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Por que Dallagnol se recusa a entregar o celular à PF? “Nós todos sabemos porque”, diz Glenn

Com inquérito aberto há cerca de um mês, Dallagnol se nega a entregar o celular à PF para perícia por suposta invasão de hacker.

O procurador Deltan Dallagnol, chefe da operação Lava Jato no Ministério Público Federal e um dos protagonistas das conversas entre ele e o ex-juiz Sergio Moro, vazadas e publicadas pelo Intercept Brasil, disse que não vai entregar o celular para ser periciado.

Fundador do site The Intercept, que está divulgando o conteúdo das mensagens – que teria sido fornecido por fonte anônima, o jornalista Glenn Greenwald comentou a recusa de Dallagnol no Twitter: “Nós todos sabemos porque”.

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Marcelo Odebrecht: Executivos da Braskem mentiram em delação sobre suposto caixa 2 ao PT

Aos poucos vão aparecendo as mentiras construídas pela Lava Jato comandada pelo ex-juiz Sergio Moro que provocaram o desastre econômico e social em que o Brasil mergulhou.

Agora é Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht que afirma que executivos da Braskem mentiram, omitiram e manipularam dos de leniência m a Lava Jato, mentindo sobre os recursos doados ao PT nas campanhas de 2010 e 1014, afirmando que eram caixa 2.

A Braskem é uma empresa que a Odebrecht mantém em sociedade com a Petrobras. Marcelo Odebrecht esteve preso por dois anos e meio e, desde 2017, cumpre prisão domiciliar.

A reportagem é da Folha de S. Paulo e foi publicada pelos jornalistas Mário Cesar Carvalho e Walter Nunes, nesta segunda-feira, (01). A Folha teve acesso a emails onde Marcelo Odebrecht diz que executivos da Braskem mentiram, omitiram e manipularam acordos de delação com a Lava Jato e propõe que a Braskem corrija as informações fornecidas.

Marcelo disse ainda que Newton de Souza era da Braskem e presidiu a Odebrecht quando Marcelo foi preso em 2015, e o advogado Maurício Ferro, que integrou a diretoria jurídica da Braskem e da Odebrecht – é casado com uma irmã de Marcelo, Mônica Bahia Odebrecht -, manipularam os emails da petroquímica para que eles não aparecessem como criminosos.

De acordo com os e-mails do ex-presidente da empreiteira, a Braskem ainda teria omitido nas delações o pagamento de propina para dirigentes do MDB para que a empresa conseguisse comprar energia mais barata da Chesf (Centrais Hidrelétricas do Rio São Francisco), que era comandada pelo MDB.

 

*As informações são da Forum

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Um rato encurralado

Glenn Greenwald está correto quando diz que Moro sabe que a crise está aumentando.

Diria mais, Moro sabe que seus dias estão contados.

Ele sente que o espaço para retóricas está encurtando e o ar se esgotando.

Mais do que ninguém, ele entende que os tontos que foram para as ruas defendê-lo são só uns tontos de uma manada de zumbis intelectualmente nula e desprovida de capacidade de servir de barragem para a velocidade e quantidade da lama da Lava Jato que rompeu com as mensagens reveladas pelo Intercept.

Como bem disse Saul Leblon no Carta Maior:
“Os atos pró-Moro deste domingo não agregam nada ao ex-juiz. Na verdade, evidenciam o declínio do apoio maciço que ele já teve e a Lava Jato tb. A espiral ascendente é a do esfarelamento, com trincas dentro do próprio MP.”

Os vazamentos foram demolidores.

O enredo do Intercept, revelado a conta-gotas promete ser ainda mais ácido com o algoz de Lula que agora posa de vítima de um misterioso hacker.

Moro está liquidado fora do curral do gado domesticado.

O que emerge das mensagens vazadas pelo Intercept, é uma deliberada orquestração de Moro para fazer de Lula seu troféu político.

