Pois então, 27 minutos separam a notícia do Portal G1 da postagem de Flávio Bolsonaro sobre a cremação do corpo do miliciano. Às 11:30 era esta: “Justiça do RJ proíbe cremação do corpo do miliciano Adriano da Nóbrega. Pedido de cremação havia sido feito pela família do ex-policial. Em sua decisão, juíza afirma que não constam no pedido documentos imprescindíveis como a cópia da Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência.”
Exatos 27 minutos depois, como pode ser observado no twitter de Flávio Bolsonaro, ele diz, na maior cara dura, que é contra a cremação e pede para as autoridades competentes não deixarem isso acontecer, logicamente, esquecendo-se do registro da hora.
DENÚNCIA! Acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve.
Como se pode ver, Flávio, que até então estava mudo sobre a morte do miliciano que de condecorar e empregar a família em seu gabinete, resolveu, de uma hora para outra, falar e ir contra a decisão da família de Adriano da Nóbrega de cremar o corpo do miliciano.
Está mais do que na cara que sua posição contra a cremação é uma gigantesca mentira. Mas, vê-se que, em plena era digital, Flávio, imaginando-se na época em que os telegramas eram uma revolução, não se deu contra de que sua mensagem, assim como a notícia do Portal G1, têm registro de hora. Deu nisso, foi pego na mentira publicada e se jogou ainda mais dentro de um verdadeiro turbilhão de acusações de que ele e o resto da família estão diretamente envolvidos na queima de arquivo chamada Adriano da Nóbrega.
A internet não tem sido muito parceira desses vigaristas. Nesta terça-feira (11) foi a malandragem do Hans River, que contou um monte de mentiras na CPMI da fake news e, agora, corre o risco de ser preso.
Hoje, foi a vez de Flávio Bolsonaro, que bancou o esperto, mas se deu mal. Desta vez não deu tempo de Carluxo alterar o horário do seu twitter, como fez no registro da portaria do Vivendas da Barra.
Depois de ver seu nome ser exaltado pelos políticos de cabresto do bolsonarismo, Moro foi descabelado e sua imagem engomadinha foi devidamente amarrotada pelo deputado Glauber Braga (Psol), qualificando-o como capanga da milícia e capanga da família Bolsonaro.
Uma síntese perfeita para um hipócrita, cretino que vai à Câmara dos Deputados posar de defensor de combate à corrupção e, na vida real, é um mero capataz do Palácio do Planalto, agindo, como bem disse Glauber, como capanga da milícia e do clã do seu chefe.
Totalmente transfigurado, Moro não argumentou nada, apenas disse que Glauber é um desclassificado por só atacar. No entanto, Glauber foi didático ao lembrar a Moro que, ele, na hora de aprofundar a investigação contra Flávio Bolsonaro, disse que não podia federalizar um caso que estava nas mãos da justiça carioca. E Glauber seguiu mostrando a Moro o quanto ele é mentiroso e hipócrita, porque, poucos dias atrás, ele usou a PF para livrar Flávio de dois crimes, assim como pressionou o porteiro do condomínio de Bolsonaro a mudar a versão e dizer o que Moro queria para livrar a cara de Bolsonaro e Carlos.
Mais uma vez, Glauber faz um gol de placa nas costas do vigarista, do ministro pilantra que não deu um pio sobre o assassinato, na Bahia, do miliciano Adriano da Nóbrega, comparsa há décadas da família Bolsonaro, com provas que não cabem na caixa preta que Moro tentou construir para blindar os acéfalos que governam o país.
Depois da fala de Glauber, o tempo fechou e a sessão na Câmara foi encerrada, com Moro, novamente, tendo que sair fugido, porque não tem como se defender do indefensável.
Parabéns ao Deputado Glauber pela forma direta com que fuzilou o cínico Moro.
O sujeito, metido a esperto, tropeçava na língua de 5 em 5 minutos.
Hans River, um muquirana digital contratado por uma firma canalha para fazer serviço sujo para a campanha de Bolsonaro, foi convocado pra ir à CPMI das fake-news e, ao ser inquirido, quis ser mais esperto que ele mesmo. Ele se deu mal, porque é burro e se comprometeu ainda mais do que já estava comprometido.
