Glenn, em resposta a um internauta: “Estamos trabalhando para sair ainda hoje”, diz ele sobre o novo trecho da Vaza Jato.

Em resposta a um internauta que em tom de brincadeira disse para não matar “a gente do coração menino”, o editor do The Intercept, Glenn Greenwald disse: “Eu prometo a você: estou tão ansioso quanto você para que isso seja publicado agora. Estamos trabalhando o mais rápido possível para sair hoje à noite”

O jornalista Glenn Greenwald reafirmou que a equipe do The Intercept está trabalhando para publicar outro trecho da Vaza Jato ainda nesta sexta-feira (28).

Em resposta a um internauta que em tom de brincadeira disse para não matar “a gente do coração menino”, ele disse: “Eu prometo a você: estou tão ansioso quanto você para que isso seja publicado agora. Estamos trabalhando o mais rápido possível para sair hoje à noite”

Glenn voltou a falar sobre a nota divulgada pelo site O Antagonista que diz que acabou “o arsenal de provas contra Moro no The Intercept”. “A única maneira que alguém pode afirmar que sabe o que temos ou não temos é se eles têm acesso ao material que Moro, Deltan e LJ alegaram que (coincidentemente) eles destruíram permanentemente. Então alguém está mentindo. Além disso: terminando bem logo..”, escreveu.

https://twitter.com/RibeiroJonatha5/status/1144747990889959424

 

*Com informações do 247

A corrupção da Lava Jato: por que Moro deve ser afastado

“Canalhas! Canalhas!”, bradou o saudoso Tancredo Neves ao ver o Congresso ser utilizado como instrumento para o golpe de 1964. Em 2018, o Brasil viveu cenário análogo, só que o golpe se materializou pela atuação de um juiz, o que justifica indignação similar à manifestada por Tancredo naquela tenebrosa noite.

Por Fernando Haddad, Flávio Dino, Guilherme Boulos, Ricardo Coutinho, Roberto Requião e Sônia Guajajara*

Não se trata de questionar a justa e necessária luta contra a corrupção – que também é nossa, desde muito antes da Lava Jato. Mas, sim, temos indignação com o uso desta causa como manto para ocultar e atender interesses políticos e ideológicos escusos, inclusive com grave violação à soberania nacional mediante “combinação com americanos”, conforme revelado em um dos diálogos publicados pelo site The Intercept.

Temos a certeza de que não foi um julgamento justo que ocorreu em 2018, na medida em que o objetivo principal era tirar Lula das eleições. Está evidente, mais do que nunca, que não houve tratamento igualitário às partes. O estranho andamento do processo estava à vista de todos: PowerPoint, condução coercitiva ilegal, escuta abusiva de advogados, correria desesperada para realizar os julgamentos. Tudo agora está explicado por intermédio das conversas publicadas pelo Intercept.

O juiz tinha animosidade pessoal contra o acusado, fornecia provas à acusação fora dos autos, combinava previamente petições e decisões. E havia um gritante desrespeito aos argumentos da defesa, que não eram verdadeiramente ouvidos. Afinal, tudo era um “showzinho”, nas palavras do então juiz.

Dizer que as condutas de Sergio Moro foram “normais” constitui uma agressão à Constituição, ao Código de Processo Penal e ao próprio Poder Judiciário. Não é normal um processo de fachada, em que o juiz presidia a investigação, ajudava a formular a acusação, indicava e produzia provas e, depois, sentenciava com base nos seus próprios conselhos e orientações transmitidos ao procurador amigo. Tampouco é normal um juiz atuar influenciando um resultado eleitoral e depois dele se beneficiar pessoalmente, ganhando o cargo de ministro da Justiça.

Flagrado nesse escândalo, Moro vive imerso em contradições. Ora diz que era tudo normal, portanto reconhece o teor dos diálogos; ora não confirma o teor das conversas. E se refugia, logo ele, na ilegalidade de interceptações e vazamentos.

Ocorre que não há provas, até o momento, de que os diálogos foram obtidos de forma ilegal, com ajuda de um hacker ou espionagem. Grupos de mensagens em aplicativos têm muitos participantes; qualquer um deles pode inclusive ter copiado arquivos e entregado legalmente, visto que o sigilo de fonte é garantido à imprensa. Ademais, a doutrina e a jurisprudência admitem o uso de qualquer prova, mesmo que tenha sido ilegalmente obtida, para preservar ou restabelecer a liberdade de um acusado, em face do princípio da proporcionalidade.

