Categorias
Política

Bastou o escândalo do INSS chegar em Temer, Bolsonaro e Tarcísio que os jornalões sumiram com as manchetes sobre o tema

O silêncio da grande mídia em certos assuntos muitas vezes é mais revelador que suas manchetes em garrafais.

Trocando em miúdos, é o que sempre digo.

A mídia é mais canalha quando se omite e esconde notícias, numa autocensura estratégica, do que quando usa as garrafais para atacar quem considera adversário político como o PT.

Tarcisio é o candidato à presidência da Faria Lima e, consequentemente, da grande mídia.

Bolsonaro e Temer são as vigas centrais dessa candidatura.

Por isso, falar em INSS, mostrando que o escândalo começa com Temer e passa por Bolsonaro, é tudo o que a mídia tarcisista não quer.

O silêncio da grande mídia sobre o escândalo do INSS, quando envolve figuras como Temer e Bolsonaro, escancara uma seletividade que vai além do noticiário e toca em interesses políticos e econômicos.

A missão pode ser mais estratégica do que as manchetes escandalosas, especialmente se considerar o alinhamento de parte da imprensa com certos projetos de poder, como a possível candidatura de Tarcísio em 2026, apoiada por setores da Faria Lima.

O INSS, com sua relevância social e peso financeiro, é um tema sensível.

Se as denúncias começarem, como já acontece, a traçar uma linha que conecta Temer e Bolsonaro ao começo da corrupção no INSS, isso compromete uma narrativa de apoio a Tarcísio que depende da imagem de continuidade de certas agendas econômicas e políticas dos dois pilares centrais de sua imagem como Bolsonaro e Temer.
A mídia, nesse caso, opta por desviar o foco para proteger essa construção na cara dura.

Categorias
Política

Tomando bola nas costas de Tarcísio e Ciro Nogueira, Bolsonaro deixa UTI do após duas semanas em cartaz

Vendo que está sendo enterrado vivo pelos próprios aliados, Bolsonaro saiu de cena.

Seu show de horrores no picadeiro da UTI acionou a luz amarela avisando ao badalhoca que a chaleira dos traidores estava apitando a mil.

Sim, Ciro Nogueira já está se anunciando, nos bastidores, candidato a vice de Tarcísio de Freitas, o bibelô da Faria Lima.

Atualmente, Bolsonaro é visto como uma Bola de merda agarrada nos fundilhos da direita.

Isso mesmo. Bolsonaro, no submundo bolsonarista, é classificado como um empata.

Alguém que virou apenas uma mistura de restos de fezes com pequenas partículas de papel higiênico que se enrolam e prendem nos pelos anais.

Essas partículas são de difícil remoção.

Por isso, para a direita, é bola para o mato que o jogo é de campeonato.

Categorias
Política

Reprovação de Tarcísio dobra em dois anos de governo em São Paulo

Em apenas dois anos de governo em São Paulo, a reprovação de Tarcísio dobra.

Datafolha dá um banho de água fria na oligarquia de São Paulo.

É preciso lembrar que Tarcísio é o novo bibelô da Faria Lima e, consequentemente, da grande mídia.

Isso significa dizer que ele não sofre qualquer crítica dos grandes meios de comunicação que blinda com gosto o projeto de poder da direita.

Mas parece que deu vazamento na laje e não foi pouco. As rachaduras na imagem do reacionário bolsonarista estão evidentes.

Traduzindo, quer dizer que a percepção negativa sobre o governo estadual dobrou nos últimos dois anos, considerando os percentuais somados de “ruim” e “péssimo” ao sabor da própria sociedade, sem ter qualquer influência negativa da mídia.

O sujeito é de fato muito ruim.

Para quem pretende se candidatar à Presidência da República, é uma péssima notícia.

Categorias
Política

O Bundão

Bolsonaro, no domingo na Paulista, fez um golaço contra a sua e somente a sua “anistia”.

Usou várias cabelereiras do batom: Tarcísio, Zema, Caiado, Malafaia, Ratinho, Nikolas, etc.

Todos fazendo o papel de boneco de ventríloquo de Bolsonaro.

