Moro e Temer, dois dos piores conspiradores da história do país, protagonizaram o que existe de mais imundo na política do Brasil, a conspiração.
Moro e Temer se igualam e, por isso mesmo, o todo poderoso herói do folhetim da Globo chamado Lava Jato, jamais importunou Temer. Cada um com seu time, os dois buscavam, através da sabotagem, uma forma de chegarem ao poder pelo golpe, usando supostamente a constituição, de forma enviesada, para talhar os caminhos sujos que percorreram.
São muitos os personagens em busca desse poder, Temer, Moro, Cunha, Aécio, os generais mamadores e seu principal representante, o tenente expulso do exército por bandalha, Jair Messias Bolsonaro, o mesmo que, impunemente, já causou a morte de mais de 160 mil brasileiros por Covid-19, além do envolvimento com milicianos como Queiroz e cia.
Em síntese, esse filão de aspectos é que levou o país a esse estado de coisas, ao recorde de desemprego e, na outra ponta, ao recorde de lucros dos bancos, a volta ao mapa da fome e aos altos índices de mortalidade infantil em decorrência da miséria para que ratos dividissem o queijo e que ainda usassem seus passos como trampolim para os poderes mais altos da República.
Tudo feito com uma narrativa infame da mídia para abonar a sabotagem da democracia, da constituição e do direito do povo escolher seu representante.
O golpe em Dilma e a condenação e prisão de Lula nada mais foram do que uma trama urdida na confraria dos ratos.
A fala de Toffoli sobre Moro e Lava Jato, em videoconferência com a Universidade de Coimbra, em Portugal, ocorrida neste último fim de semana, somada a esse livro infame de Temer, revelam que tipo de pulhas golpistas são esses dois personagens do escória política do Brasil.
Neste domingo, 03 de maio, postei no Twitter que Bolsonaro estava blefando ao sugerir que tinha as Forças Armadas ao seu lado para dar fim à democracia. Não demorou muito e vieram sinalizações de oficiais confirmando a minha previsão.
É uma questão de lógica: quem tem o apoio das Forças Armadas para dar um golpe de Estado não precisa de acordos com Roberto Jefferson, Valdemar da Costa Neto e com os parlamentares do centrão. Mesmo porque, caso o golpe seja bem-sucedido, o Congresso e o Supremo seriam fechados pelos golpistas.
As bravatas semanais de Bolsonaro nas portas dos quarteis ou na frente do Palácio do Planalto só confirmam o desespero dele por estar acuado e isolado no poder. Acuado pelas acusações feitas por Sérgio Moro e pelas investigações que correm na Polícia Federal, na Justiça e no Congresso contra seus filhotes.
Nesta segunda (04/05), numa entrevista para o jornalista Fábio Pannunzio na TV Democracia, o general da reserva Paulo Chagas, um bolsonarista de primeira hora, fez três afirmativas esclarecedoras: “Ele (Bolsonaro) quer governar sozinho. Infelizmente é um tempo que passou e uma circunstância que não volta mais… Isso é influência do Olavo de Carvalho. O gabinete do ódio existe de fato. Eles ficam colocando ideias na cabeça do presidente… Não está dando certo.
Continuo vendo nele um deputado”. Em outras palavras, Bolsonaro como presidente é pior do que foi como deputado durante 28 anos.
O desgaste de Bolsonaro vem de dentro e de fora do governo. Sem articulação e comando, vem colecionando inimigos. Se desentendeu com Deus e o diabo, como chefes de Estado da França, Alemanha, China, Argentina, Venezuela, com governadores, senadores, deputados, empresários da comunicação, jornalistas e até com generais. Em um ano e quatro meses, demitiu seis ministros.
Por tudo isso já seria impensável imaginar oficiais das Forças Armadas brasileiras se aventurando num golpe de Estado. Muito menos para fazer do clã Bolsonaro uma espécie tropical da dinastia Kim, que governa com mão de ferro a Coreia do Norte há 70 anos.
Tudo leva a crer que está em andamento hoje uma concertação para pôr fim ao desgoverno do capitão. Apaziguando o país para o desafio que se coloca para a pós-pandemia.
É simbólico ver Lula, Dilma, FHC e Ciro juntos em um vídeo em comemoração ao 1º de Maio. Mais simbólico ainda é ver os mesmos personagens em reportagem do Jornal Nacional. As derrotas de Bolsonaro no Supremo já falam por si.
Nas próximas semanas, virão à tona as oito horas de delação de Sérgio Moro, com potencial para subir a audiência da TV Globo e abrir caminho para a Justiça fazer condenações e colocar muita gente na prisão.
Em uma coisa Bolsonaro acertou na mosca: “daqui para frente não tem mais conversa… daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição”.
Dilma: “O Senhor General deve à República, a bem do Estado Democrático de Direito, esclarecimentos“.
