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Justiça

CNJ pede provas da Vaza Jato ao STF para inspecionar responsáveis pelos processos da Lava Jato

O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento das provas da Vaza Jato para utilizar o material na inspeção que a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) realiza na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Ambos eram os responsáveis por processos da Lava-Jato. O TRF-4 ficou conhecido por referendar praticamente todas as decisões de Curitiba. As informações são da colunista Bela Megale, do GLOBO,

O material da Vaza Jato inclui as mensagens obtidas por hackers trocadas entre procuradores da operação e também Sergio Moro, quando foi juiz. Salomão solicitou, ainda, acesso a uma reclamação relacionada ao operador financeiro Tacla Duran.

O próprio corregedor nacional irá pessoalmente para Curitiba, na próxima sexta-feira, para colher depoimentos. Toda documentação será usada na correição que fiscaliza a 13a Vara e o TRF-4.

Em março, ao prestar depoimento ao juiz Eduardo Appio, hoje afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, Tacla Duran afirmou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão envolvendo Moro e mencionou o ex-procurador Deltan Dallagnol.

Em abril, uma decisão do desembargador Marcelo Malucelli acabou por restabelecer uma ordem de prisão preventiva contra Tacla Duran. A medida foi suspensa pelo STF. Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio do ex-juiz da Lava-Jato no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados. Posteriormente, o desembargador pediu afastamento de ações ligadas a Tacla Duran.

Malucelli faz parte da Oitava Turma do TRF-4, alvo da inspeção. O colegiado é composto por magistrados que condenaram Lula e envolvidos da Lava Jato. Além de Malucelli, a turma é formada por Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima.

Na semana passada, envolvidos na correição estiveram na sede da 13a Vara de Curitiba, quanto no TRF-4, em Porto Alegre, onde ouviram três desembargadores. Também foram acessados sistemas e movimentações relativas a fases de processos da Lava-Jato.

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Opinião

Mídia mais uma vez mostra que segue histérica e lisa

Alguém precisa dizer aos barões da mídia, que apoiaram a criatura de ficção que inventaram com a Lava Jato, Sergio Moro, que sua data de validade já venceu há muito tempo e, agora, cheira a podre.

Hoje, a única coisa que Moro causa na sociedade, é alergia e, pelo jeito, não é muito diferente no Senado em que o senador está isolado.

Moro parece mesmo aquelas figuras que causam repulsa, ou seja, quanto mais aparece na mídia, mais repulsiva fica a sua imagem e, de roldão a da própria mídia.

A mídia imagina que a sociedade não tem condições de armazenar em sua memória, ao longo da trajetória da Lava Jato, todos os absurdos cometidos por esse produto virtual que se chama Sergio Moro.

Nas altas temperaturas provocadas pelas imagens do Jornal Nacional, o picareta, contrabandista, com certificado de garantia, o Japonês da Federal, fazia seu “trabalho” de buscar, na base da condução coercitiva, as vítimas de Moro.

A validade de tudo isso acabou, sobretudo quando veio à luz a verdadeira face do Japonês da Federal, que acabou sendo algemado e preso por contravenção.

No entanto, a mídia não espetacularizou sua condenação e muito menos sua prisão, porque sabia que repercutiria negativo para a imagem de Moro e de toda a Lava Jato.

Mas parece que ali começou a ruir o chão do “herói nacional”, até que veio a mão invisível que entregou ao Intercept, mais precisamente ao jornalista Glenn Greenwald, um raio-x da conversa in off dos procuradores da Força-tarefa comandada por Dallagnol que era comandado por Moro. Foi quando surgiu a série Vaza Jato.

As mensagens trocas entre procuradores vieram à tona como um tiro de canhão que causou reações estupefatas de toda a sociedade, não dando tempo da mídia processar os fatos para proteger seu bibelô vendido como herói nacional.

É bom lembrar que isso ocorre depois do golpe em Dilma, da prisão de Lula sem provas de crime, a vitória de Bolsonaro, que só venceu porque Moro prendeu Lula, o que, consequentemente, o acordo lhe rendeu um super ministério, da Justiça e Segurança Pública.

O que parece é que, até hoje, a mídia não sabe medir o tamanho do estrago feito em sua imagem quando resolveu assumir Moro mesmo nos momentos mais críticos de sua desmoralização pública.

Agora, com o mais recente evento envolvendo o PCC, em que o sapato príncipe do combate à corrupção, mais uma vez, não cabe no pé de Moro e a mídia não sabe o que fazer com essa sobra.

Resultado da lambança, tem fio solto para todo lado dando curto circuito das mais diferentes intensidades, sem falar da bomba-relógio que aguarda Moro na segunda feira, chamada Tacla Duran.