Isso é tão escancarado que mereceu críticas contundentes até dos procuradores da Força-tarefa,

Ou seja, a lama que rompeu a barragem contra Moro tem densidade suficiente para arrastá-lo e, junto, o próprio governo Bolsonaro.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Entrevista com Glenn Greenwald: ‘Moro sabe que a crise está aumentando’

Glenn atuou no The Guardian e colaborou com a reportagem sobre os escândalos da Agência de Segurança Nacional – EUA vazados por Eduard Snowden, venceu o Prêmio Pullitzer em 2014 e foi um dos protagonistas do documentário Citizenfour que levou o Oscar em 2015.

Em terras tupiniquins, Glenn fundou o The Intercept Brasil e vem revelando trechos de conversas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, mostrando a parcialidade do julgamento que levou Lula para a prisão a partir de um material que ele classifica como “um dos maiores da história do jornalismo”.

A conversa com a NINJA foi feita minutos antes de Glenn responder as perguntas dos deputados no Congresso Nacional durante mais de seis horas. Na entrevista, Greenwald ressalta os principais pontos das suas revelações, a postura de Moro frente aos vazamentos, a posição da mídia corporativa, especificamente da Rede Globo, e fala sobre a expectativa de novos escândalos. Assista na íntegra:

 

*Do Mídia Ninja

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A Bomba, por Leandro Fortes

“Bastaria (…) um único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP. Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma que se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba”.

Iniciou-se um movimento, dentro das redes, que mistura, num mesmo balaio, jornalistas isentões, arrependidos de última hora e a esquerda namastê em torno dos vazamentos do The Intercept Brasil.

Cada grupo, dentro de narrativas próprias, tenta jogar para baixo o impacto e a importância do conteúdo das mensagens porque, segundo eles, a montanha tem parido ratos – para ficar na utilização de um termo, em latim macarrônico, usado pelo ex-juiz Sérgio Moro, em seu desespero dissimulado.

Essa avaliação, partindo do princípio de alguma honestidade intelectual, só pode ser explicada pela naturalização do absurdo, no Brasil, pela mídia necrosada, por parte da sociedade que a consome e por certa esquerda desejosa de apoiar a Lava Jato para conquistar nacos do eleitorado conservador.

Os arquivos do Intercept mostram, com clareza absoluta, que Moro conduzia o Ministério Público, sem nenhum pudor, para condenar o ex-presidente Lula – a quem, como juiz, deveria julgar com imparcialidade.

Bastaria isso, num único diálogo, num único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP.

Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma e, agora, se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba.

A esquerda namastê, entre uma ciranda e outra, vai na onda. Esperavam mais, os anjos.

Moro indica testemunhas para Deltan Dallagnol que, por sua vez, dirige a delação e as benesses de Leo Pinheiro contra Lula, para garantir a farsa do triplex do Guarujá.

“Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula”, avisa Deltan, no mais recente vazamento, sobre a redução de pena do delator da OAS.

Isso! Não pode parecer que foi armação, sacanagem, crime.

E vem uma manada de babacas, noves fora os mentecaptos do bolsonarismo, pedir uma bomba, porque ainda está fraco.

Pelo que já foi revelado, era para essa gente estar toda na cadeia, eles sim, abrindo o bico para contar o que ganharam – e quem os pagou – para destruir a economia do País, tornar o Poder Judiciário um chiqueiro e transformar o Ministério Público de fiscal da lei numa mesa de pôquer de mafiosos.

 

*Por Leandro Fortes – 247

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A primeira carta de Lula após a Vaza Jato

A carta do ex-presidente preso sem provas não tem somente o endereço de um grande amigo. É um documento para a história.

Diz Celso Amorim ter sido honrado por ser o destinatário da carta de Lula datada do dia 24 passado. O ex-ministro não deixa de acentuar que se trata de um documento histórico destinado a todos os democratas que almejam pela Justiça tão tragicamente humilhada e ofendida no Brasil.

