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Trump impõe tarifa de 50% aos produtos brasileiros; Lula afirma que usará lei de reciprocidade: ‘Brasil é soberano’

Presidente disse país ‘não aceita tutela’ após republicano anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em carta que defende Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na noite desta quarta-feira (09/07) que vai utilizar a Lei brasileira de Reciprocidade Econômica para responder ao tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump.

Pelas redes socias, Lula disse que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes e que “não aceitará ser tutelado por ninguém”.

A nota divulgada nesta noite reage à decisão do presidente dos Estados Unidos de impor tal tarifa aos produtos brasileiros usando como motivação o processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Em uma carta enviada ao governo brasileiro, Trump defendeu o ex-presidente e falou, sem apresentar provas, de que o julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) seria uma “caça às bruxas” e que “deve terminar imediatamente”.

O governo Lula respondeu afirmando que o processo judicial contra os que planejaram contra a democracia do Brasil é de “competência apenas da Justiça brasileira” e, portanto, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.

“Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, diz a postagem de Lula.

Ainda na resposta, Brasília diz que é falsa a informação de que há um “déficits comerciais insustentáveis” entre os países. Trump alegou, ao impor a nova taxa, que tal déficit seria “uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional”, ao que Lula respondeu: “as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”.

Disse Lula:

Tendo em vista a manifestação pública do presidente norte-americano Donald Trump apresentada em uma rede social, na tarde desta-quarta (9), é importante ressaltar:

O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.

O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.

No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.

No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira.

É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos.

Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.

A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.

Liberdade de expressão
Por fim, a resposta de Lula também cita que liberdade de expressão, no Brasil, não é confundida com “agressão ou práticas violentas”, afirmando que qualquer empresa, seja ela nacional ou estrangeira, “estão submetidas à legislação brasileira”.

“No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”, afirma a nota.

*Opera Mundi


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Brasil Mundo

Itamaraty reage a ataque de Trump à soberania nacional e convoca representante dos EUA no Brasil

Após críticas do presidente dos EUA ao Judiciário brasileiro, a embaixada divulgou nota endossando acusações de “perseguição” contra Jair Bolsonaro

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil decidiu convocar o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos após declarações do presidente Donald Trump e uma nota oficial da representação diplomática em Brasília que reforça críticas ao sistema judiciário brasileiro.

Segundo a nota divulgada pela embaixada — que está sem embaixador e tem sido comandada pelo encarregado de negócios —, há uma “perseguição política” contra Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. “Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação. Não comentamos sobre as próximas ações do Departamento de Estado em relação a casos específicos”, diz o texto da embaixada.

A nota da embaixada ecoa publicações feitas por Donald Trump nas redes sociais. Na segunda-feira (7), em sua conta na plataforma Truth Social, o presidente dos Estados Unidos escreveu que o Brasil está cometendo uma “terrível injustiça” contra Bolsonaro. “O Brasil está fazendo algo terrível no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho observado, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!”, disse Trump.

Em outro trecho, afirmou que “ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo” e defendeu que “a única forma legítima de julgamento seria um julgamento pelo povo brasileiro – isso se chama eleição”.

A resposta do governo brasileiro veio em tom firme. Em nota oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que: “A defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade dos brasileiros. Somos um país soberano e não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Temos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei — sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”.

Na terça-feira (8), Trump voltou ao tema e pediu para que “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz”, classificando os processos judiciais contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. Questionado por jornalistas no Rio de Janeiro sobre as declarações de Trump, Lula foi direto: “Não vou comentar essa coisa do Trump e do Bolsonaro. Tenho coisas mais importantes para comentar do que isso. Este país tem leis, regras e um dono chamado povo brasileiro, portanto dê palpite na sua vida, e não na nossa”. Com 247.


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Política

Rejeição altíssima a Motta e Alcolumbre entre eleitores brasileiros, mostra pesquisa

Um levantamento nacional aponta que os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados enfrentam os piores índices de imagem entre os principais nomes da política brasileira. A pesquisa Latam Pulse, realizada pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, mostra que Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) registraram os maiores níveis de desaprovação entre os 16 líderes políticos avaliados.

Os dados foram coletados entre os dias 27 e 30 de junho de 2025, com base em entrevistas realizadas com 2.621 adultos em todas as regiões do Brasil. Segundo o estudo, apenas 3% dos entrevistados afirmaram ter uma imagem positiva de Davi Alcolumbre, enquanto 75% indicaram avaliação negativa, resultando em um saldo de imagem de -72 pontos percentuais. Trata-se do pior desempenho entre os nomes pesquisados.