15/12/2019 3:12
As declarações do General Villas Bôas, em entrevista ao jornal O Globo, exigem dele uma atitude responsável e, para tanto, é necessário que:
1. Apresente os nomes dos “dois parlamentares de partidos de esquerda” que, segundo ele, “procuraram a assessoria parlamentar do Exército para sondar como receberíamos (o Exército sic) a decretação de um Estado de Emergência”. Se isso ocorreu é imprescindível o nome dos deputados pois que eles devem esclarecimentos ao País. Caso contrário, a responsabilidade cabe ao general e à sua assessoria parlamentar.
2. Explique por que, se ficou preocupado, não informou as autoridades superiores, Ministro da Defesa e Presidente da República — Comandante Supremo das Forças Armadas — sobre o fato de dois integrantes do Legislativo sondarem a assessoria parlamentar do Exército sobre um ato contra a democracia, uma vez que contrário ao direito de livre manifestação? Por que não buscou esclarecer se a iniciativa dos deputados contava com respaldo da Comandante das Forças Armadas? Não respeitou a hierarquia?
A intervenção militar contra a democracia é um golpe. A minha vida é prova do meu repúdio político e repulsa pessoal a essa etapa da história do País. Jamais pensei, avaliei, considerei, fui sondada para qualquer possibilidade ou alternativa, mesmo que remota, a esse tipo intervenção antidemocrática.
Os golpistas são aqueles que apoiaram a nova forma de golpe, ou seja, um processo de impeachment, sem crime de responsabilidade e o meu consequente afastamento da Presidência da República.
O Senhor General deve à República, a bem do Estado Democrático de Direito, esses esclarecimentos.
Nada poderia ser mais emblemático para revelar um dos verdadeiros projetos da Lava jato. Sim, porque Moro é a própria Lava Jato. A Força-tarefa é apenas o resto formada por capachos que, como bem disse Glauber Braga, do juiz corrupto e ladrão.
Sua solidariedade a um governo assassino e golpista, como mostram os vídeos abaixo, é um parecer favorável ao banho de sangue que os lacaios dos EUA e Israel estão promovendo para roubar a riqueza das terras bolivianas e trançar um sistema neoliberal que misturará opressão social e política no país.
Esse é Sergio Moro, o juiz “imparcial” que passou oito anos agradecendo à Globo pelos holofotes recebidos como herói nacional. Esse trapo humano, esse lixo moral, esse representante da escória nativa foi quem prendeu Lula e perseguiu e prendeu vários membros da cúpula do PT.
A afinidade de Moro com os assassinos frios e cruéis da Bolívia que tomaram o poder com o golpe militar, representa com exatidão o seu projeto que permite uma matança deliberada, principalmente de negros e pobres nas periferias e favelas do Brasil.
Esse mesmo Moro que fala em receber os “traficantes brasileiros” que serão deportados pela Bolívia, é o que não deu um pio sobre os 39kg de cocaína apreendidos pela Polícia Federal espanhola no avião da FAB que fazia parte da comitiva de Bolsonaro.
Assistam aos vídeos:
Novo Governo da Bolívia, pelo Ministro Arturo Murillo, informa que irá extraditar narcotraficantes brasileiros para nosso país. Serão bem vindos nos presídios federais de segurança máxima. Nova fase de cooperação entre os dois países contra o crime organizado. https://t.co/L4eOV8yvUp
No dia seguinte à renúncia do presidente boliviano, o povo reage nas ruas e La Paz amanhece com manifestações.
O dia seguinte ao golpe da direita na Bolívia, que levou à saída de Evo Morales da Presidência do país, foi de protestos nas ruas e apreensão. A capital La Paz amanheceu com barricadas e manifestações. Em Cochabamba, milhares de manifestantes marcharam pedindo a volta do líder indígena e campesino. O futuro do ex-presidente preocupa os bolivianos e também o doutor em Direito Constitucional, Gladstone Leonel, que teme pela vida de Evo.
“É muito difícil imaginar o que acontecerá com o Evo. É fundamental que ele continue vivo. É fundamental que se preze pela segurança do Evo”, afirma Leonel, que é professor do programa de Pós-Graduação de Direito Constitucional na Universidade Federal Fluminense (UFF) e que estudou a Bolívia em seu doutorado.
Para Leonel, o futuro da Bolívia será decidido nos próximos dias e Evo Morales deve ter um papel preponderante. “O povo está sofrendo e toma um susto com o que está acontecendo, mas a capacidade desse povo de reagir nos surpreenderá. Haverá muita reação. Os grupos políticos, obviamente, querem afastar o Evo, da mesma forma que fizeram com o Lula aqui no Brasil”, explicou.
Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato – Como o Evo Morales, que conduz a Bolívia a um crescimento de 5% ao ano, pode ser alvo de um golpe?
Gladstone Leonel – O governo de Evo não é impopular, tanto que foi eleito em primeiro turno, o que não é fácil para um governo que foi eleito [pela primeira vez] em 2006 e tem todo o desgaste político de uma exposição por tanto período. Recentemente, vimos isso com o PT no Brasil, também um golpe de Estado, mas, sobretudo, com um desgaste de governo, porque o PT estava no poder desde 2002. No entanto, o fato de o governo estar desgastado não pode ser motivo para um golpe de Estado.
