O delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, foi preso em 17 de setembro de 2025, acusado de integrar uma organização criminosa envolvida em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro.
A prisão ocorreu no âmbito da “Operação Rejeito”, que investiga um esquema bilionário de mineração ilegal em áreas protegidas, como a Serra do Curral, em Minas Gerais.
Teixeira, que atualmente atuava na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, é suspeito de ser sócio de empresas ligadas ao esquema, que negociava direitos minerários fraudulentos.
A investigação aponta que ele teria negociado cerca de R$ 30 milhões dentro do esquema, controlando empresas que obtinham autorizações ambientais irregulares.
Em 2018, Teixeira esteve à frente da PF em Minas Gerais durante o início das investigações sobre a tal facada, sem sangue e sem faca, sofrida por Bolsonaro em Juiz de Fora, além de liderar a apuração do rompimento da barragem de Brumadinho em 2019.
A operação, que também prendeu o diretor da Agência Nacional de Mineração, Caio Mário Trivellato Seabra Filho, identificou mais de R$ 3 milhões em propinas e projetos com potencial econômico de R$ 18 bilhões.
Os investigados podem responder por crimes como corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes ambientais.
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Substitutivo de 2025 incluiu foro no STF para líderes partidários, medida apresentada após a deflagração da investigação que atingiu centro financeiro de São Paulo
A primeira versão da chamada PEC da bandidagem, relatada em 2021 por Margarete Coelho (PP-PI), tinha foco restrito nas prerrogativas parlamentares. O texto aprovado na comissão especial deixava claro que não alteraria os artigos 102 e 105 da Constituição Federal, preservando o sistema atual de julgamento e foro privilegiado apenas para parlamentares. A relatora chegou a registrar em seu parecer que “optamos por não modificar, ao menos neste momento, a competência do Supremo Tribunal Federal”, mantendo a redação original da Constituição. Dessa forma, não havia previsão de foro para presidentes de partidos na proposta inicial.
Esse quadro mudou em setembro de 2025, quando o relator Cláudio Cajado (PP-BA) apresentou novo substitutivo diretamente ao plenário. No dia 16, a Câmara recebeu o SBT-1, que além de restabelecer dispositivos sobre autorização prévia para processar parlamentares, trouxe também uma novidade significativa: a inclusão dos presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso no rol de autoridades julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. A mudança, aparentemente discreta no meio de dezenas de alterações, teve impacto profundo no desenho institucional.
O dispositivo modificou o artigo 102, inciso I, da Constituição, ampliando o alcance do foro especial. Um destaque apresentado pelo partido Novo tentou retirar esse trecho específico, sob o argumento de que estender o foro privilegiado a dirigentes partidários agravava a desigualdade de tratamento entre políticos e cidadãos comuns. No entanto, o destaque foi rejeitado em plenário por ampla maioria: 317 votos contra 156, consolidando a inclusão e dando caráter permanente ao benefício.
Nos bastidores, deputados afirmam que Antônio Rueda foi um dos principais articuladores pela inclusão do dispositivo que blindaria presidentes de partidos. Chegando a falar diretamente com presidente da Câmara, Hugo Motta segundo Cleber Lourenço, ICL.
A cronologia da tramitação mostra que a iniciativa surgiu logo após a deflagração da Operação Carbono Oculto pela Polícia Federal, investigação de grande repercussão que apura lavagem de dinheiro e uso de aeronaves associadas a grupos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As diligências expuseram conexões entre empresários, operadores de transporte aéreo e atingiram figuras políticas de destaque, provocando forte desgaste em partidos do centrão.
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A polêmica ocorre na mesma semana em que foi aprovada a urgência do chamado PL da Anistia, que prevê o perdão dos crimes cometidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Para a deputada, a tramitação simultânea das duas medidas reflete um movimento de confronto direto do Congresso contra a democracia e contra os interesses da população.
Além da campanha virtual, Sâmia convocou atos de rua contra a PEC e contra a anistia aos golpistas. As manifestações estão marcadas para o próximo domingo (21) em diversas capitais do país. Em São Paulo, o ato terá concentração na Avenida Paulista, em frente ao MASP, a partir das 14h.