Em determinado momento, Hans ofereceu seu celular para ser periciado, mas na hora em que pediram para ele assinar um documento se comprometendo a entregar, o malandrão disse que não tinha mais celular.
Em outro momento, o esperto disse que fez campanha para um deputado que nem candidato foi.
O sujeito é despreparado até para ser 171, não deu uma dentro e, agora, encrencado, sonhando que os pilantras que criaram a indústria de fake-news para Bolsonaro vão livrar a sua cara.
Isso sem falar no pior. Em tabelinha com o miliciano 03 do clã Bolsonaro, Eduardo, o mesmo que foi para a Bahia no dia em que mataram o comparsa da família, Adriano da Nóbrega, do Escritório do Crime, Hans River atacou de forma baixa a jornalista da Folha, dizendo que ela propôs a ele sexo em troca de informações.
Agora, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), relatora da CPMI das Fake News, disse à imprensa que acionará “imediatamente” o Ministério Público para que sejam tomadas “as devidas providências” em razão do depoimento, realizado nesta terça-feira (11), por Hans River Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows.
“Houve um depoimento falso. É preciso que, imediatamente, o Ministério Público investigue e tome as devidas providências.”
“Ele vai ter que provar tudo o que disse. Desde o início, eu estava desconfiada. Ele quis criar problema com alguns, sem nenhuma razão. O Rui Falcão em momento algum o chamou de favelado. Ele tentou forjar ali uma acusação de racismo”, comentou Lídice da Mata (PSB), referindo-se à confusão na comissão antes do início do depoimento — a oposição tentou, sem sucesso, fazer com que a oitiva fosse realizada em sessão secreta.
Para a relatora, River denunciou um crime ao confessar o uso de cadastros não autorizados para os disparos de mensagens em massa durante as eleições de 2018.
“Me deu a impressão de ser uma coisa combinada, uma ação de rede social, o que é algo extremamente ruim. Ele fez declarações inconsistentes. A todo instante, perguntávamos se ele tinha ciência de que mentir na CPMI resultaria punições. Não podemos ficar em silêncio diante disso. Alguns queriam uma medida extremada ontem, que decretasse a prisão dele, mas o presidente da CPMI foi precavido.” disse ela.
Trocando em miúdos, o esperto dançou e o clã Bolsonaro, que já está atolado até o pescoço na morte de Marielle e, agora, do miliciano Adriano da Nóbrega, viu-se num inferno político e criminal ainda mais profundo.
Imagens revelam visitas em um único dia de ex-funcionários que prestaram depoimentos sobre rachadinha ao MP do Rio.
As câmeras da portaria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro mostram que quatro ex-assessores do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), investigados pelo Ministério Público do estado, estiveram no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro em 30 de outubro do ano passado. As imagens foram obtidas pelo jornal O Globo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
No mesmo período, os ex-funcionários prestaram depoimentos no âmbito do procedimento de investigação sobre as suspeitas de “rachadinha” ligadas ao gabinete de Carlos, que estava na Câmara no dia das visitas. Um ex-auxiliar do hoje senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro, também investigado, esteve no gabinete de Carlos no mesmo dia.
“Flávio, Carlos e os ex-assessores são alvos do MP-RJ em procedimentos sobre suspeitas de uso de funcionários fantasmas para devolução de salários, a prática conhecida como “rachadinha”. As visitas desses ex-auxiliares do vereador, filho do presidente Jair Bolsonaro, são incomuns. Dois deles, que são irmãos, constaram como assessores de Carlos entre 2001 e 2008, e a Câmara não tem registro de visita dos dois ao gabinete desde 2015. Entre os assessores estão três integrantes da família Góes, com vínculo com os Bolsonaro. Rafael de Carvalho Góes, Rodrigo de Carvalho Góes e Neula de Carvalho Góes, mãe dos dois”.
Os dados e fotografias da Câmara Municipal mostram que, em 30 de outubro, Carlos Bolsonaro registrou presença no plenário da Casa às 14h15. No entanto, a sessão daquele dia ficou suspensa até as 15h40m. Ele só surgiu nas imagens da sessão no plenário às 16h12m quando votou pela primeira vez. Carlos esteve no plenário até as 17h36, quando votou pela última vez naquela tarde.