Querido amigo,

A cada dia fico mais preocupado com o que está acontecendo em nosso Brasil. As notícias que recebo são de desemprego, crise nas escolas e hospitais, a redução e até mesmo o fim dos programas que ajudam o povo, a volta da fome. Sei que estão entregando as riquezas do País aos estrangeiros, destruindo ou privatizando o que nossa gente construiu com tanto sacrifício. Traindo a soberania nacional.

É difícil manter a esperança numa situação como essa, mas o brasileiro não desiste nunca, não é verdade? Não perco a fé no nosso povo, o que me ajuda a não fraquejar na prisão injusta em que estou faz mais de um ano. Você deve se lembrar que, no dia 7 de abril de 2018, ao me despedir dos companheiros em São Bernardo, falei que estava cumprindo a decisão do juiz, mas certo de que minha inocência ainda seria reconhecida. E que seria anulada a farsa montada para me prender sem ter cometido crime. Continuo acreditando.

Todos os dias acordo pensando que estou mais perto da libertação, porque o meu caso não tem mistério. É só ler as provas que os advogados reuniram: que o tal tríplex nunca foi meu, nem de fato nem de direito, e que nem na construção nem na reforma entrou dinheiro de contratos com a Petrobras. São fatos que o próprio Sergio Moro reconheceu quando teve de responder o recurso da defesa.

É só analisar o processo com imparcialidade para ver que o Moro estava decidido a me condenar antes mesmo de receber a denúncia dos procuradores. Ele mandou invadir minha casa e me levar à força para depor sem nunca ter me intimado. Mandou grampear meus telefonemas, da minha mulher, meus filhos e até dos meus advogados, o que é gravíssimo numa democracia. Dirigia os interrogatórios, como se fosse o meu acusador, e não deixava a defesa fazer perguntas. Era um juiz que tinha lado, o lado da acusação.

A denúncia contra mim era tão falsa e inconsistente que, para me condenar, o Moro mudou as acusações feitas pelos promotores. Me acusaram de ter recebido um imóvel em troca de favor, mas, como viram que não era meu, ele me condenou dizendo que foi “atribuído” a mim. Me acusaram de ter feito atos para beneficiar uma empresa. Mas nunca houve ato nenhum e aí ele me condenou por “atos indeterminados”. Isso não existe na lei nem no direito, só na cabeça de quem queria condenar de qualquer jeito.

A parcialidade dele se confirmou até pelo que fez depois de me condenar e prender. Em julho do ano passado, quando um desembargador do TRF4 mandou me soltar, o Moro interrompeu as férias para acionar outro desembargador, amigo dele, que anulou a decisão. Em setembro, ele fez de tudo para proibir que eu desse uma entrevista. Pensei que fosse pura mesquinharia, mas entendi a razão quando ele divulgou, na véspera da eleição, um depoimento do Palocci que de tão falso nem serviu para o processo.

O que o Moro queria era prejudicar nosso candidato e ajudar o dele.

Se alguém ainda tinha dúvida sobre de que lado o juiz sempre esteve e qual era o motivo de me perseguir, a dúvida acabou quando ele aceitou ser ministro da Justiça do Bolsonaro. E toda a verdade ficou clara: fui acusado, julgado e condenado sem provas para não disputar as eleições. Essa era a única forma de o candidato dele vencer.

A Constituição e a lei determinam que um processo é nulo se o juiz não for imparcial e independente. Se o juiz tem interesse pessoal ou político num caso, se tem amizade ou inimizade com a pessoa a ser julgada, ele tem de se declarar suspeito e impedido. É o que fazem os magistrados honestos, de caráter. Mas o Moro, não. Ele sempre recusou a se declarar impedido no meu caso, apesar de todas as evidências de que era meu inimigo político.

Meus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal, para que eu tenha finalmente um processo e um julgamento justos, o que nunca tive nas mãos de Sergio Moro. Muita gente poderosa, no Brasil e até de outros países, quer impedir essa decisão, ou continuar adiando, o que dá no mesmo para quem está preso injustamente.