“Nossa mobilização será fundamental para cobrar cada senador a votar contra mais esse absurdo que reforça a pecha do Congresso como inimigo do povo”, declarou a deputada ao anunciar as mobilizações. DCM.
O abaixo-assinado segue aberto e pode ser assinado aqui.
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Índice de famílias sem casa própria caiu para 7,6% em 2023, o menor já registrado desde o início do Minha Casa, Minha Vida
O Brasil registrou em 2023 o menor déficit habitacional relativo da história, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), divulgados pelo Ministério das Cidades. O índice de famílias sem moradia própria em relação ao total de domicílios do país caiu para 7,6%, um patamar inédito desde 2009, ano de criação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
De acordo com a pesquisa, o avanço se deve principalmente à retomada do programa habitacional em 2023, após sua interrupção no governo Jair Bolsonaro (PL). Nesse período, mais de 1,7 milhão de unidades foram contratadas, consolidando o MCMV como uma das principais políticas públicas de acesso à moradia no país.
Retomada do Minha Casa, Minha Vida Relançado em 2023, o Minha Casa, Minha Vida trouxe mudanças estruturais que ampliaram o acesso da população a imóveis financiados. Entre as medidas estão a redução de taxas de juros para patamares mais acessíveis, a ampliação dos prazos de financiamento e o aumento dos subsídios, fatores que facilitaram a adesão de famílias de baixa renda.
A pesquisa da FJP aponta ainda que o déficit habitacional absoluto também apresentou melhora: caiu de 6,21 milhões de domicílios em 2022 para 5,97 milhões em 2023, uma redução de 3,8% no período.
Expansão para a classe média Além do foco na população de baixa renda, o governo federal ampliou o alcance do programa com a criação da faixa “Minha Casa, Minha Vida – Classe Média”. A nova modalidade atende famílias com renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil, oferecendo condições mais vantajosas, como juros de 10% ao ano e limite de imóveis de até R$ 500 mil.
Outra frente anunciada pelo Ministério das Cidades é a criação de uma linha de crédito voltada para a reforma de moradias populares. O objetivo é atender famílias que necessitam de melhorias estruturais, como ampliação de cômodos, instalação de banheiros, reparos elétricos e hidráulicos, ou troca de telhados. O financiamento contará com juros reduzidos e assistência técnica.
Desafios e gargalos O levantamento da FJP identificou que o maior desafio continua sendo o peso excessivo do aluguel urbano. Mais de 3,6 milhões de famílias destinam acima de 30% da renda mensal, equivalente a três salários mínimos, para o pagamento de moradia. Entre elas, cerca de 1,3 milhão enfrentam também inadequações habitacionais, como imóveis em más condições, vivendo sob “dupla pressão”.
Diferenças regionais As maiores reduções percentuais no déficit habitacional foram registradas nas regiões Nordeste (queda de 7,2%) e Norte (5,7%). O Sudeste apresentou recuo de 5,3% e o Sul, de 3,4%. O Centro-Oeste foi a única região a registrar aumento, com alta de 17,5% no índice. Com Guilherme Levorato, 247.
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Segundo o piloto, presidente do União Brasil era citado pelo dono e por funcionários da TAP como o líder de um grupo que financiou clandestinamente a compra de aeronaves particulares
Um piloto que transportava regularmente a dupla que liderava um mega-esquema de lavagem de dinheiro que atendia ao PCC afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, está entre os verdadeiros donos de quatro dos dez jatos executivos operados por uma empresa de táxi aéreo.
Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias, Mauro Caputti Mattosinho, 38 anos, disse que Rueda era citado por seu chefe como o líder de um grupo que “tinha muito dinheiro que precisava gastar” na compra de aeronaves, avaliadas em dezenas de milhões de dólares.
“Havia um clima de ‘boom’ de crescimento na empresa. E isso foi justificado como sendo um grupo muito forte, encabeçado pelo Rueda, que vinha com muito dinheiro que precisava gastar. Então, a aquisição de várias aeronaves foi financiada”, diz Mattosinho na entrevista gravada em vídeo.
Rueda nega ser dono dos aviões e “repudia com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito”, afirmou em nota oficial.
