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Postura de Bolsonaro inviabiliza agenda liberal de Guedes e divide a direita no Congresso

Profissionais que prestam consultoria a empresas e acompanham trabalho do Legislativo em Brasília relatam preocupações.

A semana de 7 de setembro chega ao fim como uma das mais conturbadas do governo Jair Bolsonaro (sem partido). As ameaças de golpe não se concretizaram, mas a instabilidade política se agravou e deve comprometer a agenda liberal propagandeada por seu próprio governo e simbolizada na escolha de Paulo Guedes como ministro da Economia, ainda em 2018.

O vaivém dos discursos do presidente imobiliza o Congresso e torna ainda mais distante a possibilidade de aprovação de matérias defendidas por grandes empresários e consideradas impopulares.

“O Parlamento reflete a postura do poder Executivo. Se o presidente propõe a disputa antecipada das eleições de 2022, o Congresso se contagia. É o que vemos, lamentavelmente, a mais de um ano das eleições”, analisa Leandro Gabiati, diretor da Dominium Consultoria em Relações Institucionais e Governamentais, que acompanha a agenda do Legislativo em Brasília.

A Dominium atende empresas de setores como varejo, energia, agronegócio e mercado imobiliário, e está atenta ao “termômetro” das tensões entre Estado e investidores.

“Essa postura do governo já está refletindo em números negativos para a economia em 2022, seja em relação à inflação ou a um crescimento menor”, avalia.

Se ainda não houve um desembarque oficial do capital financeiro e dos empresários que representam a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB), as declarações golpistas de Bolsonaro provocam erosão no Legislativo.

Direita dividida

“Tem dois movimentos após o 7 de setembro, e que obedecem a uma divisão bem clara, principalmente na Câmara dos Deputados”, explica Gabiati.

“De um lado, o grupo de partidos liderado pelo [presidente da Câmara] Arthur Lira [PP-PI], que formam uma aliança junto ao governo (PP, PL, PTB, parte do PSL). Do outro, partidos de ‘centro’, com parlamentares que inclusive votam muito com o governo (Democratas, PSD, MDB, Cidadania, PSDB, Podemos).”

Para o diretor da Dominium, a reação pouco incisiva de Lira aos atos de 7 de setembro não foi uma surpresa.

“Lira é aliado do governo. O principal parceiro dele é o Ciro Nogueira [PP-PI], que hoje ocupa a Casa Civil, e todo seu grupo se beneficia materialmente desse governo, com emendas, cargos. Então, não seria lógico que ele atacasse ou ameaçasse o governo com a possibilidade de impeachment”, afirma.

“Mas tem um movimento interessante dos partidos PSDB, Democratas, PSD e MDB, destacando que, diante dessa postura mais radical e conflitiva de Bolsonaro, o impeachment pode ser uma alternativa.”

Essa possibilidade foi sinalizada formalmente, após o 7 de setembro, pelos partidos citados acima e pelo Solidariedade, que compõe o mesmo bloco.

Não é de hoje

Roberto Nogueira é fundador e diretor da RN Consultores Associados, que presta assessoria e consultoria a empresas e oferece o serviço de análise legislativa e parlamentar. Na avaliação dele, medidas consideradas ultraliberais tomadas ao início do governo já prejudicavam a efetivação da agenda de Guedes.

“Acabar com o Ministério do Trabalho, da Previdência Social, Cultura, da Indústria e do Comércio Exterior, centralizando essas ações em um ‘super’ Ministério da Economia, concedendo amplos poderes a um ministro assumidamente liberal, à primeira vista poderia parecer coerente com o discurso de simplificação, redução da máquina pública e racionalização administrativa”, lembra.

“Mas, sem os ministérios e seus conselhos aparentemente paritários, esvaíram-se também as possibilidades de debates e proposituras também de interesse não liberal. Sem espaço no Executivo, resta buscar apoios e espaços no Congresso, dando-se início a instabilidades políticas que dificultam não só a pauta pretensamente liberal, mas a toda e qualquer pauta relacionada aos interesses da sociedade”, pondera o consultor.