Bolsonaro faz de tudo para fugir do assunto que pode lhe tirar o mandato, seu envolvimento com os grupos criminosos mais violentos do país, as milícias. Tanto que o miliciano Adriano da Nóbrega, amigo e comparsa de longa data da família Bolsonaro no esquema de corrupção da Alerj, onde seus familiares trabalhavam através de Flávio, assim como no gabinete do, ainda deputado, Bolsonaro em Brasília.
Adriano foi executado como queima de arquivo, quanto a isso, não há a menor dúvida. Eduardo Bolsonaro foi para a Bahia dois dias antes da execução do miliciano e lá permaneceu até o serviço ser entregue.
O que mais interessa a Bolsonaro, e não duvidem, a boa parte da grande mídia, é tentar abafar o inabafável caso.
Bolsonaro vendeu a alma ao mercado não mais para governar, mas para se safar e safar os filhos da cadeia.
Se o miliciano foi morto, mas o Itaú bateu recordes de lucro, então, o mercado manda suas ordens para a imprensa, “deixa o homem trabalhar”, porque ele tem cumprido um papel perfeito de Robin Wood às avessas.
O empresariado está feliz porque não quer viver do setor produtivo e sim do especulativo. Assim está bom para todos da aristocracia financeirista. Então, pra que mexer em time que está ganhando?
A mídia, por ordem dos banqueiros, já abandonou o caso, sobrando somente a esquerda para se somar à sociedade e cobrar das autoridades respostas concretas sobre crimes e assassinatos que envolvem as milícias e o clã Bolsonaro.
A esquerda não pode ter outro foco. A bola está quicando, a morte do Adriano da Nóbrega não consegue abafar a relação criminosa entre o Palácio do Planalto e Rio das Pedras.
Por outro lado, a direita que apoia Bolsonaro vai inundar os noticiários com centenas ou milhares de caminhões fumacê, porque Bolsonaro atende aos interesses do famoso 1% dos brasileiros mais ricos que está ganhando rios de dinheiro com o vigarista.
O foco tem que ser apenas um, desbaratar essa quadrilha do inferno mais baixo da bandidagem brasileira que se fundiu com o cargo mais alto da República para, juntos, seguirem irmanados na prática de crimes de toda ordem.
O antipetismo doentio de parte da mídia tem feito muita gente adoecer. O último a surtar foi Marcelo Tas, misturando a sua ira contra o Papa, Lula, Petra Costa e Netflix num mesmo balaio, típico de alguém que está vivendo uma perturbação psicótica aguda.
No caso de Tas, que sempre foi cínico e metido a irônico que jamais teve qualquer talento para sutilezas, mas para gracinhas que agradam, principalmente à burguesia paulista, viu nessa fórmula o ponto ideal de uma caricatura que agradaria à turma do andar de cima nos degraus que ele pretendia galgar.
Mas alguma coisa deu errado. Marcelo já havia mostrado um destempero, fora da sua personagem, quando atacou Glenn, assim que começaram os vazamentos do Intercept. Inconformado com as revelações que desmascaravam seu herói antipetista, Sergio Moro, Tas não se fez de rogado e participou de programas e blogs da mídia mais prostituída pelo mercado de que se tem notícia. Foi da Jovem Pan ao Antagonista de Mainardi, repetindo o mesmo ramerrão de que não era contra os vazamentos, mas que tinham que ser de uma só vez e não em capítulos, seja lá o que ele quis dizer com capítulos.
O fato é que Tas traz com ele um sintoma psicológico que tem acometido os asnos do antipetismo nacional. O curto circuito entre o tico e o teco, os dois neurônios desencapados.
Essa legião de zumbis anda em estado de desespero, migrando a toda hora de um santo para outro, passando do aecismo anti Dilma nas ruas, vestindo a camisa do bolsonarismo, do morismo e, agora, do milicianismo desavergonhado depois da morte de Adriano da Nóbrega, numa guerra de milícias no Palácio do Planalto e o escritório do crime.
Tudo, porque essa gente está prevendo sua orfandade que desponta na esquina. Não tem mais mau-caráter para seguir, acabou o estoque de vigaristas que poderiam servir de escapulário para esse bando de malucos.