O presidente do União Brasil diz que “já voou em aeronaves particulares em voos fretados por ele ou como convidado”, mas que “nunca participou da compra das aeronaves”. E que costuma realizar seus deslocamentos “em voos comerciais”.
“A história que contei para vocês eu repeti para a Polícia Federal”, afirmou Mattosinho, na entrevista ao ICL Notícias. A reportagem teve acesso ao depoimento, prestado por ele há 17 dias no aeroporto Catarina, em São Roque (SP), antes de pedir demissão.
Mattosinho entrou na TAP (Taxi Aéreo Piracicaba) em 2023 e saiu há duas semanas, depois de transportar os parentes de Beto Louco para o Uruguai na véspera da mega-operação da PF, da Receita e do Ministério Público de SP, realizada no fim de agosto, que revelou um enorme esquema de lavagem de dinheiro que inclui o uso de fundos de investimento.
O piloto afirma ter transportado ao menos 30 vezes Mohamad Hussein Mourad, mais conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco. Ambos são apontados como líderes do esquema que atendia ao PCC e estão foragidos da Justiça.
O piloto, que se diz indignado pelo conteúdo das conversas que presenciou, procurou o ICL Notícias pela primeira vez em novembro do ano passado.
O ICL Notícias e o UOL apuraram que duas aeronaves atribuídas por Mattosinho a Rueda pertencem a fundos de investimentos que têm apenas um controlador, cujo nome não é divulgado.
Uma terceira aeronave está em nome de uma empresa registrada na periferia de Imperatriz (MA). Em entrevista, a única sócia da empresa disse desconhecer a firma e a aeronave.
Na entrevista em vídeo, Mauro Mattosinho reafirmou ter transportado em voo uma sacola de papelão que aparentava conter dinheiro vivo, na mesma data em que Beto Louco mencionou a outros passageiros que teria um encontro com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, conforme revelou o ICL Notícias no dia 1º deste mês.
O senador nega ter “tido proximidade de qualquer espécie” com Beto Louco e também nega ter recebido qualquer valor. Ciro ingressou com processo contra o ICL Notícias, pedindo pagamento de indenização por danos morais.
“O senador tem direito de buscar a Justiça em uma sociedade em pleno exercício do Estado Democrático de Direito. Não o teria em caso de ditaduras, nem armadas e nem ‘de toga’. O ICL não se intimida com tentativas de assédio judicial e reafirma a qualidade de suas práticas jornalísticas”, reagiu Leandro Demori, diretor de jornalismo do ICL Notícias..
O piloto trabalhou de novembro de 2023 até o começo deste mês na empresa Táxi Aéreo Piracicaba, conhecida pela sigla TAP. Ele começou atuando como piloto de voos do Primo e depois passou a atender Beto Louco. Os dois estão foragidos da Justiça.
A TAP é administrada pelo empresário Epaminondas Chenu Madeira. O ICL Notícias teve acesso a conversas de WhatsApp entre Mattosinho e Epaminondas, em que o dono da TAP cita “Beto” e “Moha”, referindo-se a Beto Louco e Mohamed (Primo).
“Irmão ta foda a situação Beto e Moha Velho. Eu voltando vamos trocar uma ideia. Pra nós alinhar. Mas os caras lá tão foda. Mas to carregando nas costas sozinho”, escreveu Epaminondas no dia 14 de março de 2025, às 16h50. A reportagem transcreveu a mensagem da maneira como ela foi escrita.
Procurada, a defesa de “Primo” informou que não irá se manifestar. Já o advogado de “Beto Louco”, Celso Vilardi, não retornou os contatos.
Aeronaves em nome de terceiros Mattosinho diz que Rueda viaja constantemente em jatos operados pela mesma empresa, embora ele não fosse o piloto destes voos. Era mencionado como “Ruedinha”, diminutivo de seu nome.
A vida de luxo e as polêmicas que envolvem o político foram relatadas no ano passado em reportagem do UOL.
“[Rueda] É uma pessoa que já fazia negócios com a Táxi Aéreo Piracicaba desde quando eu cheguei lá como funcionário, aproximadamente dois anos atrás. Ele já era um nome que circulava como [sendo] sócio em uma aeronave de pequeno porte”, lembra.