Hugo Motta, por sua vez, apresentou 4% de imagem positiva e 74% de negativa. O saldo de -70 pontos percentuais o posiciona como o segundo líder mais mal avaliado do levantamento.

A pesquisa utilizou a metodologia de recrutamento digital aleatório Atlas RDR, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

O levantamento evidencia uma tendência de desaprovação mais acentuada em figuras ligadas ao Congresso Nacional. Entre os dezesseis nomes analisados, Alcolumbre e Motta se destacam pelas taxas mais elevadas de rejeição, sugerindo desgaste público relacionado à atuação parlamentar.

Contexto político e imagem pública

A presença de Davi Alcolumbre e Hugo Motta no topo da lista dos mais rejeitados chama atenção pelo papel central que ambos desempenham no processo legislativo. Alcolumbre voltou à presidência do Senado em 2025 após articulações partidárias que garantiram apoio em diversos blocos. Hugo Motta, por sua vez, assumiu a presidência da Câmara dos Deputados como alternativa de consenso em meio a disputas internas dentro da base governista e da oposição.

O levantamento sugere que o protagonismo institucional dos dois líderes não se traduziu em aprovação junto à população. A percepção negativa pode estar ligada a fatores como impasses legislativos, pautas controversas ou baixa exposição pública, embora a pesquisa não aponte causas específicas para os índices registrados.

Impactos e repercussões

Embora o levantamento não trate diretamente das consequências políticas dos índices de rejeição, a baixa popularidade de Alcolumbre e Motta pode influenciar articulações futuras no Congresso, especialmente em momentos decisivos como votações de reformas, análise de vetos e discussões sobre o Orçamento.

A percepção pública negativa também pode impactar a capacidade de ambos os presidentes em liderar agendas próprias ou fortalecer suas bases eleitorais em estados de origem. Com saldo inferior a -70 pontos percentuais, os dois parlamentares enfrentam desafios não apenas institucionais, mas também de comunicação política.

Detalhes técnicos da pesquisa

A amostra foi coletada com base em critérios de representatividade nacional. O método Atlas RDR, utilizado na pesquisa, envolve o recrutamento digital aleatório com controle de cotas por idade, sexo, escolaridade, renda e localização geográfica. O intervalo de confiança é de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa foi concluída no final de junho e divulgada no início de julho de 2025. Segundo os organizadores, os resultados refletem a percepção do eleitorado em um momento de transição política, com redefinições internas em partidos e discussões em torno das eleições municipais previstas para o ano seguinte.


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Política

Denunciados por fake news, Nikolas Ferreira e Bruno Engler podem perder direitos políticos

O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais (MPE-MG) pediu a suspensão dos direitos políticos dos deputados Nikolas Ferreira e Bruno Engler, ambos do PL-MG, por ataques difamatórios contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), durante as eleições de 2024. A ação aponta que os parlamentares divulgaram informações falsas com o objetivo de prejudicar a candidatura de Fuad e favorecer Engler no segundo turno.

Além da perda dos direitos políticos, o MP pede que os acusados indenizem por danos morais a família do ex-prefeito, que morreu em março deste ano, aos 77 anos. Segundo o órgão, a campanha de Engler usou de forma distorcida um trecho do livro Cobiça, escrito por Fuad, para acusá-lo falsamente de apologia à pedofilia. Uma atividade cultural da prefeitura ligada à cena de quadrinhos, associada de maneira caluniosa à exposição de crianças a conteúdo impróprio, também foi alvo de ataques.

Outros nomes do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foram denunciados: Cláudia Araújo Romualdo, conhecida como Coronel Cláudia (PL-MG), que foi candidata a vice-prefeita na chapa de Engler e é presidente do PL Mulher Belo Horizonte, e a deputada Sheila Aparecida Pedrosa, conhecida como Delegada Sheila (PL-MG).

Abaixo, listamos o que o Ministério Público atribui a cada um dos acusados:

  • Bruno Engler: articulou a campanha de desinformação contra Fuad, usou trechos do livro Cobiça de forma distorcida para associar o ex-prefeito a crimes, e levou o livro a um debate na TV para acusá-lo de escrever uma obra “erótica e pornográfica”;
  • Nikolas Ferreira: teve participação central na disseminação das fake news, usando suas redes sociais para publicar conteúdos falsos e ofensivos; também descumpriu ordem judicial para remover essas publicações;
  • Coronel Cláudia: compartilhou as acusações falsas durante a campanha, inclusive em conteúdo veiculado na TV, quando afirmou que o conteúdo do livro era “muito pesado” para ser lido em voz alta;
  • Delegada Sheila: também compartilhou desinformação sobre o livro de Fuad Noman, ajudando a espalhar as peças de campanha difamatórias.