Não importa se Bolsonaro estava atrás deles no palanque armado na MINIfestação que talhou.

Para a cabeça de bosta de Bolsonaro, isso não quer dizer nada, o que importa é que essa gente recebeu visualizações chamando o presidente da Câmara, Hugo Motta, de Covarde, Alexandre de Moraes, de Bandido e Barroso, idem.

Muito mais do que um gigantesco mico perto do que anunciaram, Bolsonaro compartilhou sua imagem com os seus testas de ferro, seus fantoches, suas marionetes.

Certamente, Tarcísio é o que mais se mostrou bundão, mais vassalo, quando, na verdade, está querendo ver Bolsonaro pelas costas.

Para tentar convencer o gado de que não é o traíra que é, em busca de benefícios eleitorais, Tarcisio foi um dos que mais atacaram as instituições, esquecendo-se de que ele é um governador e que, portanto, tem que dar conta de um comportamento compatível ao cargo que ocupa e não o de um criminoso.

Lógico que, para piorar a lambança em sua conta, Tarcísio colocou galho dentro para Trump, não piando sobre a pica do tamanho de um cometa que o presidente norte- americano está enfiando em São Paulo com seu tarifaço.

Na realidade, é o estado brasileiro mais atingido pela lambança de Trump.

Ou seja, mais bundão que isso, impossível.

Categorias
Política

Tarcísio de Freitas e a pinochetização como projeto – I

Blindagem como cegueira
O crítico Paul de Man marcou época com a identificação da dialética que constitui toda operação hermenêutica: trata-se sempre de navegar entre “blindness” e “insight”, ou seja, entre a cegueira inevitável e o achado surpreendente. O trabalho da teoria é sempre assim: nosso olhar valoriza certo ângulo, uma vez que não podemos abarcar a totalidade de objeto algum. O ângulo privilegiado é intensamente iluminado, mas, claro, às custas de zonas que foram deixadas na sombra, pois não foram observadas com idêntico cuidado.

(O crítico português Miguel Tamen brilhou ao traduzir “Blindness and Insight” como “O ponto de vista da cegueira”.)

Pois bem: qual será a “blindness” da ostensiva operação de blindagem que atualmente protege o governador Tarcísio de Freitas? Dedicarei dois ou três artigos à questão, começando pela caracterização do fenômeno.

Paraisópolis
No dia 17 de outubro de 2022, uma atividade política do então candidato Tarcísio de Freitas foi abruptamente interrompida por uma troca de tiros. A primeira versão apresentada pelo futuro governador e sua equipe de campanha assustou a opinião pública. E não poderia ser diferente: o candidato teria sofrido um atentado do crime organizado. Na ocasião, um jovem de 27 anos, Felipe Silva de Lima foi morto.

A tentativa de capitalizar politicamente o estranho episódio quase saiu pela culatra. Um cinegrafista da TV Record filmou o momento da suposta troca de tiros e não se percebe exatamente um “ataque do crime organizado”. A confusão foi geral — como diria com propriedade um certo narrador casmurro. A equipe de segurança do candidato pressionou o cinegrafista para que apagasse as imagens que captou. Por quê? Resposta na ponta da língua de Tarcísio: para proteger o anonimato de sua rumorosa equipe.

(Quem protegeu o cidadão no meio do caminho, Felipe Silva de Lima?)

O cinegrafista perdeu o emprego; o jovem de 27 anos, a vida. E parece que em vão: a perícia não conseguiu sequer descobrir de que arma partiram os tiros que assassinaram Felipe Silva de Lima e o caso foi arquivado.

Rapidamente.

Nenhuma investigação aprofundada foi esboçada.

Tudo não se resolveu com celeridade incomum.

Eleição e crime organizado?
Já empossado como governador, e profundamente empenhado na eleição municipal de São Paulo, Tarcísio de Freitas insistiu na mescla explosiva de eleição e crime organizado, como velho mágico que guarda um truque para o final da festa.

No dia 27 de outubro de 2024, durante a realização do segundo turno que opunha o prefeito Ricardo Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos, Tarcísio de Freitas deu uma declaração não somente inacreditável, como também, e sobretudo, criminosa.

Você me dirá se exagero.

