O vizinho de condomínio de Jair e Carlos Bolsonaro, Ronnie Lessa, é o maior traficante internacional de armas do Rio, assassino de Marielle, foi comparsa de Adriano da Nóbrega no escritório do crime e na milícia de Rio das Pedras. Flávio Bolsonaro, por ordem do pai, condecorou Adriano e colocou sua família no esquema de corrupção do rachadão da Alerj.
Rio das Pedras é reduto de Queiroz, assessor de Flávio. Queiroz é quem fez vários depósitos na conta de Flávio e um na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Como bem disse Leonardo Sakamoto
“O mesmo “Escritório do Crime”, que estaria envolvido com o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, tinha laços com o gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, graças a seu assessor Fabrício Queiroz. Apesar disso ser notório, a relação permanece pouco investigada, como se ignorássemos um elefante na sala.
Um líder miliciano de Rio das Pedras apontou que três membros do Escritório do Crime estariam entre os assassinos de Marielle e Anderson, tendo apoio de Ronald Paulo Alves, major da Polícia Militar.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, por outro lado, afirmam que os executores são o policial militar da reserva Ronnie Lessa, que fez parte dessa milícia em Rio das Pedras, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. Ou seja, independentemente de quem acusa, o Escritório do Crime (comandado por Adriano da Nóbrega) está no meio.”
Só a hipocrisia nacional justifica Bolsonaro ainda governar esse país, seu filhos não serem cassados e o clã inteiro não estar na cadeia.
O que mais é preciso descobrir pra que a coisa fique mais escancarada do que já está?
*Da redação/Com informações do blog do Sakamoto
*Imagem em destaque: arte de Bruno Debize da Motta
No dia 2 de dezembro fez um ano que o veículo Cobalt prata com placa clonada e de características semelhantes ao carro usado na emboscada que matou a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes foi visto pela última vez. Câmeras do pedágio da Via Transolímpica, que liga o Recreio a Deodoro, flagraram o veículo suspeito. Não foi possível identificar quem estava nele, mas a notícia trouxe aos investigadores a certeza de que era possível chegar a mais envolvidos no crime e até ao mandante do assassinato. Isso graças à quebra do sigilo dos celulares e dos dados telemáticos de todos os aparelhos dos usuários que passaram naquele dia no lapso temporal de 15 minutos. No entanto, apesar de a Justiça fluminense autorizar a ação, as empresas Google Brasil Internet Ltda e Google LLC recorreram da decisão, impetrando recurso em mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O imbróglio jurídico persiste. De um lado, Google em seu recurso alega que, ao fornecer os dados, estaria violando a privacidade e a intimidade do usuário. Sustenta ainda a tese de que a ordem de quebra de sigilo seria genérica, “vedada pela Constituição e pela legislação” do Marco Civil da Internet. Do outro, a promotoria argumenta que a quebra de sigilo se justificaria por atingir o interesse público, uma vez que, com a quebra, seria possível chegar à autoria e no mando de um crime.
O MP do Rio ressalta também que a morte da parlamentar foi uma afronta aos direitos humanos, atingindo repercussão internacional. Ao recorrer, as companhias não obedeceram à ordem judicial do juiz do 4º Tribunal do Júri, Gustavo Kalil, responsável por julgar o caso Marielle e Anderson.
“O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone”.
O que aumenta ainda mais as tensões contra o próprio Bolsonaro, porque parte da resposta sobre a voz foi dada por ele no sábado (2) e confirmada no domingo (3). Alguém atendeu o telefone na casa 58 do condomínio Vivendas da Barra.
Bolsonaro afirma que a voz não é a dele, confrontando a versão do porteiro nesse ponto, apenas nesse ponto.
Então, se não é a voz dele, de quem é?
Bolsonaro, concretamente, afirma que tinha gente na casa dele e que atendeu à chamada do porteiro, o que envolve alguém do clã na trama. Ou seja, não é ficção armada por ninguém, é fato concreto e nos obriga, a partir dessa declaração, a concordar com o porteiro de que a voz vinda da casa de Bolsonaro, que ele também afirma ter ouvido, foi a que autorizou a entrada dos milicianos que, junto com Ronnie Lessa, assassinaram Marielle e Anderson.
