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Política

Acompanhe: Glauber Braga anuncia greve de fome enquanto perdurar o processo de cassação de seu mandato

Parlamentar do PSOL diz que não sairá das dependências da Câmara até que sua situação esteja definida.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou no final da tarde desta quarta que iniciou uma greve de fome até que o processo de cassação de seu mandato seja concluído. O parlamentar tornou pública sua decisão durante a tumultuada sessão no Conselho de Ética que analisa o pedido de cassação de seu mandato por ter agredido e expulsado da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O relator do processo, Paulo Magalhães (PSD-BA), se manifestou a favor da perda do mandato.

“Não vou ser derrotado por Arthur Lira e pelo Orçamento Secreto”, afirmou Braga, que atribui a manobras do ex-presidente da Câmara o avanço do processo. Braga disse que não sairá das dependências da Câmara até que haja uma definição sobre o pedido de cassação. Em seguida a sua fala, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) propôs que todos ao aliados de Braga também continuem no Congresso.

A sessão segue tumultuada, com os aliados de Braga pedindo a destituição do relator.

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Mundo

Mercados pressionam, Trump recua e suspende tarifaço por 90 dias

Bilionários puseram intensa pressão sobre a Casa Branca

O presidente Donald Trump, sob intensa pressão dos mercados e dos bilionários que o apoiam, suspendeu por 90 dias o tarifaço que impôs aos parceiros comerciais dos Estados Unidos — menos à China.

De acordo com a Casa Branca, o tarifaço foi reduzido a 10% — ou seja, nada muda para as exportações do Brasil, taxadas com este valor na semana passada.

O anúncio foi feito através da rede social Truth Social e confirmado em seguida pelo secretário do Tesouro Scott Bessent.

Trump estava sob intensa pressão dos bilionários de Wall Street, inclusive de seu aliado Elon Musk.

Na mesma postagem, Trump informou que estava aumentando as tarifas sobre as importações da China para 125%, uma vez que Beijing retaliou e a partir de amanhã cobrará 84% em tarifas dos EUA.

Imediatamente, os mercados dispararam, com altas de mais de 7% nos Estados Unidos.

Vendendo como vitória
Nas últimas horas, havia sinais crescentes de deterioração dos índices econômicos, com forte oscilação dos papéis do Tesouro dos EUA, considerados o porto mais seguro pelos investidores.

De acordo com o diário New York Times, investidores estavam deixando os papéis do Tesouro em direção ao ouro e papéis da Alemanha.

Ou seja, o tarifaço de Trump ameaçava o papel central dos EUA no sistema econômico internacional.

Além disso, o presidente estava pressionado por executivos de empresas que perderam bilhões em valor nas bolsas desde que ele anunciou o tarifaço.

No caso da Apple, foram cerca de 20% em apenas três dias, ou mais de U$ 600 bilhões.

De acordo com o secretário do Tesouro, os EUA usarão a pausa de 90 dias para negociar individualmente com os países.

Donald Trump vendeu o tarifaço como uma necessidade para fortalecer o Tesouro dos EUA e trazer de volta a indústria ao país.

A China como “malvada”
Porém, a Casa Branca recebeu alertas de poderosos aliados de que o tarifaço poderia causar inflação, recessão e colapso do comércio internacional.

Quem paga as tarifas são os importadores dos EUA, que provavelmente repassariam as tarifas aos consumidores, com aumento generalizado de preços.

Aliados de Trump rapidamente passaram a dizer que este sempre foi o plano “genial” de Trump: causar comoção nos mercados para ganhar poder de negociação com aliados.

O secretário do Tesouro Bessent, na entrevista em que confirmou o anúncio, pintou a China como o “ator malvado” do imbroglio, por ter retaliado contra os Estados Unidos.

Porém, até agora esta tem sido uma crise econômica totalmente Made in USA.

*Luiz Carlos Azenha/Forum

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Política

Deputado que desejou morte de Lula vai ser investigado pela Polícia Federal: “Quero que ele morra!”