A aeronave à qual ele se refere é o jato bimotor Raytheon 390 Premier, matrícula PR-JRR.
De acordo com os registros da Anac, a aeronave pertence à empresa Fênix Participações, controlada pelo advogado Caio Vieira Rocha, filho do ex-ministro César Asfor Rocha; pelo ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos-CE) e por um dono de concessionárias de Pernambuco.
Falando em nome dos sócios, Vieira Rocha negou que Rueda tenha participação na aeronave ou tenha viajado nela.
”Antonio Rueda não é proprietário da aeronave e nem sócio de nenhuma das 3 empresas sócias da aeronave”, escreveu Vieira Rocha.
Conforme registros oficiais,o jatinho foi comprado pela Fênix por US$ 2,3 milhões (R$ 13 milhões), em 2 de outubro de 2024. A transação foi feita com a RZK Empreendimentos Imobiliários, que havia adquirido a aeronave em 2014.
A RZK pertence a José Ricardo Rezek, que é doador do União Brasil, dentre outros partidos, e próximo a Antônio Rueda. Rezek estava na lista de convidados do aniversário de 50 anos do presidente da legenda este ano. A empresa informou por meio de nota que nunca vendeu nenhuma aeronave a Rueda. “Ele jamais atuou como intermediário em qualquer compra e venda e muito menos participou das negociações. A aeronave citada foi regularmente vendida à Fênix Participações Ltda., em conformidade com todas as normas legais, devidamente registrada na Anac”, acrescentou.
Os outros três jatinhos bimotores que, segundo o piloto, teriam sido adquiridos com participação de Rueda são: um Gulfstream G200, matrícula PS-MRL; um Citation Excel, matrícula PR-LPG; e um CitationJet 2, matrícula PT-FTC.
O Gulfstream G200 e o Citation Excel pertencem a empresas controladas pela Bariloche Participações S/A, empresa com capital social de R$ 110 milhões e controlada por fundos de investimentos geridos pelo banco Genial.
Um único cotista do Viena Fundo de Investimento Multimercado é dono do patrimônio da Bariloche, de acordo com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Sua identidade não é divulgada em documentos públicos.
“Rueda não tem relação com a Bariloche Participações S.A., tampouco é ou foi cotista do Viena Fundo de Investimento Multimercado”, informou a assessoria do presidente do União Brasil.
A quarta aeronave citada pelo piloto, o CitationJet, está em nome da Serveg Serviços.
Localizada em imóvel da periferia de Imperatriz (MA), a empresa tem como atividade principal criação de bovinos, mas registra atividades secundárias diversas, que vão de serviços de malote não realizados pelos Correios a limpeza, conforme cadastro na Receita Federal. A firma está em nome de Antonia Viana Silva Soares.
Procurada, ela disse que desconhece as atividades da Serveg. “Não sei o que você está falando, não”, disse ela, desligando o telefone. Em seguida, bloqueou o número de contato da reportagem.
O uso de fundos de investimento para ocultar patrimônio ou para realizar operações de lavagem de dinheiro foi uma das principais descobertas das operações recentes da PF que miraram no PCC e em empresas financeiras sediadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
*Por Leandro Demori, Cesar Calejon, Flávio VM Costa e Alice Maciel, do ICL Notícias; Thiago Herdy, Colunista do UOL/ICL
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Manifestações contra decisões do Congresso estão sendo convocadas para o domingo (21)
A aprovação da chamada PEC da Bandidagem e do regime de urgência para do projeto de anistia aos golpistas está mobilizando atos o Rio e em São Paulo no domingo (21).
Nas redes, parlamentares como Talíria Perrone e Guilherme Boulos estão convocando para as manifestações contra a anistia e a PEC da Bandidagem.
“Eles tentaram o golpe e agora querem anistia. Mas o povo não vai aceitar impunidade para golpistas! É hora de mostrar que quem manda é o povo nas ruas. Vamos juntos defender a democracia, barrar a anistia e enfrentar esse Congresso cúmplice dos golpistas”, escreve Talíria.