Bolsonaro tenta, inutilmente, refugar que tenha feito backup da memória da secretária eletrônica da portaria, mas o ponto chave ele mantém, que é o da voz vinda de sua casa.
Ele mesmo confessa que apurou o fato e concluiu que aquela voz que ouviu, não era a dele. Não tem fuga ou escapismo possível. Ele, praticamente, implica alguém de sua família.
Quem é esse alguém que abriu a portaria para os milicianos?
Bolsonaro não diz, pois não afirma de quem é a voz.
Então, independente desse seu rodopio de mudança de versão, o material probatório de que saiu da casa 58 a ordem para liberar a entrada dos assassinos de Marielle, segue intacta, com um agravante, Bolsonaro teve uma conduta criminosa ao tentar, com essa manobra, obstruir a justiça.
O que temos que aguardar são as consequências desse ato criminoso que não é mais justificativa, já que a autorização para que o porteiro liberasse a entrada dos assassinos veio da casa 58, como reafirmou Bolsonaro.
O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, no topo à esquerda, empregou mãe e esposa no gabinete de Flávio. O sargento PM Élcio, expulso da corporação em 2015 por envolvimento com bicheiros, dirigiu o automóvel do qual foram disparados os tiros que mataram Marielle. Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca (boné preto) é acusado de jogar no mar as armas usadas no assassinato de Marielle e Anderson. O ex-PM Fabrício Queiroz é suspeito de ajudar a enriquecer Flávio Bolsonaro no mercado imobiliário. As contas de campanha de Flávio ficaram com Valdenice de Oliveira Meliga, irmã de Alan e Alex Rodrigues de Oliveira. Os PMs gêmeos foram presos na operação Quarto Elemento, acusados de extorsão. Flávio publicou a foto da festa de aniversário dos gêmeos, à qual compareceu com o pai, com a legenda: “Parabéns Alan e Alex pelo aniversário. Essa família é nota mil!!!”.
De acordo com o Jornal Nacional, a casa à esquerda, a 58, pertence a Jair Bolsonaro; a 66, à direita, era alugada por Ronnie Lessa, acusado de puxar o gatilho contra Marielle e Anderson. Notem a proximidade entre as duas, que ficam na rua C. Bolsonaro também é dono da casa 36, no mesmo condomínio, onde mora o filho Carlos Bolsonaro. Desde que Ronnie Lessa, sargento reformado da PM e suspeito de ser traficante de armas (117 fuzis pertencentes a ele foram apreendidos) foi preso, a família se mudou para outra casa no mesmo condomínio. Lessa, exímio atirador, não tem uma perna, que perdeu em um atentado. De acordo com a polícia, o autor do atentado contra Lessa foi a mesma pessoa que matou o filho do bicheiro Rogério Andrade. Bolsonaro era à época deputado federal, pretendente ao Palácio do Planalto, e revelações sobre o envolvimento de sua família com milicianos poderiam impedi-lo de chegar a a seu objetivo. Marielle havia assessorado Marcelo Freixo na CPI da Milícias quando o então deputado estadual era colega de Flávio Bolsonaro na Alerj.
A mansão que Ronnie Lessa alugou no Condomínio Vivendas da Barra impressiona. No carro blindado dele, a polícia apreendeu 60 mil reais em dinheiro. Existe algum nexo econômico entre Lessa e as campanhas eleitorais da família Bolsonaro? A filha de Lessa namorou o filho mais novo de Jair Bolsonaro, Jair Renan, de 20 anos de idade. Porém, Jair e Carlos Bolsonaro dizem não conhecer Ronnie Lessa.
“Não lembro desse cara. O que tenho a ver com ele?”. Jair Bolsonaro, sobre Ronnie Lessa, em entrevista quando o executor de Marielle foi preso
Bolsonaro mandou que Moro use PF para ouvir testemunha que citou seu nome no caso do assassinato de Marielle. Aparelhamento descarado do Estado para tentar blindar sua trupe, sua família. Agora cerco começa a se fechar e povo quer saber:quem mandou matar Marielle e #QuemEstavaNaCasa58? Carlos Zarattini, deputado federal (PT-SP)
A Globo, sabendo dos fatos e podendo esclarecê-los, preferiu levantar suspeitas contra o Presidente e alimentar narrativas criminosas. Um simples acesso aos registros internos do Condomínio mostra que no dia 14/03/2018 NENHUMA solicitação de entrada foi feita para a casa 58. Carlos Bolsonaro, no tweter, provocando o seguinte comentário do jornalista Rodrigo Vianna: “Filho de alguém citado na investigação mexendo em possíveis provas”.