Durante a campanha, a Justiça Eleitoral considerou o conteúdo calunioso e determinou a suspensão da propaganda, além de conceder direito de resposta ao candidato do PSD. Na decisão, de outubro de 2024, o juiz Adriano Zocche afirmou que Engler disseminou desinformação ao sugerir que a obra fazia apologia à pedofilia. Ele também ampliou o tempo de resposta de Fuad na propaganda eleitoral gratuita como forma de compensação pelos ataques.

*BdF


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Política

Máquina de dinheiro: Empresa de Nikolas gasta R$ 750 mil na Meta para convocar cristãos para guerra

Muitos deputados seguem exercendo suas profissões de médicos, advogados e até apresentadores de televisão durante o mandato. Na ficha oficial de cada um deles no site da Câmara, a informação está ali, é pública. No caso de Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, o membro mais votado da Casa, no entanto, consta o seguinte: “Profissão não declarada”.

Nikolas escolheu esconder algo importante: ele é um empresário que tem enriquecido às custas de sua visibilidade como um dos mais radicais políticos da extrema direita.

Posso provar que Nikolas ganha dinheiro dessa forma porque eu mesmo contribuí com isso. Foram exatos R$ 497 que saíram da minha conta bancária e caíram na conta da Destra Cursos LTDA, uma empresa fundada em 2020 e da qual o Nikolas é sócio.

É um empreendimento relativamente antigo e já foi tema de uma ou outra matéria por aí. Mas que merece muito mais atenção.

Destra: o negócio de Nikolas
Antes de te contar o que aprendi nos cursos concluídos na Destra, vale relembrar: quando a empresa foi fundada, em setembro de 2020, Nikolas era candidato a vereador de Belo Horizonte – e ainda não aparecia no quadro societário.

Com menos de um mês, a empresa fechou contrato de R$ 68 mil com o então candidato a prefeito de BH, Bruno Engler, apoiado por Nikolas. Passada a eleição municipal, ainda naquele novembro pandêmico, Nikolas passou a integrar a sociedade da Destra.

Essa história até chegou a sair em um ou outro veículo da imprensa depois que o jornalista que revelou o caso no Twitter, Diego Feijó de Abreu, acionou o Ministério Público Federal. O órgão, porém, não viu crimes nos fatos e descartou uma investigação. Muita coisa se passou desde então.

Nikolas segue com 15% da participação societária em conjunto com outros dois jovens empresários: o curitibano Ivens Henrique Grahl Ribeiro, de 29 anos, e o goiano Arthur Torres de Assis, de 24 anos. Apesar da pouca idade dos sócios, a empresa tem movimentado cifras cada vez maiores.

Quase R$ 1 milhão na Meta
Reformulada, a empresa que nasceu fazendo campanha eleitoral virou uma plataforma de cursos no início de 2022 — o sócio Nikolas assumiu o papel de professor e garoto-propaganda. Em outubro daquele ano, o mineiro se elegeu com uma votação bombástica e virou um dos mais estridentes deputados da extrema direita. Sua estratégia online levantou suspiros de inveja de políticos de todas as matizes.

Já no início deste ano, quando o vídeo do deputado sobre a suposta taxação do PIX ganhou o mundo, com impressionantes 330 milhões de visualizações, muita gente foi atrás de sua relação com as big techs. A suspeita é de que os números pareciam inflados.

À época, algumas boas matérias circularam indicando que a empresa de Nikolas teria investido R$ 100 mil em anúncios nas redes sociais da Meta. Desconfiei que era pouco. E era. Além dos anúncios veiculados pelos perfis com o nome de Nikolas, encontrei milhares de peças pagas diretamente pela Destra. São mais de 3.300 anúncios que totalizam R$ 745,3 mil de abril de 2024 a abril de 2025.

É uma estratégia agressiva de tráfego pago – que se soma ao tráfego orgânico das redes de Nikolas. Na descrição do perfil do deputado no Instagram, utilizado para divulgar sua atividade parlamentar, está lá, à disposição, o link da Destra. Se levarmos em conta informações divulgadas pela própria empresa, a estratégia parece dar resultado, já que ela diz formar “mais de 60 mil cristãos”.

Resolvi fazer as contas. O único produto oferecido pela empresa é um plano de assinatura que garante acesso a dezenas de cursos, que custa R$ 500 – e, antes, chegou a custar R$ 685. Se todas as pessoas pagaram o mesmo valor que eu, o mais baixo, o negócio já trouxe mais de R$ 30 milhões aos seus sócios. Um deles? O Nikolas.