O governador decidiu exercer seu lado criativo de ficcionista constrangido. Afirmou, sem aparente pudor, e certamente sem se ruborizar, que o serviço de inteligência da Polícia Militar havia flagrado uma troca de mensagens que revelavam que o Primeiro Comando da Capital recomendava o voto num dos dois candidatos em disputa. Qual? Os jornalistas mal escondiam a incredulidade. O governador respondeu com certo tédio, associado à “máscara vocês sabem muito bem”:

“Boulos”.

Crime eleitoral gravíssimo; por muito menos políticos em todo o país foram declarados inelegíveis pela Justiça Eleitoral. O PSOL entrou de imediato com uma representação denunciando o delito do governador. O resultado? O caso foi arquivado.

Rapidamente.

Nenhuma investigação aprofundada foi esboçada.

Tudo não se resolveu com celeridade incomum.

A Liga da Injustiça?
No dia 9 de maio de 2024, tanto o governador, Tarcísio de Freitas, quanto o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, foram denunciados no Tribunal Internacional de Haia por crimes contra a humanidade, em função das missões realizadas pela Polícia Militar na Baixada Santista. Desde então, justiça seja feita, os dois têm se esforçado muito para legitimar a iniciativa.

A Polícia Militar colabora inventando novos esportes, o arremesso livre de cidadãos de pontes é o mais visível e chocante, mas certamente não é a única modalidade. Estatística recente sintetiza a brutalidade da concepção de segurança pública na gestão Tarcísio de Freitas: sob sua nova direção, o número de crianças e adolescentes mortos em virtude de ação policial cresceu inaceitáveis 120%.

Questionado sobre a denúncia, o governador deixou de lado o “figurino Faria Lima do gestor moderado” e vestiu o chapéu do “bolsonarista bandido bom é bandido anistiado”. Com ar de enfado, reafirmou seu apoio ao secretário Derrite:

“E aí o pessoal pode ir na ONU, na Liga Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí.”

(Não são poucos os que, com maior ou menor empáfia, disseram o mesmo, confiantes no seu mundinho, mas que, num piscar de olhos, começaram a evitar viagens para a Europa.)

E não falei nada sobre a destruição metódica da educação pública e da desastrosa privatização da Sabesp. E do elogio de Guilherme Derrite ao modelo de militarização completa da vida pública levado adiante por Nayib Bukele em El Salvador…

*João Cesar de Castro Rocha/ICL

Categorias
Política

Pedágios, CPTM e isenção do IR mostram que paulistas erraram feio entre Tarcísio e Haddad

As três iniciativas que dominaram as discussões da semana passada evidenciam as divergências entre os dois blocos políticos em conflito no Brasil. O governo Lula, representado pelo ministro Fernando Haddad, anunciou a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros com baixa renda. Em contrapartida, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta dificuldades para explicar um polêmico pacote de pedágios que será implementado no interior do estado, além de tentar justificar a privatização das novas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que levanta preocupações após o fracasso da Via Mobilidade.

No interior de São Paulo, aumentaram as reclamações sobre os pedágios que serão introduzidos na região do Circuito das Águas, afetando 33 cidades com mais de 30 pórticos. Essa insatisfação se intensifica após queixas relacionadas aos pedágios da região de Mogi das Cruzes e da Baixada Santista, onde as cobranças começarão em novembro. Quanto aos trens, manifestantes invadiram a Secretaria de Transporte Metropolitano em protesto contra a proposta de privatização que poderia se expandir para mais linhas, após falhas recorrentes e quebras nas linhas 8 e 9 na Grande São Paulo. Tarcísio está considerando expandir esse modelo para as linhas 11, 12 e 13 da CPTM.

Enquanto Tarcísio adota medidas que encarecem o transporte público em São Paulo, o governo Lula busca aliviar o custo de vida dos cidadãos em nível nacional. A proposta de aumento da isenção do Imposto de Renda feita por Haddad ganhou apoio até mesmo de parlamentares da direita, ao passo que Tarcísio não demonstra disposição em promover melhorias para pessoas em situação financeira difícil. Essa contradição nas abordagens revela um aspecto importante do debate político atual.