Autor de dois livros sobre a reforma tributária, Nogueira já foi membro do Conselho Nacional da Previdência Social, do Conselho Deliberativo da ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entre outros.

O cientista político Leandro Gabiati chama atenção para os problemas de articulação entre Executivo e Legislativo.

“O presidente não se envolve e não colabora com a pauta econômica porque não é o seu perfil. Ele prefere o cercadinho, prefere fazer as lives dele, as motociatas. É a sua forma de atuar, e a partir desse tipo de escolha ele perde força no Congresso”, analisa.

“A gente viu que o ministro Paulo Guedes tentou liderar, por exemplo, as discussões sobre a reforma tributária. Mas ele já é uma figura bastante desgastada, que carece de habilidade política para conduzir esse tipo de pauta.”

As mudanças ministeriais, que Bolsonaro promoveu no fim de julho, não resolveram o problema.

“A chegada do Ciro Nogueira à Casa Civil, que gerou uma expectativa grande sobre uma melhora do desempenho e da articulação do governo, não tem trazido os resultados esperados. Porque, em vez de se concentrar em pautas econômicas relevantes, ele tem que apagar incêndios criados pelo próprio Bolsonaro”, afirma o diretor da Dominium.

O exemplo mais recente foi a derrubada da minirreforma trabalhista na semana passada em plena Casa de Nogueira, o Senado, após a Câmara aprovar uma matéria considerada difícil e impopular.

A “chave-mestra”

“A instabilidade política gestada no Palácio do Planalto atravessa a rua, invade o Congresso Nacional, imobilizando-o, retardando decisões, vitimando empresas e cidadãos, retardando e até mesmo inviabilizando pautas econômicas”, reforça Roberto Nogueira.

“Ela é a chave-mestra de todos os males: é desastrosa para a imagem do país, afasta investidores, desorganiza os preços relativos, pressiona a inflação, desvaloriza o real frente ao dólar, provoca fuga de capitais, derruba a Bolsa, faz o desemprego disparar.”

Para ele, esses processos são, ao mesmo tempo, “causa e efeito da instabilidade política gerada por atitudes jamais imaginadas de um presidente de um país que já foi a sexta maior economia do mundo.”

O diretor da RN Consultores explica quais reformas – de caráter liberal e, na sua visão, de interesse de toda a sociedade – têm sido travadas pela postura do atual presidente. Os recuos de Bolsonaro, que já se tornaram previsíveis, em nada mudam esse cenário.

“Há vinte anos o Brasil, não o governo federal, necessita de uma ampla reforma fiscal, que vai além da tributária, focada na redução de gastos públicos e na melhoria dos tributos a que se sujeitam cidadãos e empresas. Como avançar em uma pauta dessa natureza em ambiente politicamente instável, sem coordenação política, desprovido de debates abertos e profundos com quem entende?”, questiona.

Impeachment e eleições 2022

Leandro Gabiati, da Dominium, conta que havia expectativa de que 2021 fosse o “ano das reformas”, justamente por não haver eleições.

“O que a gente viu foi o contrário: o presidente Bolsonaro não se engajando em agendas como a reforma administrativa e a reforma tributária. Quando o líder do governo não compra a briga, é muito mais difícil para o Congresso avançar em pautas tecnicamente complexas e politicamente impopulares”, ressalta.

“Se o governo já tinha problemas em relação à agenda econômica, as manifestações e as declarações dadas pelo presidente [no 7 de setembro] acabam marcando formalmente o fim do processo de reformas e da agenda econômica que o governo vinha propondo ao Congresso.”

Gabiati avalia que o movimento de impeachment ainda não tem votos suficientes no Congresso, justamente porque Lira está comprometido com o governo e com o próprio Bolsonaro.

Porém, os partidos que ele define como centro governo (Democratas, PSD, MDB, Cidadania, PSDB e Podemos) começam a se articular para derrubar o presidente, “não só visando à resolução da situação de agora, mas as eleições de 2022.”

“A mais de um ano das eleições, o Congresso já está contaminado por esse clima de disputa político-eleitoral que vem do Executivo, e não tem como ser diferente”, analisa.

