autorizada para prática particular fora da atividade policial”.

Mas registros publicados nas redes sociais do policial, da Sig Sauer Brasil e da empresa Performa Defesa —fundada por Marcelo Costa— mostram que Lage acompanha Costa em reuniões para apresentar as armas da Sig Sauer a outras corporações policiais no país, auxiliando nas vendas.

As publicações revelam que Lage participou de encontros com representantes da PM de Minas Gerais; das polícias Civil e Militar do Ceará; assim como da Polícia Civil e da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Neste último estado, ele foi ciceroneado pelo deputado estadual Tiago Amaral (PSB-PR) para uma reunião com representantes do governo paranaense.

Na visita a Minas Gerais, Lage aparece em uma foto ao lado de Costa —e foi justamente Costa quem representou a fabricante no pregão para a compra dos fuzis no Rio.

O UOL fez contato com Manoel Lage por meio de seu perfil no Instagram. O policial visualizou as mensagens, mas não respondeu. A reportagem pediu à assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio uma entrevista com ele, mas não houve retorno.

Influente, Costa circula com desenvoltura em Brasília e costuma se encontrar com autoridades. Entre elas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho 03 do presidente Jair Bolsonaro.

Foi o parlamentar quem defendeu que a Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), estatal vinculada ao Exército, firmasse parceria para produzir em suas fábricas pistolas da Sig Sauer. Em suas redes sociais, Eduardo ironizou o fato de ser chamado de lobista da Sig Sauer e negou ser patrocinado pela empresa. O UOL procurou seu gabinete e assessores, mas não obteve retorno.

*Publicado no Uol

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Receita descartou ato ilegal reclamado por Flávio Bolsonaro em escândalo das rachadinhas

Corregedoria foi acionada por Flávio, para quem auditores podem ter acessado e vazado ilegalmente dados ao Coaf.

Acionada pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a corregedoria da Receita Federal não encontrou indícios de que o relatório do Coaf que trouxe à tona o escândalo das “rachadinhas” tenha envolvido ato ilegal de auditores fiscais do Rio de Janeiro, informa a Folha.

O caso foi arquivado pela corregedoria sob o argumento, entre outros, de que o Coaf —órgão federal de inteligência financeira vinculado ao Banco Central desde 2020— demonstrou que é ele quem repassa informações ao fisco, não o contrário.

O filho do presidente Jair Bolsonaro desencadeou em 2020 uma ofensiva sobre órgãos da máquina federal para tentar anular as investigações que envolvem seu nome na suspeita de apropriação de parte de salário dos servidores de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio.

A partir de agosto daquele ano, a defesa de Flávio teve reuniões com a Presidência da República, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a própria Receita para tratar do caso.

A hipótese relatada às autoridades, e que resultaram nas apurações da corregedoria do fisco, era a de que dois órgãos da Receita Federal no Rio —o Escritório de Corregedoria da 7ª Região Fiscal (Escor07) e o Escritório de Pesquisa e Investigação da 7ª Região Fiscal (Espei07)— podem ter acessado criminosamente os dados fiscais do senador e embasado, por caminhos extraoficiais, a produção do relatório do Coaf que originou, em 2018, a investigação contra o filho do presidente. ​

O relatório do Coaf mostrou que o ex-policial militar Fabrício Queiroz, amigo do presidente Bolsonaro e ex-assessor parlamentar de Flávio, movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. O filho do presidente sempre negou ter promovido esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

A conclusão a que chegou a Receita coincide com decisões judiciais contrárias a um grupo de auditores fiscais do Rio de Janeiro que acusava a corregedoria do órgão no estado de invadir ilegalmente seus dados, conforme a Folha noticiou em fevereiro de 2021.

O caso desses auditores foi usado pela defesa de Flávio para acionar diversos órgãos da máquina federal em busca da anulação das investigações contra o filho do presidente.

A ofensiva de Flávio sobre estruturas do governo comandado pelo pai foi revelada pela revista Época, que também afirmou que a Abin produziu relatórios para orientar a defesa de Flávio. A agência nega ter feito esses relatórios.

Procurada, a Receita disse que não vai se manifestar sobre a apuração especial para identificar possíveis irregularidades em acessos aos dados de Flávio e de todo o entorno do presidente.

O resultado da devassa não foi entregue à defesa do senador. O fisco afirma que tornar pública a atuação dos auditores permitiria um assédio sobre eles.