Alguns dizem que ao anular meu processo estarão anulando todas as decisões da Lava Jato, o que é uma grande mentira, pois na Justiça cada caso é um caso. Também tentam confundir, dizendo que meu caso só poderia ser julgado depois de uma investigação sobre as mensagens entre Moro e os procuradores que estão sendo reveladas nos últimos dias. Acontece que nós entramos com a ação em novembro do ano passado, muito antes de os jornalistas do Intercept divulgarem essas notícias. Já apresentamos provas suficientes de que o juiz é suspeito e não foi imparcial.

Tudo que espero, caro amigo, é que a justiça finalmente seja feita. Tudo o que quero é ter direito a um julgamento justo, por um juiz imparcial, para poder demonstrar com fatos que sou inocente de tudo o que me acusaram. Quero ser julgado dentro do processo legal, com base em provas, e não em convicções. Quero ser julgado pelas leis do meu País, e não pelas manchetes dos jornais.

A pergunta que faço todos os dias aqui onde estou é uma só: por que tanto medo da verdade? A resposta não interessa apenas a mim, mas a todos que esperam por justiça.

Quero me despedir dizendo até breve, meu amigo. Até o dia da verdade libertadora.

Um grande abraço do Lula

Curitiba, 24 de junho de 2019

 

*Da Carta Capital

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Artigo de procuradora da Lava Jato no EL PAÍS coincide com diálogo vazado por ‘The Intercept’

Em chat, Jerusa Viecili reclama por que a força-tarefa não se pronuncia diante de ameaças contra o Ministério Público Federal e a imprensa antes do segundo turno. Na sequência, publica “Corrupção se combate com respeito à liberdade e à imprensa. Assim nasceu a Lava Jato”

Uma nova reportagem do The Intercept Brasil deixou o meio político, jurídico e jornalístico em polvorosa durante a madrugada do sábado quando o site publicou mais um trecho das mensagens trocadas pela força tarefa da Lava Jato no Telegram. A divulgação das conversas aumentou ainda mais a adrenalina em torno do assunto por dois erros do texto que foi ao ar num momento de guerra de narrativas para desconstruir o material levantado pelo site. A matéria sob o título em aspa “Moro viola sempre o sistema acusatório”, citava a data errada de um diálogo (1 de novembro de 2019, e não 2018 como era o correto). Mencionava, ainda, que uma procuradora citada no chat, Monique Cheker, trabalhava na grande São Paulo, quando na verdade ela atua em Petrópolis, no Rio.Também um tuíte apressado de Glenn Greenwald, um dos fundadores do The Intercept Brasil, antes da publicação final do texto que citou erroneamente um procurador [Ângelo Goulart Vilella em vez de Ângelo Augusto Costa] incendiou as redes sociais, com os defensores de Moro desancando o jornalista americano e reforçando a mensagem da falta de credibilidade do The Intercept.

Apesar desses erros, corrigidos pelos editores, o conteúdo da nova reportagem revela trechos de uma conversa privada dos procuradores que coincidem com a linha de raciocínio de um artigo publicado pela procuradora Jerusa Viecili no EL PAÍS Brasil no dia 28 de outubro. Segundo as mensagens vazadas, no dia 25 de outubro de 2018 Viecili se queixa pelo fato de a força tarefa da Lava Jato não se pronunciar diante de “alguns posicionamentos dos candidatos” à Presidência que anunciavam que não se respeitaria, por exemplo, a eleição de um procurador da República via lista tríplice para a PGR, além de promover ataques insistentes à imprensa. Era nítido que se referia a Jair Bolsonaro que, animado pelas pesquisas que já o elegiam presidente, afirmava que não respeitaria a lista tríplice, ou seja, os três primeiros mais votados nas eleições para a PGR por procuradores de todo o país. O presidente não é obrigado a seguir essa orientação, mas desde o Governo Lula até o ex-presidente Michel Temer esse critério foi respeitado.