Para Guilherme Boulos, a votação do projeto de anistia é um “escândalo”: “Querem perdoar quem participou, apoiou e financiou uma tentativa de golpe de Estado. Tentam blindar generais golpistas e um ex-presidente autoritário, filhote da ditadura, negacionista e fascista. Mas não existe pacificação com impunidade. O povo brasileiro já disse nas urnas: não aos golpistas! E repete hoje: PEC da Bandidagem NÃO! Sem anistia! Os golpistas vão perder no horizonte da história. Pra nós: coragem ao campo democrático!”
Atos marcados no Rio e São Paulo Em São Paulo, a manfestação está marcada para domingo (21), às 14h no MASP. O ato no Rio acontece na mesma data, em horário e local a serem confirmados.
*ICL
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 23 aliados, pela suspeita de incitar a população a adotar comportamentos inadequados para o combate à pandemia da Covid-19. A investigação é baseada no relatório final da CPI da Covid, realizada em 2021.
Também serão alvos da investigação três dos filhos de Bolsonaro — o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) —, as deputadas federais Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) e os ex-ministros Onyx Lorenzoni, Ernesto Araújo e Ricardo Barros, entre outros.
Dino considerou que há a” presença dos requisitos legais necessários para a instauração de Inquérito Policial, a fim de que os fatos tratados nos autos tenham apuração” e deu um prazo inicial de 60 dias para a investigação, que será conduzida pela Polícia Federal.
Apesar do procedimento tratar da possível incitação, o ministro ressaltou em sua decisão outros pontos do relatório final da CPI, como suspeitas de desvio de recursos públicos e fraudes em licitações.
“A investigação parlamentar apontou indícios de crimes contra a Administração Pública, notadamente em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de ‘fachada’ para prestação de serviços genéricos ou fictícios, dentre outros ilícitos mencionados no relatório da CPI”, escreveu Dino, em decisão de quarta-feira.
O procedimento chegou ao STF em novembro de 2021, após a conclusão da CPI. Inicialmente, o relator era o atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Com a ida de Barroso para o comando da Corte, a ação foi repassada para Rosa Weber, que estava saindo da presidência, mas se aposentou em seguida. A petição, então, foi redistribuída para Dino.
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Câmara aprovou nesta quarta-feira (17) urgência para projeto que prevê anistia a quem participou de atos golpistas a partir de 2022. Com isso, tramitação será acelerada e projeto poderá ser votado diretamente no plenário.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) a urgência para um projeto de anistia a condenados por atos golpistas.
➡️ Aprovar a urgência significa acelerar a tramitação do projeto. O texto não precisará passar por comissões e poderá ser votado agora direto no plenário.
Foram 311 votos a favor e 163 votos contrários. Além disso, foram registradas 7 abstenções.
O texto que vai valer, no entanto, ainda não está definido. Para aprovar a urgência, a Câmara usou um projeto do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) que já estava pronto. Isso não significa que esse será o texto final.
➡️ O que tem sido dito na Câmara é que o projeto final vai diminuir as penas, mas não perdoar a condenação. E isso incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda haverá discussões.
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) está sendo cotado para ser o relator do projeto na Câmara. O nome dele ganhou força pela proximidade com o Supremo Tribunal Federal (STF), o governo e o Centrão.
O PL de Bolsonaro entregou 85 votos favoráveis, com todos os seus deputados presentes votando ‘sim’. O apoio foi quase unânime no Republicanos, com 40 dos 41 deputados votando a favor, e no PP, que registrou 43 votos pela urgência e apenas 6 contrários.
O PT, partido do presidente Lula, foi contra a proposta, com seus 66 deputados presentes votando contra a urgência.
Os deputados do PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Rede presentes também votaram “não” em totalidade pela urgência.
Partidos que foram majoritariamente (mais da metade dos votos) a favor da urgência:
PL: 85 votos;
União Brasil: 49 votos;
PP: 43 votos;
PSD: 28 votos;
Republicanos: 40 votos;
Podemos: 12 votos;
PSDB: 10 votos;
Avante: 6 votos;
Solidariedade: 4 votos;
PRD: 5 votos;
Novo: 5 votos;
Cidadania: 3 votos.
Partidos que foram majoritariamente (mais da metade dos votos) contra a urgência:
PT: 66 votos;
PSB: 12 votos;
PDT: 13 votos;
PSOL: 14 votos;
PCdoB: 9 votos;
PV: 4 votos;
Rede: 1 voto.