‘Quero que morra’, disse deputado sobre Lula

O deputado Gilvan da Federal, do PL do Espírito Santo, está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após fazer declarações em uma sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara, na qual expressou desejos de morte do presidente Lula. A Advocacia Geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato às autoridades competentes para iniciar a apuração. Durante o discurso, Gilvan afirmou: “Quero mais é que ele morra mesmo e que [os seguranças de Lula] andem desarmados”, “que tenha um ataque cardíaco”,  enquanto debatia um projeto que proíbe o uso de armas por seguranças pessoais do presidente.

Deputado Gilvan: ‘Que vá para o quinto dos infernos’
O parlamentar ainda citou: “Quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não quer dizer que vou matar o cara. Mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos. Porque nem o diabo quer o Lula, por isso que ele tá aí, superou um câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco.”

A Comissão de Segurança debatia um projeto de lei que proíbe o uso de armas de fogo por seguranças pessoais do presidente Lula e de ministros, que foi aprovado.

O projeto, que já foi aprovado com 15 votos a favor, foi apresentado por Deputados do PL e também visa impedir o uso de armas por seguranças de ministros, refletindo a ideologia do governo atual, que vê a desarmamento como positivo para a sociedade. Gilvan, que atuou como relator, fez comentários adicionais em que desejou que Lula tivesse um ataque cardíaco.

A AGU sinaliza que as declarações podem configurar incitação ao crime e ameaça, conforme o Código Penal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que limita a imunidade parlamentar em casos de crimes contra a honra ou incitação à violência. A proposta ainda deverá passar pela Comissão de Administração e Serviço Público e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir para o Senado, visto que tramita em caráter conclusivo. O objetivo do projeto é garantir que a segurança presidencial não dependa de armamentos, alinhando-se aos princípios do governo atual.

*Com ICL

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Economia Mundo

China dá o troco e anuncia que adotará tarifas de 84% contra os EUA

Pequim adotou um imposto de 34% sobre os produtos americanos que entrará em vigor amanhã.

Em resposta às tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos à China, o governo chinês anunciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, a partir da quinta-feira, superando os 34% previamente divulgados. Essa informação foi divulgada pelo Ministério das Finanças na quarta-feira (9). As novas tarifas já entraram em vigor e atingem dezenas de países, com uma taxa extraordinária de mais de 100% sobre produtos chineses, intensificando uma guerra comercial global.

Essas tarifas de importação afetam quase 60 parceiros comerciais dos EUA, com taxas adicionais que variam de 11% a 50%, exceto a China, que enfrenta a maior tarifa de 104%. Horas antes de implementarem novas tarifas sobre importações, Trump pressionou ainda mais Pequim. Desde sua volta ao poder em janeiro, ele já havia aplicado uma sobretaxa de 20% sobre produtos chineses, que deveria subir para 54% com os 34% anunciados na semana anterior, mas que agora chegará a 104% devido a um adicional de 50%, em resposta às tarifas chinesas sobre produtos americanos, mesmo após avisos da Casa Branca.

Pequim já tinha planejado uma taxa de 34%, que começa a valer na quinta-feira (10). Apesar dos impactos negativos em muitos índices do mercado, as bolsas chinesa e de Hong Kong terminaram com ganhos, com a bolsa chinesa subindo 2,21% e a de Hong Kong, 0,68%. Já o índice japonês Nikkei caiu 3,78% e a Coreia do Sul, 1,74%. Na Europa, as bolsas enfrentaram quedas significativas, com a Alemanha caindo 2,08%, França 2,18%, Reino Unido 2,19%, Itália 1,96%, Espanha 1,83% e Suíça 4,03%.