Poucos dias antes, Bolsonaro também havia feito um ataque ostensivo à Folha de São Paulo que foi transmitido por telão em plena avenida Paulista para apoiadores que se manifestavam no dia 21 de outubro, a uma semana da eleição para o segundo turno. “Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de S. Paulo é o maior fake news do Brasil”, garantindo que cortaria verbas publicitárias do Governo para o jornal. “Imprensa livre, parabéns. Imprensa vendida, meus pêsames”, provocava o futuro presidente.

No dia 25 de outubro, Viecili desabafava com os colegas, segundo as mensagens reproduzidas pelo The Intercept Brasil: “Pessoal, desculpem voltar ao assunto (sou voto vencido), mas, somente esta semana, várias pessoas, inclusive alguns colegas e servidores, me questionaram a ausência de manifestação da FT [força-tarefa] diante de alguns posicionamentos dos candidatos à Presidência. Fato é que sempre nos posicionamos diante de várias ameaças ao nosso trabalho e, nos últimos dias, temos ficado silentes, mesmo com ameaças de candidatos à independência do Ministério Público (nomeação de PGR fora da lista tríplice) e à liberdade de imprensa. Em outros tempos, por motivos outros, mas igualmente relevantes e perigosos, divulgamos nota, convocamos coletiva e ameaçamos renunciar (!)”, reclama ela, lembrando que isso colocava em xeque a credibilidade do trabalho. “Agora, jornalistas escrevem no Twitter que a LAVA JATO é caso de desaparecido político, pois já alcançou o que queria. Acho muito grave ficarmos em silêncio quando um dos candidatos manifesta-se contra a nomeação do PGR da lista tríplice, diante de questões ideológicas. Mais grave ainda, assistirmos passivamente, ameaças à liberdade de imprensa quando nós somos os primeiros a afirmar a importância da imprensa para o sucesso da Lava Jato”, dizia ela. “Nossa omissão também tem peso e influência. Eu sinceramente não quero (e isso apenas a história dirá) que a Lava Jato seja vista, no futuro, como perseguição ao PT e, muito menos, como corresponsável pelos acontecimentos eleitorais de 2018”, completava.

Diante da falta de apoio registrado no diálogo, Viecili decidiu por si só se posicionar em um artigo enviado ao EL PAÍS Brasil na noite do dia 27 de outubro, e publicado no dia 28, sob o título Corrupção se combate com respeito à liberdade e à imprensa. Assim nasceu a Lava Jato, em que listava dez pontos que um futuro presidente deveria respeitar para não colocar em risco conquistas do país, incluindo a Lava Jato. O artigo assinado por ela diz: “Todos falam em combate à corrupção. Essa foi uma retórica usada muitas vezes para atrair os eleitores, mas também para confundi-los. Pois não é possível combater a corrupção sem um ambiente que preze pelas liberdades individuais e com uma imprensa livre para investigar e noticiar à sociedade as informações necessárias para a tomada de decisões. Foi nesse ambiente democrático que a Lava Jato surgiu, investigou, acusou, julgou e condenou, demonstrando que a corrupção é sistêmica e endêmica no Brasil, com participação de praticamente todos os partidos políticos”, assinalava.

“Vai queimar a Lava Jato”

O artigo chamava a atenção por ter sido ela sozinha a assinar um texto em defesa das condições que lhe asseguravam exercer o trabalho de investigação. Poucos dias depois, segundo as mensagens do The Intercept Brasil, a procuradora se queixava novamente, mas desta vez, sobre as especulações a respeito de um possível convite para que o então juiz Sergio Moro fosse ministro da Justiça no Governo Bolsonaro, que venceu com folga o segundo turno no dia 28. “Espero que não seja verdade”, escreve Viecili, que ilustra com um emoji de insatisfação. Então o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, tenta contemporizar, dizendo…“Acho que não vai converter nem desconverter ng [ninguém] do que já acha sobre a LJ, nesse ponto. Viecili então diz que não se trata de converter ou não pessoas. “É sobre preservar a LJ”. E completa. “Acho péssimo. Só dá ênfase às alegações de parcialidade e partidarismo.”