Em 2019, se tumultuou o cenário eleitoral porque a diferença do Evo ficou pequena e eles estavam esperando ainda os votos da zona rural. Até chegar, a direita conseguiu se articular e tumultuou o ambiente político. Tanto que a OEA [Organização dos Estados Americanos] dá o ultimato para a auditoria. A meu ver o Evo erra ao aceitar a auditoria da OEA. O organismo enfrenta frontalmente as políticas da Bolívia. Ele dá a possibilidade para que a OEA legitime uma postura política, que foi o pedido de novas eleições. A partir desse momento, os golpistas ficam à vontade para derrubar o governo e derrubar as lideranças populares da Bolívia.
Qual a influência do episódio do plebiscito, que avaliava a possibilidade de um quarto mandato de Evo Morales, no golpe na Bolívia?
Esse episódio já indica um desgaste dentro de um contexto político que mostra que a liderança política não foi renovada. Isso é um problema? Sim, é um problema. Porém, não podemos esquecer que o Evo recorreu a um poder independente, que é o Judiciário. Recorreu ao Tribunal Constitucional Plurinacional, que é um poder separado e independente, que reconheceu a possibilidade de uma candidatura. A partir do momento que foi reconhecida a possibilidade da candidatura, há legitimidade para haver o pleito. Lembrando que diferentemente do Brasil, na Bolívia, os representantes dos tribunais superiores são eleitos pelo povo, há um fluxo democrático muito maior que no Brasil, por exemplo. Então, era um indício de desgaste, mas que não pode haver um rompimento com o Estado Democrático de Direito.
Qual o papel que a região de Santa Cruz de La Sierra exerce nesse golpe?
Precisamos retomar os passos históricos para compreender aquela região. Primeiro, no que diz respeito à própria geografia da Bolívia. Santa Cruz não faz parte do Altiplano Andino, que é a região associada aos indígenas. É uma região diferente, de desenvolvimento agrícola, com influência do latifúndio. Santa Cruz tem uma importância econômica, mas também é onde há a maior resistência aos processos de transformação social. Em 2008, sob a liderança dos latifundiários, há uma tentativa de golpe na Bolívia, rádios e emissoras de TV foram queimadas, mas essa tentativa foi fracassada. Com o passar do tempo, o governo faz algumas concessões à essa região, o que gerou popularidade para Evo lá, mas também gerou críticas ao então presidente, porque passou a estimular o agronegócio local. Essa elite cruzcenha ficou ali, adormecida, esperando o melhor momento para golpear. Parece-me que o momento foi agora.
Como serão os próximos dias na Bolívia?
É importante chamarmos a atenção que, no caso da Bolívia, é importante olhar para a história recente desse povo e do sujeito transformador ali, que foi o sujeito responsável pela Constituinte que eles têm. Essa Constituinte só foi possível porque teve a revolta da água em Cochabamba, quando os bolivianos expulsaram a transnacional que queria privatizar a água; teve também a guerra do gás em El Alto. O povo está sofrendo e tomou um susto com o que está acontecendo, mas a capacidade desse povo de reagir nos surpreenderá. Haverá muita reação. Os grupos políticos, obviamente, querem afastar o Evo, da mesma forma que fizeram com o Lula aqui no Brasil. No entanto, me parece que o destino da Bolívia pode ser decidido nos próximos dias.
Então você aposta em uma resistência ao golpe?
Eu acho que será difícil ter tranquilidade em curto prazo. Foi um golpe à moda antiga, o Evo foi eleito em primeiro turno. Por mais que parte das Forças Armadas tenha apoiado o golpe, outra parte tem laços estreitos com ele. Mas não é só isso, os grupos rurais e indígenas reconhecem o Evo como sua principal liderança e vão sustentar essa resistência. Porém, me parece que houve uma surpresa com o golpe e esses grupos precisam de tempo para se organizar, mas não deve demorar. Nessa madrugada mesmo, o povo de El Alto já fechou as principais vias da cidade.
Sobre o futuro de Evo, México ofereceu abrigo, mas ele decidiu permanecer em Cochabamba, de onde ele denunciou uma tentativa de prisão contra ele. Qual será o papel de Evo agora?
É muito difícil imaginar o que acontecerá com o Evo. É fundamental que ele continue vivo. É fundamental que se preze pela segurança do Evo. Quando acontece um golpe contra o Hugo Chávez [Venezuela] em 2002, eles retiram o Chávez da Presidência. Logo depois, há uma insurgência e o povo pede a volta do Chávez no Palácio de Miraflores. O maior arrependimento daqueles golpistas naquela época foi ter mantido o Chávez vivo. Essa é uma lição que fica, ele tem que ser mantido vivo e em um lugar seguro. Por quê? Porque ele tem um papel central nos próximos passos, como liderança política.