Não se pode admitir que, escancarada a trama, permaneçam os envolvidos a ocuparem funções relevantes, podendo inclusive atrapalhar ou direcionar investigações. Moro perdeu completamente as condições políticas e morais de ocupar o Ministério da Justiça, que comanda a Polícia Federal. Deve ser imediatamente afastado do cargo.

Quanto ao ex-presidente Lula, este devia ter sido julgado por um juiz imparcial, que presidisse o processo e acompanhasse a produção de provas com seriedade e isenção.

Ninguém está acima da lei, mas também ninguém deve estar fora do seu âmbito de preservação de direitos. O processo que aconteceu em 2017 e 2018 é viciado desde a origem, e as “provas” usadas até aqui são totalmente nulas. Logo nulos são todos os julgamentos baseados no indevido conluio. Ódios políticos não podem ser maiores do que as leis. E, segundo as leis, a nulidade é imperativa, por ação dolosa e fraudulenta da dupla Moro e Dallagnol. Por consequência, Lula deve ser libertado e novamente julgado, desta vez segundo critérios justos.

A Lava Jato se ergueu em torno do tema da corrupção. Agora, mesmo os que a defendem têm o dever de afastá-la deste mesmo pecado: o da corrupção. Pois não há outra palavra para definir o que ocorreu nesse lamentável episódio. Os fins não justificam os meios. E fraudar os meios corrompe o direito e a Justiça.

* Fernando Haddad foi candidato à Presidência (PT). Flávio Dino é governador do Maranhão (PCdoB). Guilherme Boulos foi candidato à Presidência (PSOL). Ricardo Coutinho foi governador da Paraíba (PSB). Roberto Requião foi senador (MDB). Sônia Guajajara foi candidata à Vice-Presidência da República (PSOL)

 

*Do Vermelho

Reinaldo Azevedo rebate Moro: Montanha deu à luz ratazanas que atentam contra a democracia e o estado de direito

Para comentar a parceria entre o site The Intercept e o jornal Folha de S.Paulo na Vaza Jato, Moro publicou tuite em latim que diz que ““a montanha pariu um ridículo rato”

O jornalista Reinaldo Azevedo publicou nesta segunda (24), em sua coluna no portal UOL, um artigo dividido em duas partes, no qual rebateu o ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro sobre o tuite publicado neste fim de semana com uma frase em latim direcionada às revelações contra ele no escândalo Vaza Jato. Para comentar a parceria entre o site The Intercept e o jornal Folha de S.Paulo na Vaza Jato, Moro publicou tuite em latim que diz que ““a montanha pariu um ridículo rato”.

Ao analisar a citação em latim do ministro (“Moro resolveu apelar ao latinório e citou o grande poeta Horácio para uma causa ruim: `Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus´: `“a montanha pariu um ridículo rato´”), Azevedo afirma que “é a arrogância do desespero. Em primeiro lugar, Moro não sabe o que mais pode cuspir a montanha. Em segundo lugar, o que se tem já é de extrema gravidade. E não adianta tentar fazer o jogo do contente”.

Na segunda parte do artigo, cujo título é MORO E A MONTANHA 2: Mas o que queria Moro? Usurpar a competência do STF?, o jornalista conta que “a ratazana parida pela montanha que começa a ser explorada pela Folha e por The Intercept Brasil pode ser caracterizada”, e enumera três destaques: “1: nota-se a clara insatisfação de Moro com o fato de a PF ter anexado aos autos a tal da lista da Odebrecht (…) 2: Deltan se oferece para mobilizar a força-tarefa e o Conselho Nacional de Justiça e fala em antecipar uma denúncia para tentar diminuir os contratempos do juiz junto ao Supremo (…) 3: Se resta evidente que Moro conduzia a mão de Dallagnol, este, por sua vez, mobiliza um delegado da Polícia Federal para expressar a insatisfação do juiz com a decisão tomada pela PF”.

Ao concluir o segundo artigo, Reinaldo Azevedo afirma que “a montanha já deu à luz algumas ratazanas que atentam contra a democracia e o estado de direito sob o pretexto de combater a corrupção”.

 

*Da Revista Forum

Mais conversas secretas vazadas: “In Fux we trust”, diz Sergio Moro envolvendo Fux

Novas mensagens da #VazaJato foram divulgadas, há pouco, por Reinaldo Azevedo em seu programa de rádio “O É da Coisa”, na Band, com a participação de Leandro Demori, editor do The Intercept Brasil. Abaixo:

Deltan Dallagnol envia a procuradores: Caros, conversei com Fux mais uma vez hoje.