Para completar, Regina Duarte ainda apronta uma de, no último domingo (9), numa atitude baixa, postou no Instagram uma comemoração ao que ela classifica como derrota de Petra Costa por não ter sido premiada no Oscar, recebendo uma ovação da manada milicianista e, hoje, encontra-se a própria Regina na arena em que era parte da plateia sendo engolida pelos leões enfurecidos que a mídia produziu com seu antiesquerdismo de encomenda.
Todos os que aplaudiram Regina efusivamente no domingo, hoje a massacram nas redes sob o diapasão da Allan dos Santos, do escritório do ódio do QG bolsomilicianista.
Pois bem, Marcelo Tas é tudo isso justo e misturado, nem ele sabe mais o que é. O cara surtou. O fracasso do seu ódio subiu-lhe à cabeça. O sujeito passa o dia tentando cercar frango no terreiro. Não satisfeito em levar baile de um, cismou de atacar vários outros, como fez nessa postagem ridícula atacando Lula, o Papa, Petra Costa, em seu dia de fúria contra a conspiração globalista, comunista contra os terraplanistas e olavistas, grupos dos quais ele é parte.
Tudo isso não deixa de ser um grande sinal de que esse pus todo está prestes a supurar, sem chance de se recompor, pelo menos não numa democracia, mesmo de fachada, ao passo que se sabe que não há força suficiente nessa direita fascista em aplicar um golpe militar no país. O resultado está aí.
A suspeita de que integrantes do governo estadual fizeram grampos nos gabinetes dos 70 deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) levou parlamentares a discutirem nessa tarde o impeachment do governador Wilson Witzel. Diante da possibilidade de espionagem, o presidente da Casa, deputado André Ceciliano, disse que vai pedir ao Ministério Público para investigar a denúncia e à Polícia Federal para fazer levantamento no Sistema Guardião, da Polícia Civil, para checar se foi feito algum grampo sem autorização judicial.
“Vamos investigar o secretário Lucas Tristão, que disse que tem um dossiê contra os 70 deputados. Eu tenho testemunhas”, afirmou Ceciliano. Até então, o assunto tinha sido tratado em requerimento de informação ao governo estadual.
Agora, há uma acusação direta. “Está claro aqui que estamos diante da necessidade, diante das provas indiciárias, de instalarmos o processo de impeachment contra o governador do estado”, disse o deputado Doutor Serginho (PSL).
O deputado Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) defendeu que um possível processo de impeachment seja iniciado apenas após o resultado da apuração do MP. “Deve ser investigado para que se descubra aquele que está fazendo essas escutas, essas espionagens, e a mando de quem isso está acontecendo”, disse o tucano. “É caso, sim de impeachment. Mas não pode ser uma desconfiança, tem que ter uma certeza”.
O líder do governo da Alerj, deputado Márcio Pacheco (PSL), expressou os posicionamentos do governador fluminense e do secretário de Desenvolvimento Econômico. “Venho declarar que a posição do governo a respeito disso é que não há nem do governador e de nenhum membro do Poder Executivo nenhuma ação de escuta a parlamentares”.
Anteriormente, por causa de matéria publicada pela revista Veja, a assessoria de imprensa do governador tinha emitido nota negando a espionagem: “Jamais o governo usaria de qualquer mecanismo irregular para acompanhar ou monitorar parlamentares. Isso feriria a democracia, pilar da sociedade brasileira. O diálogo é a única forma aceita nesta relação. Diálogo.
O presidente da assembleia, porém, manteve o pedido de investigação. “Comigo não vão fazer chantagem, na pressão não leva”, disse Ceciliano.
A possibilidade de grampo foi levantada na semana passada e bastante comentada na Alerj, sem que houvesse pistas concretas. A presidência da Casa fez um requerimento de informação ao governo do estado, sem indicar a origem da suspeita, que hoje se tornou pública: a declaração feita pelo secretário Lucas Tristão de que tem dossiês contra os parlamentares.
Oriundo do Espírito Santo, onde o governador atuava, Tristão foi sócio de Witzel em um escritório de advocacia. Coordenador da campanha vitoriosa ao Palácio Guanabara, ele é considerado homem forte do governo, perdendo apenas para o Pastor Everaldo em prestígio junto ao chefe do Executivo.