Eu prefiro acreditar que o número de clientes é inflado pela Destra, talvez para encorajar novos alunos. Enviei um e-mail para a empresa na última segunda-feira, 29, com essa e outras diversas perguntas. Até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto.

Minha jornada na Destra
Usei o PIX para garantir acesso ao “Plano Legado”, o produto oferecido pela Destra atualmente. Com isso, tive acesso a uma plataforma fechada com quatro “núcleos de formação”. Na prática, cada um deles é uma página com um layout diferente, mas todas imitando um “Netflix” em que cada pôster representa um curso.

Como assinei um termo que impede a reprodução de materiais do curso, não vou brindá-los com trechos das vídeo-aulas. Trago aqui, no entanto, o que mais me impressionou de tudo o que vi, ouvi e aprendi na plataforma da empresa do Nikolas.

Comecei pelos vídeos introdutórios chamados “Formação Destra”. São quatro minicursos online, cada um com três a oito vídeos com, no máximo, 15 minutos. O apresentador é um jovem que não se apresenta, não menciona qualquer formação acadêmica ou experiência profissional.

No primeiro vídeo que assisti, ele diz: “Você não está aqui por acaso. Talvez você tenha clicado em um link, algum anúncio ou propaganda ou até mesmo tenha sido convidado, mas quero que você saiba que chegou até aqui por um motivo maior. A Destra não é só uma plataforma, somos uma resposta para essa geração. E você, meu querido, faz parte disso”.

Me senti lisonjeado. Ele, então, apresenta a Destra da seguinte forma: “Somos um ecossistema criado para você, cristão, viver o Evangelho no dia-a-dia. A Destra é o fundamento. Não estamos aqui para te dar mais teoria ou te prender em debates. Aqui não há espaço para uma fé rasa”, conclui.

Depois dessas “boas-vindas”, parti para o primeiro núcleo, o “Destra Originais”. Comecei por um curso rápido chamado “Filosofia 10:31” — mais um apresentado por alguém não identificado. A filosofia é uma criação da Destra para oferecer um “novo estilo de vida” integrando a fé a todas as dimensões da existência.

“Vamos te apresentar o novo estilo de vida que você vai viver a partir de hoje”, diz o professor. “Nossa fé não é reservada para momentos de culto”, ele defende.

Depois, descobri que a tal filosofia – que parecia só um curso de autoajuda cristã – é o princípio que estrutura toda a plataforma. Os cursos vão de “como fazer amigos” a “como ter bons hábitos”, passando por “inteligência emocional” e “corrida de rua”. “Você precisa ser um cristão que se posiciona” é o mantra que atravessa os conteúdos, inclusive os de temas mais aparentemente neutros.

O Le Circle do Nikolas
Depois de alguns certificados conquistados, cliquei no núcleo seguinte, o “Le Circle” — por ter sido descrito como uma “comunidade viva e intencional”, com encontros ao vivo e trocas entre cristãos “comprometidos com o propósito”. Mas, infelizmente, essa funcionalidade ainda não estava disponível, apesar de um banner dizer que o lançamento seria em 23 de junho. Até agora, não foi ao ar.

Intrigado que a data já havia passado, fui checar no Google algo sobre o tal lançamento e digitei apenas: “Le Circle”. O primeiro resultado foi curioso. Eu não sabia – e espero, do fundo do coração, que o Nikolas também não. Mas Le Cercle (com “e” e não com “i) é o nome de um famoso grupo ultraconservador e anticomunista fundado na Europa.

No pós-Segunda Guerra Mundial, reunia políticos, banqueiros, militares e agentes de inteligência. E aqui vai um bônus: o grupo homônimo ao fórum concebido por Nikolas está ligado ao financiamento de regimes supremacistas, como o apartheid na África do Sul.

Depois, rumei ao núcleo “For The Nations”, cuja proposta é “levar a mensagem ao mundo”. Encontrei aulas de inglês com legendas, vocabulário cristão e conteúdos voltados à formação de uma “comunidade de aprendizado” — com grupos, fóruns e desafios.

O funil da radicalização
Por fim, o núcleo “Destra Front” é onde o jogo fica sério. Aqui, sim, finalmente aparece Nikolas Ferreira, em vídeos que funcionam como a “etapa final” do funil. A estética continua limpa, os vídeos têm ritmo, trilha e edição profissional. A pregação religiosa, embora ainda presente, aparece de forma mais sutil. Aqui, o púlpito vira palanque.