Com as reformas travadas e uma polarização crescente entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT), Gabiati aponta que o bloco liderado por MDB, Democratas e PSDB tende a assumir como estratégia “tirar Bolsonaro do jogo, para tentar enfrentar Lula nas eleições de 2022 com apoio do eleitorado anti-PT.”

*Com informações do Brasil de Fato

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Vídeo: Que tal ver Paulo Guedes elogiando a esquerda e detonando a direita?

Nada como as peças que o destino prega na vida dos boquirrotos. Aquele Guedes que sugeriu restos de comida da elite para os pobres para uma plateia de idiotas, é o mesmo que disse que na época do PT empregada doméstica ia para a Disneylândia e que era uma festa.

Guedes é também o mesmo que disse que o pobre não é rico porque não poupa e mais um cem números de asneiras.

Pois bem, este vídeo revela que num passado recente, Guedes disse a mais pura verdade sobre quem é a esquerda e quem é a direita no Brasil.

Vale a pena assistir e compartilhar o máximo possível para ver se consegue enfiar isso na cabeça oca do gado premiado.

A ocasião faz um boquirroto fanfarrão.

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Ninguém acredita no figurino de genocida paz e amor que Bolsonaro está trajando

Quem acredita na conversão de Bolsonaro em genocida paz e amor? A resposta é, ninguém. E a torcida do gado é, tomara que ele continue disseminando mentiras e ódio, porque é disso que essa gente vive.

O que é moeda corrente em Brasília é que nem dentro governo, nem no universo militar, nem de dentro e nem fora do Palácio do Planalto, do Congresso e do próprio STF, ninguém acredita que Bolsonaro vai abandonar seus vômitos golpistas.

Nem o mercado acredita que ele mudaria o rumo da prosa, mesmo diante de uma inflação descontrolada que agora atinge até as contas do governo.

Bolsonaro não tem a confiança de ninguém, simplesmente porque não honra sua palavra nem com aliados, que fará com quem está conduzindo o inquérito das fake news que avança e que se, até aqui, só mordeu os pés rapados laterais desse esquema criminoso, nessa etapa decisiva em que se encontram as investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre o esquema de financiamento de atos golpistas, tudo indica, de forma contundente, que quem patrocinou, arrecadou a grana grossa para atacar as instituições e convocar o ódio e a ira santa contra o STF, terá uma punição na medida e no tamanho que esses aliados de Bolsonaro merecem. Ou seja, serão todos presos.

É verdade que, até aqui, não há evidências de que suas crias, sobretudo Carluxo e Eduardo, corram qualquer risco de prisão imediata. Por isso, mesmo que se coloque pouco disposto a conciliações concretas, Bolsonaro, por ora, não está se sentindo emparedado.

Isso não significa que a ampulheta não esteja virada e que a contagem regressiva não tenha começado contra o clã. Ou seja, Bolsonaro não crê em uma única linha do leu em sua carta arrego, tanto é que continua desrespeitando a inteligência alheia mantendo o esquema da greve dos supostos caminhoneiros em compasso de espera para, se possível, tentar novamente incendiar o país, coisa que tentou no dia 7 de setembro, falhando miseravelmente, mas como um psicopata clássico, não abandonará seus impulsos golpistas como deseja a democracia.

Bolsonaro, não se enganem, está na espreita, de bicho. Ele tem seu próprio tribunal interior que já julgou e condenou Barroso e, principalmente, Moraes. Qualquer ameaça ou perspectiva de o inquérito das fake news caminhar na direção de seus filhos, ele soltará toda a sua ira represada momentaneamente.

Detalhe fundamental. Moraes, aquele que Bolsonaro chamou de canalha, no meio de 2022, em plena efervescência das eleições, assumirá a presidência do TSE.

A conferir.