Três filmes e um argumento que caiu no gosto do povo porque representa os anseios da nossa sociedade. O que há em comum entre os filmes Bacurau, Coringa e Parasita?
Vamos nos despedindo das telas de 2019 que est%u001o fechando suas cortinas para um cinema que, ao que parece, vai fazer história.
Um filme do Brasil, outro da Coreia do Sul e um dos Estados Unidos: todos têm em comum um mesmo argumento: a profunda desigualdade social que está levando nossa humanidade ao colapso.
Bacurau ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, enquanto Parasita foi o grande vencedor da Palma de Ouro. Já Coringa foi aclamado pela crítica e um sucesso de bilheteria que tem muita chance de render ao ator Joaquin Phoenix o Oscar na categoria Melhor Ator.
Qual o valor que fez desses três filmes tão exitosos? A linha condutora deles se desenvolve a partir do colapso social provocado pela desigualdade social.
Veja as sinopses de cada um deles:
Bacurau – Brasil
Os moradores de um pequeno povoado do sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros se tornam vítimas de tiros e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Falta identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
Coringa- EUA
O comediante falido Arthur Fleck encontra violentos bandidos pelas ruas de Gotham City. Desconsiderado pela sociedade, Fleck começa a ficar louco e se transforma no criminoso conhecido como Coringa.
Parasita – Coreia do Sul
Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado, mas uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos.
A união contra o colapso social
Atenção – contém SPOILERS
Talvez em Bacurau o colapso social não seja tão evidente, porque, ainda que Bacurau seja uma cidade desprovida de infraestrutura, há uma coesão social que permite à comunidade local lidar com o caos que se instala por lá.
Em Bacurau, os moradores do pequeno vilarejo interiorano aprendem a viver à margem de qualquer governo, desenvolvendo suas próprias regras de convívio e soluções para os seus problemas, como a falta de abastecimento de água.
Para uma das atrizes do elenco, Karine Teles:
“O filme está nascendo em um momento em que o mundo está pensando muito nas questões que são abordadas nele. Acho que isso ajuda. As pessoas estão querendo discutir esse assunto. Há uma urgência em pensar sobre a forma com que a gente lida com a violência”, comenta para o G1.
O maior problema de Bacurau, que parecia ser a questão da água, se dissolve quando um grupo de forasteiros chega à cidade com intenções sinistras, fazendo com que ela desapareça, literalmente, do mapa.
A professora Giselle Beiguelman disse ao Jornal da Usp que os diretores do filme conseguiram mostrar as diferentes formas de a violência no Brasil se expressar.
“A história se passa em Bacurau, que desapareceu do mapa. E isso não é força de expressão. A cidade subitamente deixou de ser registrada nos serviços de geolocalização, como se houvesse sido deletada do Google Maps. Nesse lugar perdido no tempo e na história, ocorre um confronto entre invasores, brancos e americanos, liderados por um chefe neonazista, e a população local, que decide recorrer a Lunga, uma figura andrógina interpretada magistralmente pelo ator Silverio Pereira, que é uma espécie de mistura de cangaceiro e bandido social do século 21”.
Desamparo social. Desigualdade abissal parasite
Se a sociedade de Bacurau entende que é com unidade que ela pode enfrentar seus problemas, o mesmo se pode dizer da família Kim, cujos membros se mantêm unidos para lidar com o desamparo social a que estão submetidos. A família, constituída de um casal, uma filha e um filho adolescentes, vive de bicos até que o filho, Ki-taek, passa a ser professor de inglês da filha de um casal rico, os Park, também com a mesma composição familiar: pai, mãe, filha e filho.
Embora, numa primeira interpretação, a família Kim pareça ser parasita dos Park, apropriando-se de suas vidas, uma outra leitura propõe que, na lógica capitalista, aqueles que acumulam dinheiro é quem são os verdadeiros parasitais sociais.
Um crítica da revista Cult, feita por Fabiane Secches, revela uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que analisou a distribuição da renda de trabalho no mundo entre 2004 e 2017, em 200 países. O relatório divulgou que os 10% mais ricos recebem quase 50% da renda de trabalho gerada, sendo que os outros 49% são relativos à renda de capital, ou seja, destinada aos proprietários do dinheiro.