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Votos de ‘tia’ de Flávio e de postulante ao STJ abriram alas para PF voltar ao caso da facada

No último 3 de novembro, exatos dois meses antes da enésima e mais nova internação de Jair Bolsonaro após o episódio da facada, a 2ª Seção do TRF-1 decidia por dar azo à desconfiança disseminada por Bolsonaro e bolsonaristas de que Adelio Bispo dos Santos agiu em Juiz de Fora a mando de alguém, mesmo após duas investigações da Polícia Federal terem concluído o contrário, segundo o jornalista Hugo Souza, do Come Ananás.

Por 3 votos a 1, a 2ª Seção do TRF-1 negou mandado de segurança ajuizado pela OAB Nacional e pela OAB mineira contra uma decisão da Justiça Federal de Minas que autorizou a quebra do sigilo bancário, apreensão de registros de pagamentos de honorários e do celular de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adelio Bispo.

A 2ª Seção derrubou assim, naquele dia, dois meses atrás, decisão liminar do próprio TRF-1 que havia suspendido as ações contra a defesa de Adelio. Votaram contra o mandado de segurança da OAB, contra a liminar que vigorava desde março de 2019, contra o voto do relator, os desembargadores Saulo José Casali Bahia, Ney Bello e Maria do Carmo Cardoso.

Maria do Carmo Cardoso é chamada pelos filhos de Jair Bolsonaro de “tia Carminha”. Ela é amiga da família, especialmente do senador Flavio Bolsonaro. Em 2019, Bolsonaro pai nomeou para o Cade uma filha da desembargadora, a advogada Lenisa Rodrigues Prado. Segundo os bastidores da notícia, foi “tia Carminha” quem sugeriu a Bolsonaro enfiar Kassio Nunes Marques no STF.

Antes de ser de repente, num susto, indicado para o STF, Kassio Nunes era favorito, isto sim, para ir parar no STJ. Com ele tornado entreposto bolsonarista no Supremo, quem ganhou força para virar ministro da terceira instância da Justiça foi outro desembargador do TRF-1 e outro que votou por liberar as ações e apreensões contra o advogado Adelio Bispo dos Santos: Ney Bello.

Ney Bello espreita, há tempos, e com apoio de Gilmar Mendes, uma das duas vagas que foram abertas recentemente no STJ, com as aposentadorias dos ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro. As listas tríplices deverão chegar à mesa de Bolsonaro no fim de fevereiro.

Bello é favoritíssimo a uma dessas vagas desde que, no início de 2021, mandou trancar um inquérito na Polícia Federal contra Frederick Wassef, advogado de Jair e de Flavio Bolsonaro, logo após a 3ª Turma do TRF-1 decidir pela nulidade de um relatório do Coaf sobre transações suspeitas de Wassef, também com os votos de Bello e Maria do Carmo Cardoso formando maioria.

Foi precisamente Frederick Wassef o autor do recurso contra a liminar do TRF-1 de março de 2019 que havia suspendido as ações contra o advogado de Adélio Bispo dos Santos. Em novembro do ano passado, no dia em que 2ª Seção do tribunal derrubou a liminar, o famoso anfitrião de Fabrício Queiroz em Atibaia deu uma entrevista dizendo que:

“Encomendaram a morte do presidente da República. Adélio Bispo é um assassino profissional que foi cooptado para assassinar Jair Messias Bolsonaro. Adelio Bispo não agiu sozinho. Adelio Bispo não é louco. E existem fortes indícios e robusto conjunto probatório de que a esquerda brasileira encomendou a morte do presidente Jair Bolsonaro”.

“Fatos novos surgirão. Certamente a investigação continuará pela Polícia Federal. Com o surgimento de novos fatos e elementos informativos, será possível a abertura de novos inquéritos para se chegar à organização criminosa que mandou assassinar Jair Messias Bolsonaro”, disse ainda Wassef, há dois meses.

Nesta quarta-feira, 5, enquanto Jair Bolsonaro deixava o hospital Vila Nova Star, o delegado Martin Bottaro Purper assumia a terceira investigação da PF, que agora tem salários novos, sobre o episódio da facada, escolhido por Paulo Maiurino. Martin Purper ficou conhecido por investigar o núcleo financeiro do PCC e um cadastro de integrantes da temida facção.

Talvez sejam esses, todos esses, os verdadeiros movimentos de preocupação, por assim dizer, visando 2022, em vez da escolha dos vices: das escolhas da “tia Carminha” à obstrução intestinal – e providencial – de ano novo, passando pelo manejo pouco republicano das indicações judiciárias e pelas aberturas de inquérito em busca de um mandante, até conseguirem um.