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Pesquisa confirma que o bolsonarismo é formado basicamente por brancos, ricos, remediados e conservadores

Um fato bastante curioso no perfil do bolsonarista é a fotografia quase siamesa com a base historicamente tucana, sem jovens, negros ou pobres, o que confirma o que muitos já sabiam, o bolsonarismo é filho direto do tucanato, melhor dizendo, o tucanistão gerou o bolsonistão.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, USP, com o foco nas pessoas que estiveram na manifestação do 7 de setembro na Av. Paulista, apurou o perfil de quem foi às ruas para defender Bolsonaro: 77% são de direita, 61% são homens, 60% brancos; 42% tem mais de 50 anos e a maioria se diz cristã – 37% católicos e 36% evangélicos. Na entrevista, 65% disseram se considerar muito conservador quando o assunto é família, drogas e punição a criminosos.

Por que não há surpresa? Porque ainda em 2014, na campanha de Aécio Neves, as respostas dadas pelos aecistas sobre as questões políticas do país eram absolutamente idênticas às dos bolsonaristas característicos, chamados de bolsonaristas raiz.

Mas, na verdade, a raiz desse bolsonarismo vem do território fértil de fascistas criados e alimentados como gado pelos tucanos.

O mapa eleitoral dos tucanos de outrora é o mesmo do bolsonarismo. Não é sem motivo que os parlamentares tucanos votaram em todas as pautas patronais contra os trabalhadores que Guedes trouxe da cartilha fernandista, cartilha esta que levou o país, sob a batuta de FHC, a um desastre econômico idêntico ao que vivemos hoje, com direito a apagão e tudo. Tanto isso é verdade que as duas primeiras coisas feitas por Temer após o golpe em Dilma foi criar o teto de gastos, como já queriam os tucanos no passado, somado à  internacionalização dos preços dos combustíveis pela Petrobras, que é a mola propulsora da inflação.

Política feita por Pedro Parente, mais conhecido pelos brasileiros, como o ministro apagão de FHC. Apagão que agora volta a assombrar os brasileiros no governo Bolsonaro. Até mesmo o número de desempregados se equivale, assim como o preço do dólar.

Por isso, Temer, que é o elo entre FHC e Bolsonaro, foi o homem da carta arrego de Bolsonaro.

Trocando em miúdos, o que aqui se quer deixar claro é que tudo o que o Brasil vive hoje é resultado da terceira parte do golpe que levou Bolsonaro a sentar na cadeira da presidência da República, num grande acordo nacional, com Supremo, com tudo. O resto é conversa mole.

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Greve dos “caminhoneiros” continua nesta sexta, ou seja, Bolsonaro segue sabotando o país

Após reunião com o próprio Bolsonaro, “lideranças do movimento” afirmam que só  cedem se forem recebidos por Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para discutir decisões do STF.

É isso mesmo que vocês leram. Um grupo de supostos caminhoneiros que, na verdade, são paus mandados do que existe de mais espúrio no empresariado brasileiro, sobretudo do agronegócio, que não têm qualquer reivindicação em prol dos caminhoneiros, mesmo os combustíveis tendo sete aumentos nos últimos oito meses, eles não estão interessados em baixar os custos, como pagamento de pedágios, preços absurdos do diesel e muito menos em aumentar o preço dos fretes.

Os supostos caminhoneiros, imaginem isso, querem um encontro com presidente do Senado para discutir as decisões do STF. Os caminhoneiros são juristas? O que essa gente entende de decisão judicial, a partir de quê e de qual argumento técnico eles querem discutir as decisões do poder judiciário? Nem o mais audacioso humorista trash teria coragem de escrever um roteiro como esse. Mas na cabeça de Bolsonaro, Carluxo e cia, isso cabe perfeitamente. Nem no mais funesto dos países bananeiros se ouviu falar em algo parecido.

O Brasil, com Bolsonaro, e essa armação feita pelo próprio, mostra que nem numa republiqueta o país foi transformado. Na verdade, ele foi transformado numa grande Rio das Pedras.

Qual país do chamado primeiro mundo tem um privilégio como esse? Como não ser irônico com uma farsa tão burlesca como essa? Nem a farsa da facada chegou a tanto.