Só uma pergunta, a mídia fará cobertura das revelações de Tacla Duran contra Moro?

A conferir.

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Política

O dia que o comédia Moro se manifestou sobre a vaza jato desmoralizando de vez seu criminoso Big Brother policial

Todos sabem que Sergio Moro é um sujeito de raciocínio de pouca inteligência, por isso mesmo vive tropeçando na própria língua.

É só lembrar o dia que mentiu para Bial dizendo que lia muitas biografias. Bial, então, pediu para ele citar uma e Moro, na cara dura, respondeu que “não se lembrava” de nenhuma. Ou seja, vexame pouco é bobagem para o conge.

Pois bem, quando começou a série da Vaza Jato, no Intercept, a “tática” dos gênios de Curitiba, não era a de negar a veracidade dos vazamentos, mas de dizer que as mensagens foram adulteradas, assumindo que estavam totalmente rendidos diante dos fatos incontestáveis que eles, na verdade, eram os grandes criminosos que usaram a força de seus cargos no Estado para manipular a justiça.

Mas nem tudo é bestialidade no mundo encantado da República de Curitiba. A comédia esteve presente na reação de Moro depois que a vaza jato revelou que ele chamou de tontos os trapalhões do MBL, (agora, os únicos aliados que sobraram para Moro)

Então, o que fez o gênio? Gravou um áudio pedindo desculpas para o MBL por algo que ele jurou que não disse.

O MBL correu nas redes e sapecou a confissão de Moro, o que, certamente, não deixou dúvidas para os ministros do STF de que os crimes de Moro e sua milícia, vazados pelo Intercept, eram absolutamente verdadeiros, até porque eles admitiram que trocavam figurinhas, juiz e procuradores, o que é ilegal. Então, era só entregar a “versão verdadeira” que eles certamente tinham.

Por que os criminosos não fizeram isso para contrapor à Vaza Jato? Ora, porque o próprio Moro, pedindo desculpas para os tontos do MBL, já tinha sapateado e se borrado no leite derramado.

Lógico que nessas entrevistas combinadas que não convencem ninguém, Moro proíbe esse assunto e o entrevistador, mais picareta que ele, aceita.

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Política

O áudio de André Esteves, revelado pelo 247, tem o mesmo peso histórico da Vaza Jato do Intercept

Alguns dados centrais para entender o significado desse vazamento feito pelo 247 em que o banqueiro do BTG Pactual, André Esteves, tem como objetivo primeiro mostrar a seus clientes que quem tem dinheiro é quem de fato tem poder.

No Brasil, o “cidadão” é visto pelo Estado a partir de suas posses.

Na realidade, o cidadão brasileiro é visto pelo Estado pelo que ele, não pelo exame de sua individualidade, muito menos pela consideração de sua cidadania, mas pela percepção de sua capacidade financeira.

Isso significa que o Estado age como um ente privado, que analisa seu nome na praça e sua capacidade de ter ou não crédito, a partir das garantias materiais oferecidas pelo indivíduo para ser contemplado como “cidadão”.

Ou seja, o mercado e o Estado se somam contra o cidadão em que o exercício de direitos supõe que todos sejam vistos como iguais perante as leis, mas como mostra o áudio revelado pelo 247, os banqueiros, rentistas e agiotas, são vistos como cidadãos de primeira, enquanto o restante da população é vista de forma residual, subcidadã.

Por isso o áudio é de importância histórica, assim como as revelações feitas pelo Intercept dos bastidores prostituídos da Lava Jato.

Isso só ocorre porque o cálculo econômico é mais importante para o Estado do que a individualidade do cidadão. O áudio mostra com clareza essa diferença.

Infelizmente, esse é o modelo civilizatório que rege o Estado brasileiro, e André Esteves, quando associa, de forma festiva, o golpe de militar de 1964 com o de Dilma em 2016, ele mostra como o Estado é autoritário, com ou sem arma nas mãos.

Isso respalda a ideia daqueles que defendem a organização do país a partir da sociedade e não dos exemplos que Esteves deu a sua claque, ao revelar, sem o menor pudor, que o presidente de uma das casas do Congresso Nacional “se informa com ele”, o Presidente do Banco Central “independente” pede ao banqueiro sugestão sobre a taxa de juros, e o mesmo não encontra barreiras nem fronteiras para aconselhar ministros do Supremo Tribunal Federal a tomar decisões a partir de seus interesses, como foi o caso narrado como grande júbilo de Esteves a seus clientes.