O principal produto oferecido no Front é o curso “O Cristão e a Política”. Nele, Nikolas apresenta a política como uma disputa entre o bem e o mal, em que os cristãos seriam chamados a combater forças que estariam destruindo os valores da família, da fé e da moral. E faz o pacote completo dos temas preferidos da extrema direita, repetindo opiniões e distorções sobre feminismo, socialismo e afins. Vou poupá-los disso.

Depois de atravessar toda a jornada, ficou claro que a intenção da Destra não é, em nenhum momento, dialogar com quem está fora da bolha cristã. Todas as aulas, de todos os módulos, poderiam ser pregações religiosas. A maioria delas, inclusive, se estrutura como tal: há um tom pastoral, versículos e apelos morais.

E aqui não há problema com a evangelização em si – ainda que cobrar tão caro por isso possa soar mal por aí. O que parece ser o objetivo, tanto quanto ganhar milhões de reais, é radicalizar politicamente os fiéis à extrema direita.

Digo isso como aluno: a plataforma funciona como uma usina de radicalização cristã, que não prega para converter, e sim para endurecer. Endurecer posições, fortalecer vínculos internos e, sobretudo, convencer que a agenda político-eleitoral da extrema direita é ungida por Deus.

Eu ainda tenho muitas horas de curso para fazer na Destra. E ainda há muito dinheiro a seguir nesse caso. Tenho algumas pistas. E pretendo trazer novidades em breve, numa edição futura. O que mais vocês querem saber sobre a Destra e as atividades empresariais e políticas do Nikolas?

E, aproveitando, é sempre bom lembrar: se você tiver o próximo grande furo de reportagem do país na mão, ou apenas uma informação que gostaria de dividir comigo, escreva para [email protected] ou responda a esse e-mail. Vamos conversar. Mas, por ora, continue aqui comigo que ainda há um pouco mais a falar sobre Nikolas Ferreira.

Nikolas e a frente ampla cristã
O site Bereia, com o Laboratório de Antropologia da Religião da Unicamp, publicou um ótimo artigo sobre a aproximação de Nikolas com setores ultraconservadores do catolicismo. Ele recomendou livro do padre Paulo Ricardo, leu São Josemaría Escrivá, fez live com o padre Chrystian Shankar e usou conceitos como “abertura à vida”. O texto aponta que, mais do que conversão, Nikolas estaria unificando evangélicos e católicos da extrema direita. Leia aqui.

*Intercept Brasil


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Violência indiscriminada contra civis na Faixa de Gaza é denunciada por soldado israelense

Segundo relato a Sky News, ele recebeu ordens para matar ‘todos que entrarem em zonas proibidas precisam morrer’.

Um soldado reservista israelense, que atuou na Faixa de Gaza nos últimos meses, falou anonimamente com a Sky News e revelou que as forças de ocupação no território receberam ordens de atirar em qualquer palestino que entrar nas chamadas “zonas proibidas”, mesmo se eles não estiverem armados, ressaltando a violência indiscriminada do regime contra os civis.

Segundo a reportagem da Sky News, o soldado disse que eles receberam instruções diretas para matar qualquer um que cruzasse as fronteiras invisíveis estabelecidas por seus comandantes. “Temos um território em que estamos, e as ordens são: todos que entrarem precisam morrer”, disse o soldado.

Segundo ele, os palestinos não tinham como saber onde começavam essas chamadas áreas proibidas. “Há uma linha imaginária que, segundo eles, todo o povo de Gaza conhece e sabe que não tem permissão para atravessá-la. Mas como eles podem saber?”. O soldado explicou que qualquer pessoa que entrasse nessas zonas provavelmente seria morta a tiros.

O membro do Exército revelou que não há distinção entre combatentes e civis. “Se estiverem lá dentro, são perigosos, você precisa matá-los. Não importa quem seja”, afirmou. Ele também disse ter testemunhado assassinatos arbitrários de palestinos em áreas residenciais. “Em uma das casas em que estivemos, tínhamos um terreno grande. Era o mais próximo do bairro dos cidadãos, com pessoas dentro”, disse ele.

“Era como praticamente todo mundo que entra no território, e poderia ser como um adolescente andando de bicicleta”, disse ele, referindo-se às operações no Corredor Netzarim, uma faixa militarizada que divide Gaza ao meio.

Ele admitiu à Sky News, que as forças sionistas frequentemente atiravam em civis empobrecidos que não tinham alternativas. “Costumávamos atirar em pessoas pobres, civis que não tinham muitas opções”, disse ele. Ele revelou ainda que as decisões sobre matar ou deter civis eram inconsistentes e baseadas nos caprichos dos comandantes. “Eles podem ser baleados, podem ser capturados”, afirmou. “Depende muito do dia, do humor do comandante.”