Essas propostas ressaltam a disparidade entre Tarcísio, associado ao bolsonarismo, e Haddad, representante do lado progressista. A isenção do Imposto de Renda promove uma justiça fiscal ao fazer uma cobrança mais elevada sobre aqueles que têm mais, e menos sobre os que têm menos, o que pode ajudar a mitigar a desigualdade social. Em contraste, as privatizações defendidas por Tarcísio tendem a encarecer os serviços públicos, exacerbando a exclusão social e ampliando a desigualdade, funcionando como uma forma de tributação regressiva.

Esse modelo de concessões, ao transferir a responsabilidade de serviços essenciais do Estado para empresas privadas, provoca um aumento nos custos por conta da necessidade de retorno financeiro dessas empresas. Mesmo com subsídios governamentais, como os observados nas linhas 4, 5, 8 e 9, o encarecimento dos serviços é inevitável. O serviço público, sob administração estatal, consegue manter custos mais baixos, enquanto as empresas privadas costumam elevar esses custos, exigindo mais do usuário no momento do uso, semelhante a tributações sobre o consumo que desconsideram a capacidade financeira dos cidadãos.

Em suma, as iniciativas discutidas na semana passada evidenciam uma divisão clara entre abordagens progressistas e conservadoras em relação à política fiscal e ao gerenciamento de serviços públicos no Brasil, refletindo como as decisões políticas impactam diretamente o cotidiano da população.
A proposta de Tarcísio para implantar pedágios em rodovias revela a hipocrisia de suas promessas eleitorais. Durante a campanha, ele afirmou em diversos eventos que não imporia pedágios nas rodovias locais, mas com seu projeto atual, fica claro que isso não é viável se o objetivo é privatizar. Para que as privatizações sejam sustentáveis, é fundamental expandir a rede de pedágios e aceitar os aumentos constantes nas tarifas de transporte, tanto em ônibus quanto em trens, que são comuns em administrações que não se preocupam com a justiça social.

As justificativas apresentadas por Tarcísio evidenciam o erro de sua abordagem, especialmente se comparadas às propostas do Ministro Haddad. Em uma entrevista, Tarcísio questionou: “Como vou investir R$6 bilhões nessas rodovias de outro jeito?”. Embora tenha um orçamento de R$375 bilhões, maior que o PIB de países como Colômbia, Chile, Hong Kong ou Portugal, ele opta por não utilizar esses recursos para tal fim e parece incapaz de identificar alternativas orçamentárias.

A visão política de Tarcísio não inclui a busca por formas de tributação que sejam mais justas, que taxem mais aqueles que possuem maior riqueza ou que sonegam impostos. Ele parece querer convencer a população de que as privatizações, que excluem pessoas do acesso aos serviços e aumentam a desigualdade social, são uma solução natural. Fica claro que suas políticas beneficiam prioritariamente os mais ricos, que seriam os mais afetados por uma verdadeira reforma.

Em contrapartida, Haddad se destaca como um exemplo de como abordar essas questões, buscando reduzir desigualdades. Sua intenção de combater a sonegação fiscal foi o primeiro passo, e sua proposta de aumentar as isenções do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil mensais ressalta as diferenças entre sua abordagem e a de Tarcísio.

A visão retrógrada e limitada de Tarcísio deteriora as condições de vida em São Paulo. Além das questões econômicas e de desigualdade, seu governo afeta negativamente o serviço de transporte. A falta de planejamento e investimentos adequados faz com que todas as iniciativas sejam vistas como “ativos a serem privatizados”, sem priorizar o transporte coletivo em detrimento do individual, ou procurar tarifas de pedágio mais justas. Isso contraria a orientações da Lei Federal que preveem um plano integrado de ferrovias e transporte coletivo, segundo Rafael Calabria, Forum.

A deterioração do transporte público e o aumento das tarifas vêm ocorrendo há anos. A pergunta que fica é: será que os paulistas, como o sapo em uma panela que se aquece lentamente, só perceberão o problema quando já for tarde demais? Os aumentos graduais e a deterioração dos serviços ocultam a exclusão gerada pelos pedágios, limitando as viagens e isolando cidades interioranas. A reflexão necessária é: quando finalmente despertaremos para essa realidade?