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Uncategorized

Surge um novo personagem para jogar uma pá de cal em Moro, Deltan Barusco Dallagnol

A fusão de dois grandes picaretas formou a papa manipulada para enfiar Lula num balaio de corrupção e servi-lo num jantar a banqueiros patrocinado por uma dessas XP da vida.

Certamente, Dallagnol, que sonhava ficar rico vendendo palestras para os podres de rico, arregimentado pela XP, como revelou a Vaza Jato, tinha lá seus motivos. O menino prodígio do Batman de Curitiba, patrocinado por laboratórios, andou palestrando até para conferência de médicos.

Naquela época, a coisa andou de vento em popa e, lógico, rendeu ao bom moço, que se apresenta no twitter como discípulo de Jesus e procurador da República por vocação, dois big apartamentos de luxo em Curitiba, daqueles que não são para o bico de 99% dos brasileiros que pagam a ele o salário de marajá para descobrir, entre tantas tramoias, que o pilantra que fez jejum e oração, junto com Bretas, para Lula ficar preso, foi desancado de forma definitiva por uma belíssima reportagem exclusiva do DCM que revela que Dallagnol, numa manipulação grosseira e criminosa, escreveu parte da delação de Pedro Barusco para enfiar Lula e o PT na história.

Como dizia Odorico Paraguaçu, saindo dos entretanto, indo para os finalmente, a matéria mereceu um comentário lapidar de uma seguidora de Dallagnol em seu twitter:

“Um procurador federal nos Estados Unidos que manipulasse delações com finalidade política, prejudicando investimentos na exploração de petróleo, utilizando a mídia p sua promoção, seria enviado p Guantânamo. Sem advogado, sem processo, sem julgamento. Sem prazo para sair.”

 

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Política

Alô Barroso, viu que a fococaiada foi periciada pela PF que comprovou autenticidade da Vaza Jato?

O único pronunciamento que o ministro lavajatista Luis Roberto Barroso fez sobre a série de reportagens do Intercept, batizada de Vaza Jato, foi: “vazamento criminoso e fofocaiada”.

A perícia da PF acaba de provar o contrário.

Como afirmou Lewandowski, a Polícia Federal mostra que os dados apreendidos na operação “spoofing” foram devidamente periciados e tiveram sua autenticidade comprovada.

“Todos os dispositivos arrecadados foram submetidos a exames pelo Serviço de Perícias em Informática do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que objetivaram a extração e análise do conteúdo do material, com a elaboração de Laudo Pericial de Informática Específico para cada item apreendido”, diz o relatório.

Em outras palavras, não há apelação barata que conteste isso. Nem Barroso, o mais lavajatista dos ministros do STF, tem como negar o que foi revelado nas mensagens entre os procuradores da Lava Jato vazadas pelo Intercept.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

Perícia da PF atesta integridade das mensagens dos procuradores da Lava Jato divulgadas pelo Intercept

Embora o Ministério Público Federal no Paraná tenha repetido de modo reiterado não reconhecer a veracidade das mensagens divulgadas pela “vaza jato”, três decisões judiciais de 2020 citaram perícia que atestou a integridade do material que revelou o conchavo entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro.

A última delas foi publicada nesta segunda-feira (28/12). Trata-se da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinando que a 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal compartilhe com a defesa do ex-presidente Lula parte das mensagens trocadas entre procuradores. As conversas foram apreendidas no curso da chamada operação “spoofing”, que investiga a invasão dos celulares de Moro, de procuradores e de outras autoridades da República.

Na decisão, Lewandowski cita relatório da Polícia Federal que mostra que os dados apreendidos na “spoofing” foram devidamente periciados e tiveram sua autenticidade comprovada.

“Todos os dispositivos arrecadados foram submetidos a exames pelo Serviço de Perícias em Informática do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que objetivaram a extração e análise do conteúdo do material, com a elaboração de Laudo Pericial de Informática Específico para cada item apreendido”, diz o relatório.

“Dessa forma”, prossegue o documento mencionado por Lewandowski, “qualquer alteração do conteúdo em anexo aos Laudos (remoção, acréscimo, alteração de arquivos ou parte de arquivos), bem como sua substituição por outro com teor diferente, pode ser detectada”.

Diogo Castor
Se em discursos públicos alguns integrantes do MPF no Paraná afirmaram de forma ensaiada que não reconhecem a veracidade das conversas reveladas pela “vaza jato”, em autos sigilosos a versão apresentada é outra.

O procurador Diogo Castor de Mattos, ex-integrante da autointitulada força-tarefa da “lava jato”, solicitou, em meados de junho deste ano, acesso a uma parte das conversas que lhe faziam referência. O pedido foi atendido, ainda que Castor não conste entre os investigados na “spoofing”, ao que se sabe.