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Bolsonaro tem 2 filhos acusados de liderar organizações criminosas

O Judiciário deu um enorme alívio para o presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) no ano de 2021 com tantas decisões favoráveis ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Essa marca está bastante relacionada a tudo que impediu uma análise das milhares de provas recolhidas pelos promotores do antigo Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), do MP-RJ (Ministério Público do Rio), sobre o esquema de desvio de dinheiro público no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), a dita rachadinha, informa Juliana Dal Piva, do Uol.

A família Bolsonaro, então, saiu da tormenta? Não exatamente. Já que o presidente termina o ano não com um, mas com dois filhos apontados como líderes de organizações criminosas.

Os tribunais superiores em Brasília passaram todo o ano de 2021 discutindo “questões processuais” e impedindo a desembargadora Maria Augusta Vaz de Figueiredo, relatora do caso no TJ-RJ, de analisar a denúncia contra o senador.

Passo a passo, foi como se ministros no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Superior Tribunal Federal) atuassem para desarmar uma bomba prestes a explodir no colo de Flávio, mas com potencial para dragar toda a família Bolsonaro (lembra dos cheques do policial Fabrício Queiroz para Michelle Bolsonaro? E da parentada toda de Ana Cristina Valle, segunda mulher de Jair Bolsonaro, que era funcionária fantasma de Flávio?).

Pois antes que a desembargadora pudesse fazer o seu voto sobre a denúncia do MP sobre Flávio, o STJ anulou, em fevereiro deste ano, a decisão que permitiu o acesso aos dados financeiros de Flávio e os demais investigados.

O motivo? Insuficiência de fundamentação para autorizar, já que o juiz escreveu dois parágrafos aderindo aos motivos apresentados pelos promotores. Ficou ali de lado a jurisprudência da Corte que, tantas outras vezes, aceitou decisões de quebra semelhantes, com os mesmos dois parágrafos ou até menos, só que em casos de investigados menos ilustres, por assim dizer.

Também passou quase batido que o ministro João Otávio Noronha trabalhou nas férias, em janeiro de 2020, fundamentando o voto divergente que anulou as quebras de sigilo, e era parte essencial das provas contra Flávio. O ministro que foi amor à primeira vista de Jair Bolsonaro, nas palavras do próprio presidente.

Outra coincidência foi que, depois de vários meses, Flávio Bolsonaro e Frederick Wassef foram vistos juntos em um voo de São Paulo para o Rio de Janeiro, em 22 de janeiro. Duas semanas antes do julgamento do STJ em um habeas corpus feito por Wassef. O advogado que publicamente tinha deixado o caso, após a prisão de Queiroz em sua casa.

Outros meses passaram e, em novembro, o STJ também anulou, de modo bastante difícil de compreender, diversas outras provas porque entendeu que o juiz que autorizou as medidas não era competente.

Só que essa competência do juiz de primeira instância quem deu foi o STF. Em janeiro de 2019, o senador pediu que a Corte analisasse e o ministro Marco Aurélio, agora aposentando, cumprindo a decisão do fim do foro privilegiado, mandou o caso para a primeira instância, porque ele tratava de fatos anteriores ao mandato de Flávio como senador.

Aliás, a própria defesa do senador apresentou esse habeas corpus querendo mudar o foro em setembro de 2019 e chegou a desistir dele. Só o retomou em março de 2020.

Não se fala mais, mas o grande objetivo disso tudo era tirar o caso das mãos do juiz Flávio Itabaiana, tido como duro, e que estava permitindo o avanço da investigação. A mudança de foro tirou Itabaiana do caso. Mas isso não era suficiente, já que outro juiz poderia analisar as provas. Era então necessário destruir o que foi feito. Anular as provas.

Na prática, é como se você estivesse num jogo de tabuleiro e, prestes a chegar ao fim, te mandassem voltar ao início por regras inventadas no final.

Eis que, para colocar mais lenha no fogo da queima de provas, o MP também perdeu o prazo do recurso para contestar essa decisão. Ninguém sequer foi punido por isso.

Mas não é porque anularam parte das provas coletadas ao longo de mais de dois anos de investigação que essas informações não trouxeram fatos e mais fatos sobre a existência de uma organização criminosa no antigo gabinete do senador Flávio na Alerj. Uso o verbo “existir” porque, às vezes, vejo a palavra “suposto” antecedendo alguns textos e não me parece adequada.