Relembrando um incidente, o soldado descreveu como um homem foi baleado por cruzar uma linha imaginária, enquanto outro que se aproximou do corpo foi simplesmente capturado. Mais tarde, os soldados receberam novamente ordens de atirar em qualquer um que ousasse cruzar a mesma linha.

“Eu meio que sinto que participei de algo ruim, e preciso combater isso com algo bom, falando abertamente, porque estou muito preocupado com o que tomei e ainda tomo parte, como soldado e cidadão deste país”, disse ele.

Opera Mundi


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Política

Lula no encerramento da 17ª Cúpula do Brics: ‘A gente não quer mais um mundo tutelado’,

Questões climáticas, guerras e incômodo que o bloco causa foram temas tratados pelo presidente.

Nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu uma coletiva de imprensa para fechar o calendário de eventos que compôs a 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (RJ). Em sua fala, Lula reafirmou questões discutidas pelo grupo de países durante o encontro, como o respeito à soberania, o multilateralismo e a necessidade de ação coletiva em temas como a crise climática e o combate à desigualdade.

“A gente tem a convicção que a gente não quer mais um mundo tutelado. A gente não quer mais guerra fria. A gente não quer mais desrespeito à soberania. A gente não quer mais guerra”, disse Lula.

O multilateralismo, um dos tópicos principais da cúpula, é uma das saídas citadas pelo presidente para as guerras atuais. Mais uma vez, ele afirmou que “estamos vivendo, possivelmente, depois da Segunda Guerra Mundial, o maior período de conflito entre os países”, e voltou a criticar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU): “O Conselho de Segurança da ONU, que deveria evitar as guerras, são os promotores”.

Ele discutiu a falta de diálogo entre Rússia e Ucrânia, a necessidade de uma instituição multilateral ou um grupo de países que facilite a troca em busca de um cessar-fogo permanente, e reforçou que “o que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal do planeta Terra”.

Neste tópico, Lula argumentou que não é possível afirmar que se trata de uma guerra contra o Hamas, como defendem autoridades israelenses, “já que só se mata inocentes, mulheres e crianças”. E reforçou que não existe uma instituição multilateral para colocar o fim nessa situação, em especial porque a ONU, que deveria estar coordenando esta negociação, não pode, já que está envolvida.

Para ele, que se diz muito satisfeito com a Cúpula deste ano, o Brics — “que não nasceu para afrontar ninguém”, segundo Lula, possivelmente se referindo à fala de Trump de domingo (6) à noite — é apenas outro modo de fazer política.

“Uma coisa mais solidária, que o banco esteja muito mais preocupado em ajudar os países em desenvolvimento a se desenvolver, os países mais pobres, e que tenha consciência de que a questão do clima é muito séria.”

Relevância para as questões climáticas
O presidente citou as questões climáticas com ênfase em seu discurso final. Ele reforçou que não conseguimos controlar as intempéries e, por isso, devemos cuidar mais dos oceanos, das florestas, do ar que respiramos. “Não existe nenhum radicalismo, não é coisa de ambientalista. Não é coisa de universitário, não é coisa de bicho grilo, como se falava antigamente, não. É coisa de gente que acredita na ciência.”

Lula lembrou que o Brasil sediará a COP30 este ano e cobrou seriedade na discussão. “Os líderes do mundo acreditam no que a ciência está falando sobre a questão do clima? É verdade o que a ciência tem nos mostrado, que as mudanças são concretas e irreversíveis se nós não mudarmos de comportamento? Se nós acreditarmos que é, nós vamos ter que tomar atitude.”

Na manhã desta segunda, os países-membros do Brics se reuniram para discutir finanças climáticas e pontos como a necessidade de aumentar a porção do financiamento dirigida à adaptação, particularmente de finanças públicas por parte dos países desenvolvidos para ajudar as populações mais vulneráveis aos impactos adversos da mudança de clima.

Já na coletiva de encerramento, Lula reforça que a China “possivelmente seja o melhor modelo de país que está enfrentando a questão do clima. É o mais rápido na transição energética e está tentando fazer com que a economia, efetivamente, seja de baixo carbono. Deveria ser um exemplo do G7, para muitos países ricos. É isso que tratamos aqui e é isso que eu acho que nós vamos fazer o debate daqui para frente”.