Isso, em compensação, dá uma pista do quanto Bolsonaro está abandonado, isolado, incapacitado até de construir uma fábula minimamente crível para ter que usar falsos caminhoneiros de um falso movimento, sem o menor preparo intelectual, porque são mulas dos empresários do agronegócio e outros empresários de vigésima categoria para exigir do presidente do Senado uma reunião para discutir questões técnicas de decisões do Supremo.

Isso explica uma liderança como Zé Trovão se transformar em personagem central dessa crise, que ninguém sabe quem é, de onde veio e o que faz. É o Zé Trovão, e ponto.

Não é sem motivos que o Brasil está mergulhado numa crise econômica sem a mínima chance de ver qualquer brecha de luz. Para se ter uma ideia do tamanho do buraco em que o país está enfiado, a Ibovespa perdeu R$ 670 bilhões em valor em três meses com a crise que Bolsonaro produziu.

As perguntas são, até quando teremos que conviver com esse pesadelo chamado Bolsonaro? Até quando Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Luiz Fux ficarão nesse palavrório discursivo, carregado de coisa nenhuma de concreto andando em círculos para manter esse estado de coisas eternamente?

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Para 63%, Bolsonaro não pode descumprir decisões de Alexandre de Moraes

Pesquisa exclusiva do instituto IDEIA mostra que a maior parte da população não apoia ameaças do presidente ao ministro do STF.

Após atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e dizer que não cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou e divulgou, na quinta-feira, 9, uma nota de “bandeira branca”. O movimento fez, inclusive, o Ibovespa disparar quase 2%.

Para tentar amenizar o clima de instabilidade institucional, Bolsonaro disse que “nunca teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes”, e que as palavras ditas por ele, no ato no dia 7 de setembro em São Paulo, decorreram “do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”. Disse ainda que são naturais as divergências com Moraes.

O recuo encontra amparo no que pensa a maior parte dos brasileiros. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto IDEIA, especializado em opinião pública, 63% dos brasileiros acham que Bolsonaro não pode descumprir decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Já 29% entendem que o chefe do Executivo pode desrespeitar o Poder Judiciário, e outros 8% não têm opinião formada. A sondagem, a qual EXAME teve acesso exclusivo, ouviu 1.523 brasileiros no dia 8 de setembro. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Cláudio Couto, coordenador do mestrado profissional em gestão e políticas públicas da FGV-SP, analisa que os números mostram que as pessoas querem o respeito das autoridades pela Justiça. “Apesar da fala reforçar seu apoio entre os mais radicais, o presidente se desgasta com a maior parte da população”, diz.

Apesar disso, Couto lembra que Bolsonaro já fez este movimento outras vezes. “Talvez ele esteja com medo e, por isso, aparenta um certo recuo. Na época da prisão do Fabrício Queiroz [nas investigações do esquema de rachadinha no gabinete de um dos filhos do presidente] ele ficou escondido, sem dar declarações por uns dias”.

Crise institucional

Durante o ato de apoio ao governo no dia 7 de setembro, o presidente afirmou que não vai mais cumprir as decisões de Alexandre de Moraes. A fala veio na esteira de decisões do ministro do STF, que determinou a prisão de diversos apoiadores bolsonaristas, em investigações sobre fake news. Bolsonaro também foi incluído no inquérito na semana passada, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, disse o presidente na Avenida Paulista, em São Paulo.

PESQUISA IDEIA manifestacoes 7 de setembro

*Com informações da Exame

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Vídeo: Bolsonaro amarela, lambe as botas de Moraes e vira o genocida paz e amor

Bolsonaro mudou, agora é o genocida paz e amor. Depois de dar tiro de festim no STF, Bolsonaro peida na farofa, lustra a careca de Moraes e gado chama o mito de frouxo.

Bolsonaro deu uma arregada feia, entregou a rapadura porque, na verdade, ele nunca teve nada na mão. Não dá para imaginar um Bolsonaro inteligente, um estrategista de guerra. Ele é um blefador de quinta categoria e tem gente do campo progressista que ainda cai na conversa dele que é totalmente desprovido de inteligência.