Desde que Trump anunciou, em 2 de agosto, tarifas para a maioria das importações, investidores perderam bilhões. O presidente considera que seus parceiros comerciais “saqueiam” os Estados Unidos, levando à imposição de uma tarifa universal adicional de 10% sobre produtos importados, com algumas exceções, como ouro e energia. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês considerou as ameaças de aumento das tarifas pelos EUA como um “erro após outro”, ressaltando a natureza chantagista de Washington. O primeiro-ministro Li Qiang assegurou que a China possui “ferramentas” suficientes para contornar a turbulência econômica.

Enquanto a maioria dos índices acionários globais enfrentou recessão, as bolsas da China e de Hong Kong conseguiram manter um desempenho positivo. A situação evidencia a crescente tensão entre as duas potências e as complexidades envolvidas na atual guerra comercial, que continua a impactar os mercados financeiros e a economia global de maneira significativa.

A partir da quarta-feira (9), uma nova tarifa será imposta a importantes aliados comerciais dos Estados Unidos, incluindo a União Europeia (20%), o Vietnã (46%) e a China. A administração americana, porém, ressalta sua disposição para negociações, o que trouxe um certo alívio aos mercados. O presidente Donald Trump se referiu a esses acordos como “sob medida”, ressaltando que estão sendo adaptados às necessidades específicas das partes envolvidas.

Na terça-feira, Trump reportou ter tido uma “conversa muito boa” com o primeiro-ministro e presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck Soo, conforme comunicado compartilhado na plataforma Truth Social. Kevin Hassett, principal assessor econômico da Casa Branca, reiterou que a prioridade do presidente está nos aliados e parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul, antes de qualquer diálogo com a China.

O governo dos EUA aparenta estar positivo em relação à situação. Scott Bessent, secretário de Finanças, divulgou à Fox News que “cerca de 70 países” já se manifestaram em busca de discussões sobre as novas tarifas. Jamieson Greer, representante comercial, comentou com senadores sobre a necessidade de uma transição de uma economia centrada no setor financeiro e no gasto governamental para uma economia pautada na produção real de bens e serviços. Greer também fez um alerta, mencionando a perda de cinco milhões de empregos industriais e 90 mil fábricas nos últimos 30 anos, desde a implementação do acordo de livre-comércio entre os três países da América do Norte.

Enquanto isso, a União Europeia se prepara para uma resposta, que será divulgada no início da próxima semana, conforme um porta-voz da Comissão Europeia. Especialistas temem que essa guerra comercial possa impactar negativamente a economia global, trazendo riscos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico.

As novas tarifas geraram até discordâncias dentro do governo dos EUA. Elon Musk, o homem mais rico do mundo e assessor de Trump, teceu críticas ao conselheiro comercial Peter Navarro, chamando-o de “completo imbecil”. Musk se opôs à afirmação de Navarro de que ele não é um fabricante de automóveis, mas um “montador” que depende de componentes importados da Ásia. Esta troca de farpas ilustra as tensões existentes entre as diferentes esferas do governo em relação à política comercial e aos impactos da guerra tarifária.

A questão das tarifas e seu impacto sobre as relações comerciais internacionais continua a ser uma fonte de preocupação significativa e debate, ilustrando a complexidade das interações econômicas no atual cenário global. A espera pela resposta da UE e o andamento das negociações são claramente pontos de atenção nos dias que seguem.

*Com AFP

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Política

Lula: “Está acontecendo um milagre no Brasil”, apesar do tarifaço de Trump e juros altos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidente participou nesta terça-feira (8) do Encontro Internacional da Indústria de Construção (Enic).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (8) que o Brasil vive um “milagre”, mesmo diante de juros altos e do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o chefe do Executivo, o “milagre” não se deve à macroeconomia, e sim à microeconomia.

“Eu tenho a consciência de que o dinheiro tem que circular na mão de todos”, disse.

Em discurso na abertura do Encontro Internacional da Indústria de Construção (Enic), em São Paulo, o presidente defendeu o projeto de lei que propõe a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Para Lula, a proposta será aprovada.