Um o relatório de 2018 da Oxfam mostrou que as 26 pessoas mais ricas do mundo detêm uma riqueza equivalente à metade mais pobre da humanidade somada em conjunto (3,8 bilhões de pessoas). Em 2017, a concentração de riqueza no mundo aumentou, visto que os bilionários tiveram sua renda ampliada para 12%, ao passo que a metade mais pobre teve uma diminuição de 11% de sua renda.
O que esses dados revelam? Que famílias como os Park têm a vida que têm porque vivem às custas do empobrecimento da maioria da população explorada, como a família Kim.
Não que os Park sejam maus e os Kim bons – aliás, o comentário da mãe da família Kim de que a mãe da família Park é extremamente “gentil” justamente é um exemplo de que o filme não busca construir uma mise-en-scène para bandidos e mocinhos – mas é que a própria lógica capitalista a que todos estão submetidos fazem de todos potenciais parasitas.
Arthur Fleck, o palhaço triste
Se os moradores de Bacurau e os Kim têm suas próprias relações de pertencimento, essa não é a condição de Arthur Fleck, um indivíduo completamente só na sua jornada, que faz dele um caso de patologia social.
Arthur é um homem de cerca de 35 anos, palhaço de profissão, que vive com a mãe em uma área marginalizada de Gotham City e tem um distúrbio mental que o faz rir de forma histriônica, uma condição paradoxal para um palhaço sem graça.
Arthur se transforma no Coringa, um sujeito que é o resultado de experiências sociológicas de um homem profundamente triste – um homem sem lar, membro de uma família e de uma sociedade adoecidas.
Coringa e Gotham entram em colapso quando os seus princípios éticos e morais viram ruína. Arthur passa a se sentir pertencente a algo quando se dá conta de que não está só em seu isolamento social: há uma multidão de gente sem nada, formada por invisíveis sociais, que vê no Coringa a chance de estar em comunhão.
Uma reflexão sociológica necessária
Os três filmes – Bacurau, Parasita e Coringa – ganharam o público e a crítica porque pareceram ser necessários para uma reflexão sociológica estetizada pelo cinema em um momento carente de princípios éticos humanitários, cuja construção vem sendo proposta pelo filósofo argentino Enrique Dussel como uma agenda urgente para o século 21.
Talvez por estarmos tão profundamente destituídos de tais princípios, sobretudo em um ano marcado por tantos eventos desalentadores no Brasil e no mundo, esses três filmes tenham despertado o pathos de públicos tão diferentes, mas com a mesma desesperança em comum.
É de se notar a globalização do problema… é como se não tivéssemos por onde escapar. É preciso acordar, se levantar e mudar. Ao menos, o sucesso desses filmes indicam para essa necessidade.
Estaríamos no começo de uma grande reviravolta?
*Publicado originalmente em greenMe/Com informações da Carta maior
Chegada do ex-secretário-geral da CNBB é vista como um contraponto à apatia que tomou conta da entidade desde as últimas eleições
“Estamos tentando governar o País na base de notícias falsas, da agressividade, da violência. Isso não constrói um Brasil. (…)” A afirmação não foi ouvida em nenhum plenário ou palanque, mas do altar. Mais precisamente na missa que consagrou dom Leonardo Steiner o novo arcebispo de Manaus. O clérigo que comandou por oito anos o cargo mais destacado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil atuará agora na Amazônia. E promete não se calar contra os desmandos do governo. Quer ser, conforme declarou nessa mesma ocasião, “fermento e luz na realidade que se apresenta desigual, violenta, desequilibrada, social e ambientalmente”.
Questionado por CartaCapital sobre a pecha de ‘comunista’ que lhe tentam colar, ele retruca: “Falar de democracia virou comunismo. A CNBB teve e tem um papel fundamental na sociedade brasileira, apesar do desejo de que ela se cale. É melhor tentar viver o Evangelho, a vida de Jesus, que perder tempo com essas afirmações.“
De formação franciscana, Steiner é discípulo do catalão Pedro Casaldáliga, o “bispo do povo”. Também mantém proximidade de dom Claudio Hummes, cardeal brasileiro que mais influência tem sobre o papa Francisco. Inicialmente, foi oferecido ao bispo um cargo na arquidiocese de Cuiabá. Caso aceitasse, ficaria sob os auspícios de um arcebispo salesiano conservador. E conviveria de perto com o padre Paulo Ricardo, um vigário ultraconservador convertido em celebridade virtual. Steiner declinou. Pediu à Santa Sé transferência para a Amazônia – é o quarto bispo franciscano, desde o Sínodo, a assumir funções naquela região. Atendido o desejo, passou os últimos meses visitando as comunidades da região. Prometeu colocar em prática as orientações que Francisco dará com a Carta pós-sinodal, ainda não divulgada.