Categorias
Política

Tarcísio bate o martelo como candidato a presidente, trai Bolsonaro e terá o troco do clã

Tarcísio já fala como candidato da direita a Presidência da República em 2026.

Só não combinou com o Clã Bolsonaro.

Bolsonaro foi claro taxativo num podcast em que Tarcísio estava a seu lado: “não vou passar bastão pra ninguém!”

Adicione a isso o fato dos próprios membros do clã Bolsonaro se sentirem traídos pelo “aliado”

Claro que, não tendo mesmo como disputar as eleições de 2026, até porque, além de inelegível estará na cadeia, Bolsonaro apoiará um de seus filhos, possivelmente Flávio.

Ele é quem herdou Queiroz o esquema criminoso de peculato (rachadinha) e formação de quadrilha criados por Bolsonaro.

O fato é que, em um evento do mercado, Tarcísio prometeu à escória do dinheiro que, se eleito, será mais cruel e perverso que Bolsonaro contra os pobres e não tocar na grana da papa-fina.

É uma técnica de traição especializada em dar cama de gato reparadora em seu padrinho ou criador político.

Agora é esperar a reação do clã Bolsonaro contra Tarcísio que, certamente, não tardará.

Categorias
Política

Áudio: Em claro conluio com a mídia e o mercado, Ciro Nogueira, do Centrão, confessa sabotagem contra Lula

Senador disse que Tarcísio está eleito com apoio de Bolsonaro e que o Congresso já opera contra o governo.

Em evento fechado com investidores promovido pela Legend Investimentos nesta segunda-feira (31), no auditório do BTG, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) construiu uma narrativa de desgaste irreversível do governo Lula e antecipou o cenário de 2026 com uma certeza: “Se Tarcísio tiver o apoio do Bolsonaro, ele está eleito. Inclusive no Nordeste”. A afirmação não foi isolada. Ao longo de quase duas horas de conversa, o ex-ministro da Casa Civil desenhou um roteiro que aponta para o enfraquecimento da base do governo e para a consolidação da direita como principal força política nacional nos próximos anos.

Congresso como contenção e fragilidade do governo
Logo na abertura da conversa, Ciro definiu o papel atual do Legislativo como uma contenção do governo: “Não vai haver rompimento institucional, mas o Congresso vai segurar. Vai ser a contenção até 2026”. Para ele, o governo Lula perdeu tração política e está velho. “O eleitor está pronto para migrar. Esse governo já deu o que tinha que dar”, afirmou. Segundo Ciro, o governo hoje se sustenta apenas no simbolismo de Lula, mas já não possui capacidade de mobilizar entusiasmo. “Tudo é ‘nova’ farmácia popular, ‘novo’ Minha Casa Minha Vida, mas ninguém diz que tem uma nova avó. É um governo velho.”

Ciro afirmou que Lula não será candidato à reeleição. “Ele não tem mais capacidade de dialogar com as pessoas”, disse, apontando o que considera uma perda de conexão do presidente com a base popular e com o sentimento de esperança que o caracterizou em eleições anteriores. “Até no Nordeste ele pode perder. O povo não vê mais esperança.”

O senador também fez comparações com o processo de impeachment de Dilma Rousseff. De acordo com ele, as condições para um afastamento de Lula não estariam dadas, mas o cenário de contenção já está em andamento. “O impeachment só foi possível porque ela tinha 7% [de aprovação]. Lula ainda tem 30. Seria traumático. Mas o Congresso está lá, funcionando como dique.”

Críticas econômicas e recepção da elite financeira
As críticas ao governo se estenderam à política econômica. O senador afirmou que o aumento nos preços de medicamentos atingirá em cheio a população idosa, único grupo onde Lula ainda mantém algum apoio. “Quem está acabando com o governo é a inflação”, disse. Para ele, qualquer tentativa de ajuste fiscal ou racionalização dos gastos é inviável com o PT no poder. Ciro afirmou que o país vive uma paralisia econômica e institucional, e que a resposta do Planalto tem sido recorrente e ineficaz: “O governo reage com aumento de gasto público e slogans reciclados”.