Sua colega, Laura Tessler, endossava dizendo “Tb acho péssimo. MJ nem pensar… além de não ter poder para fazer mudanças positivas, vai queimar a LJ. Já tem gente falando que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai pegar. Péssimo”. Isabel Cristina Vieira, é a terceira a endossar: “É realmente péssimo. O nome da LJ não pode ser conspurcado.”

O texto traz ainda diálogos em que outros procuradores do Ministério Público se queixam da postura de Moro. Entre eles, Monique Chequer e Angelo Augusto Costa, cujas informações foram citadas erroneamente na primeira versão do texto publicado pelo The Intercept. O ministro da Justiça Sergio Moro aproveitou o erro para reafirmar a posição de desacreditar o conteúdo das reportagens. “A matéria do site, se fosse verdadeira, não passaria de supostas fofocas de procuradores, a maioria de fora da Lava Jato. Houve trocas de nomes e datas pelo próprio site que as publicou”, tuitou Moro, citando nota do site O Antagonista, que explorou os erros do The Intercept Brasil. “Isso só reforça que as mensagens não são autênticas e que são passíveis de adulteração. O que se tem é um balão vazio, cheio de nada. Até quando a honra e a privacidade de agentes da lei vão ser violadas com o propósito de anular condenações e impedir investigações contra a corrupção?”, reclama o ministro da Justiça.

Apesar das queixas do ministro, o conteúdo do The Intercept Brasil tem ganhado cada vez mais espaço no jornalismo brasileiro. Neste domingo, a Folha de São Paulo publicou mais trechos vazados, que demonstram o desconforto da Lava Jato diante das constantes mudanças de versões do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, principal testemunha de acusação do ex-presidente Lula. A Folha está atuando em parceria com o The Intercept, com acesso aos chats que o site recebeu de uma fonte mantida sob anonimato. A revista semanal Veja também entrou nesse pool improvisado de jornalistas que está acessando os arquivos do site dirigido por Leandro Demori no Brasil, de onde partiram as descobertas das mensagens privadas da força-tarefa, entregue por uma fonte mantida em anonimato. Os jornalistas de todos os veículos parceiros estão checando informações com fontes, e consultando suas próprias mensagens trocadas no passado com integrantes da Lava Jato para confirmar a veracidade dos diálogos.

Do quebra-cabeça que a imprensa brasileira está montando a partir dos diálogos vazados, é fácil concluir que uma crise se instalou no coração da Lava Jato, diante de discordâncias e desconfortos de integrantes da equipe que vinham desde antes que estourasse a série de vazamentos, apelidada nas redes de Vazajato. Seu conteúdo pode não ter valor jurídico neste momento para anular a operação, mas vem tirando capital político importante do ministro Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol. Temores do passado, como o da procuradora Jerusa Viecili de que não se respeitasse a lista tríplice da eleição da PGR, por exemplo, passarão por um teste decisivo quando Bolsonaro bater o martelo sobre o sucessor de Raquel Dodge no cargo, ela mesma cotada a permanecer à frente da procuradoria, em uma corrida por fora da lista tríplice. Se o presidente não confirmar alguém da lista tríplice, estará cumprindo uma promessa da campanha, e com aval do antigo juiz da operação que colocou de pernas para o ar o mundo político. Moro, entretanto, ainda tem a seu favor ainda uma legião de apoiadores. Eles convocaram uma onda de manifestações de apoio a ele para este domingo. Um teste quando a Vazajato está em plena ebulição e promete novos capítulos.

 

*Do El País

 

 

 

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Não vai sobrar Moro sobre Moro

As vulcânicas revelações da Vaza-Jato provocaram o desmanche de um impostor.

O califado de Curitiba, em mensagens vazadas ontem e hoje, entrou e erupção.

O ritmo das revelações que surgiram nas últimas 24 horas, incluindo a matéria do Correio Brasiliense, em que um procurador da lava jato in off avaliza a veracidade das mensagens liberadas pelo Intercept, lembra a implosão de um espigão que desaba em segundos depois de dinamitado.