“É nada, R$ 5 mil é nada”, disse Lula. “Quem tem que pagar a compensação são as 141 mil pessoas que ganham mais de R$ 1 milhão por ano. E é pagar uma ‘merreca’, não chega a 10%, e as pessoas não querem pagar”.

 

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Mundo

‘Não aceitaremos ameaças’, afirma China em resposta à ‘intimidação’ de Trump com tarifas adicionais de 50%

Governo chinês disse que implementará contramedidas se houver nova taxação dos EUA.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (8), o governo chinês classificou como “erro” de “natureza extorsiva” as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas adicionais de 50% à China a partir desta quarta-feira (9), caso o país asiático não retroceda na imposição de 34% de tarifas a produtos estadunidenses.

“A ameaça norte-americana de elevar tarifas contra a China é um novo erro, e expõe mais uma vez sua natureza extorsiva, e a China nunca aceitará isso”, afirmou, em nota, o Ministério do Comércio chinês.

Trump afirmou que a China tem até as 12h desta terça-feira – 13h, no horário de Brasília – para recuar da decisão de impor tarifas de 34% sobre produtos dos EUA em resposta ao “tarifaço”. A medida foi anunciada pela China no final da semana passada em resposta ao anúncio do presidente estadunidense de tarifas “recíprocas”, que somaram 34% de taxas (em cima dos 20% já acumulados) a produtos chineses.

O Ministério do Comércio informou que se os Estados Unidos efetivarem a escalada de medidas tarifárias, a China adotará decisivamente mais “contramedidas para proteger seus direitos e interesses”.

“Se os Estados Unidos insistirem em agir arbitrariamente, a China lutará até o fim”, destacou o comunicado, que classifica o “tarifaço” de Trump como prática de “unilateralismo e intimidação”.

O ministério exortou os EUA a “revogarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China, cessarem a repressão econômico-comercial e resolverem as divergências com a China por meio de diálogo igualitário, com base no respeito mútuo”.

“Pressão e ameaças não são a maneira correta de lidar com a China”, concluiu o texto.

De suspensão da importação de carne de aves à proibição de filmes de Hollywood: mais possíveis contramedidas da China
Seis possíveis contramedidas foram divulgadas pelo perfil Niu Tanqin nas redes sociais chinesas, que pertence ao editor-chefe adjunto da Agência de Notícias Xinhua, Liu Hong. A conta possui milhões de seguidores nas diversas redes e costuma divulgar informações não publicadas nas mídias oficiais, com base em fontes não especificadas.

As seis possíveis novas contramedidas seriam:

  1. Aumentar significativamente as tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, como soja e sorgo.
  2. Proibir a importação de carne de aves dos EUA para a China.
  3. Suspender a cooperação China-EUA sobre o fentanil.
  4. Contramedidas no setor de comércio de serviços.
  5. Proibir a importação de filmes estadunidenses
  6. Iniciar uma investigação sobre os benefícios que as empresas dos EUA obtiveram com a propriedade intelectual na China.

Algumas destas medidas vão intensificar o que foram as respostas que a China tem dado às medidas de Trump. Trump já implementou três medidas tarifárias contra a China desde o início do ano: 10% a todos os produtos chineses, anunciados no dia 1° de fevereiro, mais 10% em 3 de março, e mais 34% no dia 2 de abril, como parte das “tarifas recíprocas” anunciadas para cerca de 90 países.

Em cada anúncio, o governo chinês anunciou medidas retaliatórias. Por exemplo, em resposta à segunda leva, a China implementou, entre outras, uma tarifa de 15% para frango, trigo, milho e algodão dos EUA.

Vice-presidente dos EUA ataca a China
Em entrevista ao canal estadunidense Fox News na última sexta-feira (4), o vice-presidente do país JD Vance defendeu a política de tarifas estadunidenses atacando a China. Uma de suas falas viralizou e foi fortemente criticada nas redes sociais ocidentais e chinesas.

Ele afirmou que a economia “globalista” fez os EUA contrair “uma enorme quantidade de dívida para comprar coisas que outros países fazem para nós”.