Espera-se que o papa dê aval à maioria das sugestões, como a ordenação dos viri probati (homens casados) e uma liturgia que incorpore conceitos da cosmovisão indígena. No dia anterior à sua posse, em evento promovido pelo deputado católico José Ricardo (PT), fez a defesa da presença cristã na política. Disse o bispo: “O papa Francisco tem insistido que a política é a expressão maior do amor. Não parece, mas é. E é fundamental que nós, cristãos, estejamos presentes na política. É importante que o católico esteja presente na política”. Um padre que o acompanha na empreitada amazônica sublinha: “Dom Leonardo está com o papa. E estar com o papa, neste momento, é estar contra o governo”.
chegada de Steiner é vista como um bem-vindo frescor ao marasmo que tomou conta da CNBB. Passados nove meses desde o conclave que elegeu os novos poderosos da Conferência, o compasso é de espera. Embora a temida guinada à direita não se tenha concretizado, a CNBB baixou o tom no antagonismo ao governo. Fez análises e mais análises de conjuntura, mas não as pôs em prática. Prevaleceu dentro dos muros eclesiais a tese de que um embate com os bispos criaria para Bolsonaro o “inimigo ideal”. Em grande parte, pelo perfil moderado do novo presidente eleito, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte. A ala mais à esquerda o considera institucionalista demais. Já a rede ligada ao bolsonarismo cola nele a pecha de comunista. Tudo porque, sob sua direção, a arquidiocese de Belo Horizonte acolheu uma pastoral da diversidade sexual. Walmor é, na verdade, um moderado. Seu grande projeto é construir a mirífica Catedral Cristo Rei, futura sede da arquidiocese mineira e última obra deixada por Oscar Niemeyer à cidade. “Walmor está mais para conservador. É institucionalista, um administrador da Igreja. Tem pretensões mais ambiciosas e, por isso, tentará agradar a todo o episcopado”, resume um interlocutor dos bispos mineiros.
O presidente Jair Bolsonaro dá posse ao novo procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto
Aras quer por que quer que o caso do miliciano morto, Adriano da Nóbrega, ligado à família Bolsonaro, saia do Rio e vá para as mãos de Moro, Ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro.
Procurador-geral avalia que há novos elementos para federalizar Caso Marielle.
Para Augusto Aras, a morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, fortalece o pedido para que as investigações do caso sejam tornadas federais. Isso porque envolve fatos novos ligados às milícias. Justifica
O insistente pedido do PGR ainda vai ser analisado pelo STJ.
A ficha de Adriano Magalhães da Nóbrega, morto no último domingo (9), numa ação da polícia na Bahia, inclui acusações de homicídio qualificado, organização criminosa e envolvimento com a família do presidente da República Jair Bolsonaro.
Seria um dos líderes de organização criminosa com atuação nas comunidades da Muzema, Rio das Pedras e arredores. A ele caberia, em tese, a atribuição de coordenar e manter sob controle todas as empreitadas criminosas, podendo-se destacar as afetas ao ramo imobiliário (venda e locação ilegais de imóveis; grilagem de terras; extorsão a moradores e comerciantes com cobranças ilegais de taxas por alegados “serviços” prestados pelo grupo criminoso; ocultação de bens cuja aquisição se daria com proventos das atividades ilícitas; falsificação de documentos públicos; pagamento de “propina” a agentes públicos; atividades de agiotagem; utilização a partir de ligações clandestinas de serviços de água e energia e demais atividades que garantem a dominação dos territórios.
Em 2007, a esposa de Adriano, Danielle, foi empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro e suas mãe contratada pelo próprio Jair Bolsonaro.
Isso explica a insistência de Aras entregar o caso nas mãos de Moro, feitor do Palácio do Planalto.