Uma explosão viral nas redes sociais deu um contra-relógio em Moro.

O ritmo em que as mensagens e respostas do Intercept deu a Monique Cheker, rodou nas redes foi de um Bolt na pista de 100 metros rasos nos melhores dias de glória.

Os vazamentos do Intercept vitaminaram-se e muito quando foram compartilhados pela Veja, Folha e Estadão como uma retroescavadeira cíclica.

O chão da sociedade brasileira tremeu com o abalo provocado pelas próprias declarações dos procuradores sobre as manobras nada republicanas do todo poderoso Moro.

Foi um abate.

Moro e o powerpoint de Dallagnol caíram no abismo moral.

O roteiro das mensagens encerra a carreira de dois embustes atingido frontalmente por uma imensa e detalhada teia de mensagens vazadas.

Se a tarefa de Curitiba era destruir o maior símbolo popular da história do Brasil, o tiro saiu pela culatra.

Enquanto Moro e Dallagnol encontram-se em estado avançado de decomposição moral, Lula, em sentido oposto, restabelece suas bases, somando-se a outras contra a tirania lavajatina.

Ainda falta um bocado de revelações que prometem ser vazadas pelo Intercept.

Mas uma coisa já sabemos, não sobrará pedra sobre pedra como previu Dilma. Neste caso, não sobrará Moro sobre Moro.

A ver.

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Lula acertou quando disse que: Moro é mentiroso, Dallagnol é mentiroso e a Globo está tentando salvar os dois

Depois das revelações sobre a delação de Leo Pinheiro, publicadas neste domingo (30) pela Folha, responsável pela incriminação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações, o perfil de Lula no Twitter escreveu:

“Moro é mentiroso. Dallagnol é mentiroso. E a Globo está tentando salvar os dois”, relembrando fala do ex-presidente em recente entrevista, o que veio a calhar. Lula disse a verdade sobre os dois mentirosos e ardilosos, Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

A jurista Carol Proner já havia escrito hoje:

“As mensagens vazadas hoje indicam a negociata em torno da delação de Leo Pinheiro, pivô da condenação, sem provas, de Lula. É grave? É gravíssimo. E mais. O que sai não está isolado, mas circundado por um sistema confirmatório. Adianta negar? Pesadelo para muitos”.

Léo Pinheiro só apresentou a versão que incriminou Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato, quando foi interrogado pelo então juiz Sergio Moro no processo do tríplex e disse que a reforma do apartamento era parte dos acertos que fizera com o PT para garantir contratos da OAS com a Petrobras”

 

*Com informações do 247

 

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Vaza Jato: Para ser aceito como delator, Leo Pinheiro trocou versão duas vezes para incriminar Lula

Nem os procuradores da Lava Jato acreditavam na delação de Leo Pinheiro.

Folha de S. Paulo publica novo vazamento onde Leo Pinheiro diz que OAS ofereceu o triplex do Guarujá de presente a Lula sem pedir retorno, o que não agradou procuradores.

Leo Pinheiro só passou a ter crédito junto aos procuradores a partir do momento em que mudou a versão de sua delação para incriminar Lula, a de que a empresa afirmou ter reformado para o ex-presidente, de acordo com novas mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações e divulgadas neste domingo (30) pela Folha de S.Paulo, em parceria com The Intercept Brasil.

“Uma pessoa que acompanhou as conversas da OAS com a Lava Jato na época disse à Folha que, inicialmente, Léo Pinheiro descreveu o triplex como um presente que oferecera a Lula sem pedir nada em troca. Segundo essa pessoa, a insatisfação dos procuradores o levou a mudar sua versão pelo menos duas vezes até chegar àquela adotada em 2017”, disse a reportagem.

“A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa, mas não nos comprometemos com nada”.

A reportagem lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada para condenar Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.” Ou seja: Léo Pinheiro foi levado a incriminar Lula para ter sua delação aceita.