As mais de seis mil páginas de documentos, depoimentos e até confissões de integrantes do esquema não deixam dúvidas de que assessores do então deputado, em sua maioria “funcionários fantasmas”, devolviam quase 90% dos salários a intermediários como o policial Fabrício Queiroz e esse dinheiro retornava a Flávio Bolsonaro lavado com compra de imóveis, pagamento de despesas pessoais em dinheiro vivo e no caixa de uma loja de chocolates.

Por inúmeras vezes, Flávio foi apontado como líder de uma organização criminosa nas petições do MP.

Mais recentemente, foi possível verificar a existência também de outros operadores, como um ex-colega de Jair Bolsonaro no Exército, o coronel reformado Guilherme Hudson, e também de Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente.

E, por mais que as Cortes Superiores tenham desarmado, temporariamente, a bomba no colo de Flávio, o pesadelo da família Bolsonaro (das rachadinhas, dos gabinetes, dos funcionários fantasmas e de um patrimônio que não se explica com o soldo das Casas Legislativas) não se encerra.

O ano de 2021 termina com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) com sigilo bancário quebrado, além de outros 26 investigados em uma lista que inclui sua ex-madrasta Ana Cristina Vale, mãe de Jair Renan, o “04”.

Na decisão que autorizou a quebra, o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), escreveu ao longo de 79 páginas que verificou “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado” e que “Carlos Nantes é citado diretamente como o chefe da organização”.

O material da quebra ainda é desconhecido do público e está sob investigação. Impossível imaginar que, com o filho e a ex-mulher na lista, o próprio presidente não vá figurar de alguma maneira nos dados. Também existe um novo pedido de quebra de sigilo do Flávio a ser julgado no TJ em 2022.

Por isso, existe um motivo pelo qual o tema “rachadinha” tira Jair Bolsonaro do sério e não é só porque ele se preocupa com os filhos. Mas porque ele sempre soube que tudo relacionado a esse caso retorna a ele.

No balanço de 2021, Jair Bolsonaro está com dois filhos acusados como líderes de organizações criminosas que funcionavam em seus gabinetes parlamentares. Só que, quando eles estrearam nesse papel, os dois tinham apenas 18 e 21 anos, respectivamente. E, como o próprio Jair Bolsonaro já disse anteriormente, tudo era uma coisa só.

As Cortes Superiores podem anular provas. Mas não conseguem apagar os fatos. Estes e seus protagonistas ainda serão julgados pelos brasileiros em 2022.

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Senado aprova a Lei Paulo Gustavo; Flávio Bolsonaro votou contra

Filho do presidente foi um dos cinco senadores que votou contra o texto, que foi aprovado pela Casa. R$ 3,8 bilhões serão direcionado aos entes federativos para amenizar o impacto negativo da pandemia no setor cultural.

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (24/11), o projeto de lei complementar (PLP 73/21), conhecido como Lei Paulo Gustavo, que prevê o repasse de R$ 3,8 bilhões para o setor cultural, a fim de amenizar o impacto negativo econômico e social dos trabalhadores e negócios da área. Foram 68 votos a favor e cinco contra, entre eles, o do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). O texto segue para análise da Câmara dos Deputados, segundo reportagem do Correio Braziliense.

Criada conjuntamente por mais de oito senadores, a proposta tem o objetivo de visibilizar e proteger o setor que foi atingido severamente pelas medidas — necessárias — de isolamento social durante a pandemia, é o que diz o relator, Eduardo Gomes (MDB-TO). “Os autores da matéria ressaltam que o setor cultural foi o primeiro a parar em decorrência da atual pandemia e, possivelmente, será o último a voltar a operar”, disse ao defender o substitutivo apresentado por ele.

“Daí a necessidade de continuar a ajuda, iniciada em 2020 pela lei Aldir Blanc, aos artistas, aos criadores de conteúdo e às empresas que, juntos, compõem uma cadeia econômica equivalente a 2,67% do Produto Interno Bruto e que são responsáveis por cerca de 5,8% do total de ocupados no país, cerca de 6 milhões de pessoas”, pontuou Eduardo.

O filho do presidente da república, Flávio Bolsonaro, e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) votaram contra a proposta. Flávio chegou a dizer que o projeto “esvazia a Secretaria Especial de Cultura, que tem feito um grande trabalho com o secretário Mario Fria”, sem prover recursos “àqueles que sempre foram atendidos pelos governos passados, sem nenhum critério, apenas na base do compadrio”. Já Fernando, disse que vê “dificuldade para execução” da lei.

O PLP, aprovado na forma do substitutivo do relator, determina que o valor será deslocado do Fundo Nacional de Cultura aos estados, municípios e ao Distrito Federal. Caso seja aprovado pela Câmara dos Deputados, a Presidência da República deverá editar uma medida provisória que viabilize o repasse.