Brics gera incômodo
Para Lula, é por questionar o papel da ONU, ser mais assertivo em relação às questões climáticas e querer incidir na utilização de inteligência artificial — que não pode ser “uma coisa de dominação de meia dúzia de empresas” para “fazer guerra, contar mentiras, inverdades” — que o Brics está incomodando.

“Se a gente não tiver uma instituição de governança mundial com mais representatividade e mais seriedade, nós estamos entrando num sistema muito destrutivo do funcionamento da relação entre Estados, o que não faz bem para ninguém. Me parece que os Brics podem ser essa válvula de escape que a humanidade precisa para fazer alguma coisa nova.”

Lula afirmou que esta foi a reunião mais importante da história do Brics, especialmente por ter convidado mais pessoas, de mais países, como forma de convencer o mundo de que o bloco “é um novo jeito da gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo”.


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Política

Ligações de Ciro Nogueira com empresário que explora jogo do tigrinho são reveladas em relatório, segundo revista

Fernandin OIG comprou três apartamentos em edifício construído pela empresa da família de Ciro Nogueira

Novos detalhes sobre a ligação do senador Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), com Fernando Oliveira Lima, o Fernandin OIG, dono de empresa de bet associada ao Jogo do Tigrinho, vieram à tona em reportagem da revista Piauí, assinada pelos jornalistas Alessandra Medina e João Batista Jr.

A matéria revela um relatório enviado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à CPI das Bets sobre Fernandin: ele comprou três apartamentos em Teresina em edifício construído pela Ciro Nogueira Agropecuária e Imóveis, empresa que tem o senador como sócio.

A empresa tem como sócios-administradores Gustavo e Silva Nogueira Lima e Raimundo Neto e Silva Nogueira Lima, irmãos do senador. Eles já atuaram como secretários parlamentares de Ciro Nogueira.

Ao ser questionado sobre a negociação, o senador disse: “Nunca ouvi falar dessa compra”. Para justificar o desconhecimento da negociação, ele alegou que a empresa é administrada pelo irmão.

A reportagem também afirma que Fernandin repassou R$ 625 mil, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024, a Victor Linhares de Paiva, ex-assessor de Ciro Nogueira. Hoje, Victor é secretário do prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União).

Tigrinho

Ciro Nogueira afirmou à revista que perguntou ao ex-assessor sobre o valor recebido do empresário das bets e foi informado que se referia à venda de um relógio de luxo da marca Richard Mille “e que estava tudo no Imposto de Renda dele e do Fernandin”.

O assessor também repassou mais de R$ 30 mil ao senador entre 2023 e 2024. Nogueira, no entanto, diz que foi reembolso de um hotel na luxuosa Ilha de Capri, na Itália. “Eu desisti da viagem [para Capri, na Itália] e transferi para Victor a reserva [do hotel] que já estava paga, e ele me ressarciu”, respondeu o presidente do PP.

Empresário do Tigrinho poupado ao fim da CPI
Piauí traz a público que os documentos do Coaf não entraram no relatório final da CPI, feito pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que foi reprovado por 4 a 3, em 12 de junho.

Soraya explica que não colocou a íntegra do documento no relatório em razão das ameaças que vinha sofrendo. Ela afastou Ciro Nogueira da CPI, em que era membro suplente, após a divulgação da informação que o senador viajou para a França, onde acompanhou o Grande Prêmio de Mônaco de Fórmula 1, em uma aeronave pertencente a Fernandin.

Os relatórios financeiros mostram que o patrimônio do empresário, que negou à CPI ser dono do jogo do Tigrinho, saltou de R$ 36 milhões em 2022 para R$ 143 milhões em 2023 – um crescimento de 300%.

Apesar de ter começado com muito alarde e imensa expectativa, os trabalhos da comissão chegaram ao fim do dia 12 de junho passado com resultado frustrante. Pela primeira vez na última década, o relatório final de uma cpi foi rejeitado no Senado. Quatro senadores votaram contra. São eles: Angelo Coronel (PSDB-BA), Efraim Filho (União-PB), Professora Dorinha Seabra (União-TO) e Eduardo Gomes (PL-TO), ex-líder do governo de Jair Bolsonaro. Três votaram a favor: Eduardo Girão (Novo-CE), Alessandro Vieira (MDB-SE) e a relatora Soraya Thronicke.