É a própria figura do berrante. Hoje ele passou o dia lambendo, lambeu Xi Jinping, lambeu Putin e lambeu Alexandre de Moraes. É aquilo, hoje diz uma coisa, amanhã diz outra, e assim seguirá rastejando até 2022. O que sobrará do Brasil? Veremos lá na frente.

Assista:

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Bolsonaro pipoca e exalta as qualidades de Alexandre de Moraes

Bolsonaro dá uma de Raul Seixas e diz, “Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes”, e arremata exaltando as qualidades de Alexandre Moraes como jurista e professor, com algumas pequenas e até bobas divergências. Nada que uma cerveja junto na padaria da esquina não possa resolver.

Bolsonaro sapeca o chavão, “democracia é isso: executivo, legislativo e judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a constituição”.

Não vamos aqui torturar os leitores com a carta ensebada pedindo penico a Moraes, até porque hoje, na base do estalão, Bolsonaro, em somente um golpe de língua, lambeu os sapatos de Xi Jinping, Putin e Alexandre de Moraes.

O homem é um portento na arte de chaleirar os pés e canonizar quem pode lhe massacrar.

Agora é aguardar os aduladores da Jovem Pan, sobretudo os do Pingo nos Is, explicarem essa cambalhota aduladora do ex-valentão do “acabou, porra!”.

Michel Temer entra nessa história não para redigir a carta lambe-lambe, mas como personagem etéreo que banca o leva e traz para apaziguar a suposta crise entre os poderes em que Bolsonaro se viu detonado.

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Kennedy Alencar: MBL não tem credencial democrática para liderar ato plural contra Bolsonaro

Bomba nas redes sociais um debate sobre aderir ao ato de 12 de setembro convocado pelo MBL (Movimento Brasil Livre). O grupo divulgou ontem uma nova chamada, modificando o mote anterior.

Antes das manifestações golpistas de 7 de Setembro, o MBL chamava às ruas aqueles que não querem “Nem Bolsonaro Nem Lula” em 2022. Também frisava que se tratava de uma manifestação diferente das realizadas por partidos e movimentos de esquerda.

Na nova convocação, o MBL tenta pegar carona na ideia de reedição do movimento das “Diretas Já”, “nas quais os mais variados segmentos sociais, deixando de lado suas divergências ideológicas, se uniram em prol de uma construção política democrática”. “Esse é o espírito do dia 12/09”, promete o texto do MBL.

Em seguida, o grupo faz uma exigência para adesão: “Convocamos todos os partidos, lideranças civis e agremiações, desde que respeitem a necessidade de deixarem suas pautas particulares e suas preferências eleitorais fora do ato para nos unirmos pelo impeachment de um presidente golpista e autoritário que ameaça os próprios fundamentos da democracia nacional”.

Detalhe: há ainda um aviso de que a cor oficial da manifestação será a branca.

Ora, quem foi aos comícios das “Diretas Já” viu bandeiras, palavras de ordem e roupas de todas as cores e preferências eleitorais. Havia apoiadores de Lula, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Mario Covas e Roberto Freire, entre outros possíveis candidatos numa eleição direta.

São autoritárias as “regras” que o MBL criou para pular do “Nem Bolsonaro nem Lula” para uma convocação suprapartidária. Uma frente ampla pelo impeachment de Bolsonaro e a defesa da democracia não pode impedir que eleitores de Lula, Ciro, Doria, Eduardo Leite, Mandetta e Amoedo compareçam com suas roupas, bandeiras e palavras de ordem preferidas.

O MBL aproveita a oportunidade de ter marcado uma manifestação logo depois de 7 de Setembro para se reposicionar no jogo de poder. A democracia permite isso. Tudo certo. Mas é ingênuo não enxergar uma jogada que mescla oportunismo político e falso moralismo.

As exigências do novo texto de convocação não são nem o principal. O que importa é que a convocação suprapartidária do MBL é verdadeira como uma nota de três reais. Em primeiro lugar, o movimento nunca fez parte da direita democrática. Demonizou a política, invadiu museu e hospital, atacou adversários com fake news e apoiou a ascensão do autoritarismo ao poder em 2018. Chamou de “vergonha” o STF, hoje o principal alvo de Bolsonaro. O MBL defende bandeiras retrógradas em relação a minorias, meio ambiente, armas e economia. Tem identidade ideológica com o bolsonarismo.