Em 5 de junho, Ricardo Augusto Soares Leite, juiz substituto da 10ª Vara Federal Criminal do DF, deu ao procurador acesso a um laudo pericial comprovando que ele teve o celular invadido.

“Defiro. A autoridade policial deverá disponibilizar à defesa de Diogo Castor de Mattos o acesso ao laudo pericial que comprova a invasão do celular do procurador Diogo Castor de Mattos e uma mensagem específica trocada entre o procurador da República José Robalinho e o hacker (que estava usando o celular do conselheiro do CNMP Marcelo Weitzel).”

Castor ficou conhecido após vir a público que ele teria pago por um outdoor em homenagem à “lava jato”. O painel foi colocado em uma via de acesso ao aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, em março de 2019, quando Castor ainda integrava a força-tarefa. Ele chegou a confessar que pagou pela instalação, mas o processo que apurava a sua responsabilidade acabou sendo arquivado.

Também foi ele o responsável por um pedido de investigação em proveito próprio — conforme a ConJur revelou, ele pediu para a PF investigar mensagens de WhatsApp que falavam dele mesmo.

Hackers
Por fim, em 10 de julho, decisão também do juiz Ricardo Augusto Soares Leite deu a uma série de réus acesso ao material aprendido na “spoofing”. Na ocasião também foi dito que os documentos passaram por perícia.

“Defiro o acesso das defesas aos arquivos obtidos em razão da operação spoofing e já periciados e que se encontram com a autoridade policial, ficando a cargo de cada advogado de defesa e à Defensoria Pública da União entregar um HC externo ao delegado de Polícia Federal, Dr. Zampronha, que providenciará a disponibilização do material e transferência de 7 TB de arquivos, certificando a entrega do material às partes que estarão cientes do tempo necessário para baixar essa elevada quantidade de dados, bem como a necessidade de se resguardar o sigilo de tais dados por conterem informações privadas de pessoas físicas”, diz a decisão.

O pedido foi feito pelos réus Danilo Cristiano Marques, Suelen Priscila de Oliveira, Gustavo Henrique Elias Santos, Thiago Eliezer Martins Santos, Walter Delgatti Neto e Luiz Henrique Molição, acusados de ter invadido os celulares de Moro e dos procuradores.

Os autos do inquérito da “spoofing”, que tramitam na 10ª Vara Federal Criminal do DF, estão sob sigilo. O pedido feito pelos réus foi encontrado em um HC público. O mesmo ocorreu com o pedido formulado por Castor.

As duas solicitações de acesso foram utilizadas pela defesa do ex-presidente Lula para pedir, em agosto deste ano, que o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, também compartilhasse o material da “spoofing” com o petista. O pedido, feito no processo que trata da suspeição de Moro e de procuradores — entre eles Castor —, é assinado pelos advogados Cristiano Zanin, Valeska Martins, Maria de Lourdes Lopes e Eliakin Tatsuo.

Em agosto deste ano, a 2ª Turma do Supremo já entendeu que, por ter atuado na produção de provas, Moro não poderia ter julgado o caso Banestado, que o tornou famoso.

 

*Do Conjur

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Política

Livro da Vaza Jato mostra assessoria de Vladimir Netto para Dallagnol e intimidade do procurador com dono da Globo

O livro do Intercept sobre a Lava Jato, de Letícia Duarte, traz duas reportagens inéditas: uma sobre as relações dos procuradores com a Globo, outra sobre o dia da condução coercitiva de Lula.

Quem aparece muito nos diálogos do Telegram é o repórter Vladimir Netto, do Jornal Nacional, responsável por vários “furos” que lhe foram passados pela República de Curitiba.

Além dele, surge um dos donos da emissora, João Roberto Marinho.

Reproduzo nesta resenha alguns dos colóquios retirados da obra.

O chefe da força tarefa já privilegiava a Globo em relação ao resto da mídia e queria vender suas dez medidas contra a corrupção com vistas, entre outras coisas, a uma carreira política.

Em novembro de 2015, Deltan se encontrou com João Roberto, presidente do Conselho Editorial.

Ele menciona no aplicativo um “encontro mais reservado”, “bem restrito”, com o chefão da imprensa em evento da FGV. Pede ao grupo para manter “sigilo”.

Requer também à equipe: “Queria falar com Merval Pereira”. O almoço marcado com João Roberto tem como objetivo conseguir o “apoio da Globo”.

Eles se reúnem no dia 25 de novembro na casa de Joaquim Falcão, professor da FGV e amigo da família.