“Para deixar um pouco mais claro, nós pegamos dinheiro emprestado de caipiras chineses para comprar as coisas que esses caipiras chineses fabricam”, disse Vance em ataque aos chineses.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que é “surpreendente e triste que o vice-presidente faça comentários tão ignorantes e indelicados”.

Em relação a possíveis negociações entre os dois países, Lin Jian, afirmou que “o que os EUA fizeram não mostra intenção de conversas sérias. Se os EUA realmente querem ter conversas, devem mostrar uma atitude de igualdade, respeito e reciprocidade”.

*BdF

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Política

Apoie o Antropofagista. Manter um blog sob as unhas das big-techs, não é fácil

A chamada “monetização” não tem graça.

Trata-se de uma gorjeta digital pela qual a vitória depende de tantos fatores e estratégias de marketing, que sai o triplo do preço da mixaria que se arrecada com a charada virtual que, na verdade, é uma nova forma de exploração.

O silêncio sobre isso berra!

Até porque é difícil explicar essa forma de monetização. Quem acredita na seriedade de uma big-tech, não tem a mínima noção do que os ricaços do mundo virtual são capazes.

A sobrevivência do Blog Antropofagista, hoje, depende praticamente das contribuições dos leitores.

Por essa razão, pedimos aos que podem, que Apoiem o Blog Antropofagista.

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Brasil

Brasil compõe seleto grupo de 5 países que pode sair vencedor do “tarifaço”

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra tarifária

Reuters – Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

O Brasil está entre as economias que escaparam com a menor tarifa “recíproca” dos EUA, de 10%. Além disso, o país pode se beneficiar das tarifas retaliatórias da China, que provavelmente atingirão os exportadores agrícolas dos EUA.

As mais recentes tarifas dos EUA entrarão em vigor em 9 de abril.

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra comercial que Trump está travando principalmente contra a China e outros grandes exportadores que têm superávits comerciais com os EUA.

Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

Marrocos, Egito, Turquia e Singapura, todos com déficits comerciais com os EUA, podem encontrar uma oportunidade nas dificuldades de países como Bangladesh e Vietnã, que têm grandes superávits e foram duramente atingidos por Trump.

Enquanto os dois últimos estão enfrentando tarifas esperadas de 37% e 46%, respectivamente, os outros, como o Brasil e a maioria de seus vizinhos, terão tarifas de 10% cada – mais como um tapinha na mão na nova ordem mundial de Trump.

“Os EUA não impuseram tarifas apenas ao Egito”, disse Magdy Tolba, presidente da joint venture egípcio-turca T&C Garments. “Eles impuseram tarifas muito mais altas a outros países. Isso dá ao Egito uma excelente oportunidade de crescimento.”

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Política

Oposição recua da obstrução e expõe fragilidade da pauta da anistia

Nesta segunda-feira (8), a oposição anunciou a suspensão da obstrução total das comissões e do plenário, conforme nota oficial assinada pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da bancada. O ato é considerado um “gesto político” para facilitar a aprovação do regime de urgência do Projeto de Lei da Anistia, classificado como “urgente e essencial” para garantir segurança jurídica e o respeito às liberdades individuais e à democracia. A oposição reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos dos cidadãos e do Estado Democrático de Direito.

A decisão aparentemente busca amenizar o desgaste com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem enfrentado pressão de apoiadores de Jair Bolsonaro para pautar a urgência da anistia. Motta, por outro lado, optou por uma postura discreta, sem se comprometer com a proposta. Apesar disso, tornou-se alvo de críticas de grupos bolsonaristas, levantando preocupações sobre seu possível isolamento.

Entre os parlamentares, a suspensão da obstrução é vista como uma tentativa de evitar que o impasse com Motta se transformasse em uma crise política. Contudo, o gesto pode ter chegado tarde, uma vez que durante o período de obstrução, o governo não encontrou dificuldades para aprovar matérias e a ação da oposição revelou-se meramente simbólica.