Como assim? O presidente vai acionar Ministro da Justiça para tomar um depoimento do porteiro? Mas desde quando o MJ tem poderes para isso? Aparelhamento descarado, tentativa de intimidação. Apoiamos a continuidade das investigações por parte do MP/RJ sem interferências externas. Juliano Medeiros, presidente do Psol.
Que louco esse condomínio onde todos os moradores podem saber quem entra na casa dos vizinhos, com data, hora e áudio. Alexandre de Santi, no twitter.
Carlos Bolsonaro, sem ninguém perguntar nada, já postou fotos da presença dele na Câmara Municipal do RJ, na noite do assassinato de Marielle. João Gabriel Prattes, no twitter.
O porteiro mentiu? O porteiro assinou algo que alguém escreveu para ele? Esta foi a narrativa de Jair Bolsonaro, presidente da República, na madrugada saudita.
Teria sido, portanto, uma armação do governador Wilson Witzel com a TV Globo.
O Jornal Nacional pode ter cometido a barrigada do século contra um presidente da República.
Por outro lado, pode ter sido uma tentativa de Bolsonaro, com todo o peso de seu cargo, de intimidar o porteiro — que ele e seus filhos e parentes e amigos certamente conhecem pessoalmente.
O porteiro é o elo fraco da cadeia. Ele e sua família vivem no Rio de Janeiro.
Há uma prova material: o porteiro registrou no livro o número da casa à qual Élcio, o motorista do automóvel de onde foram disparados os tiros em Marielle, visitaria: a de número 58.
Não haveria nenhum motivo, àquela altura, quando Jair Bolsonaro era deputado federal, para o porteiro fazer uma anotação mentirosa.
E é difícil confundir 58 com 66.
Carlos Bolsonaro, que vive no mesmo condomínio, na casa 36, publicou no twitter que estava na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro naquela noite.
Como morador do condomínio, ele acessou os arquivos de áudio entre a portaria e as diferentes casas do Vivendas da Barra.
No twitter, o vereador Carlos Bolsonaro rodou um áudio das 17h13 minutos do dia 14 de março de 2018, dia do assassinato de Marielle e Anderson.
O áudio, de acordo com a versão de Carlos, registra a conversa do porteiro com o morador da casa 66, em tese Ronnie Lessa.
Há um hiato de três minutos entre a anotação do porteiro e o registro da ligação, ainda não esclarecido.
O porteiro escreveu no livro de registros que Élcio chegou para visitar a casa 58 às 17h10 minutos. A ligação para a casa 66 está registrada às 17h13 minutos.
Disse o Jornal Nacional:
O porteiro contou que, depois que Élcio se identificou na portaria, e disse que iria para casa 58, o porteiro ligou para casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. O porteiro diz que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”. Ele confirmou isso nos dois depoimentos
E continuou:
O porteiro explicou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para casa 66 do condomínio. A casa 66 era onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson. Ronnie Lessa é apontado pelo Ministério Público e pela Delegacia de Homicídios como o autor dos disparos. O porteiro disse em depoimento que ligou de novo para casa 58 e que o homem identificado por ele como “Seu Jair” teria dito que sabia para onde Élcio estava indo.
Ligações entre a portaria e as casas do condomínio, obviamente, podem ter sido apagadas ou renomeadas — não cabe a Carlos Bolsonaro, mas à polícia investigar.
A reportagem do Jornal Nacional informou:
O Jornal Nacional apurou que a guarita do condomínio tem equipamentos que gravam as conversas pelo interfone. Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio para saber com quem, de fato, o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58.
O porteiro pode ter sido induzido a mentir. Mas não faz sentido ter mentido se anotou casa 58 no livro de entrada.
Faz mais sentido que tenha ligado para “seu Jair” por um sistema que não deixou registros.
Ou que os registros foram apagados.