Boa parte do relatório era dedicado a sugestões para conter os avanços e os efeitos nocivos das bets sobre os brasileiros — incluindo a proibição de jogos caça-níqueis, como o Fortune Tiger, conhecido como o Jogo do Tigrinho. Havia também o pedido de indiciamento de Fernandin OIG, por suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

*ICL/Revista Piauí


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Brasil

Lula: ‘Esse país tem lei’

Na mais grave intromissão de um governante estrangeiro nos assuntos internos do Brasil em muitos anos, o presidente norte-americano, Donald Trump, usou sua rede social nesta segunda-feira (7) para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e ameaçar o Judiciário brasileiro. Em sua publicação, o republicano afirmou que acompanha de perto a situação de Bolsonaro e disse que ele é vítima de uma “caça às bruxas” conduzida por autoridades nacionais.

Na coletiva concedida nesta segunda-feira, em evento dos BRICS, no Rio de Janeiro, o presidente Lula comentou a postagem de Trump. “Esse país tem lei, esse país tem regra, esse país tem um dono, chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida, e não na nossa”, afirmou.

Depois de classificar como “terrível” o tratamento que Bolsonaro tem recebido da Justiça, Trump falou em sua defesa, afirmando que ele “não é culpado de nada”, e ataca o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que o “povo brasileiro” não aceitrá sua decisão.

“O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Vou acompanhar muito de perto essa CAÇA ÀS BRUXAS contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores”, declara o norte-americano na publicação.

Lula também comentou a intriomissão de Trump em uma nota: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, afirmou.

Processos contra Bolsonaro
Jair Messias Bolsonaro é réu no STF por tentativa de golpe de Estado, quando houve uma articulação para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.

A ação penal está em fase de alegações finais desde junho. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, concluiu a fase de instrução, o que indica que o julgamento pode ocorrer ainda neste ano.

Além dessa acusação, Bolsonaro se tornou inelegivel até 2030, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o condenar por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha de 2022.

Publicação de Trump

trump Lei

Tradução:

“O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho observado, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de vir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo POVO. Eu conheci Jair Bolsonaro, e ele era um líder forte, que realmente amava seu país — Também, um um negociador muito duro no COMÉRCIO. Sua eleição foi muito próxima e agora, ele está liderando nas pesquisas. Isso não é nada mais, ou menos, do que um ataque a um oponente político — Algo sobre o qual eu sei muito! Aconteceu comigo, vezes 10, e agora nosso país é o “MAIS QUENTE” do mundo! O Grande Povo do Brasil não suportará o que está fazendo ao seu ex-presidente. Estarei assistindo a CAÇA ÀS BRUXAS de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único Julgamento que deveria estar acontecendo é um Julgamento dos Eleitores do Brasil — É chamado de Eleição. DEIXE BOLSONARO EM PAZ!”


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Brasil Mundo

Lula a Trump: ‘Dê palpite na sua vida, não na nossa’

Presidente brasileiro afirmou que um chefe de Estado não deveria ficar ‘ameaçando os outros pelas redes sociais’

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu na tarde desta segunda-feira (07/07) as falas de seu homólogo norte-americano Donald Trump que saiu em defesa de Jair Bolsonaro: “dê palpite na sua vida, e não na nossa”.

Lula disse que um chefe de Estado não deveria ficar “ameaçando os outros pelas redes sociais”, afirmando que “respeito é bom” e que mundo “não quer um imperador”. A declaração ocorreu após Trump publicar, através da plataforma Truth Social, que o Brasil estaria fazendo “uma coisa terrível em seu tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro”.

Em seguida, falou que o julgamento do ex-mandatário brasileiro no STF é “nada mais nada menos do que um ataque a um oponente político, algo que eu conheço muito bem”.

O presidente Lula afirmou que não iria ficar comentando sobre as declarações do republicano, apenas defendeu que cada um saiba o “significado da soberania de cada país”. Além disso, disse que “tem coisas a fazer”, dizendo que o Brasil tem leis e regras chamadas “o povo brasileiro”.

Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dois julgamentos distintos. Além disso, o ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, acusado de liderar uma trama para se manter no poder após perder as eleições de 2022.

Além da defesa do ex-mandatário, Trump também usou as redes sociais para ameaçar impor uma tarifa adicional de 10% sobre a importação de produtos oriundos de países alinhados ao BRICS. Ele

O anúncio de Donald Trump foi feito paralelamente à cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Ao término do primeiro dia do encontro, os líderes do grupo, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, divulgaram uma declaração conjunta manifestando preocupação com a escalada do protecionismo liderado por Washington.

Também sobre isso Lula disse que não iria comentar. Mas, mais cedo, em nota, afirmou que “ninguém está acima da lei”. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja”, enfatizou.

afirmou que a medida deve valer a “qualquer país que adote políticas antiamericanas” promovidas pelo agrupamento.

*Opera Mundi


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