No que diz respeito à proposta de anistia, parlamentares do PL reconhecem que ela carece de força para avançar, sendo que seu valor político atual se relaciona mais com mobilização digital da base bolsonarista do que com uma expectativa real de aprovação. Um deputado oposicionista teria mencionado que a pauta está mais voltada para gerar “likes e engajamento” do que por uma convicção de que realmente irá passar. Em suma, a situação política continua complexa, com movimentações táticas da oposição em meio a pressões externas e internas.

A percepção de aliados de Hugo Motta sugere que a proposta de anistia, atualmente, é mais uma ferramenta de agitação política do que um projeto legislativo viável. Oposição reconhece que a insistência do bolsonarismo nesse tópico pode estar prejudicando sua influência no Congresso.

Há preocupações de que a deterioração das relações com a presidência da Câmara não apenas comprometa a anistia, mas também futuras propostas, já que Motta é o responsável pela definição da pauta. Assim, os conflitos públicos podem limitar ainda mais o espaço da oposição no processo legislativo.

A insatisfação com a direção da agenda legislativa se junta à percepção de que o debate na esfera pública era mais favorável à oposição quando assuntos econômicos, como o aumento dos preços dos alimentos e falhas no sistema Pix, estavam em foco. Parlamentares experientes do PL acreditam que a mudança para uma agenda mais ideológica e sem viabilidade concreta desorganizou a estratégia e diminuiu o impacto político.

Iniciativas planejadas, como atos com familiares de presos dos ataques de 8 de janeiro, também estão perdendo impulso, levando à crença de que a agenda foi totalmente esvaziada. Até mesmo seus defensores parecem hesitantes sobre a continuidade da proposta.

A expectativa interna é que a suspensão da obstrução simbólica possa permitir a votação em regime de urgência, mas essa meta é considerada improvável; legisladores admitem que, se pautada, a urgência provavelmente será rejeitada. Nesse cenário, essa manobra pode ser vista como uma saída para encerrar a discussão sem que os bolsonaristas tenham que reconhecer um fracasso abertamente.

Assim, a anistia continua sendo uma bandeira retórica, porém distante de tornar-se uma realidade legislativa.

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Economia Mundo

Trump impõe tarifa de 104% contra China após expirar prazo dado a Pequim para recuar de medidas retaliatórias

Pequim manteve a retaliação e não fez contato com Washington até o limite imposto pelo presidente dos EUA. Tarifas entram em vigor nesta quarta-feira.

As tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre produtos chineses passarão a valer nesta quarta-feira (9), conforme confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox Business na tarde desta terça-feira (8). A decisão entra em vigor após a China se recusar a desistir da retaliação econômica dentro do prazo estabelecido por Donald Trump. As informações são do g1.

Segundo Leavitt, Pequim ignorou o limite fixado por Trump, que expirou às 13h desta terça, para encerrar as represálias comerciais iniciadas após o anúncio de tarifas pelos EUA no início do mês.

Mais cedo, o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que aguardava uma ligação da China para tratar das medidas, o que acabou não acontecendo. A resposta de Pequim veio ainda na madrugada: o governo chinês declarou que não recuaria e que estava “pronto para continuar respondendo aos aumentos tarifários”, embora tenha alertado que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O novo embate entre as duas maiores potências econômicas começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de importação sobre 180 países. O continente asiático foi o mais atingido, e a China teve uma alíquota inicial de 34% anunciada naquele momento, elevando os tributos totais sobre produtos chineses nos EUA para 54%.

Em resposta, a China informou na sexta-feira (4) que também imporia uma tarifa de 34% sobre itens norte-americanos. Diante do gesto, Trump ameaçou aumentar ainda mais os encargos caso os chineses não recuassem até esta terça-feira. Como a posição de Pequim foi mantida, as tarifas norte-americanas foram aumentadas para 104%. 247.