Como foi a votação A votação da urgência foi articulada por líderes da oposição junto a Hugo Motta. Faz semanas que a oposição quer votar o texto, e agora o presidente da Câmara decidiu pautar a urgência.
*G1
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O clima de linchamentos virtuais está crescente. É hora do MPF entrar em ação e poupar o STF de tomar ações mais drásticas.
Em São Paulo, músicos ficaram apavorados com os ataques de bolsonaristas, ameaçando denunciá-los como comunistas para o prefeito e para o governador do Estado, e perderem o emprego nas orquestras locais. Em Curitiba, a filha do Ministro Edson Fachin foi agredida. Por todo o país, matilhas raivosas atacam e ameaçam pessoas físicas.
Por trás dessas matilhas, a responsabilidade objetiva é dos domadores, especificamente Eduardo Bolsonaro, o advogado curitibano Jeffrey Chiquini, e o deputado Nikolas Ferreira.
A professora Melina Girardi Fachin, filha do ministro do STF, Edson Fachin, foi agredida verbalmente e fisicamente em Curitiba. Um homem a chamou de “lixo comunista” e cuspiu nela enquanto ela caminhava próximo à UFPR. O ataque foi relacionado a um ambiente de instabilidade política e à presença de figuras como o advogado Jeffrey Chiquini em eventos polêmicos na instituição.
Eduardo Bolsonaro foi denunciado pelo Banco do Brasil à AGU por disseminar fake news que poderiam provocar uma corrida bancária, depois de afirmar que o BB seria cortado das relações internacionais, o que levaria à falência da instituição.
A Polícia Federal acusou Eduardo Bolsonaro e o advogado Jeffrey Chiquini de articularem uma estratégia para “causar tumulto processual” no STF, em defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro.
Embora Nikolas Ferreira não tenha sido diretamente citado em denúncias recentes, seu discurso tem sido apontado como inspiração para ataques de figuras locais, como uma vereadora que hostilizou um músico após falas do deputado.
O clima de linchamentos virtuais está crescente. É hora do Ministério Público Federal entrar em ação e poupar o STF de tomar ações mais drásticas.
Deputados da PEC da Bandidagem confessam que querem se blindar na justiça pelos milhões que roubaram do povo no orçamento secreto.
É o PCC legislativo (Primeiro Comando do Congresso). Uma articulação política do Centrão (grupo de partidos de centro-direita no Congresso, como PP, Republicanos e PL) para tentar reincluir o voto secreto na votação de autorizações para processos criminais contra parlamentares na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem”.
De acordo com a armação dos ladrões do congresso, a Câmara dos Deputados deve concluir a votação da PEC nesta quarta-feira (17/09/2025), com manobras para restabelecer essa cláusula, que havia sido derrubada na sessão.
Essa proposta dos vagabundos e ladrões dos cofres públicos. é uma medida para ampliar as prerrogativas e proteções judiciais de deputados e senadores bandidos, exigindo autorização prévia do Congresso, formado pela maioria de ladrões do orçamento secreto, para investigações ou prisões pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto é articulado pelos gatunos do Centrão como resposta a investigações recentes sobre desvios de emendas parlamentares e outras ações do Judiciário contra congressistas.
O texto principal exige que o STF peça autorização à Câmara ou ao Senado para abrir processos criminais contra parlamentares, com votação por maioria absoluta.
Para prisões em flagrante dos bandidos por crime inafiançável, os autos devem ser enviados em até 24 horas para deliberação, e essa votação permanece secreta conforme o texto aprovado.
Arthur Lira, o poderoso chefão dessa medida pornográfica, por motívos óbvios, planeja usar uma “emenda aglutinativa” (mecanismo que junta trechos já votados em uma nova versão) para restabelecer o voto secreto.
O relator da PEC da marginalidade, Cláudio Cajado (PP-BA), é próximo ao grupo e deve apresentar essa manobra.
A votação final dos destaques pendentes está prevista para esta quarta-feira, antes da proposta ir ao Senado.
Se isso não é confissão de roubo de dinheiro grosso dos cofres públicos, eu não sei o que é.
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