Deltan Dallagnol: Reservada, é claro. O ministro Fux disse quase espontaneamente que Teori Zavascki fez queda de braço com o Moro e viu que se queimou e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo.

Deltan Dallagnol: Fux disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez, só faltou como bom carioca chamar-me para ir a casa dele. Rss. Mas os sinais foram ótimos, falei da importância de nos protegermos como instituições, em especial no novo governo.

Deltan envia essa conversa para o juiz Sergio Moro, que responde:

Moro: Excelente, in Fux we trust.

 

 

*Do GGN

“Globo é sócia, agente e aliada de Moro na Lava Jato”, diz Glenn Greenwald

“Não esperem nada além de propaganda”, postou Greenwald em seu twitter, ao responder ao jornalista escocês Andrew Downie que publicou:

“mais tempo para Deltan Dallagnol, Sergio Moro e as associações dos juízes e procuradores para negar as acusações contra eles do que focar nas gravíssimas acusações em si”

Em sua conta no Twitter, na manhã desta terça-feira (11), o jornalista Gleen Greenwald, do site The Intercept, revelou a ligação entre a Rede Globo e o ministro da Justiça, Sergio Moro, ao comentar a cobertura do grupo de comunicação sobre as conversas espúrias do ex-juiz com procuradores da Lava Jato.

“A Globo é sócia, agente e aliada de Moro e Lava Jato – seus porta-vozes – e não jornalistas que reportem sobre eles com alguma independência. É exatamente assim que Moro, Deltan e a força-tarefa veem a Globo. Então não esperem nada além de propaganda”.

Greenwald recebeu as conversas através de denúncia anônima, está analisando o material antes de divulgar novas conversas. Ele usou como exemplo a manchete do jornal O Globo, da família Marinho.

“A estratégia da Globo é a mesma que os governos usam contra aqueles que revelam seus crimes: focar em como as infos foram obtidas e ignorar as revelações. Eles mal mencionaram as impropriedades de Moro”.

Desmoralização da justiça: Mais de 100 juristas pedem o desligamento de Moro e Dallagnol

Com os mais recentes escândalos promovidos pelos ilícitos expostos nas conversas secretas de Sergio Moro e Deltan Dallagnol vindas a público através de reportagem do site The Intercept, as consequências chegariam, e chegaram. De um lado, a provável liberação de Lula da prisão através da anulação das decisões que o condenaram e, de outro, o provável afastamento de Sergio Moro do Ministério da Justiça Segurança Pública e do procurador Deltan Dallagnol.

Mais de 100 dos principais juristas brasileiros emitiram uma nota onde pedem o afastamento de Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

Leia a íntegra do documento:

LAVA JATO GATE: Exige-se a Completa Investigação e Afastamento imediato dos Envolvidos

Estarrecedora a reportagem do site The Intercept: “Exclusivo: chats privados revelam colaboração proibida de Sergio Moro com Deltan Dallagnol na Lava Jato”, em que desnuda as relações da Operação Lava Jato, o conluio espúrio e ilegal entre o juiz Sergio Fernando Moro, atual ministro da justiça e os procuradores da república, especialmente Deltan Dallagnol.

As informações divulgadas nos documentos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald e sua equipe dão razão ao que era voz comum e denúncias por parte dos investigados e de seus advogados, como também em boa parte do meio jurídico, que apontavam os métodos e ações midiáticas, em particular o atropelo ao devido processo legal, a restrição ao direito de defesa, o desrespeito às leis e à Constituição Federal.

A “República de Curitiba”, conforme comprova agora The Intercept, não passou de uma conspiração política, usando o judiciário apenas como pano de fundo, quando, na verdade, sempre foi uma ação política coordenada, sem escrúpulos e sem nenhum compromisso com o país e suas instituições republicanas. Nesse sentido, trata-se de um dos maiores escândalos nas Instituições Poder Judiciário e Ministério Público na era pós-1988, exsurgindo, da leitura dos documentos, o crime de lesa-pátria que levou o Brasil à enorme caos econômico, desorganizando empresas e setores da Economia.

A tática usada de intimidar acusados, suas famílias, seus advogados, construiu-se via mídia, que invariavelmente ouvia apenas a voz dos “justiceiros contra a corrupção”. Com esse poder ilimitado todos os poderes da república sofreram forte pressão, com seus representantes temerosos de reagir e serem sugados pela “lava jato”, que passou a ser sinônimo de condenação prévia, especialmente pelo uso das prisões preventivas, convertidas em cumprimento de pena antecipado, provada ou não a culpa do réu.