O auditório reuniu empresários, investidores e representantes do setor financeiro, público diretamente beneficiado pelo atual modelo de tributação. Uma das participantes expressou preocupação com uma eventual tributação mais progressiva: “aqui está todo mundo taxado acima dos 50 mil”, disse, em referência às propostas que miram faixas mais altas de renda. A frase evidenciou o temor da elite econômica com possíveis mudanças nas regras. Ao ser questionado, Ciro Nogueira evitou entrar no mérito da tributação dos mais ricos. Limitou-se a afirmar que é preciso “ver a questão da compensação”, sem indicar de onde sairiam os recursos para bancar a isenção na base.

O senador também ressaltou que a proposta do seu partido precisa ser “politicamente viável”, o que, no contexto da conversa, soou como um aceno à manutenção dos interesses dos setores representados na plateia. Ao longo da exposição, ficou claro que a principal preocupação dos presentes não era enfrentar as distorções do sistema tributário, mas sim proteger os benefícios acumulados por quem ganha mais. Ciro reforçou que os três itens da proposta não poderiam ser divulgados por enquanto e que o apoio do presidente da Câmara é essencial para avançar. O tom reservado reforçou a percepção de que o projeto busca evitar conflitos com setores privilegiados.

ciro nogueira e bolsonaro

Tarcísio como sucessor e a transferência de Bolsonaro
Na avaliação de Ciro, a direita está articulada e já possui sua estratégia definida para 2026. A candidatura de Tarcísio de Freitas, segundo ele, representa uma continuidade do bolsonarismo com maior capacidade de diálogo institucional. “Se Tarcísio tiver o apoio do Bolsonaro, ele está eleito. Inclusive no Nordeste”, disse. Ele descartou qualquer possibilidade de terceira via e reforçou que a eleição será polarizada. “Vai ser o candidato do Lula contra o candidato do Bolsonaro. E se for o Tarcísio, a eleição já acabou.”

Ciro também deixou claro que o bolsonarismo não precisa mais da candidatura do próprio ex-presidente para vencer. O apoio de Bolsonaro, segundo ele, é suficiente para consolidar uma vitória no primeiro turno, especialmente se a oposição se mantiver unificada em torno de nomes mais palatáveis ao centro. “A força do Bolsonaro está na transferência. Ele aprendeu com os erros e vai fazer uma campanha diferente.”

Direita organizada e aposta no Congresso
Por fim, Ciro garantiu que a centro-direita já está pronta para assumir o protagonismo institucional e eleitoral do país. Caso Bolsonaro cumpra os compromissos assumidos com os partidos de centro, o senador prevê “a maior vitória da direita da história”. “Essa campanha já está estancarada. Estamos organizados. O governo vai até 2026, mas a mudança já começou no Congresso.”

A fala de Ciro foi recebida com atenção por investidores e agentes do mercado financeiro presentes no evento. Ao adotar um tom direto e sem rodeios, o senador se posiciona como um dos principais articuladores do novo bloco conservador que se desenha para o próximo ciclo eleitoral. A aposta é clara: usar o Congresso como freio do governo Lula e preparar o terreno para um reposicionamento completo do campo da direita em 2026.

*ICL

Categorias
Política

Vídeo: Ao saber que presidente do partido de Tarcísio não apoia anistia, Malafaia chora

Pastor bolsonarista chamou Marcos Pereira de “cretino” e cobrou saída de Tarcísio do Republicanos.

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chorou em um vídeo em que xinga o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, que é ligado à Igreja Universal, pelo fato do cacique não apoiar o projeto de anistia aos golpistas.

Malafaia foi o responsável por organizar o ato fracassado de Jair Bolsonaro por anistia no último domingo (16) na praia de Copacabana, que contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, filiado ao Republicanos. Com Forum.

Apesar do Republicanos abrigar nomes da extrema direita, como o de Tarcísio e da senadora Damares Alves, a legenda compõe o chamado centrão e até mesmo o governo Lula, com o Ministério de Portos e Aeroportos, comandado por Silvio Costa Filho.

“Cretino! Que vergonha, Marcos Pereira! (…) Que cristão é você, cara? (…) Fica aqui minha indignação. Se prepare, Marcos Pereira, porque a justiça divina vai te alcançar”, disparou o bolsonarista.