Trata-se de um movimento autoritário que sempre recorreu a métodos fascistas em suas manifestações e campanhas eleitorais. A ruptura com o atual governo aconteceu porque o presidente Jair Bolsonaro não deu ao MBL o protagonismo que o movimento desejava dentro de um projeto regressivo. Bolsonaro descartou o MBL depois de tirar proveito dele. Este é o fato.

Desenhando: o MBL é o bolsonarismo sem Bolsonaro. Para salvar a democracia, que está sob real ameaça, não basta derrotar o genocida, mas também as ideias que ele representa.

“Deixem de revanchismo. Se formos fazer julgamento do passado, não vamos ter gente suficiente para derrubar Bolsonaro via impeachment ou no voto?”, questionam políticos e jornalistas que defendem a adesão ao ato de 12 de setembro.

O MBL não tem as credenciais democráticas para liderar uma frente ampla e suprapartidária para tirar Bolsonaro do poder. Que faça seu ato de bolsonaristas arrependidos. Como diria José Simão, “vai indo que eu não vou”.

Há diferença entre ter memória, aprendendo com a História, e ser revanchista e sectário. O MBL, que tem um projeto de poder obscurantista, nunca pertenceu à direita democrática. Não possui a legitimidade necessária para se sentar na janelinha dos que defendem a democracia brasileira.

É fundamental que os democratas, da esquerda à direita, disputem a política, as redes sociais e as ruas com Bolsonaro e seus fascistas. Mas fascistas recém-convertidos à democracia merecem e devem ser vistos com desconfiança.

Após 7 de Setembro, partidos políticos e entidades da sociedade civil deram início a conversas para convocar um grande ato suprapartidário. É boa a ideia de unir Lula, FHC, Ciro, Doria, Rodrigo Maia, Gilberto Kassab e outros políticos num palanque em defesa da democracia. OAB, centrais sindicais, a Igreja Católica e outras entidades da sociedade civil também devem participar da articulação desse palanque amplo plural.

Nesse palanque, o MBL pode até subir, mas pegando carona, como pegaram nas “Diretas Já” os dissidentes da ditadura militar. O protagonismo em defesa da democracia tem de ser dos democratas, com o perdão da obviedade.

Tenham dó

É hipócrita o empenho de certo jornalismo em cobrar da esquerda uma adesão ao ato do MBL. Não se viu tanta gritaria para que a direita apoiasse manifestações da esquerda.

Democratas de pandemia descobriram recentemente que Paulo Guedes é um engodo. Nesta semana, chegaram à original constatação de que o Brasil não tem governo. Quem sabe um dia admitam que normalizaram o genocida e ajudaram Moro e cia. a demonizar a política ao corromper o processo processual penal.

Quando fizerem isso, terão adquirido autoridade ética para um “rebranding” sem recorrer a tanto óleo de peroba.

*Kennedy Alencar/Uol

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Vídeo: A autossabotagem de Bolsonaro pode lhe custar o autoimpeachment

A pergunta que quase todos os brasileiros fazem é, aonde vamos parar com um presidente encurralado pela tragédia generalizada em que ele jogou o país em função de um esquema de corrupção cada dia mais escancarado com denúncias de todos os lados e investigações com provas irrefutáveis que podem levar todo o clã para a cadeia.

Lógico, se Bolsonaro pudesse, já teria dado o golpe. Como não pode, tenta forjar um suposto apoio popular que as pesquisas de opinião rapidamente o desmentem, revelando que até dias atrás ele já contava com 64% de rejeição, o que deve ter piorado muito depois dos atos de 7 de setembro.

Na realidade, o que se tem é um país paralisado caminhando para uma hiperinflação, principalmente dos alimentos, uma pandemia que já matou 600 mil brasileiros e segue matando 500 por dia.

Do outro lado, não há qualquer sinal de que exista alguém no governo com capacidade gerencial, o que explica por que chegamos a esse estado de coisas.

Assista:

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