Enquanto o então juiz Sérgio Moro pedia “desculpas” ao Supremo Tribunal Federal por ter vazado, ilicitamente, as gravações de um diálogo entre a então Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Lula, ao mesmo tempo trocava mensagens com integrante do Ministério Público Federal, dizendo: “não me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim” (sic).

Tampouco se pode esquecer da indústria das delações premiadas, tomadas como provas condenatórias em inúmeros processos tramitados na Lava Jato.
Os conluios entre o juiz e os procuradores não podem ficar impunes, especialmente porque revelam a promiscuidade que caracterizou a relação entre esses representantes do sistema de justiça. À toda evidência, o CNJ, o CNMP e o Congresso Nacional têm a obrigação de instaurar imediato procedimento administrativo em face dos envolvidos, para investigar os supostos crimes cometidos.

Trata-se de questão republicana. Em nome do combate à corrupção não se pode destruir o Estado Democrático de Direito e suas instituições.

É o que se espera, em nome dos mais altos interesses da República Federativa do Brasil.

 

Governo Bolsonaro corre risco de não passar do mês de julho, avalia Samuel Guimarães

Para embaixador, Mourão apresenta-se como substituto natural e não deve acontecer uma eventual volta a um regime militar nos moldes de 64.

Em entrevista no The Intercept, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto, ex-secretário-geral do Itamaraty entre 2003 e 2009, avaliou que o governo Jair Bolsonaro não deve passar de julho.

“No cardápio político, hoje em dia, Bolsonaro está sendo servido. O prato alternativo que se pode escolher é Mourão. Outros pratos, como revolução socialista e proletária, estão em falta. Assembleia nacional constituinte? Também não está sendo servido. O que tem é o Mourão. Você pode não gostar, achar que é a volta dos militares, achar o que quiser”, analisou.

A queda de Bolsonaro deve acontecer pela ampla incapacidade política dele e de ministros e políticos próximos que, não apenas atravanca a governabilidade no país, como também “promove antagonismo social todos os dias”.

“Agora, [Bolsonaro] liberou as pessoas a transitarem com armas carregadas. É uma coisa inacreditável. Temos 63 mil mortes por ano, em toda a Guerra do Vietnã os EUA não perderam o que morre no Brasil por ano. É um governo que promove ódio racial, todo tipo de confronto na sociedade. Isso é uma coisa muito perigosa”, destacou Pinheiro.

“O governador do Rio subiu num helicóptero para acompanhar uma ação em que sujeitos iam matar pessoas. Isso é uma loucura”, completou.

Naturalmente, a cadeira no Palácio do Planalto será ocupada pelo general Hamilton Mourão, atual vice-presidente. Ao ser questionado se uma eventual volta dos militares ao poder não deveria preocupar, o embaixador foi taxativo dizendo que “não”.

“O general Mourão, desde que tomou posse – antes, não – só fala a coisa certa”, pontuou.

“Não vale a pena [instituir um governo ditatorial como a de 1964]. [Os militares] Passaram 30 anos tentando limpar os aspectos negativos da ditadura para eles. Veio o Bolsonaro e o tempo todo relembra a ditadura. Eles ficam horrorizados com isso. As pesquisas de opinião mostram que os militares são um dos grupos que têm mais confiança da população brasileira. Conseguiram isso, e o Bolsonaro passa o tempo todo lembrando da ditadura, do [ditador chileno Augusto] Pinochet, do [ditador paraguaio Alfredo] Stroessner, do [coronel Carlos Alberto] Brilhante Ustra (um dos principais comandantes da tortura de adversários do regime militar)”, continuou.

Segundo Samuel Pinheiro, Bolsonaro, e sua equipe econômica igualmente ineficiente, corre para tentar aprovar até julho a reforma da previdência como uma forma de alcançar o prometido “milagre” da volta ao crescimento. Como se a mudança na previdência fosse capaz de resolver a complexa situação econômica.

Sobre a avaliação da política externa brasileira, especificamente a atuação do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, não faltaram críticas. Samuel Pinheiro apontou o chanceler como “ridículo” e “um louco”.

“O Ernesto é uma coisa deste tamanho (sinaliza algo pequeno com a mão). Uma coisa ridícula. É ridículo. Ri-dí-cu-lo (enfático, separando as sílabas). No discurso de formatura dos alunos do Instituto Rio Branco, o ministro Ernesto Araújo comparou o presidente Bolsonaro a Jesus Cristo. E chorou quando fez isso. Isso não existe na história do Brasil e nem na história do mundo, um ministro ter comparado o chefe de Estado a Jesus Cristo”, relembrou.

 

 

 

 

 

*Com informações do GGN