Categorias
Política

O silêncio de Tarcísio sobre o Oscar do Ainda Estou Aqui revela seu bolsonarismo latente

Governador de SP seguiu nas redes sociais o movimento de outros líderes da extrema-direita.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ignorou a vitória inédita do Brasil no Oscar do último domingo (2), com o filme “Ainda Estou Aqui”.

Tarcísio seguiu nas redes sociais o movimento de outros governadores bolsonaristas que optaram pelo silêncio diante da premiação.

“Ainda Estou Aqui” retrata a história da advogada paulistana Eunice Paiva, cujo marido, o deputado federal cassado Rubens Paiva, foi sequestrado e assassinado pela ditadura militar no início da década de 1970.

Jair Bolsonaro (PL) defendeu o regime durante toda sua carreira política e mantinha em seu gabinete, quando deputado, fotos como do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi do Exército. Antes da premiação, há uma semana, o ex-presidente havia feito críticas ao filme, em entrevista.

Tarcísio tem histórico de comemorar feitos brasileiros nas redes
Tarcísio tem histórico de usar suas redes sociais para comemorar feitos de brasileiros em competições internacionais.

O caso mais recente foi o do tenista João Fonseca, após sua vitória no ATP de Buenos Aires, em fevereiro.

“É mais um talento brasileiro despontando para o mundo, carregando as cores da nossa bandeira”, escreveu na ocasião.

Antes disso, durante as últimas Olimpíadas, a ginasta Rebeca Andrade e a judoca Beatriz Souza, ambas medalhistas de ouro, também haviam sido homenageadas pelo governador, que é cotado para disputar a Presidência da República em 2026.

Nesta terça (4), ele publicou também uma mensagem parabenizando a Rosas de Ouro por seu oitavo título do Carnaval paulistano.

A “Folha de S.Paulo” questionou o Palácio dos Bandeirantes sobre o silêncio em relação à premiação de cinema, mas não obteve resposta.

Quando criticou o filme, Bolsonaro tinha sido questionado se torceria pela produção e pela atriz Fernanda Torres e se esquivou, respondendo: “A mensagem ali é política. Ela falou, por exemplo, que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Por quê? Eu proibi alguém de fazer alguma coisa? Cassei a concessão de alguém?”

Em fevereiro, o diretor Walter Salles concedeu à “CNN” americana e havia afirmado que o filme é um “produto do retorno da democracia ao Brasil”, com a derrota do ex-presidente para Lula (PT), em 2022, e que no governo anterior “Ainda Estou Aqui” não teria como ser filmado.

Durante o mandato do ex-presidente, o diretor Wagner Moura enfrentou uma série de entraves com a Ancine para o lançamento do filme “Marighella”, que retrata a história do deputado cassado Carlos Marighella, militante comunista e integrante da luta armada contra o regime, morto em 1969, segundo Bruno Ribeiro, ICL.

Em resposta pública a queixas de Moura, o então secretário de Cultura de Bolsonaro, Mario Frias, afirmou que não haveria verba pública para “lixo panfletário”.

Bolsonaristas
Outros governadores bolsonaristas tiveram comportamento semelhante ao de Tarcísio. Romeu Zema (Novo), de Minas, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, apontados como possíveis presidenciáveis, não fizeram nenhuma citação à vitória brasileira. O goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se declara pré-candidato, publicou nos stories no Instagram palmas e uma bandeira brasileira.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que se declara apoiador de Bolsonaro e se aliou ao ex-presidente nas eleições municipais do ano passado, deu “parabéns a todos” pela vitória histórica de domingo. “Mais um orgulho em ser brasileiro, a cidade de São Paulo está em festa”, escreveu.

Tarcísio tem concentrado suas publicações nas redes sociais, nesta semana, em uma ação de policiais que entram em blocos de Carnaval fantasiados para tentar deter ladrões de celulares.

O governador publicou uma imagem de policiais vestidos de Power Rangers no domingo e outra com os personagens dos jogos Super Mario na segunda. Ambas tiveram mais de 180 mil curtidas.