Segundo DD, João Roberto prometeu “abrir espaço de publicidade na Globo gratuitamente”. Um editorial apoiando a Lava Jato seria publicado logo depois.

Dallagnol e João Roberto Marinho criaram uma proximidade daí em diante. Numa demonstração de poder e influência, DD passa a Janot o telefone de JRM.

“O arquivo da Vaza Jato mostra que a forca tarefa antecipava informações para jornalistas da emissora e dava dicas sobre como achar detalhes quentes nas denúncias”, lê-se.

Dallagnol pedia dicas aos profissionais globais.

Incomodado com as críticas à condução coercitiva de Lula em março de 2016, recorreu a Vladimir.

O filho de Míriam Leitão é autor de uma hagiografia de Moro, que abrilhantou o lançamento com sua presença na capital do Paraná.

“Lava Jato – O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil” vendeu mais de 200 mil exemplares.

Serviu de base para a série “O Mecanismo”, de José Padilha, nossa Leni Riefenstahl, a cineasta do nazismo.

Vladimir escreve que Moro exibe “rigor e coragem”, conduz tudo “com maestria”, “trabalha com afinco em busca de resultados”, é “um excelente pai”, “trocava fraldas, acordava à noite quando a bebê chorava e cuidava do umbigo da menina.”

Os papos entre Dallagnol e Vladimir vão de 2014 a 2019 e enchem “35 páginas de livro”.

Vladimir sugeriu-lhes não emitissem nota sobre a coercitiva de Lula. “Não vejo o que vocês poderiam ganhar com isso”, escreveu no Telegram.

O comunicado acabou sendo produzido — com a consultoria de Vladimir. Dallagnol afirma que “ficou boa parte do começo, mas com base em seu olhar tiram 2 itens inteiros”.

“Fico feliz em ajudar”, diz o jornalista. “Já soltaram a nota? Ainda dá tempo de sair no JN”.

Dallagnol também arrumou para Janot uma reportagem no Fantástico para mitigar o efeito da prisão de um procurador.

“Seria bem positiva uma entrevista sua. Fica para você avaliar”, diz ao então PGR.

Vladimir Netto foi ouvido pelos autores sobre seu relacionamento com Deltan Dallagnol. Negou tudo.

“Não reconheço esses diálogos. Eles não aconteceram, não são verdadeiros”, declara. “Não mantenho relação de amizade e nem tenho ‘intimidade’ com nenhuma fonte”.

Seu patrão, no entanto, admite que se encontrou com Dallagnol, mas nega que a Globo tenha sido “privilegiada”.

 

 

 

 

*Com informações do DCM

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Vídeo: Alô Barroso, você reconheceu a voz de Dallagnol na última Vaza Jato?

Alô Barroso, você que afirmou que a Vaza Jato é uma fofocada de criminoso, depois de ouvir de boca própria, Dallagnol conspirando com procuradores um substituto de Moro que vestisse a camisa da Lava Jato, é isso mesmo?

Vídeo com Carlos Henrique Machado. Assista:

*Da redação

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Matéria Política

Dallagnol reconhece “equívocos” e justifica ilegalidades da Lava Jato como “interpretações dos fatos e da lei”.

Em artigo publicado no jornal O Globo, o procurado-chefe da força-tarefa da Lava Jato finalmente reconheceu a “não santidade” das ações dos investigadores da operação. O reconhecimento ocorre nas vésperas de seu julgamento pelo CNMP, que pode afastá-lo da Lava Jato.

Os diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil mostraram que os equívocos vão muito além do reconhecido e que sua afirmação final, de que os direitos previstos na Constituição de 1988 foram respeitados, não passam de pura retórica.

“Eventuais equívocos da operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos, pois é natural a divergência na interpretação de fatos e da lei”, escreve Dallagnol. “Nos termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria uma punição pelo trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia de inamovibilidade de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a própria credibilidade e independência da instituição”, diz ele em outro ponto do texto.

Dallagnol afirmou haver uma narrativa construída para atacar a imagem da Lava Jato.

Para ele, “o que existiram foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e normas. Desde o início da Lava-Jato, investigados, réus e seus aliados, irresignados com a perspectiva de punição e sem sucesso em questionamentos perante o Poder Judiciário, tentaram utilizar o Conselho Nacional do Ministério Público como palco para retaliação ou para frear as apurações”.

Ao que parece, para quem afirmava a santidade da operação, reconhecer a existência de “equívocos” dentro de que chamou de “interpretação dos fatos e da lei”, já soa como justificativa para seu afastamento, dado como certo por muitos analistas.