Embora Carlos tenha dito no twitter não existirem registros de ligações entre a portaria e a casa 58 no dia do assassinato de Marielle, as próprias imagens que ele exibiu desmentem isso.
Há registro de um contato entre a portaria e casa 58 às 15h58m, cujo áudio Carlos Bolsonaro não rodou no twitter.
Se tivesse rodado, saberíamos quem atendia o interfone naquele momento da tarde, antes da visita de Élcio:
*Questionado por seguidores no twitter, Carlos Bolsonaro rodou o áudio acima mencionado, que é de uma voz feminina atendendo o mercado.
Outra chamada da portaria, para a casa que ocupa, a 36, às 17h58m, é do porteiro avisando Carlos da chegada de um motorista de aplicativo.
BRIGA COM ASSESSOR DE MARIELLE
“Repete, seu merda. Repete. Você é um merdão, diz na minha cara”, afirmou Carlos Bolsonaro a um assessor de Marielle Franco na Câmara Municipal, durante briga agora revelada por testemunha, que aconteceu no início do mandato de ambos, em 2017.
A briga foi entre Carlos e um assessor de Marielle que teria se referido a ele como “fascista”.
De acordo com a revista Época, a testemunha que contou o caso foi Fernanda Chaves, a assessora que sobreviveu ao atentado.
Fernanda se abaixou no carro e sobreviveu à saraivada de balas.
Segundo ela descreveu, Marielle interveio na discussão e peitou Carlos.
Os dois vereadores eram vizinhos de gabinete.
A revista Época foi citada pelo presidente da República no desabafo desesperado que ele fez durante a madrugada saudita, quando mencionou que um de seus filhos poderia ser preso sem que a reportagem do Jornal Nacional tivesse mencionado Flávio, Eduardo ou Carlos.
Carlos, portanto, poderia ter uma motivação: ódio.
Marielle Franco assessorou o agora deputado federal Marcelo Freixo quando ele promoveu a CPI das Milícias no Rio de Janeiro, em 2008, quando atuava na Assembleia Legislativa tendo como colega Flávio Bolsonaro:
“Marielle trabalhava comigo. E a CPI conclui dizendo que crime, polícia e política não se separam no Rio de Janeiro”, disse Freixo logo após a prisão de Élcio e Ronnie Lessa.
Ele também pediu uma CPI das Milícias na Câmara Federal:
Se nós não descobrimos a razão, a motivação da morte da Marielle, a gente não tem democracia nesse País. Não é porque Marielle era de esquerda, não é porque Marielle era do PSol. É porque há um grupo político no Rio de Janeiro, no século 21, capaz de matar como forma de fazer política. Isso é inaceitável.
Pó, milícia, laranjas e guerra por fundo partidário, tudo junto e misturado: bem vindo ao governo Bolsonaro.
Esse é o governo das pessoas de bem. Governo envolvido até o pescoço com milícias, assassinatos, disputa sangrenta pelo fundo partidário milionário e uma irremediável ruína em nove meses.
E lembrar o discurso inflamado, cheio de paixão e patriotismo que os “libertadores do petismo” proporcionariam para limpar o país. Isso é a própria profecia às avessas.
O Brasil nunca se viu tão indiferente a um governo como se vê agora, tal o declínio moral em que o país foi mergulhado com o governo do “mito” e seu clã. Não que o povo esteja entregue ou vencido por mais um golpe, agora, dado nas urnas com os expedientes mais baixos de que se tem notícia na história da república.
Um governo envolvido num caso obscuro da prisão de um militar da comitiva presidencial com 39kg de cocaína. As imagens do presidente com farta associação com a milícia que assassinou Marielle e Anderson, inclusive sendo vizinho do próprio assassino e traficante de armas.
E agora a guerra dos titãs, Bolsonaro e Bivar, pela milionária grana suada extraída do lombo dos trabalhadores brasileiros cada vez mais precarizados numa vingança covarde de Bolsonaro contra eles.
É esse o caldo de excremento que a história será obrigada a contar.
O governo Bolsonaro é a réplica da milícia. Para onde se olha, vê-se um patife atirando no outro. E os desaforos são ditos na tribuna da Câmara, no Palácio do Planalto e nas redes sociais, sem brios e com toda a cólera que o ódio entre eles produz.