Entre as principais mudanças feitas por Eduardo, está a retirada de artigos que alteravam a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Rouanet que proibiam e limitavam o empenho dos recursos do Fundo Nacional de Cultura. De acordo com o relator, os dispositivos fugiam ao objeto principal da matéria, que é a concessão de ajuda emergencial.

Um dos criadores da matéria, o senador Paulo Rocha (PT-PA) ressaltou que o setor é de relevância “crucial para o país” e que sem ela, a nação “desconhece seu passado, que ignora seu presente e compromete seu futuro”.

“Esta lei, que nós batizamos de Paulo Gustavo, discute a questão do Fundo Nacional de Cultura, que é uma conquista do setor, que já é um fundo do setor, que é apenas gerido pelo governo. Portanto, a nossa lei é uma lei simples”, afirma.

“A Lei Paulo Gustavo financia o coletivo da cultura, os setores da cultura, e também tem um impacto local, na economia dos municípios e dos estados (…). Ela também valoriza a riqueza do nosso país à medida que tem impacto fundamental na economia. Não é à toa que setores empresariais investem muito em cultura, porque há essa questão do impacto na nossa economia”, declara Paulo.

Projeto prevê divisão de valores para setores da cultura

O texto determina que, dos R$ 3,862 bilhões que serão repassados, R$ 2,797 bilhões devem ser direcionados exclusivamente a ações voltadas ao setor audiovisual, salas de cinema, mostras, festivais e ações de capacitações.

A prioridade é justificada pelos senadores pela fonte dos recursos. O Fundo Setorial do Audiovisual, uma categoria do Fundo Nacional de Cultura, será o principal financiador desse repasse. Originalmente, o texto dividia os recursos por entes federativos, mas o relator decidiu fazer a mudança.

Já R$ 1,065 bilhão, valor restante, deverá ser destinado a ações emergenciais atendidas pelo Fundo em outras áreas do setor. São exemplos de ação editais, chamadas públicas e outras formas de seleção para apoio a projetos e iniciativas culturais, assim como para manutenção de espaços culturais. Neste caso, metade do valor irá para estados e o DF, e a outra para municípios e o DF. A destinação dos recursos deverá ser feita até o fim de 2022.

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Flávio Bolsonaro é alvo de nova ação por ‘rachadinha’, mas Justiça nega quebra de sigilo

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) abriu uma nova frente para derrubar os sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e outros investigados no caso das “rachadinhas”. A Justiça estadual, porém, negou as quebras solicitadas.

A nova linha de atuação da Promotoria é distinta da criminal, na qual o Judiciário já vem impondo várias derrotas aos investigadores. Essa ação é no campo cível, pois tem como objetivo o ressarcimento aos cofres públicos, e também pode levar ao impedimento de que eventuais condenados ocupem cargos públicos.

O novo pedido de quebras foi feito em setembro pela Promotoria e teve como alvo 39 pessoas e empresas, em sua maioria já investigadas no âmbito criminal.

Contudo, a juíza Neusa Regina Leite, da 14ª Vara de Fazenda Pública, negou acesso aos dados bancários e fiscais dos suspeitos. O MP-RJ recorreu na semana passada da decisão. Os termos do pedido de quebra, da decisão da magistrada e da apelação estão sob sigilo.

O braço cível da investigação foi aberto em 2019, após a divulgação pública do relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontava as movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e amigo de décadas do presidente Jair Bolsonaro.

Até setembro, ele havia tramitado apenas dentro do MP-RJ, sem atos que necessitavam de pedido à Justiça.

As decisões da Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que anularam provas do caso da “rachadinha” tiveram efeito sobre os atos autorizados pelo juiz Flávio Itabaiana, no campo penal.

Em nota, a defesa do senador afirma que a decisão da corte superior também atinge o procedimento cível, motivo pelo qual ele deveria ser encerrado.

“Alguns integrantes do honrado Ministério Público do Rio de Janeiro tentaram uma manobra para driblar a Justiça e dar continuidade a uma investigação que era ilegal e enviesada. A despeito de tudo isso, a Justiça, mais uma vez, foi feita e o pedido do MP foi negado”, diz o senador, em nota.

O senador é acusado no âmbito criminal de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários em benefício próprio. A prática, conhecida como “rachadinha”, consiste na exigência feita a assessores parlamentares de entregarem parte de seus salários ao detentor do mandato eletivo.

*Com informações da Folha

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