As divergências políticas e os interesses particulares dentro do PSL têm brindado o país com cenas inusitadas como a da deputada do PSL que confessa que o seu partido é um imenso laranjal, em plena tribuna da Câmara.
Por isso vale a pena assistir à dantesca cena da deputada Doutora Soraya Manato – PSL-ES, em seu sincericídio que deveria servir de material suficiente para cassar o partido, cassar o mandato de Bolsonaro, enfim, cassar a chapa Bolsonaro-Mourão.
Deputada do partido de Bolsonaro admite: "Aqui no PSL tiveram candidatos laranja, mas a grande maioria foi eleito honestamente.” E o presidente do PSL, Luciano Bivar, ainda se diz surpreso com a apreensão da Polícia Federal pra investigar o laranjal no seu partido! 👀 pic.twitter.com/KhhvH5ujVH
A informação é da coluna Radar de Lauro Jardim no Globo:
“A Polícia Federal identificou fortes indícios de que o sargento Manoel Rodrigues, preso com 39 quilos de cocaína ao desembarcar de um avião presidencial na Espanha, tem ligações com um conhecido traficante que atua nas cidades-satélites de Brasília.”
A PF está convicta de que o militar não agiu sozinho. Mais do que isso: a principal linha de investigação indica que ele fazia o serviço de mula para outro militar, um oficial de alta patente.”
Impressiona a quantidade de gente criminosa na órbita de Bolsonaro. Essa informação é nitroglicerina pura, pois estamos falando de um governo que ostenta mais militares de alta patente do que nos governos dos próprios militares na ditadura. Aliás, é um governo cercado por casos de crimes que não vão adiante, inclusive o automático bloqueio de Eduardo Bolsonaro ao depoimento do sargento na Comissão da Câmara que preside.
Estamos falando de ao menos 2.500 membros das Forças Armadas ocupam cargos de chefia em 30 órgãos federais ou no assessoramento em ministérios e repartições na gestão de Jair Bolsonaro. Presença de militares no governo é a mais expressiva desde a redemocratização. Isso, sem falar dos milicianos que, como mostram as investigações, assassinaram Marielle e Anderson, sumiram com as armas e todos, rigorosamente todos têm ligação direta com o clã Bolsonaro.
A insatisfação do presidente com a sigla vinha em uma crescente, mas ganhou força nessa terça (8) após o presidente declarar a um apoiador para “esquecer o PSL”.
O fato é que Bolsonaro bateu o martelo, está fora do PSL e, com o amo, a parte miliciana do partido, baterá em retirada junto com ele, desidratando ainda mais o PSL.
Não se sabe ainda a dimensão das consequências desse ato, mas parece que a guerra por interesses pouco republicanos produziu em ambos os lados um antagonismo uniforme.
O Globo diz que Bolsonaro ainda resiste em sair, afirmando que ele não sairá de livre e espontânea vontade, mas o fato é que a mudança de partido ou de postura de Bolsonaro no espaço político, terá suas consequências, principalmente para um capataz do mercado que vê a sua popularidade se esfarelar por arrombar todas as portas do absurdo.
Na realidade, o governo Bolsonaro, desde o primeiro dia, é uma crise permanente. O que parece é que seu governo vive dentro de um liquidificador, sacudido todos os dias com lambanças do próprio Bolsonaro ou de seus filhos. A população já percebeu há muito tempo que o país está à deriva e que o capitão não tem a menor ideia de onde fica o leme da embarcação, numa nulidade inacreditável.
Seja como for, essa crise é resultado de uma série de juramentos não cumpridos por Bolsonaro, mas sobretudo, para quem dizia que não aumentaria os preços, os impostos e, muito menos tiraria direitos do povo trabalhador.
O resultado é um governo colapsado que não realiza e não deixa o setor privado realizar. Não oferece ferramentas para o desenvolvimento, somente armas para a população para que um mate o outro.
Sem falar que a imagem de Bolsonaro está cada vez mais associada aos assassinatos de Marielle e Anderson. E a coisa promete piorar.
Outro ponto de erosão entre Bolsonaro e o PSL veio após reportagens revelarem que, durante a apuração sobre o laranjal na seção mineira da sigla, a PF encontrou menções à campanha dele. O ex-assessor parlamentar do ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, que na época era coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que “acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.